As contribuições da dança (do ventre) no ensino-aprendizagem para crianças: uma óptica neurocientífica
Gabriel Gomes de Souza Silva
Graduado em Educação Física, professor de dança
Cilene Maria Lima Antunes Maciel
Doutora em Ciências da Educação (Universidade Autonôma de Barcelona), professora do mestrado em Ensino (UNIC-Cuiabá)
Cleonice Terezinha Fernandes
Doutora em Neurociências (Universidade de Trás dos Montes Douro), professora do mestrado em Ensino (UNIC-Cuiabá)
Tania Aparecida de Oliveira Fontes
Mestre em Educação Física (UFMT), professora de Educação Física (UNIC-Cuiabá)
O surgimento da dança ainda é ambíguo, pois não se sabe com precisão quando ela surgiu, tampouco quem foi seu criador, embora já se tenha conhecimento de que o ser humano primitivo era adepto dessa arte. Segundo Mendes (1987), as primeiras datações da dança são provenientes do paleolítico superior.
Dados os avanços atuais das neurociências, sabe-se que a importância dessa arte tornou-se cada vez mais evidente, alcançando patamar irrefutável, dados seus inúmeros benefícios, apontados neste texto.
A dança é uma das mais completas formas de promover o desenvolvimento integral do ser humano; forte componente educativo, principalmente com relação às práticas infantis, promotor da socialização, elevação da autoestima e disciplina, potencial preventiva da depressão, obesidade e sedentarismo. A dança corrobora o desenvolvimento infantil em todos os seus aspectos: social, afetivo/emocional, cognitivo/motor e acadêmico (escolar).
Estando diretamente imbricados, o aprendizado e a dança são extremamente adequados para a prática infantil, pois ela oferece um processo exploratório em que a curiosidade é aguçada, tornando a busca frequente, dado o prazer implicado, via neurotransmissores, assim provocando um aprendizado constante. Nesse sentido será ressaltado neste estudo o novo papel do cerebelo, recentemente descoberto pelas neurociências e que aponta para as novas atribuições do órgão, que, para além do controle dos movimentos, é igualmente importante para a memória, a aquisição da linguagem e o controle do comportamento e das emoções (Herculano-Houzel; Lent, 2005).
Este estudo trata a dança como uma abordagem que pode ser vista como relevante opção educacional, sendo um fator aglutinador de ganhos no desenvolvimento e na aprendizagem dos estudantes de maneira mais sistêmica.
No ritmo dos sentidos e dos aprendizados
Essa arte milenar é uma prática que se tornou conhecida por meio das diferentes culturas populares e de nossos antepassados; “todas as culturas têm algum tipo de manifestação rítmica e expressiva” (Darido; Moreira, 2007, p. 205). Segundo Diniz e Darido (2012), a dança é entendida como uma antiga forma de expressão corporal humana que traduz as manifestações de um povo, bem como sua emoção e comunicação.
Era também por meio da dança que o ser humano primitivo se comunicava; até os dias atuais, a dança é considerada uma das mais completas formas de expressão existentes. Aliás, o corpo é o veículo por meio do qual o sujeito se expressa, meio pelo qual ele é o que é, seu ser está integrado ao corpo, sendo este veículo final de expressão, comunicação, apreensão e compreensão de uma realidade (Strazzacappa, 2001; Gariba; Franzoni, 2007).
No caso das crianças, também o autoconhecimento provém pelo corpo/movimento e por suas percepções e sensações, por meio da constante manipulação dos materiais que as cercam e os affordances, como oportunidades de estimulação. Podemos dizer que a qualidade do desenvolvimento infantil depende do tipo de estímulo ao qual a criança for exposta (Piaget, 1978; Vygotsky, 1991). Assim, podemos dizer que a dança, e a música por consequência, desenvolvem o ritmo, as habilidades motoras, promovem a socialização dos participantes, aprimoram a criatividade, valorizam e potencializam a imaginação.
Quando se fala em crianças e seu aprendizado, a ludicidade torna-se fator indispensável, pois ela torna a aula e o aprendizado mais prazerosos; nesse âmbito trazemos a componente do neurotransmissor serotonina, indissociavelmente imbricado na aprendizagem no SNC humano (Damásio, 2012). Maciel e Fernandes (2014, p. 106) enfatizam que “a ludicidade propicia à criança a construção da personalidade, num intercâmbio entre cognitivo e afetivo, com avanço significativo nas relações interpessoais, no conhecimento lógico-matemático, na representação do mundo e no desenvolvimento das estruturas de linguagem, leitura e escrita”.
Quando brincam, as crianças dão asas à sua criatividade; no espaço lúdico imaginam, aprendem, se desenvolvem e retratam pelos movimentos do corpo aquilo que para elas seria impossível dizer com palavras.
O brincar das crianças é modo primário pelo qual aprendem sobre seus corpos e potencialidades de movimento. Isso confirma a veracidade da conhecida expressão “criança aprende brincando” (Gallahue; Ozmun; Goodway, 2013).
O dançar possui uma conotação polissêmica no que tange à infância, pois, divergente das demais atividades propostas pela Educação Física, o dançar se distingue do conhecido tecnicismo esportivo, reconhecido por tratar o corpo da criança como um apanhado de alavancas e articulações, e dos jogos, em que o caráter competitivo impera, muito embora isso seja largamente discutido e pouco revisado na prática. Na dança, eles devem ser deixados de lado e dar lugar ao corpo liberto que expressa suas emoções; estas podem ser compartilhadas com outras crianças que participam de uma coreografia em grupo, por exemplo (Strazzacappa, 2001).
Apesar de seus inúmeros benefícios, a dança ainda é subutilizada, principalmente no ambiente escolar. Ali, a sua prática mostraria um meio pelo qual a criança pode interagir, criar, se expressar e aprender.
É importante frisar que, para que possa educar, a dança não pode e não deve se resumir a simples cópias de algo pronto; isso abre pouco espaço para a criatividade e tomadas de decisão por parte das crianças. Diniz e Darido (2012) alertam que o professor pode fazer uso de materiais como o livro didático para seu auxílio, mas deve se atentar ao risco de assim apresentar receitas prontas. Darido et al. (2010) refletem que o conteúdo não deve ser prescrito, já que pode tornar-se algo descontextualizado levando em conta a realidade dos alunos.
Vieira (2011, p. 182) ressalta que “a arte pode influenciar a formação da identidade de cada ser humano, contribuindo para que a criança amplie suas linguagens”. Marques (1997, p. 23) corrobora: “O corpo em movimento, portanto, assume papel fundamental hoje em dia, e a dança como forma de conhecimento torna-se praticamente indispensável para vivermos presentes, críticos e participantes em sociedade”.
A criança deve ser devidamente estimulada, ser posta em situações nas quais ela deve ser a protagonista, em que ela deve criar, tomar decisões e pensar. Damásio (2001) acredita que o sistema nervoso é altamente diferenciado e que diversos centros neurais processam informações variadas. Também é sabido que a estimulação da criança nos anos iniciais é fundamental, pois nessa fase ocorre maior maturação do sistema nervoso central (Santo et al., 2016; Gallahue; Ozmun; Goodway, 2013).
Portanto, para que a dança possa ganhar o status de educadora na escola não pode se resumir a passos copiados de um DVD, conforme mencionado, transformando-se assim em uma forma limitadora e superficial de aprender. Sobre isso, Darido et al. (2010) relembram que as aulas de Educação Física restringiam-se a oferecer um conhecimento raso proveniente da repetição de movimentos. Tal prática privaria a criança de trabalhar seu corpo e sua mente integrados e crianças que possuem carências de estímulos corporais e ambientais nesse período podem apresentar dificuldades no decorrer de outras etapas do seu desenvolvimento (Marques, 2012; Silva et al., 2017; Santo et al., 2016).
É importante ressaltar que, para educar, a dança não deve ter ou possuir aspecto formal; o professor não deve ser o único “artista”, instituindo movimentos prontos, estereótipos e formalismos a seus alunos.
Segundo Mallmann e Barreto (2012, p. 8), “o dançar brincando, com liberdade e prazer, sem prender-se a códigos formais, é uma afirmação dos sentimentos e experiências do homem”.
Portanto, a dança para crianças deve ter aspecto mais lúdico, sem cobranças excessivas e tecnicismo exacerbado; elas devem ser deixadas livres para que possam vivenciar e criar seus próprios movimentos; “enquanto canta, gira, organiza os movimentos, a criança em particular, e o ser humano, de maneira genérica enriquecem sua experiência vivencial” (Mallmann; Barreto, 2012, p. 8).
Na Antiguidade, a dança era considerada essencial para o teatro, para o culto e até mesmo para a educação. O filósofo grego Platão fazia uso da dança a fim de educar seus discípulos; na mesma linha de raciocínio, Marques (2012) reflete que, sendo arte, a dança integra o conhecimento corporal ao intelectual, tendo o potencial de trabalhar a capacidade de criação, imaginação, sensação e percepção.
A dança deve ser uma experiência de alegria, de vivência, de divertimento. Uma boa forma de estimular as crianças seria propor que elas próprias criassem as coreografias; isso abriria espaço para tomadas de decisão, criatividade, trabalho em equipe, e prática/ação por parte delas.
Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), no Ensino Fundamental as crianças querem assumir responsabilidades e são capazes de fazê-lo; quando as oportunidades de prática, instrução e estímulo durante esse período são inexistentes, muitos sujeitos são privados da aquisição de informações perceptivas e motoras necessárias à execução de atividades de movimento com habilidade. “A atividade motora deve estar presente ao longo de toda a vida, desde a infância e a juventude, quando estamos cheios de energia, até a terceira idade” (Arantes; Haetinger, 2008, p. 47).
O dançar mostra-se uma ótima opção no processo de ensino-aprendizagem para crianças; elas interpretam a dança como uma brincadeira e, segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), por meio da brincadeira a criança desenvolve uma série de capacidades de locomoção, manipulação e estabilidade fundamentais e se engaja em novas experiências por conta própria e pela pura diversão de sentir e descobrir o que é capaz de fazer, o que é cientificamente explicado pela presença da serotonina.
Crianças que dominam habilidades como essas têm mais facilidade na interpretação e, por conseguinte, no raciocínio lógico; isso faz com que a leitura e consequentemente o aprendizado sejam facilitados. As análises dos estudiosos do paradigma embodied cognition – cognição incorporada ou mente corporalizada, conceito que argumenta sobre o sistema motor influenciar nossa cognição, assim como a mente influencia as ações corporais (Diamond; Lee, 2011; Diamond, 2013; Thomas; Knowland, 2009) são reforçadas pelo argumento de Arantes e Haetinger, ao explanarem que
A aquisição da escrita, por exemplo, começa quando a criança tem suficiente domínio motor para segurar o lápis, coordenar a relação visomotora entre o lápis, o papel e as linhas e controlar as relações de força e velocidade. Ou seja, a escrita é um aprendizado motor. A percepção espacial e a representação mental necessárias à escrita e à leitura estão associadas à Psicomotricidade. [...] A lateralidade também influencia a aquisição da leitura. Nas línguas ocidentais, por exemplo, lemos as palavras e frases da esquerda para a direita. O texto pode ser visualizado de cima para baixo e vice-versa. Em função disso, o desenvolvimento motor é muito importante na fluência da leitura (Arantes; Haetinger; 2008, p. 46).
Estudos mostram que o nível de coordenação motora pode ser um dos fatores que influenciam também o desenvolvimento cognitivo, estabelecendo assim uma possível relação preditiva entre desenvolvimento motor, memória de trabalho e velocidade de processamento.
Portanto, não existe Educação Infantil sem movimento, pois as crianças têm toda a relação do conhecimento com base nas vivências e nas brincadeiras; compreende-se então que, para fins educacionais, devemos trabalhar com o movimento, e a dança é isso, uma vez que ela beneficia sobremaneira todos os elementos básicos da cognição e da motricidade humanas. Segundo Maciel e Fernandes (2014, p. 107), “quanto mais se envolve o corpo, mais a criança consegue motivar-se, se envolver focando a atenção, ter prazer e gosto pela atividade e, consequentemente, aprender”.
As conexões da dança
Existem múltiplos conceitos e interpretações com relação à construção do conhecimento. Durante muito tempo a educação foi vista com base no que o aluno fazia, ou seja, em seu produto, e não pelo processo da construção, hoje sabemos que o mais importante é o processo, o durante, o caminho que o aluno percorre na descoberta de sua aprendizagem.
Na dança na escola, o aspecto lúdico se faz necessário, embora Ferreira (2005) enfatize que nesse espaço, a dança deve se preocupar com as competências que são primordiais no cotidiano humano, como a formação ética, a adaptação social, a organização do trabalho, o tratamento da informação e o desenvolvimento motor da criança.
Vieira (2011) reflete que na dança as experiências corporais são diretamente exploradas, desenvolvidas e integram habilidades criativas e intelectuais dos alunos, proporcionando-lhes o uso da imaginação e do corpo para dar sentido às experiências sensório-motoras.
Nanni (1995) acrescenta que a dança sempre esteve envolvida com o processo de ensino-aprendizagem, abarcando constantemente questões como percepção, sensação, conhecimento, estruturação, criação e avaliação, além das atitudes de decisão.
Darido (2003) considera que em uma aula de Educação Física a aprendizagem do movimento deve ser privilegiada, embora outras aprendizagens ocorram em decurso da prática de habilidades motoras. Maciel e Fernandes (2014) defendem que é necessário que o aluno seja estimulado em todas as esferas de seu desenvolvimento, não somente a motora, mas também a cognitiva, a afetiva e a social, e que também sejam ofertadas à criança inúmeras possiblidades e vivências para uma formação mais integralizada possível, aspecto que se insere na visão bioecológica do desenvolvimento humano e nas imbricações dos vários sistemas: microfamiliar, circunvizinho à criança, institucional e da macroesfera política (Bronfenbrenner, 1999).
A análise das autoras diz respeito ao fato de que um corpo/movimento/pessoa que não é estimulado nem desenvolvido em sua totalidade poderá desenvolver algum tipo de defasagem futuramente, pois entre essas esferas há diversas conexões e sentidos que influenciam diretamente o estado da pessoa.
A esfera cognitiva está diretamente relacionada à afetiva, pois corpo e mente são diretamente influenciados por nossas relações emocionais, que constroem afetos, que nos conectam à esfera social quando desenvolvemos vínculos com as pessoas relevantes para nós; assim, a esfera social está irremediavelmente ligada à cognitiva.
Diariamente somos expostos a situações da vida que fazem com que todas essas esferas desenvolvimentistas sejam afetadas de uma forma ou outra. A dança entra em cena como “válvula de escape”, por ser um ótimo recurso para propiciar o estado de presença pura – corpo e mente integrados –, como nas práticas meditativas, compreendendo por assim dizer a dança como um tipo de meditação dinâmica; facilitando o esquecimento dos problemas, o relaxamento, a expressão espontânea, e assim constituir-se como um potencial fator preventivo ao estresse (Marques, 1997). Nesse aspecto, ressalta-se novamente a presença dos neurotransmissores antiestresse, como endorfinas e ocitocinas.
Com as crianças não é diferente; elas também podem sofrer com estresse. A propósito, Siegel e Bryson (2015) referem-se ao cérebro inacabado das crianças, cuja maturação – córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões e equilíbrio de emoções, se dará por volta de vinte e poucos anos, com os hormônios cortisol e serotonina imbricados; o primeiro, quando em excesso e por tempo excessivo, é causador de estresse crônico, inflamações e sobrepeso que podem acabar desequilibrando todo o sistema (Gunnar, 1996).
Os autores também enfatizam que a serotonina – responsável pela sensação de prazer e bem-estar – entra na questão devido ao excesso de cortisol deixar o corpo em alerta, comprometendo o sono que altera a produção dela, o que ocorre apenas durante o sono profundo. Ainda segundo os autores, os níveis de cortisol no sangue podem variar durante o dia porque estão relacionados à atividade física e à própria serotonina.
Como atividade física, e consequentemente produtora de serotonina, a dança se mostra como fator de importância vital, pois, preventiva, também é produtora de situações prazerosas e desestressantes que contribuem para a redução dos níveis de cortisol.
Infelizmente, no meio da dança, alguns estilos abrem pouco espaço para criação e autonomia por parte dos participantes; é o caso do balé clássico, na visão de Reis e Zanella (2010); para as autoras, os passos são absolutamente padronizados e a bailarina deve ajustar-se ao padrão preestabelecido por esse estilo, como se um pintor fosse pintar uma tela e ela já estivesse esboçada e parcialmente pintada.
Mesmo com essa conduta, o balé clássico goza de alto prestígio; em muitos casos, é até considerado uma dança com grau de importância mais elevada que as demais.
Abrir espaço para que a criança possa vivenciar e criar partindo de sua própria premissa fará com que ela acabe exteriorizando seus sentimentos por meio dos movimentos, como Davies (2003) analisa ao relatar que as crianças naturalmente pulam de alegria, batem os pés de ódio, se seguram reticentes e se chacoalham de excitação. Strazzacappa (2001) contribui enaltecendo que o movimento é sinônimo de prazer e a imobilidade de desconforto.
Diniz e Darido (2012) refletem que, na escola, a dança ainda enfrenta muitas dificuldades para ser desenvolvida. Silva et al. (2017) reforçam que, em âmbito escolar, a dança teria importância imensurável e seria importante para a quebra de paradigmas como o de que dança é exclusivamente feminina, pois essa visão, presente ainda hoje, retarda sobremaneira a adesão da dança na escola e dificulta o desenvolvimento que essa arte propiciaria aos alunos principalmente no caso dos meninos, vítimas também que são desse machismo infelizmente institucionalizado.
Tais julgamentos estão impregnados na sociedade pela falta de conhecimento das pessoas. No caso do futebol, o mesmo ocorre com as meninas, muito embora a performance em campo não esteja relacionada à neurobiologia dos corpos sob influência da variável sexo. A esse respeito, uma curiosidade: o filme Nós que aqui estamos por vós esperamos (1999) faz uma interessante comparação entre o futebol e a dança e suas características em comum, pois ambos possuem balanço, ginga, movimento corporal e ritmo. Enfim, a semelhança é gigantesca, na mesma proporção do preconceito infundado.
A neurociência por trás da dança
A motricidade humana é fundamental para qualquer atividade; pensando a dança como uma manifestação humana no mundo, é possível dizer que ela é uma maneira de vivenciar a corporeidade, integrando o sensível e o racional, o pensamento e a ação, no corpo que é o ser que dança expressa e comunica (Barreto, 2008, p. 102).
O corpo é um meio pelo qual a criança aprende; assim, os atos de brincar e dançar, atividades provenientes da alegria, da comunicação, da liberdade, felicidade e expressividade, são privilegiados para o ensino-aprendizagem.
Essa mesma expressividade é mostrada pelos dançarinos quando dançam e expressam aquilo se não se pode dizer. O indizível, em outros termos; concomitante a isso, esse mesmo indizível toma conta do público que aprecia, causando-lhe uma multiplicidade de interações, de diferentes formas de “sentir” (Marques et al., 2013, p. 255).
Essas diferentes formas de sentir devem-se ao fato de que, ao dançar, corpo e mente trabalham em perfeita sintonia. Marques (2012) infere que, se aprofundarmos a questão da relação entre corpo e mente, poderíamos dizer que a compreensão corporal dos repertórios já inclui e está intimamente ligada à compreensão “mental” da dança, pois corpo e mente não se separam, “são corponectivos”.
Para Gil (2004), o movimento possui uma consciência que percorre o corpo, e essa consciência do movimento torna-se movimento da consciência. Marques (2013, p. 248) salienta que, “na ação de dançar, consciência e pensamento, corpo e movimento se encontram como unidades inseparáveis: consciência e corpo fundem-se nessa existência dançante”. Nesse sentido, percebe-se que o movimento humano é composto de significados elaborados pela mente e que, quando exteriorizados, expressam a linguagem por intermédio do corpo (Mallmann; Barreto, 2012).
A dança é uma prática prazerosa, e não existe aprendizado nem educação sem prazer e alegria – a já citada correlação com o neurotransmissor serotonina –; sem esses aspectos, o que existe é apenas memorização. Crianças que desenvolvem suas competências motoras em uma série de habilidades e situações de movimento terão maiores chances de êxito na fase do movimento especializado (Gallahue; Ozmun; Goodway, 2013). Arantes e Haetinger (2008) explanam que precisamos considerar a dança em todos os seus aspectos, já que o ato de dançar abarca a relação do ser humano com seu corpo, a coordenação de habilidades motoras, a expressão de sentimentos, sensações, códigos e conhecimentos internalizados e ativação da memória, contribuindo para o desenvolvimento da consciência corporal, que engloba a percepção de gestos, o equilíbrio e a noção espacial.
Gil (2004) corrobora enaltecendo o fato de que se trata de liberar o corpo e o entregar a si próprio, ao corpo penetrado de consciência; em outras palavras, ao inconsciente do corpo, tornado consciência no corpo – onde se insere novamente no já mencionado paradigma do embodied cognition, ou seja da mente corporalizada (Diamond; Lee, 2011; Diamond, 2013). Portanto, a dança faz com que a emoção, a sensibilidade e a criatividade se tornem o foco central da ação, ou seja, ela possibilita que o ser humano se conheça e se realize (Nanni, 2008).
Mediante o exposto, é possível afirmar que a dança faz com que nosso corpo libere endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina, os chamados hormônios do prazer e bem-estar; eles têm forte influência em nosso sistema límbico – responsável pelas emoções. Ao falar de dança, emoções, prazer e bem-estar, não se deve desconsiderar a parceria inseparável da música.
Afinal dançar é muito mais que executar movimentos perfeitos; é expressão, interpretação e intenção que transcendem o poder das palavras, é a transcendência expressa na melodia da música. Arantes e Haetinger (2008) reforçam que a dança atrelada à música colabora para um desenvolvimento integrado da mente e do corpo.
A teoria das múltiplas inteligências proposta por Gardner na década de 1980 demonstra que a inteligência musical é possivelmente a primeira inteligência demonstrada por nós, seres humanos, em nossa vida social, pois, assim que deixamos o útero de nossas mães, conhecemos o mundo por meio dos sons envoltos no ambiente em que vivemos pela voz parental.
A música está absolutamente ligada à dança; normalmente, se não houver controle, o corpo a traduz em movimentos. Por meio dessa conexão natural e espontaneamente lúdica, a criança acaba interagindo e aprendendo.
A dança e a música podem ser vistas como um jogo que mobiliza as crianças em suas múltiplas inteligências, pois ambas divertem, relaxam e alegram, assim como estimulam a cognição e a operação mental com símbolos e figuras e o exercício da imaginação.
A música também possui importância imensurável, já que, a partir de seu som, as crianças refinam seu sentido auditivo, e mediante a própria dança procuram refinar seu sentido cinestésico, proporcionando encontro entre a ação e a imaginação, fazendo com que se movimentem de forma rítmica e harmoniosa (Arantes; Haetinger, 2008). A boa música deveria, tal como a dança, compor um repertório de alfabetização estética na escola básica, sobretudo na infantil.
Dessa forma, com base nos estudos de Gardner, é perceptível que, por meio da dança, as inteligências corporal-cinestésica e musical, bem como a espacial, a interpessoal e a intrapessoal, acabarão sendo igualmente estimuladas.
Antunes (2001) afirma que a motricidade é indispensável para um desenvolvimento perfeito, já que todos os atos são praticados com o corpo. Por isso, uma boa estimulação é essencial; deve ser levado em conta que esses affordances e estímulos sejam profícuos para que haja boa interação da criança com suas tarefas e com o ambiente, a fim de potencializar o trabalho das redes neuronais.
Por meio da dança e da música, a criança trabalha ao nível cognitivo – e corporal – intensamente, e isso é benéfico para ela, pois a percepção sonora envolve diversas estruturas cerebrais, como córtex pré-frontal, córtex pré-motor, o próprio córtex motor, os córtex parietal e occipital, o cerebelo, lobos temporais, sistema límbico e ainda inclui a amígdala e o tálamo (Overy; Molnar; Szackacs, 2009).
Para Arantes e Haetinger (2008), toda ação musical contribui para o desenvolvimento infantil. Na ação de dançar, corpo/mente, música/dança são inseparáveis, auxiliam a criança não só em seu processo de desenvolvimento motor, mas também psíquico, contribuindo para sensação de prazer e bem-estar, sendo de extrema utilidade no processo de neogênese, conforme Ferreira (2005, p. 59). “A aprendizagem dos movimentos complexos da dança e de outros esportes faz com que cresçam mais conexões entre neurônios, aprimorando a memória; assim ficamos mais aptos a processar informações e aprender”.
Para Mallmann e Barreto (2012), tudo isso corrobora a mobilização em favor da plasticidade neural (capacidade do cérebro para desenvolver novas conexões sinápticas). Os neurônios modificam suas conexões conforme seu uso ou desuso de determinados circuitos neurais; assim, a plasticidade acontece quando os neurônios são estimulados por acontecimentos ou informações ambientais.
Em função dessa ação mobilizadora, é natural que as habilidades se ajustem, das mais simples às mais complexas, mas é necessário explicitar que, de modo mais específico, o processo de desenvolvimento, e em especial o desenvolvimento motor, deve fazer lembrar constantemente da individualidade do aprendiz e de que o ajustamento dessas habilidades irá nos acompanhar durante o processo de envelhecimento.
No caso das crianças, cabe notar que elas estão continuamente a explorar e criar e à medida que vão crescendo a criatividade pode ser expressa na dança por intermédio da habilidade produtiva, da imaginação, por meio de movimentos e posições, fazendo com que a criança possa gerar uma gama de novos movimentos; para Darido e Moreira (2007), o movimento é visto como um ritmo em potencial.
Contudo, a criatividade se faz presente na recombinação de diversos aspectos variados por meio da imaginação, em um processo em que estão envoltos cognição, vontades e afetos, que geram um produto que traz algo novo, transfigurando a realidade de que partiu, em concomitância com seu criador (Vygotsky, 1990).
Com isso, é importante refletir que na infância as capacidades perceptivas tornam-se cada vez mais refinadas. O aparato sensório-motor trabalha em harmonia cada vez maior, de modo que no final desse período a criança pode executar numerosas habilidades sofisticadas.
A prática e a experimentação, com capacidades perceptivas em maturação, incrementam o processo de integração com as estruturas motoras [...]. Quando não há oportunidades de prática, instrução e estímulo durante esse período, muitos indivíduos são privados da aquisição das informações perceptivas e motoras necessárias à execução de atividades de movimento com habilidade (Gallahue, Ozmun, Goodway, 2013).
Silva et al. (2017) relatam que nos últimos anos inúmeras pesquisas feitas reforçam a existência de uma possível influência do desenvolvimento motor no processo de ensino-aprendizagem, sobretudo acadêmico/escolar da criança. No entanto, segundo Damásio (2012), por meio de estudos neurocientíficos atualmente se sabe que as ações oportunizadas pela capacidade sensório-motora constroem as percepções e essas experiências são construtoras/escultoras do cérebro.
Prova disso são as afirmações de pessoas envolvidas com a dança, para as quais é consenso que, ao dançar, as emoções angustiantes e desagradáveis são submetidas a certa descarga e a sensação de leveza e bem-estar se sobrepõe, acarretando um manancial de sensações positivas.
Laban, considerado mestre da dança expressionista e maior teórico da dança no século passado, destaca que “o corpo é nosso instrumento de expressão por via do movimento. O corpo age como uma orquestra, na qual cada seção está relacionada com qualquer uma das outras e é uma parte do corpo” (Laban, 1978, p. 67).
Ou seja, somente poderemos dizer que conhecemos e sabemos algo sobre/de uma dança quando formos também capazes de senti-la e percebê-la em nossos corpos (Marques, 1997, p. 23).
Mallmann e Barreto (2012, p. 10) vão além e sentenciam que
a aprendizagem prazerosa pode levar a alterações estruturais no cérebro [...] e é de bom alvitre o resgate do papel da dança na educação de uma maneira expressiva, espontânea e prazerosa, visando favorecer o desenvolvimento global dos educandos.
Vivendo e aprendendo a dançar
Nesse âmbito vale citar uma didática que prioriza o lúdico no ensino da dança para crianças no Brasil: o Método Sasaki, um método de ensino da dança do ventre. Nele, a dança é ensinada às crianças desde seus anos iniciais até o início da adolescência de forma absolutamente lúdica. Nessa metodologia, as crianças aprendem por meio de dinâmicas, jogos, brincadeiras corporais e cantadas, e não só com autonomia para criar; são instigadas a isso.
Atualmente a metodologia Sasaki conta com mais de 50 professoras certificadas em todo o país e no exterior. A criadora do método, Rebeca Sasaki, é um dos grandes expoentes do país na temática da dança do ventre, a maior referência nacional no processo de ensino-aprendizagem da modalidade no infantil.
Assistente social por formação, Sasaki desenvolveu sua metodologia a fim de auxiliar no atendimento de pessoas vítimas de violência, em especial crianças e adolescentes que sofreram violência sexual. O método oferece às crianças um aprendizado prazeroso, que potencializa as relações interpessoais, a autoestima, o controle físico, psíquico e neuromotor. E permite que as crianças criem suas próprias coreografias e, por meio de hetero e autoavaliação, monitorem o interesse e a dedicação das colegas.
Após a disseminação do método, o número de crianças que ingressaram para dança árabe aumentou consideravelmente, mudando a forma de pensar de muitas pessoas que consideravam esse estilo de dança inapropriado à prática infantil.
Vale destacar que uma bailarina brasileira de danças árabes que começou a dançar com apenas seis anos e um ano depois já havia conquistado seus primeiros prêmios. Atualmente com 14 anos e diversos títulos conquistados, já é considerada uma referência da dança: a mineira Ariel Khalih tem se notabilizado cada vez mais como verdadeiro prodígio na arte, chegando a ministrar workshops e até se apresentar fora do país.
Histórias como a do método Sasaki e a dessa adolescente nos mostram que a dança, quando aliada ao ensino de forma lúdica e livre de preconceitos e velhos paradigmas, pode não só contribuir para a educação e o aprendizado como também ajudar a revelar talentos, mesmo que esse não seja o objetivo primordial da área de dança na escola.
Desde o balé clássico, passando pela dança do ventre e práticas de roda de capoeira escolar e já inclusa nos planos terapêuticos, a dança é utilizada com esses fins; como exemplo temos as danças circulares sagradas e a biodança.
Em alguns hospitais já se utiliza a técnica da dança preparatória para o parto, em que as gestantes dançam minutos antes de dar à luz; a justificativa comprovada pelas próprias pacientes é que o ato de dançar causa-lhes relaxamento, fazendo com que as dores e o estresse precedentes ao nascimento sejam amenizados; além disso, estimula a musculatura intraventral, preparando a região para o parto, e auxilia no encaixe correto da posição do bebê ao nascer.
Considera-se então o fato de que a dança possa trabalhar sentimentos reprimidos, atuando no plano mental; o raciocínio torna-se mais ágil, estimula-se a memória, podendo assim beneficiar a concentração e melhorar a atenção, cuja explicação retorna à liberação dos neurotransmissores serotonina e endorfinas propiciada pela prática do corpo/movimento, neste caso a dança e a também citada relação motor/cognitivo.
As crianças entendem a dança como forma de lazer; na nossa sociedade atual, em que há a prevalência do mundo digital, a dança se faz ainda mais importante, pois as crianças de hoje são consideradas nativas digitais, não vivem os processos necessários para seu desenvolvimento, devido ao interesse despertado pelo mundo digital, em que costumam passar a maior parte do tempo.
Essas atitudes, muitas vezes instigadas pelos próprios pais, privam a criança de perspectivas, profundidades, vivências e experiências que, caso não aconteçam, poderão evoluir para possíveis desequilíbrios biopsicossociais.
Uma ligação profícua entre a neurociência e a educação são os pressupostos acerca de memória, afeto e atenção que podemos usar em favor do aprendizado infantil, criando ambientes e situações facilitadoras, como a dança e a música.
Yzquierdo (2010) relata que a neurociência relaciona a memória ao afeto e ao prazer com relação àquilo que está sendo ensinado; nossa memória seletiva é altamente influenciada pela motivação e pelo prazer. Segundo Vygotsky (1999, p. 315), “a arte é técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através da qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do nosso ser”.
Isso é fundamental para a aprendizagem da criança, pois assim o seu desenvolvimento será constante; todavia se o processo for fragmentado e se resumir a fazer e copiar coreografias prontas, certamente a criança não se desenvolverá tanto quanto poderia, muito menos terá prazer, motivação, tampouco gosto pela atividade, pois aulas assim, além de muito limitadoras, tornam-se chatas e repetitivas.
Na escola, poderá ser adotado o uso do corpo/movimento e das aprendizagens motoras como novas ações pedagógicas para o sucesso escolar; como visto até aqui, a utilização do corpo/mente/movimento na dança pode ser uma alternativa, pois “a dança é uma forma poderosa de expressividade e auxílio à aprendizagem” (Silva et al. 2017, p. 147).
Divergindo de outras formas de arte, como as plásticas e literárias, na dança a matéria a ser trabalhada não é algo externo do sujeito, mas ele próprio, a aprendizagem e a expressividade são proporcionadas pela dança, indispensável quando o assunto é o processo de ensino-aprendizagem para crianças. Pelos movimentos, as crianças aprendem, se desenvolvem, conhecem e exteriorizam seus sentimentos; movimento é vida (Reis; Zanella, 2008; Silva et al., 2017; Gallahue; Ozmun; Goodway, 2013).
Muitas práticas de dança na escola podem ser realizadas dentro da própria sala de aula; sugerimos algumas:
- Para não criar constrangimentos, o professor pode simplesmente colocar música e dispor as crianças em círculo inicialmente com vendas nos olhos, de modo a sentirem-se mais livres de estereótipos, para essa vivência.
- Jogos musicados também têm forte adesão entre os pequeninos, como pega-pega, danças de rodas, parlendas e todo tipo de atividade que consiga conectar seus corpos em movimento e música. Vale ressaltar a clássica brincadeira “siga o mestre” adaptada para “siga o ritmo” musical.
- Criar coreografias conjuntamente a partir de sons aleatórios que representem estados emocionais (alegria, tristeza) ou situações simuladas, como fugindo do perigo, nadando, correndo, subindo em árvores, etc.
- Músicas clássicas podem ser experienciadas no cotidiano escolar, algo do tipo cinco minutos de dança criativa – cada um sente/percebe o som e cria seu movimento; aí não há certo nem errado.
- Os mais variados tipos de atividades de leitura e alfabetização, tanto da linguagem (leitura e escrita) quanto da Matemática, poderão usar o corpo que dança: como a corrida numérica dos bichos (a partir de números sorteados num dado), pular como o sapo tantas vezes, correr como os macacos (balançando os braços) etc.
Dentro dessas sugestões, o maior cuidado por parte do educador deverá ser de não reduzir a dança à repetição de movimentos padronizados, muito embora eles também tenham a sua função, sobretudo na formação de dançarinos e do esteticamente artístico, belo e formal, mas a escola não deve vislumbrar isso como seu propósito final.
Considerações finais
A dança contribui para o processo de ensino-aprendizagem e promoção da saúde e bem-estar infantil. Embora isso tenha sido evidenciado neste estudo, ainda existem muitas perguntas a serem respondidas; portanto, sugerimos estudos mais específicos.
Ressaltamos o fato de que, para educar, para que a criança aprenda, a dança deve fugir do tecnicismo exacerbado, priorizando o lado lúdico e a exploração do mundo por si própria, por meio de seu corpo e de sua capacidade de criação.
A dança permite às crianças uma conexão integrada de corpo e mente, trabalhando-as em todas as esferas de seu desenvolvimento, contribuindo para prevenção de possíveis defasagens futuras, promovendo a socialização, a atenção, o aprendizado e o conhecimento.
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Publicado em 28 de janeiro de 2020
Como citar este artigo (ABNT)
SILVA, Gabriel Gomes de Souza; MACIEL, Cilene Maria Lima Antunes; FERNANDES, Cleonice Terezinha; FONTES, Tania Aparecidade Oliveira. As contribuições da dança (do ventre) no ensino-aprendizagem para crianças: uma óptica neurocientífica. Revista Educação Pública, v. 20, nº 4, 28 de janeiro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/4/as-contribuicoes-da-danca-do-ventre-no-ensino-aprendizagem-para-criancas-uma-optica-neurocientifica
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