Círculo social: bem ou mal?

Claudia Menezes Nunes

Professora, mestra em Educação (UNIRIO). especialista em Tecnologia Educacional, Neurociência Pedagógica e Psicopedagogia (AVM/UCAM)

Facebook. Ambiente de socialidade sem corpo físico, mas com todos os sentidos a pleno vapor. Rede social e virtual. Nós, sujeitos comunicativos e sociais, ganhamos outros pontos de contato com a vida junto a outras pessoas. Nessas redes, nós criamos as mesmas relações afetivas. Um detalhe diferente: em ambiente virtual, temos esconderijos melhores, criamos disfarces sofisticados e acreditamos em privacidade e segurança. Que coisa...

Mesmo assim, de tempos em tempos, sentimos tédio. O novo tem tempo de validade também. Nós convivemos virtualmente, mas sempre procuramos desafios e novidades, mesmo entre grupos de pessoas invisíveis. Só que isso não é permanente, e logo surgem o tédio, a rotina e a falta de interesse. Hora da faxina! O círculo social deve ser limpo. Hora de emoções mais iluminadas.

Uma página de Facebook é como um facho de luz que atrai múltiplas pessoas. Por interesse intelectual, afetivo ou bisbilhoteiro, pessoas acessam pessoas acreditando que estão construindo laços. Aliás, estão mesmo... Laços virtuais, inicialmente frágeis, mas laços bem duradouros. Há reencontros bem interessantes. Mas, de tempos em tempos, o nível de negatividade cresce. Como na vida real, as emoções, por meio da escrita ou das imagens (linguagens), entram em choque e a confusão acontece. Hora da faxina! Hora da limpeza! Hora da desconexão!

Na vida real ou na virtual, quaisquer níveis emocionais tóxicos devem ser prevenidos: viver com as diferenças é importante e faz crescer, mas prevenção quanto à própria saúde mental é fundamental. Caso não seja possível prevenir, níveis emocionais tóxicos devem ser observados, pensados e ignorados ou descartados. Eis a hora de pensar o círculo social de forma consciente: ignorar ou descartar? Para decidir bem, pensemos em confiança.

Sem o contato físico, nós precisamos ter atenção às linguagens. Mesmo em ambiente virtual, as pessoas não escapam de ser quem são. Nós levamos nosso mundo mental conosco e, depois de certo tempo, o mundo exterior reflete exatamente esse mundo mental. Ou seja, também nas redes sociais virtuais, diante de emoções tóxicas (negatividades, radicalismos, ignorâncias, egocentrismos, orgulhos, autoritarismos), nós precisamos encontrar pontos de contato com a resiliência e a empatia, certa compaixão e o transporte de linguagens mais positivas para sobreviver nessa selva de... bits.

Pare e observe. Pare e ‘finja demência’. Pare e analise. Pare e perceba que possivelmente há alguns tipos de pessoas tóxicas com quem todos nós lidamos, mas de que devemos nos livrar educadamente (lógico) ou, no mínimo, devemos evitar contatos mais rotineiros.

Quer saber quem são essas pessoas? Analise as possibilidades abaixo:

Os esponjas

Ocupam seu tempo inconvenientemente. Usam e abusam da amizade. Ignoram seu espaço e sua autonomia. São aproveitadores. Querem, querem e querem. Sua vida quase para em função dessa relação. É importante ter estratégias de afastamento, já que não são pessoas ruins, apenas incômodas. Só atenda o celular se tiver tempo para conversar. Ignore algumas mensagens. Evite exposições de si mesmo. Avise que não terá tempo. É preciso limitar. Ficar sozinho ou com outras pessoas é importante.

Os críticos

Nunca têm algo positivo para dizer ou escrever sobre nada. Tudo é observado com dúvida e estranheza. É destrutivo. Não há utilidade, afetividade, compreensão em sua fala. Estratégias: brinque com essa característica (é um alerta). Fale de outras pessoas que tenham a mesma característica e quanto isso é estranho. Sugira que pode perder amigos. Viver isolado.

As vítimas

São especialistas em culpa. Todos não gostam deles. Tudo é com eles. Eles nunca se apropriam de suas próprias falhas ou erros. Eles são a vítima! Tudo parece sempre ser culpa do outro: alguém que nunca lhes deu uma chance. São energias confusas e enviam essas energias aos outros. Eles nos envolvem em jogos de culpas e insensatez.

Os negativos

O mundo é péssimo. Eles são como doença contagiosa. Mente negativa e dramática. Muito ansiosos, preocupados, pessimistas, deprimidos; queixam-se de tudo. É importante manter pouco contato com eles; ou, vez por outra, dialogar sobre isso. Lembre-se de que deboche e ironias agravam essa atitude.

Os impacientes

Têm explosões tolas e infantis. Todos têm momentos difíceis, mas é preciso autocontrole. São seres subdesenvolvidos psicologicamente, de inteligência emocional baixa. Drenam energia também. São grosseiros. Insultam por quaisquer motivos. Se o afastamento for impossível, seja paciente. Escute, mas não “alimente”. Evite confusões.

Os narcísicos

Não têm ouvidos para os outros. Não têm empatia ou compaixão. Ignoram as necessidades alheias. Pouco prestativos. Têm problemas de personalidade, quase não interagem socialmente. Tudo parece girar em torno deles mesmos. O outro é seu coadjuvante sempre. Sempre que puder, amplie sua rede social. Tenha pouco contato. Procure sair com outras pessoas.

Os mentirosos

Entre o silêncio e a palavra, mente-se muito mais com palavras. Os mentirosos afirmam alegremente: “não sou baú para guardar segredos”. Espalham notícias sobre todos sem confirmar. Enganam. Disfarçam. Não falam de si mesmos. Disfarçam pensamentos e desejos. Não conhecem sigilo. São prejudiciais à saúde da relação. Têm valores invertidos. Fuja, se puder.

Os manipuladores

São exploradores. Têm a fofoca como arma. Usam palavras certas para conseguir o que querem. Usam de emoções diversas para mudar decisões dos outros. Eles querem o que você tem ou quer. Seguem seu rastro para conquistar o que você quer. Têm histórias para justificar ações e comportamentos. Eles sabem extrair informações e fazer você fazer o que querem. Afinal, sabem suas fraquezas. Eles exploram sua generosidade e sua consciência social e raramente dão algo em troca. São fáceis de serem identificados e precisam ser desmascarados.

Os astutos

Todas as vezes que abrem a boca são prejudiciais; causam problemas; gostam de gritar; criticam tudo que se faz; têm observações irritantes, que ofendem e magoam. Têm comentários desagradáveis. Questionam sua honestidade, diligência ou habilidade. Cobram constantemente. Abaixam quaisquer autoestimas. Estão sempre pensando em conquistar, custe e que custar. Não se deixe subornar; não ature.

Os estressados

Temos todos os tipos de emoções. A vida faz testes em tempo integral. Precisamos sobreviver às tensões. Mas há os exagerados: os preocupados com tudo em excesso. Eles sempre aparecem e nos envolvem com seus problemas, sem parar ou exageradamente. Têm enorme fragilidade enorme com as coisas da vida.

Fonte: https://www.lifehack.org/…/10-toxic-people-you-should-just-…

A vida é para ser vivida em sua integralidade, sim; mas com equilíbrio inclusive quanto às pessoas que colocamos em nossas redes sociais, virtuais ou não. Elas trazem emoções que nós não merecemos. Atenção!

Referência

LIFEHACK. 10 toxic people you should just get rid of. Disponível em: https://www.lifehack.org/…/10-toxic-people-you-should-just-…

Publicado em 14 de julho de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

NUNES, Claudia Menezes. Círculo social: bem ou mal? Revista Educação Pública, v. 20, nº 26, 14 de julho de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/26/circulo-social-bem-ou-mal

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