Análise da correlação entre a média de alunos por turma na taxa de rendimento de alunos nas escolas públicas de ensino médio no Município do Rio de Janeiro

Leonardo Ferreira Bezerra

Doutorando em Administração (Unigranrio), mestre em Avaliação (Cesgranrio), administrador de Empresas (UERJ), analista em Ciência e Tecnologia como Administrador de RH na Comissão Nacional de Energia Nuclear

Clayton Pereira Gonçalves

Doutorando em Administração (Unigranrio), mestre em Administração (PPGA/Unigranrio), professor assistente (UNIR)

Diego de Oliveira da Cunha

Mestre em Administração (Unigranrio), analista Gestão de Saúde da Prefeitura de Niterói, professor (ENSP/Fiocruz)

Francisco Lindoval de Oliveira

Licenciado em Turismo (UNIRIO), especialista em EJA (UFF), e em Gestão Escolar (Senac-São Paulo), gestor de secretaria escolar (Senac-Rio)

A Educação tem sido tema recorrente de vários tipos de pesquisa acadêmica, pois ao longo dos anos percebeu-se a necessidade de melhorar a gestão das instituições de ensino. A Constituição Federal (Brasil,1988), em seu Art. 6º, determina que a Educação seja um direito social garantido a todos os brasileiros. Os Arts. 205 a 214 da Carta Magna organizam e dão as diretrizes para o desenvolvimento da Educação no Brasil. Em relação à organização, é descrito que os municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, os estados atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e Médio. Vale destacar que é o ensino é livre à iniciativa privada, mediante a aprovação e avaliação da qualidade pelo Estado. A seguir o Art. 214 do documento (Brasil,1988):

Art. 214. A lei estabelecerá o Plano Nacional De Educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: 
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto.

Outro ponto importante é que nos últimos anos o governo está propondo reformas no Ensino Médio com o objetivo de melhorar sua qualidade, demonstrando a preocupação de nossos governantes com os rumos da educação intermediária no Brasil; entre essas medidas estão as seguintes legislações: Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 55, Projeto de Lei (PL) nº 867/15 e a MP nº 746/16 (Lei nº 13.415/17).

A partir desse artigo, percebe-se a preocupação em melhorar continuamente a qualidade da educação e estabelecer metas de aplicação dos recursos públicos. Por isso, é importante o desenvolvimento de indicadores que possam mensurar a qualidade no ensino para que sejam gerados insumos com o intuito de auxiliar na tomada de decisões relacionadas à melhoria na prestação do serviço e destinação de recursos públicos. Logo, indicadores de ensino podem ser importantes dados para a melhoria do desenvolvimento de ações e reflexões sobre políticas públicas na área da Educação.

Neste estudo foi utilizada a Base de Dados do Portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que, em sua página digital, apresenta os indicadores educacionais que conferem valor estatístico à qualidade do ensino, não se focando apenas no desempenho dos alunos, mas também no contexto econômico e social em que as escolas estão inseridas, contribuindo para a criação de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de ensino.

É relevante a contextualização do INEP, que, de acordo com Lourenço Filho (2005), foi fundado em 1937, por meio do Projeto Capanema, sendo convertido na Lei n° 378, de 13 de janeiro de 1937; entre suas finalidades, à época, estava realizar pesquisas sobre problemas no ensino e seus diferentes aspectos, tendo como principal agenda ser o centro de estudos de todas as questões educacionais relacionadas com o Ministério da Educação e Saúde.

Atualmente, o INEP é vinculado ao Ministério da Educação, e em seu eixo central está reorganizar o sistema de levantamento estatístico e avaliar o sistema educacional brasileiro; a partir da leitura do seu regimento, Portaria n° 2.255 (Ministério da Educação, 2003), podemos observar suas principais finalidades:

- Organizar e manter o sistema de informações e estatísticas educacionais;
- Planejar, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliação educacional para o estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino;
- Apoiar o Distrito Federal, os estados e os municípios no desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliação educacional;
- Desenvolver e implementar sistemas de informação e documentação com estatísticas, avaliações educacionais, práticas pedagógicas e gestão das políticas educacionais;
- Subsidiar a formulação de políticas por meio da elaboração de diagnósticos e recomendações decorrentes da avaliação da educação básica e superior.

Assim, conforme descrito nas finalidades do INEP, percebe-se que está em seu escopo elaborar e mensurar indicadores estatísticos que possam ser utilizados como subsídio para a tomada de decisões relacionadas a políticas públicas na área educacional. Ao acessar o portal do INEP, é possível visualizar indicadores históricos; a Figura 1 enumera os tipos de relatórios que podem ser obtidos no portal:

Quadro 1: Indicadores educacionais do INEP

Fonte: INEP (2015).

Referencial teórico

Será realizada uma pesquisa com método quantitativo. O instrumento de pesquisa escolhido foi a regressão linear, por meio da utilização do programa IBM SPSS Statistics; de acordo com Field (2009), a análise da regressão é uma forma de prever algum tipo de saída com base em uma ou mais variáveis. A seguir será explicado de forma mais minuciosa cada indicador escolhido.

O primeiro indicador extraído foi a Taxa de Rendimento dos alunos, escolhido como variável dependente, pois se infere que o rendimento final de um aluno pode ser influenciado por diversos fatores. Foram retirados os dados de 2010 a 2016. A equação a seguir define o que representa esse indicador.

Figura 1: Equação da Taxa de Rendimento
Fonte: INEP (2015).

O segundo indicador foi a variável independente Média de Horas Diárias; essa variável remete ao tempo médio de horas diárias de aula de uma escola. Foram retirados os dados de 2010 a 2016.  Por meio da equação a seguir, é possível ter uma visão sobre a que esse indicador se refere.

Figura 2: Equação da Média de Horas Diárias
Fonte: INEP (2015).

O terceiro indicador escolhido foi a variável dependente Média de Alunos por Turma; essa variável remete ao número de alunos por turma, em média, de cada escola. Foram retirados os dados de 2010 a 2016. É possível entender como esse indicador foi estruturado pela fórmula a seguir.

Figura 3: Equação da Média de Alunos por Turma
Fonte: INEP (2015).

Esta pesquisa apresenta as seguintes limitações: os anos escolhidos foram de 2010 a 2016, em função de esse ser o período no qual os três indicadores têm dados disponíveis a serem extraídos. Em relação ao local, foi escolhido o Estado do Rio de Janeiro, em função de ter uma população extensa de colégios que podem contribuir para a significância da amostra. Por último, optou-se por selecionar apenas escolas que disponibilizam Ensino Médio; são 20.069, de acordo com o Censo Escolar da Educação Básica – Notas Estatísticas (INEP, 2017), no Rio de Janeiro; o objeto de estudo desse arquivo diminui para 2.076 colégios.

Foi escolhido o Estado do Rio de Janeiro, pois percebeu-se um fato relevante: esse estado ocupa o 2° maior PIB do Brasil (IBGE, 2018), entretanto está apenas em 11° lugar no Brasil em educação no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Centro de Liderança Pública, 2018). As tabelas a seguir consolidam os dados obtidos de acordo com as delimitações citadas no parágrafo anterior, ou seja, escolas públicas de nível médio na cidade do Rio de Janeiro.

Tabela 1: Índices de nível médio em escolas públicas no Rio de Janeiro de 2010 a 2016

Público - Nível Médio

Ano

Taxa de aprovação (%)

Média de Horas Diárias

Alunos por turma

2010

58,1

5,3

35,9

2011

60,3

4,9

33,7

2012

67,4

5,2

32,4

2013

72,9

5,3

32,1

2014

72,3

5,4

31,1

2015

76,5

5,6

30

2016

67,5

5,5

32,0

O último indicador escolhido nesta pesquisa foi a Média das Rendas Domiciliares; justifica-se essa escolha por ser fator macroeconômico, o que poderá agregar os dados mais limitados à Educação a um indicador mais amplo. De acordo com o IBGE (2004), essa variável pode ser definida como:

Média das rendas domiciliares per capita das pessoas residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Considerou-se como renda domiciliar per capita a soma dos rendimentos mensais dos moradores do domicílio dividida pelo número de seus moradores.

Nos anos de 2010 a 2016, esse índice teve os seguintes resultados no Estado do Rio de Janeiro:

Tabela 2: Média das Rendas Domiciliares per capita no Rio de Janeiro de 2010 a 2016

Ano

Média das rendas domiciliares (em R$)

2010

1.162,22

2011

1.152,44

2012

1.213,84

2013

1.302,80

2014

1.435,48

2015

1.285,00

2016

1.429,00

Este estudo se justifica pela necessidade de entender as correlações entre diferentes indicadores, assim como um fator pode influenciar na taxa de aprovação de alunos, auxiliando assim a tomada de decisão de gestores educacionais, educadores e demais profissionais da área educacional.

Assim, o objetivo desta pesquisa é verificar os impactos das variáveis: Média de Horas-Aula Diárias, Média de Alunos por Turma e Média das Rendas Domiciliares per capita no Rio de Janeiro na Taxa de Rendimento dos Alunos nas escolas públicas de Ensino Médio da cidade do Rio de Janeiro nos anos de 2010 a 2016.

Metodologia

A pesquisa quantitativa tem características próprias, pois suas raízes estão no pensamento positivista lógico; assim, enfatiza as regras da lógica e objetos possíveis de ser mensurados sob a ótica do homem (Gerhardt; Silveira, 2009). Esta citação de Fonseca (2002, p. 20) auxilia no entendimento deste tipo de pesquisa:

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.

O instrumento de pesquisa escolhido foi a regressão linear, com a utilização do programa IBM SPSS Statistics; de acordo com Field (2009), a análise da regressão é uma forma de prever algum tipo de saída a partir de uma ou mais variáveis. Os dados obtidos nesta pesquisa serão analisados de acordo com o roteiro a seguir.

Quadro 2: Média das Rendas Domiciliares per capita no Rio de Janeiro de 2010 a 2016

Etapa

Descrição

1ª Etapa

Executar no IBM SPSS Statistics uma regressão múltipla com quatro variáveis nas escolas públicas

2ª Etapa

Analisar os dados da regressão e identificar correlações e significância das variáveis no modelo da 1ª Etapa

3ª Etapa

Eliminar as várias não significantes

4ª Etapa

Executar um novo modelo IBM SPSS Statistics, de acordo com a análise da 2ª Etapa

5ª Etapa

Executar no IBM SPSS Statistics uma regressão

6ª Etapa

Analisar os dados obtidos

Análise de resultados

1º Modelo: Regressão múltipla com as variáveis Taxa de Rendimento dos Alunos, Média de Horas por Dia, Média de Alunos por Turma e Rendimento Domiciliar Médio.

Estatísticas descritivas

Indicadores

Média

Desvio padrão

N

Taxa de Rendimento dos Alunos

67,8571

6,73940

7

Média de Horas por Dia

5,3143

,22678

7

Média de Alunos por Turma

32,4571

1,89812

7

Rendimento Domiciliar Médio

1282,9690

116,46050

7

Correlações

 

Taxa de Rendimento dos Alunos

Média de Horas por Dia

Média de Alunos por Turma

Correlação de Pearson

Taxa de Rendimento dos Alunos

1,000

,658

-,936

Média de Horas por Dia

,658

1,000

-,564

Média de Alunos por Turma

-,936

-,564

1,000

Rendimento Domiciliar Médio

,624

,658

-,648

Sig (1 extremidade)

Taxa de Rendimento dos Alunos

.

,054

,001

Média de Horas por Dia

,054

.

,094

Média de Alunos por Turma

,001

,094

.

Rendimento Domiciliar Médio

,067

,054

,058

N

Taxa de Rendimento dos Alunos

7

7

7

Média de Horas por Dia

7

7

7

Média de Alunos por Turma

7

7

7

Rendimento Domiciliar Médio

7

7

7

Correlação de Pearson

De acordo com a análise das correlações acima, a variável independente que mais influencia a Taxa de Rendimentos dos Alunos (variável dependente) é a Média de Alunos por Turma. Assim, nesse resultado a correlação entre a Média de Alunos por Turma e a Taxa de Rendimento dos Alunos é de -0,936, o que indica que existe relação negativa alta entre as variáveis. A correlação de Pearson entre a Taxa de Rendimento dos Alunos e a Média de Horas por Dia é 0,658, e a Taxa de Rendimento dos Alunos e o Rendimento Domiciliar Médio é 0,67. Assim, ambas as relações são positivas e moderadas, com o grau de influência bem próximo; logo, pode-se retirar uma das variáveis dependentes, pois não irá influenciar a equação.

Resumo do modelob

Modelo

R

R quadrado

R quadrado ajustado

Erro padrão da estimativa

Estatísticas de mudança

Alteração de R quadrado

Alteração F

1

,951a

,905

,810

2,94074

,905

9,504

Resumo do modelob

Modelo

Estatísticas de mudança

df1

df2

Sig Alteração F

1

3a

3

,048

a. Previsores: (Constante), Rendimento Domiciliar Médio, Média de Alunos por Turma, Média de Horas por Dia

b. Variável dependente: Taxa de Rendimento dos Alunos

ANOVAa

Modelo

Soma dos Quadrados

df

Média dos Quadrados

F

Sig

1

Regressão

245,679

2

122,840

18,309

,010b

Residual

26,838

4

6,709

   

Total

272,517

6

     

a. Variável dependente: Taxa de Rendimento dos Alunos

b. Previsores: (Constante), Rendimento Domiciliar Médio, Média de Alunos por Turma, Média de Horas por Dia

O R² ajustado é a porcentagem de variação na resposta que é explicada pelo modelo, ajustada para o número de preditores do modelo em relação ao número de observações. Sendo calculado como 1 menos a razão entre o quadrado médio do erro (QME) em relação ao quadrado médio total. Quanto maior esse índice, melhor o modelo ajusta corretamente os dados (Field, 2009).

Nessa equação, o R² é de 90%, demonstrando que o modelo explica bem os dados. Entretanto, podemos afirmar que não há regressão, pois Sig é maior que 0,5. Assim, esse modelo foi descartado, sendo necessário identificar as variáveis que geraram o Sig de 0,10. A partir da interpretação do quadro a seguir é possível identificar as variáveis em questão.

Coeficientesa

Modelo

Sig

Intervalo de confiança 95,0% para B

Correlações

Limite inferior

Limite superior

Ordem zero

1

(Constante)

,084

-34,620

310,087

 

Média de Horas por Dia

,419

-16,275

29,787

,658

Média de Alunos por Turma

,037

-5,788

-,342

-,936

Rendimento Domiciliar Médio

,769

-,054

,044

,624

Ao analisar os coeficientes, observa-se que o Sig está maior que 0,05 nas variáveis Média de Horas por Dia e Rendimento Domiciliar Médio; assim, essas variáveis serão excluídas e um novo modelo será executado, apenas com a variável dependente de Média de Alunos por Turma.

2º Modelo:Regressão simples com as variáveis Taxa de Rendimento dos Alunos e Média de Alunos por Turma.

Estatísticas descritivas

Indicadores

Média

Desvio padrão

N

Taxa de Rendimento dos Alunos

67,8571

6,73940

7

Média de Alunos por Turma

32,4571

1,89812

7

Correlações

 

Taxa de Rendimento dos Alunos

Média de Alunos por Turma

Correlação de Pearson

Taxa de Rendimento dos Alunos

1,000

-,936

Média de Alunos por Turma

-,936

1,000

Sig (1 extremidade)

Taxa de Rendimento dos Alunos

.

,001

Média de Alunos por Turma

,001

.

N

Taxa de Rendimento dos Alunos

7

7

Média de Alunos por Turma

7

7

De acordo com a análise das correlações acima, a variável independente que mais influencia a Taxa de Rendimento dos Alunos (variável dependente) é a Média de Alunos por Turma. Assim, nesse resultado a correlação entre Média de Alunos por Turma e Taxa de Rendimento dos Alunos é -0,936, o que indica que existe relação negativa alta entre as variáveis.

Resumo do modelob

Modelo

R

R quadrado

R quadrado ajustado

Erro padrão da estimativa

Estatísticas de mudança

Alteração de R quadrado

Alteração F

1

,936a

,877

,852

2,59307

,877

35,529

Resumo do modelob

Modelo

Estatísticas de mudança

df1

df2

Sig Alteração F

1

1a

5

,002

a. Previsores: (Constante), Média de Alunos por Turma

b. Variável dependente: Taxa de Rendimento dos Alunos

Nessa equação o R² é de 93%, demonstrando assim que o modelo explica bem os dados. O Sig no valor de 0,02 mostra que há possibilidade de regressão.

ANOVAa

Modelo

Soma dos Quadrados

df

Média dos Quadrados

F

Sig

1

Regressão

238,897

1

238,897

35,529

,002b

Residual

33,620

5

6,724

   

Total

272,517

6

     

a. Variável dependente: Taxa de Rendimento dos Alunos

b. Previsores: (Constante), Média de Alunos por Turma

O F calculado é de 35,52 e o F tabelado é de 230,2. Diante desse resultado, há regressão linear.

Coeficientesa

Modelo

Coeficientes não padronizados

Coeficientes padronizados

t

Sig

B

Erro padrão

Beta

1

(Constante)

175,756

18,128

 

9,695

,000

Média de Alunos por Turma

-3,324

,558

-,936

-5,961

,002

  1. Variável dependente: Taxa de Rendimento dos Alunos

De acordo com o quadro de coeficientes anterior, a equação do modelo é: Taxa de Rendimento dos Alunos = 175,75 - 3,32(Média de Alunos por Tuma). A seguir foi gerado o gráfico de reta da equação em questão.

Figura 4: Gráfico de Reta da Equação f(x) = 175,75 – 3,32x

Coeficientesa

Modelo

Intervalo de confiança 95,0% para B

Correlações

Limite inferior

Limite superior

Ordem zero

Parcial

Parte

1

(Constante)

129,155

222,357

     

Média de Alunos por Turma

-4,758

-1,891

-,936

-,936

-,936

Coeficientesa

Modelo

Estatísticas de colinearidade

Tolerância

VIF

1

(Constante)

   

Média de Alunos por Turma

1,000

1,000

De acordo com Field (2009), para verificar a inexistência de multicolinearidade usam-se os valores de VIF. Se esses valores forem menores que 10, não deve haver motivos para preocupação. No modelo em questão esse indicador ficou com 1 ponto; assim está em conformidade com os padrões propostos.

Análise geral

Diante dos resultados do estudo, percebe-se, de acordo com a correlação de Pearson, que a Média de Alunos por Turma tem grande influência na Taxa de Rendimentos dos Alunos de forma negativa, ou seja, quanto mais alunos há em uma turma pior o desempenho escolar deles. Além disso, todos os testes estatísticos demonstram que o modelo explica o fenômeno.

Conclusão

Diante do resultado apresentado, as autoridades podem entender como o quantitativo de alunos pode influenciar a taxa de rendimento. De acordo com a análise, quanto menor a turma, maior será sua taxa de rendimento. Então recomenda-se que cresçam os investimentos em escolas públicas que disponibilizam o nível médio com a finalidade de aumentar o número de turmas e, consequentemente, diminuir a média de alunos por turma. Com essas medidas, de acordo com os resultados deste estudo, a Taxa de Rendimento dos Alunos irá aumentar, ou seja, haverá melhor aprendizado dos alunos.

Assim, propõe-se que seja refletido a questões associadas a políticas públicas e gestão das escolas do Rio de Janeiro; sugere-se que as turmas sejam menores para que o desempenho dos alunos seja melhorado.

Referências

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Orgs.). Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produto Interno Bruto dos Municípios. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?=&t=downloads. Acesso em: 02 jul. 2018.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo Escolar da Educação Básica - notas estatísticas. Brasília: Inep, 2017.

______. Indicadores EducacionaisDisponível em: http://bve.cibec.inep.gov.br/indicadores-educacionais. Acesso em: 12 jun. 2018.

LOURENÇO FILHO, M. B. Antecedentes e primeiros tempos do Inep. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 86, nº 212, p.179-185, jan. 2005.

Publicado em 22 de setembro de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

BEZERRA, Leonardo Ferreira; GONÇALVES, Clayton Pereira; CUNHA, Diego de Oliveira da; OLIVEIRA, Francisco Lindoval de. Análise da correlação entre a média de alunos por turma na taxa de rendimento de alunos nas escolas públicas de ensino médio no Município do Rio de Janeiro. Revista Educação Pública, v. 20, nº 36, 22 de setembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/36/analise-da-correlacao-entre-a-media-de-alunos-por-turma-na-taxa-de-rendimento-de-alunos-nas-escolas-publicas-de-ensino-medio-no-municipio-do-rio-de-janeiro

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.