Consolidar territorialização, pautar plataformas de sociabilidades

Marcelo Calderari Miguel

Especialista em estatística (UFES), pesquisador do PIICT (UFES)

Movimento e cumplicidade, a consolidação da territorialização

Tenho em mim uma rede de palavras.
Entre cinco e seis as que mais uso.
Palavras abraçadas e entrelaçadas.
Uma a uma ‘coletadas’ num arranjo bruto.

Queria combiná-las com cravo e canela.
Tangenciar as circunstâncias um nobre sabor.
Aquilo que a vida ‘me pede’ não é o mesmo que me ressoa.
Chame um serafim, o santo viver é uma construção sem fim! Ai de mim, ai de mim!

A passional e cambial porventura está no ocular movimento.
A social rede não faz a transformação do espetáculo e sim o resplandecente olhar.
Cumplicidade e poemas de candura nem sempre o ‘adverso viver’ vai reservar...

Minhas habilidades não podem se limitar à rotina.
E buzinar uma marginal poesia não retrata a mais autêntica rima...
O lance é sair da zona de conforto e fazer nova trilha – ‘driblar’ é jogo da vida.

Coreto, liberdade e praça

CORETO
Ar livre situado.
Adornada cobertura.
Abriga festas e bandas.
De vida enche a cidade.
Guarda algumas peculiaridades.
Tradicional espaço de cultura e lazer.
Quanto mais preservado melhor lugar de encontro se torna.
Constitui um rol de elementos artísticos característicos muitas vezes importados.
Diante de um aterro descampado o equipamento é usado até para políticas apresentações.
Visando a muitos informar o urbano monumento irradia luz na pública praça.
Ainda é palco de criança, de casal enamorado, selfie e ensaio de largo abraço.
Debruçado em batente, sob o luar ou sol quente ele é orgulho dos habitantes.
Carrossel de trova e circula semirroda convidativa a um cidadão protagonizar.
Melancólica arena tal como caixinha de bailarina em penteadeira numa casa.
Vivaz armação espelha olhares e uso de crianças, jovens, idosos e tudo o mais.
Dá uma sensação de paz, amor, festejos, sarau, poesia, teatro e um concerto.
Um cerco sensível capaz embrulhar sonho, casamento, conquista ovacionar.
Referencia aos visitantes e turistas da cidade, símbolo de arquitetura e cultural paz.
O coreto da Praça da Liberdade possui eclético estilo e uma bela estrutura metálica.
Escondidos debaixo de uma tinta há os tons de prata nas grades e francesas mãos.
A rosa dos ventos que piso estampa muito se assemelha com o torreão da liberdade.
Apresentações da banda do Primeiro Batalhão da Brigada Policial era inerente praxe.

Ufes em bodas de ébano: no fechar das histórias escreve-se valores

Autonomia didático-científica, administrativa e na gestão financeira e patrimonial tens.
Luta por múltiplos avanços científicos, tecnológicos, educacionais, culturais e sociais.
Atuação calcada na ética e na indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
Oportuniza o desenvolvimento sustentável no âmbito regional, nacional e internacional.
Respeito reporta à justiça, à equidade social, à liberdade de pensamento e de expressão.

Diversificada é a sua carta de serviços – que açula empreendedoras ações e propala:
Estudar na Ufes ‘não tem preço. Tem valores!’. Isso posto, a entidade expressa ser...

Qualificada
Universidade
Educacional e
Importante
Reduto de
Organização e de
Zelo sistemático.

Acessibilidade é um norteador, bem como é pilar das sua atuações na comunidade.
Referencial de qualidade da autárquica instituição vinculada ao Ministério da Educação.
Avoca fomentar conhecimentos de inovações – contribuir então com a cidadã formação.
Única instituição é – do Estado do Espírito Santo – que revalida diplomas estrangeiros.
Junta diversos serviços: teatro, cinema, galeria de arte, biblioteca, planetário, museus...
Oferta ainda serviços de saúde por meio do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes.

Pautar e pontuar uma plataforma de sociabilidades: no cume o amor havia e impera

No ano em que nasci surgiu ‘o Espírito Santo na história, na lenda e no folclore’...
Quanta coisa li ali, a divinal e santa mão cantava os notáveis monumentos.
Um do mais que impressionava era sobre a natureza – O Frade e a Freira.

Hum... Estas duas e imensas ‘penedias’ encimaram contorno ao verdejante ‘cerro’.
Caprichado natural esculpe-se no ‘granito’ religiosos perfeitos, num montante ensejo.
E com mínimos detalhes a estupenda formação rochosa retrata que em épocas remotas,
Viveram naquela paragem um frade e uma freira impossibilitados de união concluir.
E Deus por piedade, vendo-os fiéis nos votos que professaram, converteu-os em roca.

Assim granito que tanto eterniza, acima dos apuros imortaliza o castiçal e santo amor.
Trabalha e confia que apesar dos penhascos da vida – o Senhor honra toda fraga penha.

Macunaíma! Pardos são os gatos todas as noites

Minha cor é sem dor?
Qual cor, a que etnia me pertenço?
A raça muitas vezes não é simplificador rotular.
Queria ter um laser certeiro para a genética exata lhe informar.
Cientistas podem dizer ser subjetivo classificar, outros nem tanto e
Logo pronunciar que está claro e evidente o visual tem o poder, hereditariza-se
Na face, cara nua e dura do Ser... A pele alimenta o caracterizar? Sim, certo faceiro!
Meu moreno e minha doce canela têm como ressaltar que os genótipos definem ser?
Muitas são crenças, outras memórias, a raiz de uma adversa acuidade e salutar degradê.
Fenótipos e genótipos fora em Michael de certo modificados? Jackson traz polêmica.
A estética inova o mito da musicalidade, história essa que pouco a medicina traz.
E cinematográfica arte diz filosófica questão: à flor da pele; a pele que habito!
Até que ponto a ciência muda a identidade, provoca sim metamorfoses.
Mudar a cor da pele, seleciona genes e inova na artificial natureza.
Dor, rupturas e continuidades na social formação brasileira.
Geolocalizador e encontros numa boa reforma psiquiátrica.
Inquietações muitas e tão vastas com sapatilhas de balé.
Entre albinos, recessivos e dominantes eixos.
Somos todos iguais e diferentes seres.
A justiça é balança torta talvez.
Venda no olhar demonstra
A imparcialidade ou
Uma mixar turbidez
Da mestiçagem.
Ser pardo é
Dilema.
Pardo
Sou!

Publicado em 01 de setembro de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

MIGUEL, Marcelo Calderari. Consolidar territorialização, pautar plataformas de sociabilidades. Revista Educação Pública, v. 20, nº 33, 1 de setembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/33/consolidar-territorializacao-pautar-plataformas-de-sociabilidades

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