Sequência didática em aulas de Língua Inglesa: uma abordagem no 7º ano do Ensino Fundamental

Geraldo Rodrigues de Paiva

Professor, especialista em Gestão Escolar (ISEP)

Desde muito tempo, o ensino da Língua Inglesa na Educação Básica brasileira é questionado. Muitos estudos já foram produzidos para tentar investigar e chegar a uma conclusão legítima que justifique tal necessidade e a real função social do ensino de uma língua estrangeira em território brasileiro.

Durante muitos anos, legislação e documentos oficiais repreenderam o ensino de línguas estrangeiras no Brasil; no entanto, nem tudo foi retrocesso: grande parte do poder público desenvolveu projetos que contemplaram as ações de inclusão de línguas estrangeiras no currículo escolar. Exemplo disso é a atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Todavia, a concepção social foi gradativamente constituída pelas incertezas e resquícios do passado e atualmente está encoberta por uma espessa coluna de fumaça que impede a população, especificamente discente, de usufruir dos benefícios da aquisição de uma língua estrangeira para sua vida, tanto acadêmica quanto social.

Para efeito de aproximação entre a justificativa do ensino de língua inglesa e a motivação escolar discente, entra o papel das sequências didáticas (SD), as quais exercem grande impacto no processo formativo escolar, pois tanto professores quanto discentes estarão diante de atividades ordenadas por etapas esquemáticas, cada uma com objetivos que norteiam o alcance dos objetivos das atividades.

O cenário educacional brasileiro passa por grande crise de valores e justificativas do que realmente é necessário ser ensinado na escola, bem quanto às discussões acerca da qualificação docente em suas respectivas áreas, isto é, a formação docente também é alvo de inúmeras críticas. Ao conciliar o contexto social com o desinteresse discente e a má formação docente, o resultado não contribui para o avanço educacional, existindo inúmeras lacunas e incongruências que ocasionam a descrença de que o setor educacional nacional seja capaz de ascender ao patamar de país de primeiro mundo.

Diante dessa perspectiva, o profissional da Educação necessita desenvolver habilidades didáticas e lançar mão de estratégias de ensino que sejam capazes de conciliar as necessidades educacionais dos alunos com as suas realidades; isso significa que se deve contextualizar a explanação dos conteúdos programáticos com a realidade dos alunos.

Assim, a promoção da motivação pela aprendizagem, especificamente de Língua Inglesa, também parte das ações metodológicas docentes para que se encontrem estratégias que viabilizem o mínimo possível de aproximação entre conteúdo e estudante, fazendo fluir o processo de ensino-aprendizagem de forma realmente significativa.

Breve histórico de sequência didática

Sequências didáticas (SD), conforme a própria nomenclatura indica, são uma sequência de atividades distribuídas em módulos, os quais compreendem fases que, metaforicamente, podem ser definidas como partes de um quebra-cabeça em que o êxito de sua montagem está diretamente ligado ao alcance dos objetivos estabelecidos; isso só pode ser concebido diante da estruturação coerente e precisa da proposta inicial de SD, de forma clara e objetiva.

Registros pioneiros sobre SD datam de 1996; neles, a SD era proposta para clarificar conceitos de natureza linguística especificamente na língua francesa. Atualmente, a SD é proposta de forma a trabalhar determinadas temáticas de forma mais exploratória, levando em conta as habilidades dos alunos e sua máxima expressividade; o aluno é o agente ativo de seu próprio aprendizado.

Sequência didática como proposta metodológica

Em Pessoa (2016, p. 37) tem-se a definição de SD:

Sequência didática corresponde a um conjunto de atividades articuladas que são planejadas com a intenção de atingir determinado objetivo didático. É organizada em torno de um gênero textual (oral ou escrito) ou de um conteúdo específico, podendo envolver diferentes componentes curriculares. No caso de sua relação com o ensino da escrita, a sequência pode ter como objetivo ajudar o aluno a dominar melhor um determinado gênero textual, favorecendo uma comunicação mais adequada em dada situação em que o uso do gênero trabalhado se faz necessário (planejamento e produção de uma apresentação oral em evento da escola ou de cartas do leitor a serem enviadas a revistas, por exemplo). É importante que as atividades propostas na sequência didática para o trabalho com gêneros textuais atendam à finalidade do gênero e a possibilidade de adequação aos destinatários que estão fora da escola, e não apenas para o professor e os colegas de turma.

Uma SD deve ser estabelecida de forma a engajar todos os componentes envolvidos nela, em que todos tenham consciência da sua participação e de suas funções em prol do melhor desempenho na atividade.

Outro aspecto a ser destacado é que as SDs são propostas como alternativa à assimilação dos conteúdos ensinados, ou seja, uma proposta diferenciada do tratamento educacional tradicional, apresentada de maneira cativante, envolvente e com grande índice de bons resultados, pois, ao conseguir o envolvimento pleno do aluno em uma atividade, as chances de êxito educacional são elevadas, proporcionando a oportunidade de o educando superar dificuldades em seu aprendizado.

Para que uma SD atinja sua potencialidade como estratégia de ensino, deve ser elaborada com bastante critério, pois o professor deve propor em seu planejamento a oportunidade de o aprendiz agir a favor de seu aprendizado, isto é, ele oferecerá condições plausíveis para que o aluno possa apropriar-se de determinado conhecimento para poder, assim, elevar seu nível de aprendizado. Portanto, SDs dão oportunidades para que o aprendiz se torne agente ativo de seu próprio aprendizado, sem que isso faça com que sua atuação como aluno seja subestimada; pelo contrário, o professor desempenhará a função de intermediário entre o aprendiz e o conhecimento.

As contribuições da sequência didática no ensino de línguas

O ensino de línguas estrangeiras, especialmente tratando-se aqui da língua inglesa, é repleto de desafios de múltiplas naturezas; uma delas é o desinteresse de muitos alunos, que não encontram atratividade em aprender um idioma, o qual, superficialmente, não apresenta aplicabilidade tão expressiva quanto a comunicação em língua materna.

Para Machado e Guimarães (2009, p. 56),

as sequências didáticas no ensino de língua materna e estrangeira são alvo de muitos estudos no Brasil hoje. A ampla circulação desse constructo em pesquisas e práticas pedagógicas se deu em função do projeto Olimpíada de Língua Portuguesa e, antes, com a inserção de preceitos do ISD nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Machado; Guimarães, 2009, p. 56).

É possível identificar que SDs podem ser uma grande ferramenta no auxílio na prática de atividades que envolvem desenvolvimento e aquisição das habilidades linguísticas do aluno, haja vista que, ao lançar mão dessa proposta, o professor proporciona ao processo de ensino-aprendizagem momentos de engajamento e de interdisciplinaridade, pois o envolvimento de outras áreas do conhecimento pode ser um recurso a ser implementado nas SD, independentemente da disciplina que seja a orientadora.

Diante da perspectiva freiriana, o educador não deve ser visto como possuidor do pleno saber e o aprendiz o receptáculo de suas demonstrações; ambos devem ser conscientes de suas funções, de que uma complementa a outra, distinguindo-se em nível de instrução e não de inteligência. O processo de aprendizagem deve ser partilhado; assim, tanto mestres quanto discípulos devem ouvir uns aos outros e, desse modo, aprender de forma recíproca e efetiva.

O educador que, ensinando qualquer matéria, ‘castra’ a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica. [...] Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica e, de outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da efetividade, da intuição ou adivinhação (Freire, 1996, p. 17).

As SDs para o ensino de Língua Inglesa possuem esse ponto de vista, em que o professor estabelece estratégias para que os alunos acompanhem as orientações e cheguem a conclusões e descobertas que causem efeito e significado para a vida do aprendiz.

O ensino da Língua Inglesa deve ser proposto de maneira atrativa, haja vista que grande parte das instituições de ensino é monolíngue; o ensino da Língua Inglesa deve possuir um diferencial impresso em práticas inovadoras e que revelem ao aprendiz novas formas de descobrir e discutir o mundo, tornando-o um sujeito crítico de suas ações diante da descoberta das formas de compreender as diferentes sociedades que existem no planeta.

As SDs devem ser organizadas em etapas com vista às habilidades prévias dos alunos para poder acompanhá-las e superá-las. O educador precisa apropriar-se do conhecimento acerca da construção das etapas de uma SD para que sua execução possa alcançar ou aproximar-se do êxito dos objetivos propostos. Para poder compreender as contribuições que a SD confere ao ensino, os resultados desse tipo de atividade devem ser expressos pelos próprios educandos ao revelar como a atividade foi capaz de auxiliá-los em suas dificuldades de aprendizagem: relatos, narrativas, discussões entre os colegas e professor. Dessa forma, torna-se evidente o quão proveitoso é a prática de SDs para o ensino-aprendizagem.

Então, para que utilizar SDs no ensino de uma língua estrangeira? Após a apresentação das concepções dos autores, torna-se evidente que essa metodologia de ensino convém para facilitar a compreensão de determinadas abordagens conceituais e teóricas, que são apresentadas aos alunos de maneira gradativa. Ao elaborar uma SD, o professor terá a oportunidade de estabelecer as etapas a serem executadas com os aprendizes e, de maneira síncrona, poderá apresentar situações que instiguem a curiosidade dos alunos em querer descobri-las para que possam passar de etapa na atividade.

Sequência didática na prática docente

Toda forma de desenvolver e aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem é bem-vinda, desde que apresente condições plausíveis de viabilidade na execução de seus pressupostos epistemológicos e metodológicos.

A SD, então, se configura como uma metodologia em que o professor pode organizar, em determinado período de tempo, etapas da aprendizagem de um conteúdo em questão e poderá utilizar outras abordagens metodológicas de maneira interdisciplinar.

Para Ferreira (2016),

o trabalho com sequência didática permite ao professor diagnosticar as dificuldades dos alunos e ir sanando-as gradativamente, além de tornar o ensino mais prazeroso. Atividades sequenciadas auxiliam a organização do professor em sala de aula e torna o ensino mais significativo para o aluno, uma vez que quando trabalhamos de forma contextualizada o aluno compreende melhor os conteúdos em estudo.

Além de organizar a abordagem metodológica, a SD é uma ferramenta que analisa o desempenho dos alunos, diagnosticando onde o professor pode reforçar o aprendizado de determinada dificuldade cognitiva que o aluno apresente.

É comum identificar professores que ainda não compreendem o que venha a ser uma SD, seja por falta de oportunidade em executá-la ou simplesmente por nunca terem ouvido falar a respeito. Muitos deles ainda confundem com planejamentos, apresentações, seminários, dentre outras determinações equivocadas. Essa incompreensão se faz presente diante da partilha de características das atividades entre si, mas a maior delas relaciona-se ao fato de que todos os exemplos buscam tanto ensinar quanto aprender. As SDs são, assim, uma entre muitas formas de planejar o ensino; ela se distingue das demais devido ao seu caráter peculiar de envolver determinado assunto com base em uma sequência de fases, em que o professor frisa o desempenho de cada aluno e busca identificar as dificuldades da execução do processo, podendo dar ao aluno a oportunidade de reinicializar a etapa para que possa tentar superá-la.

Inicialmente, SDs foram introduzidas em aulas de língua materna na Educação Infantil. Sua proposta expandiu-se para outras modalidades de ensino, como Ensino Fundamental e Médio. As SDs devem ser propostas para que seja possível atingir determinados objetivos; no entanto, eles devem estar voltados às necessidades do aprendiz.

A proposta de uma SD deve estar sempre fundamentada na ideia de superação de dificuldades de aprendizado, isto é, sua proposta é extraordinária, devendo ser realizada esporadicamente, para que não se perca sua essência e interesse; claro que sua utilização deve levar em conta às carências de aprendizado observado pelo educador, o qual deverá discernir seu uso pela necessidade do entretenimento.

A SD possui como finalidade principal estruturar o ensino por momentos que somem, gradativamente, ao aprendizado do aprendiz. De maneira geral, o educador expõe determinado assunto, apresenta as etapas a serem seguidas, com orientações suficientes para sua compreensão e, por fim, o aprendiz terá a oportunidade de pôr em prática o conhecimento adquirido. Em temos pedagógicos, uma SD é composta pelas seguintes fases: Apresentação da situação; Produção inicial; Módulos e Produção final. Assim, desde sua fase inicial, o educador precisa estimular ao máximo os educandos para que possam sentir-se interessados e confiantes em querer continuar a sequência proposta. A culminância da proposta pedagógica com SD deve voltar-se à avaliação da aprendizagem, daquilo que realmente os aprendizes adquiriram de proveitoso para suas vidas.

A proporção de uma SD não se limita a um número prévio de etapas, pois elas serão estipuladas pelo educador conforme considerar necessário. Assim, a SD se apresenta como uma proposta de ensino flexível; no entanto, isso não significa que a execução seja realizada de forma desprendida de ordem, pois se faz necessária toda uma proposta voltada à organização das etapas para que os objetivos estipulados tenham maior chance de sucesso, de acordo com as dificuldades de aprendizado que se pretende superar.

Dentre as contribuições que a SD podem aferir ao processo de ensino-aprendizagem, podemos destacar a atratividade pela dinâmica empregada, o envolvimento da interdisciplinaridade, o atrelamento de atividades diversificadas: dança, esporte, leitura, interpretação, lógica, pintura e narrativas, dentre outras, das quais o educador poderá lançar mão em prol da proposta de criação de um cenário favorável para que o aprendiz sinta-se à vontade para realizar os comandos da tarefa.

Proporcionar ao aprendiz oportunidades para que ele se desafie e supere suas dificuldades é uma característica pertinente à SD. Pela quebra de rotina das aulas tradicionais, tanto professores quanto alunos usufruem de um momento propício à aquisição de conhecimentos de maneira fluente, isto é, a sistematização do ensino e toda sua burocracia e formalidade ficam em segundo plano; a intenção principal é experimentar novas possibilidades de aprendizado para que, quando esse aluno retornar ao padrão do processo de ensino-aprendizagem – lousa/caderno –, ele possa admitir que é capaz de aprender, seja de forma dinamizadora ou em sala de aula, devendo estimular suas habilidades e competências.

Metodologia

A metodologia adotada para a produção deste estudo baseia-se nos pressupostos de pesquisa qualitativa, pois se tem a intensão de apresentar as contribuições advindas da prática de SD no auxílio ao ensino-aprendizagem de língua inglesa.

Nossa metodologia de trabalho baseia-se na elaboração de uma sequência didática que abranja determinados conteúdos apresentados em período escolar, especificamente em uma turma de 7º ano de uma escola pública do município de Guamaré, no interior do Estado do Rio Grande do Norte. A escola selecionada para aplicação da SD é a Escola Municipal Benvinda Nunes Teixeira, que possui corpo docente, administrativo e de monitoramento completo. A instituição possui sala de direção, coordenação pedagógica, sala de professores, almoxarifado, quatorze salas de aula e trabalha em três turnos (matutino, vespertino e noturno); conta com biblioteca, sala de leitura, auditório/sala de vídeo, refeitório, quadra poliesportiva coberta, banheiros comuns e adaptados.

A permissão e a participação da gestão escolar foram imprescindíveis para monitoramento da aplicação da SD, haja vista a necessidade de haver aparato e apoio pedagógico em sua execução. 

A sequência didática de Língua Inglesa

A SD proposta foi desenvolvida e aplicada entre os dias 18 de março e 1º de abril de 2019, compreendendo a 7ª e a 8ª semanas do 1º bimestre do calendário escolar municipal; estava distribuída nas etapas apresentadas a seguir.

Apresentação da situação (18 de março)

Nesse momento, o professor explanou a temática a ser desenvolvida com os alunos durante os quatro encontros. A proposta de SD foi apresentada para que eles compreendessem a importância da participação, da assiduidade e da dedicação na execução da nova metodologia. O professor apresentou o conteúdo sobre Calendar e suas características gerais, além de assuntos correlatos, como curiosidades.

Produção inicial (18 de março)

Os alunos foram convidados ao laboratório de informática para realizar uma breve pesquisa em grupos de 10 alunos. Na ocasião, deveriam buscar informações sobre a origem do calendário ocidental e quais países o seguiam; em seguida, deveriam tomar nota das informações e retornar para sua sala, para fins de discussão. Esse momento foi essencial para que os alunos se familiarizassem com a temática e que buscassem inspiração para a continuidade da SD.

Figura 1: Pesquisa no laboratório de informática
Fonte: Acervo particular.

Módulo 1 (20 de março)

Nessa aula, foi lançada a proposta de trabalhar os meses e os dias da semana em inglês; os alunos registraram em seus cadernos os nomes e traduções. A atividade avaliativa realizada nesse módulo buscou pôr em prática a identificação de eventos como datas comemorativas e seus respectivos dias e meses na cultura inglesa, tendo como forma avaliativa a produção de alguns cartazes específicos.

Figura 2: Produção de cartazes temáticos
Fonte: Acervo particular.

Módulo 2 (25 de março)

Nessa aula, o assunto abordado envolveu o estudo sobre as horas e expressões idiomáticas de tempo em inglês; os alunos puderam desenvolver suas habilidades cognitivas na aprendizagem das horas, tanto no relógio de ponteiros quanto no digital, em português e inglês.

Nessa aula, os alunos foram avaliados pela habilidade linguística da pronúncia, com a resolução do questionamento “What time is it?”, quando eles forma convidados a compartilhar, oralmente e em dupla, possibilidades de horas, por meio de sorteio de papéis.

Figura 4: Atividade impressa/recorte de horas
Fonte: Autoprodução.

Módulo 3 (27 de março)
Nessa aula, o professor deu continuidade ao assunto sobre as horas em inglês, desenvolvendo a temática com as múltiplas formas de escrever as datas em inglês e dando início ao estudo sobre as estações do ano.

A sequência dos assuntos corrobora a continuidade da compreensão dos assuntos anteriormente estudados; o aluno tem a possibilidade de revisar aquilo que fora apresentado e avaliar seu aprendizado, identificando se conseguiu adquirir a teoria exposta.

Tabela 1: Datas em inglês

Produção final (1º de abril)

A culminância da SD foi a proposta de organizar o calendário do ano de 2019 em inglês; aqui os alunos puderam pôr em prática os ensinamentos desenvolvidos durantes os módulos anteriores.

Figura 5: Calendário americano em inglês
Fonte: Acervo particular.

Resultados

Aqui é apresentada a discussão acerca das atividades desenvolvidas nos módulos da SD, em que professor e alunos puderam compartilhar uma experiência pedagógica positiva e com possibilidades de aplicabilidade contínua.

Da produção inicial

Conforme apresentado, esta etapa é de suma importância para que o aluno possa desenvolver suas primeiras impressões acerca do assunto proposto. Nela, o aluno poderá expressar-se participando, sugerindo propostas de atividades.

A proposta inicial deu-se com uma pesquisa na internet, em que os alunos foram direcionados ao laboratório de informática em grupos de até 10 alunos; o monitor orientou a pesquisa, após contato previamente estabelecido com o professor mentor do estudo. A pesquisa coletiva ajudou bastante no que se refere à coleta dos primeiros subsídios didáticos do estudo a ser desenvolvido.

Do Módulo 1

Nessa fase foi desenvolvida a proposta de produção de cartazes que envolvessem o assunto estudado sistematicamente no livro e no caderno. Como forma de transcender do formal para o lúdico, os alunos, em grupos, puderam expressar-se por meio de grafia, arte e criatividade.

Do Módulo 2

De maneira a ampliar os conhecimentos desenvolvidos no módulo anterior, além da contribuição dos aspectos formativos, a aula sobre horas e expressões idiomáticas possibilitou o enriquecimento do vocabulário dos alunos, com a prática comunicativa, em que muitos alunos puderam compreender a organização do sistema de tempo em relógio de ponteiros, o que atribuiu à atividade um caráter qualitativo e significativo em sua formação.

Do Módulo 3

Nessa aula, os alunos se depararam com a diversidade que envolve o estudo das datas, pois em outras culturas, especificamente a inglesa, as datas sofrem modificações conforme o espaço em que são aplicadas. A surpresa quanto à utilização de mais de uma forma de escrever a data foi um dos momentos mais marcantes da SD, pois os alunos puderam adquirir um conhecimento novo, puderam compreender a organização das formas sequenciais das datas e suas aplicações.

Nessa aula, os alunos também deram início ao assunto das estações do ano, quando foi possível contrastar as expressões da natureza em países que possuem as estações bem definidas.

Da produção final

A produção final da SD deu-se com a proposta de elaboração de um calendário temático, abordando as datas comemorativas norte-americanas; os alunos puderam expressar o aprendizado dos módulos anteriores, escrevendo dias, meses e datas comemorativas em língua inglesa e fazendo uso dessa produção ao longo do ano letivo.

Conclusão

Indubitavelmente, a SD é uma metodologia que compreende inúmeras fases, as quais precisam ser previamente definidas e estabelecidas por meio de objetivos sólidos e viáveis, em que professores e alunos possam ter possibilidades reais de execução e com vistas ao êxito.

Diferentemente das demais propostas metodológicas existentes no cotidiano escolar, como plano de aula, projetos, seminários, etc., a SD trabalha uma temática de forma mais ativa e com tempo inferior; no entanto, de forma instantânea, em que o professor pode observar diretamente o desempenho dos alunos e, a partir disso, desenvolver atividades que contemplem os pontos de maior dificuldade da aprendizagem, tendo sempre o cuidado de evitar que a SD se torne uma atividade corriqueira e/ou tradicional, pois deve ser diferenciada e caracterizada como atrativa, para que sempre seja bem-vinda.

A SD possibilita o trabalho docente com diferentes temáticas. No entanto, a seleção de temática não pode ser concebida de maneira avulsa; pelo contrário, cabe ao professor acompanhar a proposta de conteúdos de cada ano escolar e a necessidade de reforço daqueles assuntos não bem assimilados. Eis assim uma das funções da SD: oportunizar o aprendizado de forma contínua e não simplesmente processual. Dessa maneira, quando o professor utiliza SD em sua abordagem metodológica, ele permite que o aluno se destaque, tornando-o agente ativo de sua aprendizagem; o aluno se encontra diante dos desafios e busca soluções individuais e coletivas para tentar sanar tal dificuldade em sua aprendizagem.

SD é uma metodologia que auxilia tanto no aprendizado do aluno quanto na prática docente, pois o professor terá a seu alcance uma metodologia capaz de decifrar inúmeras dificuldades do processo de ensino-aprendizagem, tendo a chance de mudar o destino da aprendizagem dos alunos, orientando-os à linha de raciocínio mais próxima da resolução de problemas cognitivos.

Proporcionar aulas de língua inglesa com SDs é a oportunidade que o profissional da Educação tem de propor harmonia entre a teoria e a prática do conhecimento. Nessa ocasião, professores e alunos se predispõem a cooperar em prol da concretização do aprendizado, em que todos os envolvidos buscam atingir metas que propiciem o verdadeiro aprendizado, isto é, o aprendizado significativo.

Faz-se necessário divulgar propostas de ensino dessa natureza entre os docentes e escolares. Os educandos, por sua vez, devem agir com sugestões de propostas dessa natureza também, pois sua atuação não deve ser única e exclusivamente passiva, com a expectativa do que o professor lhes trará, mas também agir em busca por atividades que sejam viáveis aos olhos do educador, decidindo-se, sempre, as condições de possibilidades de aprendizagem.

Referências

CARVALHO, Marcos. Dizendo as horas em inglês. Disponível em: http://mcbimbimgles.blogspot.com/2016/04/dizendo-as-horas-em-ingles.html. Acesso em: 24 mar. 2019.

FERREIRA, Andréa Alves. A importância de trabalhar sequência didática. Disponível em: https://andreaalvesferreira.blogspot.com/2016/07/a-importancia-de-trabalhar-sequencia.html. Acesso em: 17 mar. 2019.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MACHADO, A. R.; GUIMARÃES, A. M. M. O interacionismo sociodiscursivo no Brasil. In: MACHADO, A. R.; ABREU-TARDELLI, L. S.; CRISTÓVÃO, V. L. L. (Orgs.). Linguagem e Educação. O ensino e a aprendizagem de gêneros textuais. Campinas: Mercado de Letras, 2009.

PESSOA, Ana Cláudia Gonçalves. Sequência didática. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) / Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL). Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/sequencia-didatica. Acesso em: 15 mar. 2019.

SÓ Língua Inglesa. Datas em Inglês - Dates in English. Disponível em: https://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/datas.php. Acesso em: 30 mar. 2019.

Publicado em 04 de fevereiro de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

PAIVA, Geraldo Rodrigues de. Sequência didática em aulas de Língua Inglesa: uma abordagem no 7º ano do Ensino Fundamental. Revista Educação Pública , v. 20, nº 5, 4 de fevereiro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/5/sequencia-didatica-em-aulas-de-lingua-inglesa-uma-abordagem-no-7-ano-do-ensino-fundamental

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