Os conceitos de competências de ensino no século XXI: transformação da educação contemporânea

Rudvan Cicotti Alves de Jesus

Licenciado em Biologia (UNIT, Campus Farolândia)

Iêda Cicotti de Jesus

Pedagoga (UniAGES)

Lurian Cicotti Alves de Jesus

Graduanda em Engenharia Química (UFS, Campus São Cristóvão)

O conceito da competência profissional vem explicar a educação em ação, correlacionada ao ensino tradicional e ao modismo, trazida como influência que determina a ideia e a prática pedagógica. A Psicopedagogia traz um conceito da competência educacional que se deve a mudanças de paradigmas em que se encontram a postura e a estrutura curricular tradicionalista, na qual as disciplinas estão isoladas em campos teóricos e realidades de sua complexidade, diante a educação contemporânea. Segundo a ideologia de Rué (2009), a função da escola é formar pessoas para que possam desenvolver sua própria liberdade, ir além da capacitação de disciplinas que proporcionam uma funcionalidade social e produtiva.
São focos de atuação pedagógica e de ensino discentes desde a fase da Educação Infantil, passando pelo Fundamental de nove anos, pela EJA – Educação de Jovens e Adultos e até o Ensino Médio, na absorção de conhecimento adquirido por meio de estudos de casos ou do levantamento de dados, e pesquisas capacitando o estudante para sua ação. Para Soares (2009, p. 67), mesmo que apenas na perspectiva da dimensão individual, é difícil definir o letramento, devido à extensão e à diversidade das habilidades individuais que podem ser consideradas constituintes do letramento, ou seja, mesmo que o sujeito traga leitura de mundo, a diversidade é grande.

São conceitos de aprendizagem vinculados a ideias de ação que envolvem a pessoa e seus valores, atitudes e capacidades adquiridas na busca do conhecimento, sendo desenvolvidos mediante situações problema, assim como determinado pelo contexto do princípio da autonomia de ação própria, em que o sujeito contribui para o autocontrole que envolve o domínio na prática do exercício ético, atribuído a suas habilidades e competências de cunho epistemológico no processo de ensino-aprendizagem do individuo, que passa a ser um foco da ação formadora do sujeito por meio do ensinar.

Dentro desse processo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997, p. 29) de Ciências apresentam na função do trabalho educacional tudo que é envolvido no espaço que possa ser útil em contribuir para a formação de cidadãos conscientes, ativos e aptos para decidir e atuar na realidade socioambiental, de modo a serem comprometidos com a própria vida e com o bem-estar de cada um diante da sociedade local e da global, além das suas metamorfoses. Para compreender esse processo de transformação contemporânea diante da vida e dos fenômenos da metamorfose da ciência global, a tecnologia hoje desenvolve processos que favorecem tanto o aluno em seus estudos quanto os professores em seus procedimentos no preparo de suas aulas para a ação.

Diante disso, o estudante de Pedagogia começa a perceber o tamanho da responsabilidade quando passa a fazer parte da ciência pedagógica, diante de suas múltiplas funções e capacitações para atuar. Segundo Barros e Santos (2010), se a Educação não está circunscrita apenas ao trabalho nas escolas, o pedagogo como profissional especialista em Educação também expande seu perfil profissional, ou seja, o profissionalismo do pedagogo extrapola os muros do ensino formal.

Para tanto, entende que a sociedade ainda vê o trabalho do pedagogo somente na ação de ensinar, desconhecendo quase totalmente sua múltipla ação. Antes mesmo de elaborar uma ação reflexiva ou pesquisa sobre como a escola poder servir à sociedade, a escola também é vista como um comércio capitalista, não deixando de ser um aparelho ideológico de Estado.

Correlacionando a essa ideia, Althusser (1985, p. 09-10) diz que Marx fala da “ideologia” que é o aparelho do Estado ao tratar da reprodução das condições e produções das classes dominantes dentro do processo de formação do sujeito entre as classes sociais. Logo, podemos compreender que, ao entrar por essa ideologia, é possível pensar que essencialmente o sistema capitalista dividiu a sociedade em duas classes sociais: a classe burguesa, detentora dos meios produtivos (fábricas, indústrias, propriedades privadas, capital financeiro), e a classe dos trabalhadores, que tem que vender sua força de trabalho para-se manter, a qual assegura a estabilidade produtiva dos países e que muitas vezes é explorada e mal remunerada, levando à diferença entre as classes.

Concepção dos problemas

Diante dos conceitos da Educação contemporânea, estudos relacionados à ação do ensino tradicional, influenciado pela prática constante sem formação continuada, percebe-se que é um ensino rotineiro que pode levar à evasão discente. Para isso, surge a ideia pedagógica de buscar mudanças no planejamento anual para elevar a organização desse nível de trabalho, inovando os conteúdos, tornando-os mais críticos e criativos para a construção discente; a ação pedagógica também é favorável à organização e produtividade de funcionários de outras áreas, tornando viável o crescimento da unidade em si.

De frente a isso, surgem as projeções de mudanças de paradigmas do contexto educacional, que aderem ao avanço das tecnologias, assim como também a ser úteis no ensino escolar, favorecendo a prática de sala de aula contemporânea, pelo método construtivista, seguido pela inovação contemporânea em sua globalização. Para isso vem corroborando Fourez (1995), que afirma que no campo da Teologia e História do avanço tecnológico na contribuição para a educação, assim como em outras áreas.

Assim, a tecnologia vem trazer meios significativos de alguma forma para contribuir na formação de uma nova concepção da ciência, para o homem e sua liberdade individual ou no espaço global.

Dentro desse conceito, o pedagogo deve desenvolver seu currículo mediante uma metodologia planejada, abordando atividades que venham chamar a atenção, instigando o aluno para a participação ativa no desenvolver de sua aprendizagem. Santos (1997) diz que esse processo contém formas de diferentes épocas e vem sendo lapidado no desenvolver dos tempos em que cada um tem sua função, (Santos as chama de “uma estrutura”), ou seja, é um espaço de total liberdade para buscá-la no conhecimento por meio de pesquisas em universidades que leva em consideração os estudos para a formação econômica e social.

Portanto, são conceitos que, cada um em sua época, trouxeram contribuição escolar num todo, dando ênfase a um processo econômico do mercado de trabalho, assim como a ação do pedagogo, como pesquisa realizada na busca de mais conhecimentos, para que seja possível a percepção de qual ação pedagógica pode ser desenvolvida tanto em indústrias, fábricas, hospitais e comércio, entre outros, além da sala de aula.

Transformações na Educação

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 30) falam que, nas ultimas décadas do conhecimento histórico, a educação no trabalho do cientista da educação tem sido ampliado diante pesquisas que possibilitam a transformação do seu campo de atuação significativa por parte dos historiadores. Estes são pensamentos e estudos relativos aos agentes conduzidos, que buscam favorecer o sujeito por meio do processo de ensino, ou seja, ser construtor de sua própria história. Como explica Santos (2009), o espaço geográfico específico para a educação urbana ou rural é um universo como impressão alterando as dimensões do conhecimento cientifico, deixando bem visível que as atividades humanas com multiplicidades de influências, supostas mundiais, regionais e locais apresentam e oferecem diversidades de conteúdos para estudos, para favorecer o entendimento e construção do sujeito na aprendizagem discente ou profissional.

Logo, o espaço maciço continua indivisível tanto quanto a sociedade, território como tal é sua relação igualmente individual, com todos os levantamentos neste estudo sobre a realidade da Educação na atualidade, a realidade escolar da contemporaneidade tem avançado por diversos caminhos em busca de alternativas por uma igualdade social, como a que predominava no discurso social da diversidade educacional nos anos de 1990. Assim como o movimento estudantil da década de 1980, que também focava no ensino, em busca de atribuir maior significado social entre todas as disciplinas escolares. Nessa visão, afirma Santos (1996), quando diz que a força do lugar pode ser favorável ou não para contribuir para os desafios geológicos de aprendizagens, tanto para o aluno quanto para o professor. É nesse contexto que tanto a escola quanto o espaço social em seu cotidiano ainda são os lugares que se apresentam como conceitos básicos a serem trabalhados na sala de aula.

Com base nesse conceito, o Programa Nacional do Livro Didático (2001) criou várias comissões para avaliar os materiais didáticos na busca de melhorar a qualidade de ensino, com o mesmo nível de Educação prescrito pelas editoras para programas de Educação Fundamental, Médio e Superior. Assim, gestores, coordenadores e equipes pedagógicas buscam análises para definição do processo curricular e projetos políticos-pedagógicos de ensino institucional a fim de garantir um ensino de nivelamento adequado às exigências do MEC. Frente ao desenvolvimento progressivo e construtivo discentes quanto docente, nessa visão, foi percebido na ação dos pedagogos que é viável a educação em espaços informais, podendo favorecer ainda mais o crescimento produtivo dos países.

São conceitos desenvolvidos dentro do processo educativo, principalmente nas ações pedagógicas que, buscam aproximar as situações didáticas e pedagógicas que se destinam os objetivos de preparar o educando para o exercício da cidadania, qualificando-o para o trabalho processo formativo que deve- se realizar diante a uma nova mediação, entre o espaço educacional familiar, profissional e a vida pública na qual o aluno irá ingressar. A exigência expostas para a educação do século XXI, o qual deve ser trabalhado o conhecimento de valores éticos, habilidades, competências, amor á capacidade de atuar com honestidade, dignidade, estes muito ausentes na vida do sujeito na realidade, para reconhecer os possíveis erros e problemas, deparados nas dificuldades do ensinar e aprender, assim como no alfabetizar. Enquanto que os livros didáticos se encontram inúteis de fronte da sabedoria humana, mas amigo indispensável para orientar e direcionar o professor ao desenvolvimento da personalidade integral de cada criança, ao constituir uma responsabilidade de natureza humana, ético social e politica.

Conclusão

Por fim, o professor deve estar bem preparado, com formação adequada e contínua para desenvolver atividades importantes junto ao uso de tecnologias, mídias e textos digitais críticos e construtivos, enquanto os livros continuam sendo material aliado e principal para ancorar e auxiliar os professores em sua criatividade, usados com os textos em diversidade de gêneros, os quais lhes proporcionarão boas reflexões sobre suas realidades; eles são recursos indispensáveis para o aluno, assim como as disciplinas com fundamentação embasada em teóricos, que devem trazer sempre metodologia do ensino e prática docente para todos os níveis de ensino. Assim, como gestão educacional, na educação de crianças, jovens e adultos do ensino regular formal e ou no trabalho informal vindo do pedagogo que busca sempre favorecer o crescimento de ambas as áreas, diante dos conhecimentos adquiridos, nivelando a forma de pensar e de atuar eticamente como profissional ou aprendiz.

Referências

ALTHUSSER, L. A escola como aparelho ideológico de Estado. Lisboa e S. Paulo: Presença/Martins Fontes, s/d.

BARROS, Valdilene Cardoso; SANTOS, Isabela Macena dos. Além do muro das Escolas, educação não formal como espaço de atuação prática pedagógica. V EPEAL – Pesquisa em Educação: desenvolvimento, Ética Responsabilidade Social. Anais... Maceió: UFAL, 2010.

BRASIL. MEC. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CAVALCANTE, Lana de Souza. Geografia do Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 2010.

FOUREZ, Gerard. Campo de pesquisas que estuda os fundamentos da ideologia. São Paulo: EdUSP, 1995.

RUÉ, Joan. El aprendizage autónoma en Educación Superior. 3ª ed. Madrid: Narcea, 2009.

SANTOS, Milton. Método de pesquisas geográficas. Revista Eletrônica para o Ensino Técnico, v. 2, p. 4.959, 2011.

SOARES, Magda, Letramento em três gêneros. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

Publicado em 03 de março de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

JESUS, Rudvan Cicotti Alves de; JESUS, Iêda Cicotti de; JESUS, Lurian Cicotti Alves de. Os conceitos de competências de ensino no século XXI: transformação da educação contemporânea. Revista Educação Pública, v. 20, nº 8, 3 de março de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/8/os-conceitos-de-competencias-de-ensino-no-seculo-xxi-transformacao-da-educacao-contemporanea

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