O adoecimento do professor da Educação Básica no Brasil: apontamentos da última década de pesquisas

Kelen Braga do Nascimento

Psicóloga (Ulbra, câmpus Santa Maria), pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo), psicoterapeuta clínica

Carlos Eduardo Seixas

Mestre em Psicologia da Saúde (UFSM), especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto WP), professor de cursos de aperfeiçoamento e especialização, formado em Terapia do Esquema (Instituto WP), psicólogo (Universidade Franciscana), docente em pós-graduação (Instituto Cognitivo), ex-membro da Comissão de Saúde Mental de Santa Maria, membro da Sociedade Brasileira de Terapias Cognitivas, psicoterapeuta clínico cognitivo-comportamental

A Psicologia tem apontado cada vez mais para a importância do trabalho na vida mental dos indivíduos, bem como a influência de fatores laborais na saúde e qualidade de vida destes. O adoecimento psicológico por meio do trabalho tem ressaltado cada vez mais a necessidade de investigações quanto aos fatores prejudiciais à saúde mental do trabalhador presentes nas atividades ocupacionais (Codo, 2007). Uma das profissões que provocam forte preocupação referente à saúde mental é a docência, especialmente em relação aos profissionais que atuam na Educação Básica brasileira.

A atuação no campo da Educação envolve um enorme contingente de desafios e responsabilidades ao trabalhador, uma vez que o profissional se depara com inúmeras situações que vão além do ato de ensinar. Adentram na escola os reflexos de todas as mazelas sociais, que envolvem as famílias, os alunos e mesmo o ato de ensinar.  Adoecido, o professor, formador de todos os demais profissionais, se vê sem condições de exercer a profissão que escolheu para a sua vida, deixando também a escola e a sociedade carentes de sua contribuição social (Carlotto, 2010).

O professor do nível básico de ensino possui papel significativo para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e adolescentes, uma vez que a fase da escolarização é fundamental na constituição psicológica destes, é também o principal mediador do aluno ante a educação formal. Considerando-se a relevância do papel social dos professores, entende-se o impacto que o adoecimento docente acarreta não somente ao trabalhador, mas também à escola e a sociedade como um todo (Tardif, 2005).

Na atualidade, a Psicologia tem sido convocada ao espaço escolar e educacional para auxiliar esse profissional diante das problemáticas que permeiam o fazer docente. São inúmeras as queixas da escola, e uma das mais preocupantes é, sem dúvida, a adoecimento psicológico do docente pelo trabalho. Diante destas constatações, é válido questionar: o que as pesquisas têm apontado em relação à saúde mental do professor de Educação Básica no Brasil? Quais fatores têm sido apontados como contribuintes para o adoecimento do professor no Brasil nos últimos 10 anos, levando-o ao adoecimento e mesmo ao abandono da profissão?

Compreender o que tem levado o docente brasileiro ao adoecimento é fundamental para se fortalecer ações de prevenção e promoção de saúde a esse trabalhador, contribuindo também na melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. O olhar para as pesquisas da última década permite uma visão mais ampla dos problemas que tem persistido no dia a dia do trabalho docente, trazendo sofrimento a este profissional, avanços e retrocessos em saúde mental no trabalho, bem como os pontos que ainda necessitam de maior investigação.

Dessa forma, a presente pesquisa se propôs a realizar uma revisão sistemática da literatura como objetivo de identificar os principais sinais e tipos de adoecimentos mentais em professores brasileiros da Educação Básica e seus fatores associados, apontados em estudos dos últimos 10 anos. Para tal, foram selecionados 25 artigos das bases de dados da SciELO, BVS, Lilacs, os quais foram triados criteriosamente a fim de compor a presente revisão. Este trabalho aborda também a relação saúde mental e trabalho, especialmente no caso do professor de Educação Básica no Brasil, atentando para as questões epidemiológicas e fatores causais que comprometem o trabalhador do campo educacional. Dessa forma, a pesquisa pretende contribuir com a questão da saúde mental do docente no Brasil.

Trabalho, estresse e adoecimento

A atividade laboral não se constitui apenas como tarefa cotidiana dos indivíduos para a garantia de seu sustento e sobrevivência, mas também possui um papel de importância na sua vida mental. O trabalho confere um significado à vida do trabalhador e possui a capacidade de integrar à identidade social de cada individuo, da qual depende muito de sua autoestima e autoconceito. Desse modo, se constitui como um importante fator para a saúde dos sujeitos, para o seu desenvolvimento emocional, moral e cognitivo, assim como para o seu reconhecimento em sociedade (Figueiras; Hipert, 2007). Codo (2007) destaca a forma como o trabalho organiza a vida mental do indivíduo, o qual possui uma relação dupla de transformação entre o homem e a natureza. 

Todavia, tem-se reconhecido fatores de risco à saúde mental do trabalhador presentes na organização do trabalho, o que tem chamado a atenção dos serviços de vigilância em saúde, uma vez que se verifica o impacto de características presentes no trabalho sobre a qualidade de vida do trabalhador (Sato, 2005). A partir da perspectiva dos estudos epidemiológicos, vem aumentando o número das pesquisas e análises que demonstram a relação do trabalho como o adoecimento psiquiátrico, a qual é reconhecida também pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) (Seligman-Silva, 2016).

O nexo causal entre trabalho e doença tem-se estabelecido como uma área delicada de estudo, uma vez que implica a afirmação de causalidade entre as duas variáveis, ou seja, a afirmação do trabalho como um agente capaz de causar adoecimento ao indivíduo. Essa relação é ainda mais delicada quando se fala no adoecimento mental, uma vez que leva a questionar se o adoecimento pode ser decorrente de características particulares da psique do sujeito ou se realmente determinados ambientes e dinâmica de trabalho acarretam prejuízos à saúde mental (Jaques, 2007).

Segundo Jacques (2007), a Psicologia precisou ressignificar a relação entre saúde mental e trabalho, uma vez que, no início da história dessa ciência, o trabalho ocupava uma posição secundária, restringido este a um campo de aplicação dos conhecimentos psicológicos ou como um dos indicativos de uma normalidade e adaptação. Porém, segundo a autora, com o advento da Revolução Industrial e a implantação dos modelos taylorista e fordista, foi-se identificando o trabalho como uma potencial fonte de sofrimento, contribuindo então para a visibilidade aos efeitos do trabalho sobre o psiquismo.

Essa percepção também se deu através dos estudos sobre o estresse, que tomou uma relação importante na conexão entre trabalho e saúde. Selye (1907-1982), endocrinologista canadense, foi precursor nos estudos dos efeitos do estresse nos organismos, que o definiu como “o estado manifesto por uma síndrome especifica que consiste em todas as mudanças não especificas induzidas dentro de um sistema biológico” (Selye, 1965, p. 54 apud Benevides-Pereira, 2002, p. 25). Desse modo, o estresse ocorre quando o indivíduo avalia que as demandas internas ou externas excedem a sua capacidade para lidar com elas (Lazarus, 1995 apud Machado et al., 2013).

Selye comparou o estresse com o conceito da física de pressão, esforço ou tensão, resultando em deformidade. Seria este, então, “o estado de um sujeito que resulta da interação do organismo com os estímulos ou circunstâncias nocivas ambientais” (Wallau, 2003, p. 23). O estresse não é de todo negativo para o indivíduo, pois é uma resposta natural do organismo ante um estimulo estressor. Um processo de ajuste adaptativo deste a fim de retornar ao estado de equilíbrio, tendo então a função de ajustar a homeostase do organismo e de melhorar sua capacidade para a sobrevivência (Benevides-Pereira, 2002).

Segundo a teoria de Selye, o estresse seria decorrente da Síndrome de Geral de Adaptação (SGA), a qual consiste em reações sistemáticas do corpo diante de situações estressoras, podendo desenvolver-se em três fases:

  1. Fase de Alarme, quando ocorre imediatamente após o reconhecimento de uma situação estressora;
  2. Fase de Resistência, visando reduzir a situação de estresse mobilizando defesas naturais do indivíduo, na qual nota-se maior ansiedade, irritabilidade no individuo;
  3. Fase de Esgotamento ou Exaustão, em que o organismo tem esgotado os seus recursos e perde progressivamente sua capacidade de defesa diante do estresse, gerando adoecimento. É neste último estágio em que, diante de um estado crônico de estresse, pode surgir o que foi denominado síndrome de burnout (Wallau, 2003).

Wallau (2003) chama a atenção para o estresse que ocorre devido às demandas e características presentes no trabalho, o estresse ocupacional. A autora traz o estresse no trabalho como um fenômeno pessoal e social cada vez mais frequente, que acarreta consequências significativas em nível intelectual e organizacional, além de expandi-las para as demais áreas da vida do indivíduo, ocasionando, além de problemas mentais, doenças físicas (Wallau, 2003).

A síndrome de burnout é decorrente da cronificação de um estado de estresse e está associada diretamente à atividade laboral exercida pelo indivíduo, mais comumente encontrada em ocupações assistenciais, como na área da saúde e educação. Este é um tipo de adoecimento comumente referido quando se aborda a influência do trabalho na saúde mental dos indivíduos, além de uma série de outros acometimentos biopsicossociais decorrentes das atividades laborais dos sujeitos (Benevides-Pereira, 2002).

Vasconcelos (2008) ressalta que o aumento de registro de doenças relacionadas ao trabalho a cada ano, bem como as modificações nas relações sociais de produção, tem instigado os pesquisadores a investigar a relação entre o surgimento de doenças (físicas, mentais ou psicossomáticas) e a organização do trabalho. Atualmente, existem cerca de 12 grupos de doenças mentais na relação específica dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho, destacando-se o alcoolismo crônico, episódios depressivos, estados de estresse pós-traumáticos, neurastenia (síndrome da fadiga crônica), neurose profissional, transtornos do sono e a síndrome de burnout (Brasil, 2001).

 Seligmann-Silva (2013, p. 212) destaca questões sociais que vêm colaborando para o aumento de doenças mentais na população trabalhadora na atualidade:

além do que se modificou no mundo do trabalho, várias grandes mudanças têm sido consideradas nos impactos produzidos sobre a sociogênese dos distúrbios mentais: mudanças socioambientais, demográficas (migrações, aumento da população idosa), urbanização desordenada, hipertrofia das metrópoles, intensificação da velocidade dos meios de transporte e de comunicação, aumento da violência em muitos contextos, poder das mídias, expansão tecnológica em geral, além de tantas outras que afetaram a cultura – os modos de perceber o mundo e andar na vida.

Dessa forma, é visível a importância do trabalho na saúde mental dos indivíduos, necessitando-se então de um olhar atento para os aspectos que podem tornar a atividade laboral um fator de adoecimento. Assim, diante do conhecimento do impacto que a realidade da organização do trabalho acarreta ao trabalhador, é possível efetuar ações para a prevenção e promoção de saúde no contexto laboral.

Educação Básica e docência no Brasil

A docência é, historicamente, uma profissão sobre a qual têm-se depositado muitas expectativas e demandas. Uma atividade que outrora era considerada uma ocupação nobre foi deixando de ser valorizada socialmente ao longo do tempo, ocasionando uma série de implicações tanto para o educador quanto para o educando. Muito exigido, porém pouco apoiado, o professor no atual contexto brasileiro tornou-se um profissional carente de um olhar atento para as suas necessidades, tanto no campo de trabalho quanto em relação à própria saúde (Benevides-Pereira, 2012).

A profissão docente no Brasil tem seu início no período colonização com os jesuítas. Após a expulsão dos jesuítas do território brasileiro, inicia-se um processo de institucionalização de formação docente, com o advento das escolas normais no século XIX a partir de iniciativas governamentais, consolidando-se no século XX. Em 1990, na Conferência Mundial de Educação para Todos, foi aprovada a Declaração Mundial de Educação para Todos, fornecendo um plano de ação para satisfazer as necessidades básicas da Educação Básica, a qual o Brasil passa a adotar, fundamentando os planos decenais de educação (Silva, 2017).

A atual normativa da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei 9.394/96 Art. 21, par. I e 24) define que Educação Básica brasileira seja constituída pelos ensinos de nível infantil, fundamental e médio, sendo nestes dois últimos a carga horária mínima anual de oitocentas horas em sala de aula, distribuídas em 200 dias efetivos de trabalho nas escolas, exceto o tempo dispensado aos exames finais, se necessários. No Art. 22 da lei instituiu-se que a Educação Básica tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Lei 9.394/96, Art. 22).

Nos dez últimos anos decorrentes, na segunda década do século XXI, mesmo diante de uma considerável democratização do acesso à escola, verificou-se que o sistema educacional passa por críticas quanto aos seus resultados qualitativos e quantitativos, expressos nos sistemas de avaliação da educação básica. Relacionam-se a esses resultados negativos, problemas na gestão dos recursos, distanciamento entre políticas educacionais e sua implementação, condições de formação e de atuação profissional, política de apoio e incentivo à carreira docente, bem como tem recaído a responsabilização ao professor diante das deficiências apontadas no cenário da educação (Borges; Cecílio, 2018).

Nos últimos anos, a Educação Básica no Brasil vem sofrendo transformações que têm impactado diretamente sobre a organização do trabalho docente. Isso tem acarretado uma exigência ainda maior sobre o professor, que agora necessita se adaptar às questões tecnológicas e mudanças sociais que adentram o ambiente da sala de aula. Mello (2004) ressalta as mudanças que o século XXI passou a exigir da escola e do professor.

Dessa forma, a função da escola passa a ser muito mais a de construir significados sobre as informações e conhecimento, do que emiti-los, descentralizando o professor do lugar de detentor do saber. Segundo essa proposta, cabe ao professor assumir a liderança na constituição de significados, embora não seja este mais a única fonte de conhecimento, de forma a gerar o protagonismo do aluno na construção do conhecimento (Mello, 2004). Percebe-se também que o professor se depara diariamente com a necessidade de desempenhar vários papéis em seu cotidiano escolar, papéis esses que vão além do ensino da disciplina mediante aos diversos conflitos emergentes no espaço e na dinâmica das relações escolares (Carlotto, 2010).

Em 2013, foi realizado um estudo dirigido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a fim de caracterizar o trabalho docente em diversos estados brasileiros. No estudo, foi apontada uma forte insatisfação dos docentes em relação ao salário, considerando a remuneração incompatível ou injusta em relação às suas atribuições. Foi revelado que grande parte dos docentes trabalha em mais de uma escola, havendo uma parcela que também exerce outro tipo de atividade para complementar a sua renda.

A mesma pesquisa também apontou a falta de apoio em relação ao trabalho com crianças com necessidades especiais em sala de aula, trazendo que 70% dos professores entrevistados não recebem nenhuma orientação específica para essas atividades. A sobrecarga de trabalho e más condições de trabalho também foram ressaltadas na pesquisa, uma vez que a maioria dos professores tem de levar tarefas do trabalho para realizar em casa, e também contatou-se a queixa quanto às condições do ambiente da sala de aula, como o ruído interno, má ventilação e má iluminação das salas de aula (Gestrado/UFMG, 2013).

Dessa forma, percebe-se que a Educação Básica no Brasil reúne ainda uma série de impasses que colocam o professor diante de diversas dificuldades para exercer seu trabalho. Essas questões podem ter um forte impacto em sua saúde mental, podendo levá-los ao adoecimento. Faz-se então necessário conhecer a realidade do professor brasileiro e quais os fatores presentes em seu cotidiano estão contribuindo para o seu sofrimento, a fim de planejar ações para a melhoria da qualidade de vida e saúde mental deste profissional.

Metodologia

O presente artigo buscou identificar os principais sinais e tipos de adoecimento psicológicos apresentados pelos professores das redes de educação básica pública e privada no Brasil, apontados por pesquisas nos últimos dez anos, bem como seus fatores associados. Para tal objetivo, foi realizada uma pesquisa de revisão sistemática da literatura nas bases de dados SciELO, Lilacs e BVS Brasil, com os seguintes descritores: ‘saúde mental professores’, ‘saúde mental docentes’, ‘adoecimento professores’, ‘adoecimento docente’, ‘transtornos mentais’. 

Foram incluídos no presente estudo artigos, teses e dissertações nacionais e empíricos que datavam do período de 2009 a 2019, cuja população estudada tenha sido professores brasileiros dos níveis infantil, fundamental e médio (Educação Básica) conforme da temática proposta, envolvendo a temática do adoecimentos docente, incluindo a investigação de fatores a eles relacionados, os quais foram analisados quanti e qualitativamente na apresentação dos resultados e discussão. Foram excluídos estudos internacionais, não empíricos e com professores de nível superior. As revisões sistemáticas constituem-se em uma das técnicas mais eficazes para avaliação e síntese da literatura em diversos campos de conhecimento. Permite apresentar um processo de pesquisa formal e controlado, claros critérios de inclusão e exclusão de estudos, explicitando claramente o caminho metodológico realizado (Akobeng, 2005 apud Zoltowski et al., 2014).

Resultados e discussão

A partir da pesquisa nas bases de dados, 47 artigos foram identificados dentro da temática do adoecimento do docente: SciELO (21), Lilacs (16), BVS (10). Após eliminação dos duplicados (10), 37 artigos foram selecionados para triagem. Na triagem inicial, com a leitura de títulos e dos resumos, foram excluídos alguns artigos por não corresponderam à temática proposta (n = 7), além de um total de quatro artigos de natureza não empírica, restando 26 artigos. Após, foi excluído um artigo devido ao fato de a amostra não ser composta de professores brasileiros. Por fim, após a leitura na íntegra de cada artigo, foram selecionados 25 estudos para a coleta de dados, os quais foram organizados no Quadro 1.

Quadro 1: Apresentação das dimensões pesquisadas nos artigos

Autor/ano

Título da pesquisa

Objetivo

Delineamento e amostra

Rede de Ensino

Sinais de sofrimento e adoecimentos

Fatores associados ao adoecimento

Resultados

Souza & Coutinho, 2018

Adoecimento das professoras das primeiras letras em Olinda: Sintomas, queixas e diagnósticos

Descobrir e relacionar as principais queixas, sintomas e diagnósticos de professores de séries iniciais da cidade de Olinda.

Estudo exploratório descritivo e explicativo quantiqualitativo com 32 professoras de 3 escolas municipais de Olinda PE.

Pública

Insônia, distúrbios da voz e da coluna, irritabilidade, fadiga física e mental, tensão, ansiedade e depressão.
Sentimento de tristeza, ansiedade

- Excesso de atribuições além da sala de aula.
- Infraestrutura inadequada das salas de aula.

Os resultados demonstraram que 62,4% das professoras entrevistadas já se afastaram das suas funções por doença. O sentimento de preocupação e tristeza representou os mais referidos, 62,4% seguido de incapacidade com 43,75% e ansiedade com 31,2%

Silva & Almeida, 2019

As características dos alunos são determinantes para o adoecimento de professores: um estudo comparativo sobre a incidência de burnout em professores do ensino regular e especial

O presente estudo teve por objetivo comparar a presença de indicadores de burnout em três grupos de professores que atuam no primeiro ciclo do Ensino Fundamental

Estudo comparativo de corte, de analise quantitativa, com 60 professores que atuavam no ensino comum, divididos proporcionalmente em 3 grupo, em turmas com e sem a inserção de alunos com necessidades educacionais especiais, e em sala de recursos, da rede Municipal de Ensino Fundamental de Bauru.

Pública

Síndrome de burnout
(sinais de esgotamento emocional, realização profissional e despersonalização)

Inserção alunos com necessidades especiais sem os recursos necessários pra o ensino em turmas de ensino regular.
- Maior quantidade de alunos em uma sala de aula.

Foram encontrados maiores escores de esgotamento emocional e despersonalização em professores que trabalham com a inserção de alunos especiais em sala comum (sem recursos).  O grupo da sem inserção apresentou maiores escores de diminuição da realização profissional.

Simplício & Andrade, 2011

Compreendendo a questão da saúde dos professores da
Rede Pública Municipal de São Paulo

Compreender a relação entre saúde e trabalho em professores da rede municipal de São Paulo.

Estudo exploratório e descritivo, de análise qualitativa com 34 professores de uma mesma escola do Ensino Fundamental I, II e do Ensino Infantil, de diferentes idades.

Pública

Exaustão emocional,
despersonalização e diminuição da realização pessoal no trabalho.

-Condições de trabalho
-Tempo de trabalho

A análise dos dados coletados foi organizada em quatro momentos da vida profissional: o estágio, o início da carreira, a experiência e o final da carreira, em que pode-se observar que nas três categorias emergiram questões de adoecimento nas professoras como
despersonalização, diminuição da realização pessoal no trabalho.

Silva, 2017

Condições de trabalho, presenteísmo e absenteísmo em professores da rede pública de São Paulo

Analisar as percepções das condições de trabalho de docentes de ensino fundamental e as possíveis associações com o adoecimento, presenteísmo e absenteísmo

Estudo de natureza qualitativa, exploratório e descritivo com 20 professores de escolas de Ensino Fundamental de Rio Branco

Pública

Absenteísmo,
presenteísmo (trabalham mesmo adoecidos)
Afastamento do trabalho
- sentimento de impotência

Desvalorização do trabalho do professor
- Exigência de cumprimento de horas
- falta de assistência à saúde do professor,
Excessiva carga horária
Baixo salário
Salas em desconforto térmico;
Falta de autonomia do professor;
Desrespeito dos alunos com os professores;
Apoio insuficiente ao professor

A autora conclui que as condições de trabalho do professor podem tanto contribuir para o processo de adoecimento quanto dificultar os cuidados da saúde dos professores.

Batista, Carlotto & Moreira, 2013

Depressão como causa de afastamento do trabalho:
um estudo com professores do Ensino Fundamental

Identificar afastamentos do trabalho de professores da rede municipal da cidade de João Pessoa, PB, Brasil, em decorrência de transtornos mentais, especificamente, depressão.

Estudo descritivo, retrospectivo, transversal, quantitativo, baseado no
universo de 414 fichas médicas individuais de professores, entre os anos de 1999 e 2006, cujos diagnósticos para o afastamento do trabalho correspondiam a transtornos mentais.

Publica

- Depressão
- Transtornos mentais

_

A depressão manifestou-se como responsável por mais da metade das causas de afastamentos do trabalho em professores do ensino fundamental, resultando em maior frequência a partir dos quarenta anos de idade.

Paparelli, 2009

Desgaste mental do professor da rede pública de ensino: trabalho sem sentido sob a politica da regularização de fluxo escolar

Identificar os principais determinantes do adoecimento de docentes de ensino fundamental de escolas públicas, como estes aparecem na vivencia dos professores e quais as formas de enfrentamento destes profissionais.

Pesquisa exploratória e descritiva e de analise qualitativa com 6 professoras em diferentes momentos do processo de sofrimento mental no trabalho (afastamento, readaptação e ativa) de uma escola de ensino fundamental de São Paulo

Pública

- Sentimento de impotência e frustração.
- Sentimento de incompetência
- Desesperança
- Perda de sentido no trabalho
- Desrealização profissional
- Angustia,
- desgosto,
-cansaço,
-tristeza
-desanimo

- Fracasso escolar
Sobrecarga de trabalho
acumulo de responsabilidades
- Dificuldades de relações interpessoais no trabalho
- Desvalorização do trabalho docente
- Falta de professores
- Trabalhar em mais de uma escola
- Falta de funcionários da equipe de apoio nas escolas
-Regularização do fluxo escolar – ciclos de aprendizagem

Os autores ressaltaram que a atual regularização do fluxo escolar tem relação direta com o adoecimento dos professores, uma vez que gera um mal estar diante do fracasso escolar causando devido a desvalorização do profissional de educação, propiciando emergir estratégias de enfrentamento que contribuem para a perda de sentido no trabalho.

Giannini, Latorre & Ferreira, 2012

Distúrbio de voz e estresse no trabalho docente: um estudo caso-controle

Determinar a associação entre distúrbio de voz e estresse no trabalho em professoras da rede municipal de São Paulo

Estudo caso-controle, realizado com 165 professoras com e 105 sem distúrbio vocal do ensino infantil, fundamental e médio da rede de educação do Município de São Paulo

Pública

Estresse
Distúrbios de voz

Alto desgaste e baixo controle no trabalho

O estudo confirmou a associação entre distúrbio de voz em professoras da rede municipal de ensino de São Paulo e estresse no trabalho docente. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos de caso e de controle em relação ao estresse no trabalho na condição de alta exigência, que representa alta demanda associada a baixo controle do trabalho.

Macaia, 2013

Excluídos do Trabalho: analise sobre o processo de afastamento por transtornos mentais e comportamentais e retorno ao trabalhos de professores da rede pública municipal de São Paulo

Conhecer os processos de afastamento de professores por transtornos mentais e comportamentais e da rede pública municipal de São Paulo.

Estudo qualitativo exploratório com 20 professores de ativos e readaptados com histórico de licenças médicas por transtornos mentais e comportamentais e retorno ao trabalho.

Pública

Transtornos mentais e comportamentais

- falta de autonomia
- contexto de trabalho
- condições desfavoráveis de trabalho
- falta de reconhecimento social

O autor destacou as condições de trabalho como principais causadora do adoecimento dos profissionais de educação, chamando a atenção, através dos dados trazidos nas entrevistas. Também ressalta a importância do investimento de políticas públicas e reconhecimento social para essa classe trabalhista.

Albuquerque et al., 2018

Exploração e sofrimento mental de professores: um Estudo na rede estadual de ensino do Paraná

Verificar a associação entre a elevação da exploração no trabalho dos docentes e o sofrimento mental.

Estudo transversal por meio da plataforma Limesurvey, com 1.201 professores da rede estadual de ensino do Paraná

Pública

Transtornos mentais

-Carga horárias de trabalho elevada.

 -Número de alunos por turma

Evidenciou-se, que a prevalência de casos indicativos de distúrbios psíquicos é muito elevada entre os professores e que há indícios da associação desta prevalência com diversas formas de exploração no trabalho. Carga horária semanal, número de turmas por professor e número de alunos por turma apresentaram relação positiva para a ocorrência de sofrimento mental.

Silveira, Enumo & Batista, 2014

Indicadores de estresse e estratégias de
enfrentamento em professores de ensino
multisseriado

Descrever os principais eventos estressantes percebidos por professores de ensino multisseriado e verificar a presença de estresse e sua relação com sintomas de ansiedade, estratégias de enfrentamento utilizadas e variáveis pessoais e laborais

Estudo descritivo e correlacional com 21 professores que atuavam em classes de ensino multisseriado da zona rural de um município do Interior do Estado do Espírito Santo, (correspondente 78% dos professores de classes multisseriadas do município).

Pública

- Ansiedade
- Estresse
- Depressão

- Ensino multisseriado
- número de alunos por turma
- Pouco envolvimento da família no desenvolvimento acadêmico dos filhos.
- Falta de motivação e a problemas comportamentais dos alunos, - cobranças e a falta de apoio por parte da escola,
- Pressão por resultados,
- Frustração por não alcançar objetivos propostos
- Conflitos institucionais

O estudo mostrou que os professores que eram responsáveis pela regência em menor quantidade de escolas, ou seja, que ficavam encarregados mais exclusivamente de trabalhar nas turmas multisseriadas, foram aqueles com mais indicadores de estresse e de ansiedade.

Brasil et al., 2016

O contexto da docência e sua influência
no sofrimento psíquico de professoras do
ensino fundamental

Identificar as causas do sofrimento psíquico referidas por professoras do ensino fundamental.

Estudo qualitativo e exploratório, realizado em Fortaleza, Ceará, Brasil, com três grupos focais, nos quais se dividiram 26 professoras de 19 escolas.

Pública

Estresse,
Angústia, depressão e desmotivação com o exercício profissional

condições precárias do ambiente de trabalho.
- despreocupação do empregador com a saúde dos professores.

Os autores concluem que cargas de trabalho excessivas, às condições de trabalho inadequadas e à falta de apoio institucional para o recebimento de cuidado para a saúde do professor são questões que interferem diretamente no contexto da escola e na satisfação e motivação desse profissional.

Martins; Vieira & Bugs, 2014

O trabalho das docentes da Educação Infantil
e o mal-estar docente: o impacto dos aspectos
psicossociais no adoecimento

Analisar a relação entre processo de trabalho e a saúde de 196 professoras das Escolas Municipais de Educação Infantil em uma cidade de porte médio no Rio Grande do Sul.

Estudo de caráter censitário e corte transversal, da qual participaram todas
as professoras das 26 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIS) da cidade de Pelotas (RS),
Brasil, totalizando 196 professoras.

Pública

Estresse

-Nível elevado de demandas de trabalho.
-Excesso de burocracia baixos salários
-Extensa carga horária semanal
-Falta de autonomia
-Trabalhar muito e em um ritmo acelerado

As professoras das Escolas de Educação Infantil desse estudo realizam um trabalho em condições que podem não ser favoráveis à saúde principalmente pelo elevado nível de demanda psicológica, traduzida em tarefas que exigem excessiva, concentração, atenção, responsabilidade, paciência, compreensão, inclusive esforço físico, excesso de burocracia, os baixos salários, a carga horária de 40 horas semanais a falta de autonomia, representadas pelo baixo controle sobre seu trabalho podem ser geradores de adoecimento.

Meira et at., 2013

Percepções de professores sobre trabalho Docente e repercussões sobre sua saúde

Analisar as percepções de professores sobre o trabalho docente e as repercussões
em sua saúde.

Estudo de natureza qualitativa constituído por 12 docentes da rede estadual de ensino de um município da Bahia-BR.

publica

tensão emocional
provocado pelo trabalho, estresse
nervosismo

Sobrecarga de
trabalho, a indisciplina
escolar de alunos, pressão organizacional da escola,
- jornadas prolongadas de trabalho, aumento das demandas do trabalho, percepção da desvalorização profissional
a privação do lazer

Os relatos apresentam um cenário caracterizado pela alta demanda da atividade, aliados à sobrecarga física e mental, e desvalorização profissional. emergiram três categorias temáticas:
Necessidades de mudança no ambiente de trabalho; Fatores que influenciam na saúde do professor; Consequência do trabalho docente em sua saúde.

Batista et al., 2010

Prevalência da Síndrome
de burnout e fatores
sociodemográficos e laborais
em professores de escolas
municipais da cidade de João
Pessoa, PB.

Avaliar a prevalência da Síndrome de burnout nos professores da primeira fase do Ensino Fundamental das escolas municipais da cidade de João Pessoa, PB, e sua
relação com as variáveis sociodemográficas e laborais.

Estudo de corte transversal com 265 professores da Rede Municipal de Ensino da Cidade de João Pessoa, Paraíba. 

Pública

Síndrome de burnout

____

Os resultados evidenciaram que 33,6% dos professores apresentaram alto nível de Exaustão Emocional, 8,3% alto nível de Despersonalização e 43,4% baixo nível de Realização Profissional.

Silva et al., 2017

Prevalencia del síndrome de burnout entre profesores de la Escuela Estatal em Niterói, Brasil

O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência da Síndrome de Burnout entre os professores da Escola Estadual em Niterói, Brasil

Estudo quantitativo e descritivo (levantamento Survey) com 52 docentes de uma escola estadual de Niterói, São Paulo.

Pública

Síndrome de Burnout

____

A pesquisa revelou uma suspeita de prevalência de síndrome de Burnout foi de 33 casos (63,5%). A prevalência significativa desta síndrome entre os professores gera alerta sobre as condições de trabalho e a saúde
mental desses profissionais.

Borba et al., 2015

Síndrome de Burnout em professores: estudo comparativo entre o ensino público e privado

Comparar a prevalência da Síndrome de Burnout entre professores de ensino fundamental de escolas públicas e privadas. Amostra de 117 professores de ensino fundamental de escolas privadas e públicas das cidades de Porto Alegre e Região Metropolitana do Rio Grande do Sul/Brasil.

Estudo descritivo, comparativo e transversal, de abordagem quantitativa

Pública e privada

Síndrome de Burnout

Escola pública
Escola privada

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Concluiu-se que tanto o contexto público de ensino quanto o privado apresentam estressores que podem levar os professores ao adoecimento, dado que permite refletir que a prevalência da Síndrome de burnout pode estar mais relacionada à categoria profissional em si do que ao tipo de escola.

Andrade & Falcão, 2018

Trabalho docente no município de Natal: Perfil e risco psicossocial

Identificar condições e percepções da atividade docente, dimensões psicossociais e risco psicossocial do trabalho de professores do primeiro ao quinto ano de Natal, Rio Grande do Norte, estabelecendo perfil e relações.

Estudo exploratório e descritivo com 172 professores de anos iniciais do EF do município de Natal RN

Pública

Solidão no trabalho
Insatisfação no trabalho

- A precarização das condições de trabalho
- Alta demanda psicológica e baixa latitude de tomada de decisão (trabalho ativo e baixo controle)
trabalho repetitivo e perturbado, tempo insuficiente
para conclusão das tarefas, volume excessivo de trabalho e necessidade de trabalhar rapidamente.
- suporte social
- menor experiência profissional

Observou-se que 22% dos professores consideram-se insatisfeitos no trabalho e 30,2% relatam sentirem-se solitários no ambiente laboral. 19,2% correspondem a um perfil de risco psicossocial, com alta demanda psicológica e baixa latitude de decisão. Concluiu-se que há associação entre o sentimento de solidão no trabalho e a percepção de maior demanda psicológica da atividade, suporte social e satisfação com as reuniões de planejamento pedagógico.

Silva, Bolsini-Silva & Loureiro, 2018

Burnout e depressão em professores do ensino fundamental:
um estudo correlacional

Verificar a prevalência de burnout e depressão em professores do ensino
fundamental e investigar possíveis correlações entre burnout, depressão, variáveis sociodemográficas e organizacionais.

Estudo transversal, correlacional de prevalência em escolas públicas municipais e participaram 100 professoras do 2º ao 5º ano.

Pública

- Síndrome de burnout;
- Depressão

Baixa satisfação profissional
Menor tempo de experiência profissional
Condições do ambiente de trabalho

Em relação ao burnout, foi identificada a prevalência de 29%, sendo constatado distanciamento emocional (40%), exaustão emocional (37%), desumanização (22%) e realização pessoal (11%). A depressão foi identificada em 23% dos professores, além de correlações positivas e fortes entre a depressão e as dimensões do burnout. Foi encontrada uma correlação positiva entre a depressão e as dimensões do burnout,

Lyra et al, 2009

A relação entre professores com sofrimento psíquico
e crianças escolares com problemas de comportamento

analisar a relação entre professores com sofrimento psíquico e crianças escolares com problemas de comportamento.

Estudo exploratório seccional com 151 professores 372 crianças da 1º série do ensino fundamental

Pública e privada

Humor depressivo (se sentir nervoso, tenso ou agitado; assustar-se com facilidade; se sentir triste ultimamente) e aos sintomas somáticos (dormir mal; ter dores de cabeça frequentemente; ter sensações desagradáveis no estômago).
- ideação suicida
- sentimento de inutilidade
-decréscimo de energia vital

 - Mau comportamento dos alunos
- grande número de alunos por turma,
- trabalhar em mais de uma escola

Observou-se que 21,8% da amostra relataram sofrimento psíquico. Constatou-se que professoras que
vivenciam sofrimento psíquico, comparadas às que não apresentam o transtorno, identificam mais
problemas internalizantes em seus alunos

Almeida et al., 2014

Características vocais e emocionais de professores e não professores com baixa e alta ansiedade

Comparar características vocais e emocionais em grupos de professores e não professores com baixa e alta ansiedade.

Pesquisa quantitativa, transversal e descritiva com 93 sujeitos, de ambos os gêneros, com idades entre
18 e 59 anos, divididos em quatro grupos: professores com baixa ansiedade; professores com alta ansiedade; não professores com baixa ansiedade e não professores com alta ansiedade.

Pública e privada

Ansiedade
Depressão
Estresse

Distúrbio de voz (disfonia)
estressores laborais

Os indivíduos com alta ansiedade tiveram maior comprometimento
emocional, vocal e na qualidade de vida, sobretudo aqueles que têm a voz como instrumento de trabalho, os professores. Assim, o estudo conclui que sintomas emocionais, como ansiedade, estresse e depressão, podem influenciar proporcionalmente nas características vocais e na qualidade de vida da população de indivíduos com alta ansiedade, sobretudo daqueles que utilizam a voz como instrumento de trabalho, como os professores.

Castro e Souza, 2014.

Efeitos da agressividade infantil para o sofrimento psíquico de professores em diferentes momentos de carreira

Investigar o sofrimento do professor sob o aspecto da agressividade infantil em diferentes momentos da carreira

Pesquisa qualitativa exploratória transversal, com 12 professores

Pública

-questionamento da competência pessoal
- angustia
- sensação de invisibilidade
- sentimento de menos valia
sensação de fracasso
- mágoa, decepção e desesperança.
- Cansaço
- Sentimento de culpa e fracasso

- Agressividade dos alunos;
- perda de autoridade na sala de aula;

Os professores no inicio de carreira apresentaram um questionamento de sua autoeficácia, angústia de corresponder as demandas sociais, tentativas de aproximação e precaução diante da agressividade dos alunos, já professores mais antigos manifestaram maiores sentimentos de fracasso e impotência, a evidenciando a desesperança em relação à profissão.

Face, Ort. & Barros, 2018

Professor readaptado: a precarização do trabalho docente e o adoecimento

Discutir a relação estabelecida entre a precarização do trabalho e o adoecimento do professor readaptado tendo como fundamento os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural.

Estudo qualitativo e descritivo com 20 professores readaptados, da educação básica

Pública

- afastamentos sucessivos do trabalho por transtornos mentais.
- necessidade de readaptação ao retornar ao trabalho

precarização das condições de trabalho

Os autores destacam que as condições de trabalho têm levado muitos professores ao adoecimento, acompanhado de sofrimento, e que o adoecimento, a partir da perspectiva da Psicologia Histórico-cultural seria uma forma de resistência à precariedade do trabalho.

 Silva, Coimbra & Yokomisso, 2017

Saúde dos professores do ensino fundamental da rede pública e a
Construção dos espaços psíquicos compartilhados

Refletir sobre o
sofrimento psíquico de professores do ensino fundamental, assim como propor estratégia para sua
minimização.

Pesquisa qualitativa e exploratória com 7 professores da educação básica (3 de educação infantil e 4 do ensino fundamental)

Pública

- Sentimento de solidão e impotência do professor
- Desamparo
- Afastamento/
- Licença do trabalho

- Fragilidade da parceria escola-família
- falta de interesse e indisciplina dos alunos
- falta de apoio da equipe gestora na ação pedagógica
- falta de apoio da comunidade (entidades e órgãos públicos)
- ausência de amparo legal diante da violência escolar

Os professores necessitam de uma maior apoio social, tanto da família dos alunos quanto da própria gestão escolar e comunitária. Estes sofrem com o desamparo diante das problemáticas presentes na escola e com o desinteresse dos alunos e a crescente desvalorização da autoridade docente na sala de aula.

Tostes, et al, 2018

Sofrimento mental de professores do ensino público

Conhecer a prevalência de sofrimento mental nos professores de rede estadual (ensino fundamental) do Paraná e sua associação com alguns aspectos do trabalho docente no estado.

Estudo transversal do sofrimento mental com 1.021 professores do ensino público do Paraná.

Pública

- Depressão
- Ansiedade
- Estresse
- Disforia
- Doenças osteomusculares
- Doenças otorrinolaringológicas

- Sexo feminino
- trabalhar no ensino fundamental
- levar tarefas do trabalho para a casa
- condições de trabalho
-número excessivo de turmas – sobrecarga de trabalho
-excesso de alunos por turma
- professores que lecionam no ensino fundamental

Foi encontrada uma prevalência de 75% de Distúrbios Psíquicos Menores na amostra, sendo que 9,73% dos professores relataram
alguma forma de adoecimento mental, sintomas depressivos em 44,04% , sendo destes 25,06% com depressão leve (disforia) e 18,98% moderada ou grave.  29,89% apresentavam níveis mínimos de ansiedade. Observou-se maior sofrimento psíquico nas mulheres sendo também associado ao elevado numero de turmas, levar trabalho para a casa e trabalhar a maior tempo de trabalho.

Lira et al, 2013.

Sofrimento psíquico e trabalho docente – implicações na detecção d problemas de comportamento em alunos

Investigar a opinião de professores do ensino fundamental com e sem sofrimento psíquico - sobre os problemas de comportamento dos alunos e sobre a forma de lidar com esses problemas.

Pesquisa longitudinal quanti e qualitativa com 358 crianças aferidas por 139 Professoras
(todas do sexo feminino), em 83 escolas.

Pública

- Ansiedade,
- dor,
- cansaço,
- estresse e nervosismo
- Problemas respiratórios;
- A baixa expectativa em relação à profissão – baixa Autoestima;
- sensação de um trabalho improdutivo;
- sentimento de impotência e a frustração perante situações decorrentes das vidas dos alunos

- Condições de trabalho precárias
- Ausência de recursos materiais e humanos
- Difícil acessibilidade das escolas;
- Pouca valorização do professor.
- Alta carga horária de trabalho;

Não houve associação entre a presença de sofrimento psíquico relação Professor-aluno, porém as profissionais com sofrimento psicológico passaram a identificar com maior frequência que seus alunos se dedicam menos aos estudos, que aprendem menos e que são menos felizes comparados aos demais colegas. Também são mais negativas em relação à avaliação do desempenho dos alunos em história, geografia e ciências, se comparados com os colegas da mesma idade, por fim, concluiu-se que a presença de sofrimento psíquico contribui para uma visão mais negativa do trabalho docente

Delineamento das pesquisas: métodos e características das amostras

A partir da coleta de dados, foi possível identificar diversos apontamentos dos estudos para a questão do adoecimento do professor brasileiro, podendo também delinear um perfil das publicações dos últimos dez anos. Quanto à forma de análise, houve a predominância de estudos de natureza quantitativa, cerca de 12 estudos (48%), oito estudos utilizaram a análise qualitativa (32%) e cinco estudos de análise quanti e qualitativa (20%).

Sobre as metodologias utilizadas, a maioria (14 publicações) é composta por estudos de natureza transversal, exploratório e descritivo (56%). Houve também publicações com metodologia correlacional (8%), caso controle (4%), estudo censitário (4%), estudo de prevalência (4%), descritivo comparativo (4%) e estudo longitudinal (4%). Para Shaughnessy et al. (2012), o método experimental pode ser efetivo para se estabelecer relações de causa e efeito entre variáveis, além de permitir a inter-relação autoaperfeiçoadora entre os experimentos e as explicações propostas, constituindo-se uma ferramenta fundamental aos psicólogos no estudo da mente humana.

Em relação à amostra, verificou-se que a maioria dos estudos (n =17) (68%) abordou exclusivamente professores do nível fundamental, sendo que dois apenas com o ensino infantil (8%) e um estudo foi realizado com professores das séries iniciais (4%). O Ensino Médio foi abordado juntamente ao Ensino Fundamental em cinco estudos (20%), como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1: Níveis de ensino estudados

Verifica-se hoje que, dentre as profissões formais no Brasil, a docência do Ensino Fundamental e Médio é apontada como uma das profissões que acarretam maiores índices de desgaste emocional para os trabalhadores (Damásio; Melo, 2013).

Em relação à rede de ensino estudada, pode-se observar predominância de estudos sobre professores da rede pública de ensino, 22 estudos (88%); a rede particular foi abordada em conjunto com a pública em somente três estudos (12%), em todas as pesquisas ressaltando a presença do adoecimento. O estudo de Borba et al. (2015), que realizou uma comparação entre professores da rede pública e privada, ressaltou a presença de sofrimento emocional nos profissionais de ambas redes de ensino, concluindo que ambas apresentam estressores que podem levar os professores ao adoecimento. Diehl e Marin (2016) referem que o fato de a maioria dos estudos ser em instituições públicas deve-se a uma maior abertura destas à pesquisa.

Principais adoecimentos e sinais de sofrimento apontados

Os principais tipos de adoecimentos apontados pelas pesquisas são a depressão, em sete estudos, (28%), a ansiedade, em cinco estudos, (20%), e alto nível de estresse, em cinco estudos (20%) e a síndrome de burnout, em quatro estudos, (16%). Dois estudos (8%) se dedicaram a avaliar as dimensões de esgotamento emocional, despersonalização e desrealização profissional, dimensões da síndrome de burnout. Verificou-se também um estudo que apresentou correlação entre depressão e síndrome de burnout em professores (4%) (Silva; Bolsoni-Silva; Loureiro, 2018). Também houve quatro estudos (16%) que apontaram a presença de transtornos mentais, sem dar especificações. Houve um estudo em que foi verificada ideação suicida em professores, como mostra o Gráfico 2.

Gráfico 2: Principais adoecimentos apontados pelas pesquisas

Um dos estudos levantados (Batista et al., 2013) apontou que mais da metade dos afastamentos do trabalho dos professores da Educação Básica possui como causa quadros depressivos, revelando alto nível de acometimento dessa psicopatologia entre os docentes. Segundo Cavalheiro e Tolfo (2001), a população de trabalhadores afastados por motivo de depressão é cercada por preconceitos e falta de entendimento em relação à condução do tratamento. 

A depressão é considerada um transtorno mental, com alta prevalência e alta morbidade no Brasil e no mundo, além de constituir-se como uma das principais causas de absenteísmo e presenteísmo no ambiente laboral, e a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. O país lidera o ranking de prevalência de depressão entre as nações em desenvolvimento, com 20 a 36 milhões de pessoas afetadas, contabilizando o equivalente a 10% das pessoas com depressão no mundo. A depressão possui também uma forte associação aos casos de suicídio (Razzouk, 2016; Assunção; Oliveira; Souza, 2018).

Carlotto (2010) observa que a síndrome de Burnout em profissionais da educação vem sendo estudada por um grande número de pesquisadores, na qual estes têm sido enquadrados na categoria de alto risco, uma vez que apresentam um nível significativamente maior comparado às outras profissões. Citando Ferber (1999, citado por Carlotto, 2010), a autora traz que o burnout ocorre quando o professor sente que seus esforços não serão justificados ou suportados.

Os estudos também apontaram uma multiplicidade de sentimentos e percepções que compõem o sofrimento do professor diante de seu trabalho, como tristeza, sentimento de impotência e frustração, sentimento de incompetência, desesperança, perda de sentido no trabalho, angustia, desgosto, cansaço, desânimo, desmotivação com o exercício profissional, tensão emocional (Brasil et al., 2016; Meira et al., 2014; Silva et al., 2017; Paparelli, 2009; Silva, 2017). Também foi apontada a insatisfação com o trabalho, o decréscimo de energia vital, sentimento de inutilidade, questionamento da competência profissional, sensação de invisibilidade, sentimento de menos valia, sensação de fracasso, decepção, solidão, desamparo, baixa expectativa em relação à profissão, baixa autoestima, sensação de trabalho improdutivo, revelando um alto sofrimento associado ao trabalho nessa profissão (Andrade; Falcão, 2018; Lyra et al., 2009; Castro; Souza, 2014; Silva et al., 2017).

Houve também estudos que apontaram o absenteísmo, o presenteísmo e a necessidade de readaptação ao retornar ao trabalho (Silva, 2017). Além do sofrimento psíquico, houve apontamentos de acometimentos físicos ao professor, como doenças osteomusculares, doenças otorrinolaringológicas, destacando os problemas com a voz e os problemas respiratórios (Lyra et al., 2009).

Principais fatores causais de adoecimento docente

Em relação aos fatores causais do adoecimento docente, os estudos apontaram principalmente questões relacionadas às condições de trabalho do professor, 13 estudos (52%), apontando questões como infraestrutura inadequada em sala de aula, salas em desconforto térmico, número excessivo de turmas, ausência de recursos materiais e humanos e a difícil acessibilidade às escolas (zona rural) – fatores percebidos principalmente na rede pública de ensino. Pereira et al. (2014) ressaltam que a precarização do trabalho docente faz parte de um processo histórico complexo que, atualmente, vêm se tornando cada vez mais evidente, o qual reflete diretamente na qualidade do ensino e na saúde dos professores.

Também sobressaiu a questão da sobrecarga de trabalho, presente em sete estudos (24%), com em casos em que este necessita levar tarefas do trabalho para casa, a sua excessiva carga horária de trabalho (16%), trazendo também a exigência de cumprimento de horas que acarreta em presenteísmo, fazendo com que o sujeito tenha de trabalhar mesmo adoecido, como destacam Silva (2017). Gomes e Britto (2006) apontam que a sobrecarga de trabalho na profissão docente invade os espaços da vida doméstica, extrapolando os limites de tempo e de espaço da escola. O cotidiano de muitos professores no Brasil é caracterizado por várias jornadas de trabalho. Há profissionais que assumem jornadas em mais de uma escola e acabam ocupando o tempo que seria para seu descanso com as atividades relacionadas à docência, como preparação de aulas, preparação ou correção de avaliações.

Houve também uma importante relação do adoecimento com dificuldades dos professores com alunos, apontado em nove estudos (36%), trazendo questões como dificuldades com alunos especiais (4%), o desrespeito dos alunos com o professor (4%), número excessivo de alunos por turma (8%), falta de motivação e problemas comportamentais dos alunos (12%), agressividade dos alunos (4%), e a perda de autoridade do professor em sala de aula (4%). Para Miziara et al. (2006), o professor atualmente enfrenta diversas situações difíceis, como o desrespeito pelos pais, alunos e mesmo pela sociedade, caracterizando a desvalorização do papel do professor e a falta do reconhecimento de sua autoridade em sala de aula, o que interfere diretamente na ação pedagógica. Este profissional tem a difícil missão de gerir seu trabalho em sala em sala de aula, de modo a superar as dificuldades na interação com o aluno, sem tornar-se autoritário ou permissivo demais.

Um recente estudo dirigido por Melanda et al. (2018), com 789 professores da rede pública de ensino de Londrina/PR, identificou que um em cada doze professores relatou ter sofrido violência física na escola nos 12 meses anteriores à pesquisa. Ressaltou associação com a violência sofrida a fatores como as condições de trabalho, o tipo de vínculo de trabalho temporário e número de escolas em que atuam, e a ter testemunhado ou sofrido outros tipos de violência no ambiente escolar apresentaram.

A falta de apoio também foi fortemente ressaltada nas pesquisas, apontada em oito estudos (32%), citando questões como o apoio insuficiente ao professor, falta de funcionários na equipe de apoio, falta de apoio por parte da escola, ausência de suporte social ou da comunidade, fragilidade da parceria escola/família, falta de apoio da equipe gestora na ação pedagógica, ausência de amparo diante da violência escolar. Giovanetti (2006) ressalta o impacto que a ausência de apoio social possui sobre o aumento do estresse, contribuindo para o adoecimento do profissional docente.

Outros fatores causais apontados foram a desvalorização e falta de reconhecimento social do professor, em cinco estudos (20%), o tempo de trabalho (4%), associando maior sofrimento em professores com menor tempo de carreira (Silva et al., 2018), o baixo salário (Silva et al., 2017; Martins et al., 2014), falta de autonomia do professor (Silva et al., 2017; Macaia, 2013; Martins et al., 2014), dificuldades nas relações interpessoais de trabalho, falta de professores, a divisão dos ciclos na aprendizagem (Paparelli, 2009), pressão por resultados (Silveira et al., 2014), despreocupação do empregador com a saúde dos professores (Brasil et al., 2016), frustração por não alcançar os objetivos propostos (Silveira, 2014), trabalho repetitivo e perturbado, tempo insuficiente para a conclusão das tarefas, (Andrade; Falcão, 2018), trabalhar em mais de uma escola (Lira et al., 2009), distúrbios de voz (Almeida et al., 2014) e levar tarefas do trabalho para casa (Tostes et al., 2018).

Dois estudos (8%) investigaram o adoecimento do professor a partir do modelo demanda controle (Giannini et al., 2012; Andrade; Falcão, 2018). Ambos encontraram na profissão docente uma característica de um trabalho com alto desgaste e baixo controle no trabalho.

Conclusão

Este estudo buscou investigar na literatura científica dos últimos dez anos os principais adoecimentos psicológicos apontados pelas pesquisas que acometem os professores da Educação Básica brasileira, e os fatores presentes em seu trabalho relacionados a eles. Foram encontradas 25 publicações com que, a partir de sua análise, foi possível verificar importantes questões relacionadas aos riscos à saúde mental no trabalho deste profissional.  Foi possível destacar a Depressão e a Ansiedade como os principais tipos de adoecimento apontados nas pesquisas, seguidos pelo estresse,burnout. A síndrome de burnout foi constatada nos profissionais de ambas as redes de ensino, privada e pública.

Além desses, diversos sentimentos, como a tristeza, solidão, desânimo, desesperança, fracasso e impotência compõem o sofrimento docente na atualidade. Percebeu-se a carência de estudos sobre professores da rede particular de ensino, bem como em relação ao nível da educação infantil, os quais também apresentam sofrimento psicológico, como evidenciaram as pesquisas aqui levantadas.

A precariedade das condições de trabalho revela condições de exploração no trabalho do professor, a gestão imprópria de recursos, déficitsna formação e falta de implementação de políticas de apoio ao docente contribuem para o adoecimento psicológico. A ameaça à integridade física e psicológica do professor, pelas circunstâncias de violência presente na escola coloca o profissional em sobressalto em relação à sua segurança enquanto trabalha, afetando também sua saúde em geral.

O professor também se sente sobrecarregado pelas demandas de trabalho, com baixa remuneração, carga horária excessiva, necessidade de levar trabalho para casa e circunstâncias sociais que adentram a sala de aula, sem o amparo necessário para o seu fazer e sem reconhecimento social. A sociedade, a escola e o Estado lançam sobre o professor a responsabilidade quanto à formação de crianças e adolescentes, sem atentar para a influência que as condições de trabalho possuem em sua saúde mental.

Uma revisão sistemática feita por Diehl e Marin (2016) com professores brasileiros de diversos níveis de ensino apontou os principais fatores que levam esses profissionais ao adoecimento, como a organização do trabalho, falta de reconhecimento, problemas motivacionais e comportamentais dos alunos (falta de limite e de educação) pouco acompanhamento familiar e problemas no ambiente físico, revelando ser esse um assunto multidisciplinar. 

Pode-se ter como limitação da presente revisão o fato de ter-se realizado com apenas três bases de dados científicos (SciELO, BVS e Lilacs), e um número restrito de descritores, o que impossibilitou um número maior de estudos científicos. Porém, ainda diante das limitações identificadas, foi possível traçar um perfil quanto aos dados apresentados pelas pesquisas dentro da temática proposta, constatando importantes questões que envolvem o sofrimento do professor no Brasil.

Dessa forma, a literatura tem apontado fatores presentes na dinâmica de trabalho do professor que ameaçam seu bem-estar físico e psicológico e que apontam para a necessidade de desenvolvimento de ações e políticas voltadas à promoção de saúde mental e redução de fatores que podem levar o profissional de educação ao adoecimento pelo trabalho. Assim, o olhar para a saúde mental do professor, bem como para os aspectos que podem ameaçar ou potencializá-la, torna-se fundamental na busca de promoção de saúde, tanto do profissional quanto de toda a Educação Básica.

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Publicado em 22 de setembro de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

NASCIMENTO, Kelen Braga do; SEIXAS, Carlos Eduardo. O adoecimento do professor da Educação Básica no Brasil: apontamentos da última década de pesquisas. Revista Educação Pública, v. 20, nº 36, 22 de setembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/36/josepho-adoecimento-do-professor-da-educacao-basica-no-brasil-apontamentos-da-ultima-decada-de-pesquisas

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