A pandemia e o ensino de Ciências Sociais: Uma experiência de implementação das atividades remotas da disciplina de Sociologia em uma escola pública do interior baiano

Maurício Sousa Matos

Licenciado em Ciências Sociais (UFMG), mestrando em Educação (UESB), professor de Sociologia (SEC/BA)

Breno Rafael da Costa

Licenciado em Ciências Sociais (Unifal), graduando em Pedagogia (UFU)

Lilian Amaral de Carvalho

Doutora, mestra e bacharel em Química (UFMG), professora EBTT (IFMG - Câmpus Arcos), coordenadora do Centro de Educação a Distância (CEAD - Câmpus Arcos)

A pandemia de covid-19 (SARS-Cov-2), responsável por ocasionar (in)tensas mudanças e transformações sociais, tem sido considerada o marco do início de um século (Schwarcz, 2020). A circulação do novo coronavírus tem, como aponta Butler (2020), colocado em evidência as contradições do capitalismo. Isto é, ainda que o vírus não faça distinção de nenhuma pessoa, as próprias desigualdades sociais farão isso. Para a filósofa, é a pobreza, a xenofobia e a falta de políticas assistenciais que põem em xeque o debate sobre quais vidas realmente importam.

Esse novo cenário não está desvinculado da realidade escolar. Diante do alerta mundial da atual crise sanitária, as aulas presenciais para a Educação Básica e Educação Superior foram interrompidas. No Estado da Bahia, por exemplo, está decretada a suspensão de aulas presenciais nas escolas estaduais e da rede privada em todos os municípios desde o dia 19 de março de 2020. Junto à suspensão das aulas presenciais, parte das instituições públicas de ensino brasileiras viu-se diante do contexto de desigualdades repercutidas no ambiente escolar, com ausência de plataformas online e até da ausência da oferta de ensino remoto.

A cada nova resolução do Ministério da Educação e dos governos estaduais antigos debates foram se erguendo e novas dúvidas surgiram, tais como: qual o papel dos docentes? Para que serve a escola? Qual a função da Educação Básica em meio a uma crise global? É possível que essas atividades remotas sejam oferecidas com qualidade? Elas atendem a todos os estudantes (Moreira, 2020; Tabarini, 2020)?

Para responder essas e outras questões, as Ciências Sociais têm se debruçado em profundas reflexões sobre a pandemia, estando em meio à pandemia. Assim como esse conjunto de trabalhos, que têm se acumulado para tentar compreender e orientar as novas ações sociais e educacionais, o presente artigo trata-se de uma análise feita no “olho do furacão” (Groppo; Silva, 2020).

Esta investigação tece, portanto, uma análise de uma experiência de trabalho e implementação de atividades remotas, da unidade curricular Sociologia, com as turmas de Ensino Médio de uma escola pública localizada no interior da Bahia. Vale ressaltar que neste trabalho utilizamos Sociologia e o ensino de Ciências Sociais, quando nos referimos à disciplina no Ensino Médio, como sinônimos. Basta conferir a literatura específica sobre a temática e as orientações curriculares sobre o ensino de Sociologia para identificar a disciplina como o espaço na Educação Básica para a transmissão de todos os conteúdos desenvolvidos pelas Ciências Sociais, sobretudo, das áreas de conhecimento que compõem sua base estruturante, isto é: Sociologia, Antropologia e Ciência Política. Para mais informações, sugerimos a leitura de Moraes (2003).

Para isso, fizemos um relato contextualizado sociologicamente. Ou seja, compreendemos a realidade do ensino remoto das Ciências Sociais, na escola em que realizamos as atividades e análises, como parte de uma trama sociopolítica mais ampla. Tanto a situação da Sociologia na Educação Básica, como a aplicação das atividades remotas emergenciais estão engendradas nas desigualdades sociais evidenciadas pela conjuntura pandêmica nacional.

Como professores de Sociologia, reunimos referências bibliográficas que têm pensado a pandemia sob o prisma das Ciências Sociais e dados que traduzem a posição social dos agentes desta pesquisa (apreciada e aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa sob o CAEE: 35587120.7.0000.5113), visando compreender qual a realidade dos estudantes e qual a melhor maneira de desenvolver uma metodologia de ensino-aprendizagem de forma não-presencial. Para isso, aplicamos um questionário diagnóstico com o objetivo de levantar informações sobre o perfil dos estudantes e as consequências do período pandêmico em suas vidas. É válido ressaltar que a produção deste trabalho foi possível e facilitada porque o primeiro autor é também docente da disciplina Sociologia de todas as turmas com as quais as atividades foram trabalhadas.

Devido às intenções da pesquisa, construímos uma atividade para ser trabalhada com 16 turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio. O principal objetivo da atividade foi problematizar com os estudantes, por meio de diferentes linguagens, o entendimento da pandemia e seus efeitos. Relatamos aqui essa tentativa de processo de ensino-aprendizagem e constatamos que o aprendizado sobre o tema sob o prisma das Ciências Sociais, apesar de urgente, foi pouco efetivo, devido a centralidade da escola na educação dos jovens (Tabarini, 2020) e as discriminações socioeconômicas que tornam determinados grupos mais vulneráveis que outros (Butler, 2020; Vieira; Oliveira, 2020).

Com o intuito de circunscrever melhor os objetivos do texto optamos por dividi-lo em três segmentos. A primeira parte apresenta as controvérsias atuais da Sociologia escolar em meio a ataques e avanços, com o objetivo de situar a Sociologia e qual a realidade em que ela está posta (Daflon, 2020).

O segundo segmento constrói uma relação entre a pandemia e os estudos sociológicos. Enquanto área do conhecimento científico, as Ciências Sociais, possuem a capacidade de compreender como determinados grupos são discriminados de formas específicas pela pandemia e, assim, corroborar para a reflexão de possíveis intervenções (Vieira; Oliveira, 2020).

A parte final concentra-se em descrever e analisar essa experiência de aplicação das atividades realizadas nas turmas do Ensino Médio, acima citada, considerando a situação da Sociologia na Educação Básica no Brasil e as reflexões realizadas pelas Ciências Sociais sobre a pandemia.

Situando a Sociologia Escolar

A Sociologia enquanto disciplina escolar é marcada por intermitências no que se refere ao Ensino Médio. A obrigatoriedade da disciplina é posta em todo o Ensino Médio por meio da Lei nº 11.684/08 (Brasil, 2008). Recentemente, com a Reforma do Ensino Médio e a BNCC, a Sociologia ainda marca presença, não como disciplina, mas como saberes e práticas, sem lugar e carga horária definidas (Brasil, 2017; Machala, Matos, 2019). Silva e Alves Neto (2020) analisam o processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as mudanças da Sociologia nas diferentes versões entre 2014 e 2018. Além disso, ocorreram significativos avanços nos últimos anos através de políticas e programas educacionais, com a presença do ensino de Sociologia no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), mais recentemente desdobrado, a partir deste último, no Programa de Residência Pedagógica (RP), e do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (Profsocio) (Cigales, Bodart, 2020).

Essa presença intermitente não está descolada do contexto social, já que tais avanços convivem com constantes e repetitivos ataques ao ensino de Sociologia (Cigales, Bodart, 2020). De acordo com Daflon (2020, p. 7), a Sociologia está ameaçada, sob constantes condenações e sendo questionada sobre sua legitimidade como produtora de ciência, com prejuízo do seu financiamento e a garantia de liberdade de cátedra. Contribuindo para isso “a forma como a disciplina tem sido lecionada e [como] os seus produtos têm sido divulgados parece colaborar para a confusão e a desorientação que marcam hoje o debate público sobre a disciplina” (Daflon, 2020, p. 6). Ataques e incompreensões essas que foram intensificadas no atual governo federal ao ventilar a redução de verbas para as ciências humanas em geral e para Sociologia e Filosofia em particular. E até mesmo pelo governo da Bahia, supostamente progressista, ao anunciar uma severa redução na carga horária de Sociologia no Ensino Médio, não sem resistência e protesto.

Esse conjunto amplo de questões situa a presente pesquisa, de acordo com o momento histórico, localizando sobremaneira o ensino de Sociologia como um subcampo de pesquisa que tem tido um papel fundamental na Educação Básica e também no Ensino Superior. Para Moraes (2003), é fundamental reconhecer que o ensino de Sociologia precisa ter um espaço de reflexão junto às temáticas comumente enfrentadas pelos cientistas sociais e, por conseguinte, torna-se uma tarefa da graduação em Ciências Sociais formular metodologias de pesquisa para o ensino de Sociologia e formar professores para lecionar a disciplina no Ensino Médio.

Segundo Bodart e Feijó (2020), existem três motivações que auxiliam na compreensão desse subcampo de pesquisa - o ensino de Sociologia - na atualidade, sendo eles: “a) a pouca tradição da disciplina no currículo escolar nacional; b) as disputas em torno do modelo de educação fortemente influenciado pelo neoliberalismo e; c) os “movimentos” anti-intelectuais que se ampliam no Brasil contemporâneo” (Bodart; Feijó, 2020, p. 19).

O fato é que a presença da Sociologia no Ensino Médio enquanto disciplina tem significativas potencialidades que permeiam:

o desenvolvimento da cidadania e da cultura política democrática, de práticas de sustentabilidades, do apreço à tolerância, à diversidade étnico-racial e de gênero, além de dotar de sentido as práticas cotidianas, desvelando as redes de interdependência existentes entre sujeitos, fenômenos e estruturas sociais e fornecendo subsídios para o acesso ao Ensino Superior (Bodart; Feijó, 2020, p. 43).

Esse cenário de múltiplas determinações posiciona o ensino de Sociologia diante de avanços e também de retrocessos que envolvem constantes e acirradas disputas por esse ou aquele projeto de sociedade. Também evidencia a potencialidade desse subcampo de pesquisa com presença no currículo do Ensino Médio, contemplando uma ampla gama de oportunidades, objetivos e análises possíveis para a formação humana de sujeitos críticos.

A pandemia e as Ciências Sociais

O atual contexto da pandemia teve sérias implicações na organização social, inclusive em escala global. Dentro das limitações do desenvolvimento técnico e tecnológico do momento histórico, foi necessário recorrer aos dispositivos de biossegurança medievais, ao adotar progressivamente e extensivamente a quarentena, os cordões nas áreas de fronteira dos Estados-nações e o isolamento social (Grisotti, 2020).

Conforme afirma Grisotti (2020), a pretensa ‘normalidade’ dos padrões sociais foi afetada por uma doença infecciosa, sem tratamento, sem remédios eficazes e com vacinas em números insuficientes para diminuir a sensação de insegurança. Essa nova realidade trouxe severas implicações na interação social, inclusive com a adoção do distanciamento social como estratégia para diminuição da infecção por indivíduos e consequentemente da demanda por tratamento hospitalar de alta complexidade. Esse ‘novo normal’ que exige o uso de máscara e do álcool gel 70º de forma obrigatória nas interações sociais que passaram por uma profunda revisão. A transformação em tão pouco tempo de um mundo marcado pela intensidade e constância das interações, a exemplo da circulação de mercadorias e informações em dimensões globais, trouxe, por consequência, implicações sociais, culturais, políticas e econômicas.

Diante dessas transformações e seus efeitos no mundo social, as Ciências Sociais se anunciam como uma importante ferramenta na análise e compreensão da realidade em movimento de forma crítica, atuando para entender a particularidade das experiências humanas, dando rosto, biografia e vivências aos números estatísticos, sem universalizar experiências locais (Vieira; Oliveira, 2020). Além disso, diante da experiência da pandemia com o auxílio das Ciências Sociais é possível realizar diversas análises, tanto estruturais quanto subjetivas, adotando, inclusive uma perspectiva relacional e interdisciplinar na produção do conhecimento, com destaque para o caráter interdependente das interações humanos-animais-ambiente (Grisotti, 2020).

Fica evidente, dessa forma, a singularidade das Ciências Sociais na compreensão dos fenômenos sociais, a partir da variedade em seu instrumental teórico-metodológico, capaz de desvelar para além do óbvio, demonstrando assim o seu caráter científico na formulação de explicações diante de contextos adversos, a exemplo da pandemia do covid-19, conforme sugerem Gomes Filho, Lavor Filho e Sousa (2020).

A contribuição imprescindível das Ciências Sociais, sobretudo no contexto da atual crise sanitária, revela como “a cada história, a cada voz que não é silenciada e a cada vida valorizada, novas possibilidades de sociabilidade e de democratização de direitos poderá ser construída na perspectiva de uma vida mais digna à população” (Vieira; Oliveira, 2020, p. 2-3).

É nesse mesmo horizonte que, ao mobilizar as Ciências Sociais para compreender a pandemia, a característica alarmante das desigualdades sociais no Brasil não passa despercebida, pois reforça e escancara como as diferenciações sociais impactam os sujeitos e grupos de forma assimétrica, amplificado quando se considera que “a pandemia é para todos, mas a quarentena não”. A própria composição e intensificação dessas desigualdades se ancora na desregulamentação de direitos e o desmonte de políticas públicas que visam a seguridade social, que guarda estreita relação com o contexto fragilizado de proteção social; das condições precárias de trabalho, habitação, saneamento; do (não) acesso à saúde; da desigualdade racial e baixa escolarização (Almeida; Luchmann; Martelli, 2020). Condições essas que impedem a adoção adequada dos protocolos sugeridos pelas autoridades sanitárias em período pandêmico.

Essas desigualdades sociais se entrecruzam, inclusive, ao formular a realidade dos estudantes, vez que a escola não está deslocada das estruturas simbólicas e materiais do mundo, mas possui, na verdade, uma natureza histórica e social (Tabarini, 2020). Nesse sentido, a suspensão das aulas presenciais e a oferta não regular de ensino remoto emergencial acirram as condições de sobrevivência do alunato, principalmente ao considerarmos que a escola pública e gratuita, tal como pontua Tabarini (2020), pode ser um instrumento de nivelação social.

A questão central que compete aos pesquisadores da educação, na atual crise sanitária global, é se existe a possibilidade de ofertarem-se aulas não presenciais com qualidade (MOREIRA, 2020). Como já pontuado, a pandemia tem desvelado as profundas contradições e desigualdades do sistema educacional. Os caminhos teórico-metodológicos descritos e analisados abaixo situam-se em meio à necessidade de responder a essa questão pelas lentes das Ciências Sociais. Caminhando no movimento contrário de universalização da condição humana, o ensino de Sociologia, da escola onde a investigação ocorreu, situa-se no seguinte movimento contraditório: de um lado, a necessidade da disciplina para a compreensão dos fenômenos sociais ocasionados pela pandemia e, do outro lado, as dificuldades concretas de ensinar-se Sociologia de maneira remota.

A indefinição e insegurança para o retorno às aulas presenciais contribuem para essa dinâmica. Após uma transição ou adaptação nas instituições escolares da oferta presencial para uma oferta remota, o próprio Estado da Bahia, após a suspensão presencial das aulas, não ofertou o Ensino Remoto Emergencial, a exemplo de aulas com transmissão remota, mas disponibilizou materiais para uma rotina mínima de estudos e incentivou iniciativas voluntárias e solidárias de promoção de atividades, ainda que não fossem contabilizadas para o cumprimento da carga horária anual. O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) disponibiliza em seu site tanto o monitoramento da suspensão das aulas presenciais quanto às ações de ensino remoto tomadas nos estados.

Cabe aqui diferenciar o Ensino Remoto Emergencial (ERE) da Educação à Distância (EaD), pois, conforme Tobgyal (2020), as aulas remotas consistem numa tentativa de “reprodução” da aula presencial, transmitindo-a virtualmente em caráter excepcional. Já a Educação à Distância é uma modalidade bem planejada, regulamentada e que requer ampla conceituação didática e pedagógica.

“A secretaria disponibilizou roteiros de estudos, por área do conhecimento, no portal educacao.ba.gov.br. Também ampliou a Plataforma Anísio Teixeira com o Canal de conteúdos de doze instituições públicas de ensino superior (IES). Além disso, está transmitindo teleaulas por meio do programa Estude em Casa, da TV Educativa, e utilizando o projeto de salas de aula online Classes Abertas, com orientação para professores, da Fundação Roberto Marinho” (Consed, 2020, s/p).

Percursos metodológicos

As Ciências Sociais, no Brasil, têm traçado um percurso teórico importante, desde março de 2020, na construção de referências analíticas do advento histórico que é a pandemia. A análise da efetivação das atividades remotas de Sociologia na escola pública localizada no interior da Bahia está respaldada, sobretudo, por parte dessa literatura.

Para consubstanciar essa análise, foi aplicado um questionário diagnóstico com as 16 turmas de Ensino Médio em todas as séries da instituição palco da investigação. O questionário foi feito no Google Docs e repassado aos representantes de cada turma mediante a intervenção do professor regente e da coordenação pedagógica da escola nos grupos da rede social WhatsApp. Moreira (2020) afirma que, durante o período pandêmico, é comum a utilização de plataformas digitais e redes sociais para interação entre professores, estudantes, família e gestão escolar. Entretanto, tal como no trabalho de Moreira (2020, p. 220), o que poderia ser um espaço de comunicação ativa entre esses grupos “acabou ganhando contornos não muito acolhedores”. Ao todo, 74 estudantes responderam ao questionário, no período entre 03 de novembro e 08 de dezembro de 2020, enquanto aproximadamente 526 deixaram de responder. A não adesão dos estudantes já é, inclusive, um indicativo que vai ao encontro das vulnerabilidades socioeconômicas dos alunos, sobretudo da dificuldade de acessar a internet, como pontuam Groppo e Silva (2020). Este fato é também um importante indicativo do número total de brasileiros que abandonaram os estudos devido à pandemia, no qual cerca de 4 milhões de pessoas precisaram desistir da Educação Básica e da Educação Superior, indicando dificuldades financeiras, dificuldades com o ensino remoto e a falta de aula nas instituições como as principais razões do abandono.

Foram formuladas 27 questões, 24 de múltipla escolha e 3 dissertativas. As questões forneceram elementos para se traçar o perfil socioeducacional dos respondentes e suas percepções sobre os impactos ocasionados pela pandemia. Essa intencionalidade serviu como molde para a elaboração e aplicação de uma atividade específica sobre o conteúdo de Sociologia. É necessário ressaltar que a atividade desenvolvida está dentro de um contexto de ensino-aprendizagem mais amplo. Os estudantes, foco do trabalho, já haviam obtido um contato inicial com conteúdos estruturantes do ensino de Ciências Sociais antes da suspensão das aulas presenciais e durante o período pandêmico de modo remoto. Essa atividade também foi autodescritiva, vistas as dificuldades de se trabalhar de maneira remota, e mobiliza diferentes linguagens - vídeo, texto e história em quadrinhos - para atingir os alunos da forma mais significativa. Contabilizamos 43 respostas para a atividade sugerida, uma perda de 31 estudantes, se compararmos com o total de respondentes do questionário diagnóstico.

Seguimos, portanto, nessa análise conjunta onde a própria escassez de retorno dos estudantes revela aspectos do ensino remoto de Sociologia. Relatamos abaixo a experiência de implementação do ensino remoto da escola a partir do diálogo conjunto desses dados em uma análise feita a partir do envolvimento individual e coletivo dos sujeitos da pesquisa em meio a essa singularidade histórica que atravessa o Brasil (Oliveira; Vaz, 2020).

O ensino remoto de Sociologia sob a luz das desigualdades sociais: um relato de experiência

A Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA) não regulamentou, estimulou ou promoveu o ensino remoto emergencial. No entanto, disponibilizou materiais que pudessem ser utilizados pelos estudantes da Rede Estadual para uma rotina mínima de estudos e atividades auto instrucionais. A disponibilização foi feita através de:

  1. Roteiros de Estudos e Atividades, por área de conhecimento, semanalmente, no período de 30/03/20 a 21/08/20;
  2. Pílulas de Aprendizagem, por disciplina, semanalmente, entre outubro e dezembro; e
  3. Trilhas de estudos, a partir de novembro, direcionada aos concluintes do Ensino Médio.

A partir da baixa adesão aos materiais fornecidos pela SEC-BA por parte dos estudantes, os docentes em caráter solidário e voluntário optaram pelo desenvolvimento de atividades alternativas, a exemplo do relato aqui feito.

O diálogo possível entre a pandemia e o ensino de Ciências Sociais situa a necessidade de introduzir os estudantes do Ensino Médio na “alfabetização científica”. A possibilidade de integração de leituras, compreensões e análise como uma importante ferramenta no processo de ensino-aprendizagem de estudantes choca-se, paradoxalmente, com as fragilidades educacionais evidenciadas pelo confinamento (Tabarini, 2020).

Essas fragilidades podem ser indicadas pelo perfil dos sujeitos da pesquisa. De 74 respondentes, 50 pessoas se identificaram com o gênero feminino e 24 com o masculino, todos eram jovens, com idades que variavam dos 14 anos até os 26 anos de idade (no caso particular de um estudante), mas a grande maioria, 63 respondentes, possuía idade de 15 a 18 anos. 

O alunato era composto majoritariamente por pessoas autodeclaradas pretas e pardas, com a representação de 64,9% na amostragem coletada. A amostragem indica também certa vulnerabilidade econômica do grupo familiar dos estudantes: 21,6% das famílias não possuem renda alguma, 44,6% possuem uma renda mensal de até meio salário mínimo e 24,3% recebem até um salário mínimo. Inclusive, 87,8% dos estudantes indicaram algum membro do seu grupo familiar como beneficiário do Bolsa Família. Isto é, o ensino médio da escola investigada está em um cenário dramático de falta de proteção social e desemprego, fatores responsáveis por tornar os impactos da pandemia mais sérios, como pontuam Almeida, Lüchmann e Martelli (2020).

O desemprego citado pelos estudantes – 40,5% afirmaram que algum membro de sua família ficou desempregado na pandemia e 89,2% consideram o desemprego como a principal dificuldade do Brasil como um todo durante a pandemia – é também reflexo da atual crise política e econômica brasileira. Segundo Groppo e Silva (2020), as novas configurações sociais, sobretudo, de trabalho e renda, afetam as classes populares com maior perversidade.  

A insegurança e incerteza do momento pandêmico ficam nítidas quando, segundo os estudantes, as principais dificuldades mais apontadas - depois de desemprego - são na educação, na saúde e a própria crise econômica.

Quando instados a relatar os problemas enfrentados durante o isolamento social em perguntas dissertativas, os estudantes são taxativos ao considerarem os efeitos dos cenários já apontados aqui diretamente em suas vidas cotidianas, sobretudo a partir do aumento de preços; problemas mentais; estresse/impaciência; ansiedade; dificuldades de aprendizagem; falta de ambiente adequado para estudo; falta do ambiente escolar e dos contatos sociais. Já quando provocados a relatarem os benefícios e vantagens do isolamento social, são praticamente unânimes ao valorizar a maior proximidade dos familiares.

Segundo os estudantes, os efeitos da pandemia tornaram instáveis as relações até então sedimentadas, tornando ainda mais inseguro o horizonte de possibilidades e fragmentando a presença da instituição escolar que significa uma mínima estrutura ao permitir uma rotina diária e uma transição para o trabalho ou a continuidade de estudos. Essa instabilidade trouxe ou até mesmo intensificou processos subjetivos que fragilizaram a saúde mental dos estudantes manifestando no estresse, na ansiedade ou na falta de concentração para estudos. De forma paradoxal, o isolamento social implicou o estreitamento dos laços da instituição família, sendo essa maior proximidade dos familiares um benefício na percepção dos estudantes.

Para Almeida, Lüchmann e Martelli (2020), essa dupla crise – política e econômica – em um momento de isolamento social, em todas suas múltiplas variantes, amplifica também o processo de desinformação. A livre circulação das fake news, por exemplo, é uma realidade, onde 54,1% dos estudantes receberam, por diferentes meios de comunicação como WhatsApp, Facebook e grupos de amigos e familiares, informações falsas sobre a circulação do covid-19. Os dados coletados mostram por que o Brasil, seguido pelos EUA, é líder na produção e disseminação de fake news sobre a pandemia, “amplificando um processo de desinformação que encontra solo fértil em um país assentado, estruturalmente, em profundas desigualdades sociais e em gigantescos déficits educacionais” (Almeida; Luchmann; Martelli, 2020, p. 21).

O confinamento, como sugere também Tabarini (2020), expõe e agrava esses déficits do sistema educacional e resulta em reflexões sobre o papel da escola, do professor e, neste caso, do ensino de Ciências Sociais.

A adoção do ensino remoto emergencial pela escola em questão precisou também lidar com essas fragilidades socioeducativas. Embora 73% dos alunos possuam acesso à internet, apenas 13% destes têm acesso a um computador ou notebook em suas residências, em que 21,6% dos respondentes classificaram a qualidade da sua internet como péssima, enquanto 8,1% afirmaram sequer possuir acesso à internet. Os dados obtidos evidenciam, portanto, algumas das razões do agravamento das insuficiências educacionais durante o período pandêmico.

Outras respostas tornam certas questões ainda mais evidentes. 33,8% afirmaram que a escola não está ofertando atividades não presenciais, o que carece de maiores investigações, pois como não houve orientações sobre o uso, bem como de acompanhamento do material disponibilizado pela SEC-BA e a baixa adesão dos estudantes, fica em suspenso o que os estudantes entendem por ensino remoto ou mesmo por educação a distância em confronto com a oferta feita pela Secretaria. Da amostragem total, 48,6% afirmaram ter muita dificuldade no entendimento dos conteúdos; 20,3% não possuem tempo para dedicarem-se ao ensino remoto por estarem ocupados com afazeres domésticos; e 10,8% não conseguem focar nos estudos por muito tempo - o que pode contribuir para entender as limitações da oferta de materiais padronizados sem a mediação docente em sala de aula, com o aporte de diferentes linguagens e formatos explicativos, além de compreender como as condicionantes sociais podem afetar (negativamente) a apropriação e desenvolvimento de conhecimentos.

Nesse sentido, é um desafio inovar as práticas de ensino-aprendizagem de maneira que atenda às novas exigências externas, segundo Groppo e Silva (2020), o ensino remoto não consegue, mesmo em cenários melhores, atender todas as demandas plenamente. A realidade descrita por Tabarini (2020), Moreira (2020), Bodart e Feijó (2020) e muitos outros estudiosos constatam a missão política e pedagógica da escola e do professor, inclusive, como um mecanismo de nivelamento social. As camadas populares brasileiras necessitam da instituição escolar funcionando para poderem almejar novas condições de vida.

Com o intuito de refletir sobre esse desafio socioeducativo de inovação das metodologias de ensino-aprendizagem, os dados obtidos do questionário aplicado com os estudantes, serviram como base para o repasse de uma atividade contendo múltiplos recursos para o aprendizado de maneira remota.

Levando em consideração a dificuldade de compreensão dos conteúdos por parte dos alunos, a atividade foi desenvolvida de maneira autoexplicativa e com potencialidade de abranger reflexões sociológicas centrais sobre a pandemia, como o papel das Ciências Sociais e os resultados da pandemia em distintas camadas sociais. Embora o tempo dado para os estudantes responderem tenha compreendido o período de 27/10/20 a 19/01/2021, com total disponibilidade do professor para sanar qualquer dúvida e com seguidos estímulos da coordenação pedagógica e da direção, o número de respostas, como já mencionado, foi baixo, mas passível de nutrir algumas reflexões.

As Ciências Sociais, para 89,7% dos estudantes, possuem a preocupação de analisar a realidade e compreender nosso papel no enfrentamento das desigualdades. Apenas uma pequena parcela dos estudantes desconhecia ou desconsiderava a relevância científica das Ciências Sociais, inclusive, ao produzir conhecimento sobre a pandemia. Entretanto, 46,2% dos respondentes desconheciam os procedimentos de pesquisa da área e sua função social, incumbindo às Ciências Sociais de enfrentar questões pertinentes a outros especialistas, como o mapeamento do vírus no organismo humano. Embora a maior parte dos estudantes tenha percebido que o papel das Ciências Sociais em meio à pandemia possa ser valorizar a experiência humana visando garantir uma vida mais digna, esses possuíam dificuldade de visualizar as verdadeiras funções desses conhecimentos científicos. As Ciências Sociais são, para os sujeitos da pesquisa, uma área do conhecimento fundamental, preocupada com as discriminações sociais, entretanto, esses não vislumbram os caminhos metodológicos dessas ciências, isto é, não entendiam o “como fazer” da área.

Essa dificuldade, segundo Daflon (2020), é fruto da desorientação e confusão do debate público das Ciências Sociais e da própria disciplina de Sociologia no Ensino Médio. As formas de investigação, validação e aplicação desse conhecimento científico precisam ser amplamente divulgadas e inseridas nos currículos da Educação Básica. Para Daflon (2020, p. 7), isso “não significa despojar a sociologia dos seus aspectos críticos, teóricos, políticos e normativos”, mas sim dispor-se de um tempo para apresentar à população as diferentes formas de fazer-se Sociologia, Antropologia e Ciência Política, familiarizando o maior número possível de pessoas com os procedimentos comumente restritos a uma comunidade científica específica.

Os estudantes, no questionário, visualizam a importância da ciência; no entanto, muitos ainda não conseguem opinar sobre sua funcionalidade. Ao serem questionados sobre a importância das ciências no Brasil, 87,8% considera as ciências importantes ou extremamente importantes, mas 12,2% afirmaram não saber responder à questão. 81,1% acreditam também que a ciência traz apenas benefícios ou mais benefícios que malefícios, enquanto o restante (18,9%) não soube responder. No geral, a maioria dos estudantes demonstra certo interesse pelos debates de cunho científico.

Para Schwarcz (2020), o período pandêmico possibilita à sociedade recobrar a fé nas ciências. O conhecimento produzido precisa ser revigorado ainda mais devido à atual crise sanitária global. No que cabe às Ciências Sociais, é possível afirmar que:

O diagnóstico, as informações sobre a exposição ao risco e o tratamento dependem, cada vez mais, de fatores socioantropológicos. Por isso, sociólogos e antropólogos, através de suas peculiares ferramentas teóricas e metodológicas, detêm, muitas vezes, a chave para a explicação de padrões epidemiológicos particulares e para o auxílio na construção de uma consciência de interdependência, requerida para a governança global em saúde (Grisotti, 2020, p. 6).

O ensino de Ciências Sociais tem a potencialidade, portanto, de compreender sob lentes específicas as questões postas até então, desde a promoção de um debate científico público caminhando no sentido contrário à disseminação de informações falsas até a identificação das desigualdades sociais acentuadas pela pandemia. O trabalho da Sociologia escolar é considerar a existência humana, em toda sua pluralidade biográfica, necessária para a construção de uma sociedade mais justa e distante do atual obscurantismo científico.

Considerações finais

A atual crise sanitária, resultante da disseminação em escala global da covid-19, evidenciou algumas das mais profundas desigualdades sociais do Brasil. Segundo Grisotti (2020), as interações sociais foram repensadas com o intuito de conter a propagação do vírus. No que tange a escola e o ensino, as aulas presenciais foram suspensas em todo território nacional em março de 2020, forçando estudantes e os demais agentes educacionais a adaptarem-se ao “novo normal”, responsável por discriminar grupos em maior vulnerabilidade social (Moreira, 2020).

A necessidade de localizar e intervir mediante as determinadas realidades localiza as Ciências Sociais como uma área do conhecimento urgente para a explicação dos fenômenos sociais transformados e ocasionados pela pandemia (Gomes Filho; Lavor Filho; Souza, 2020). Pensar a pandemia em termos políticos, sociológicos e pedagógicos é, portanto, uma das funções das Ciências Sociais. Ainda assim, a disciplina de Sociologia sofre com constantes ultrajes influenciados, segundo Bodart e Feijó (2020), por gestões neoliberais e “movimentos” anti-intelectuais.

Nesse sentido, o presente artigo procurou alinhar-se às outras produções da área que têm refletido sobre a pandemia no momento histórico em que a pandemia acontece. O intuito do trabalho foi analisar uma experiência de implementação do ensino remoto da unidade curricular Sociologia em uma escola pública situada no interior da Bahia. Para isso, percorremos ao longo do texto um caminho teórico-metodológico que considera o ensino de Sociologia escolar como parte de um contexto mais amplo e, por essa razão, explicitamos brevemente o caminho trilhado pelo ensino de Sociologia na Educação Básica e suas principais dificuldades no Brasil (Bodart; Feijó, 2020). Destacamos também a relação necessária entre Ciências Sociais e a pandemia, isto é, sua funcionalidade na explicação dos fenômenos sociais a partir de um rigor científico.

A necessidade de discutir as demandas das Ciências Sociais com os estudantes da Educação Básica, entretanto, colidiu-se com as próprias vulnerabilidades educativas postas pela crise sanitária e pelas medidas de isolamento social (Tabarini, 2020). Aplicamos, portanto, um questionário que conseguiu identificar os estudantes em questão enquanto integrantes de um grupo economicamente vulnerável, com dificuldades em acessar à internet e sofrendo com os danos da pandemia que encontram no Brasil um fértil terreno de disseminação devido a atual crise política e econômica do país (Almeida; Luchmann; Martelli, 2020).

A partir do questionário, foi viabilizada aos estudantes uma atividade a ser desenvolvida de maneira remota. Considerando as fragilidades educativas, a atividade mostra a dificuldade dos alunos de compreenderem o papel das Ciências Sociais enquanto conhecimento analítico e explicativo da pandemia, evidenciando a necessidade da Sociologia, enquanto disciplina da Educação Básica, de apresentar os caminhos percorridos pela área na validação de seus conhecimentos. Segundo Daflon (2020), as Ciências Sociais precisam promover um debate público e inserir nos currículos escolares formas de familiarizar o maior número possível de pessoas com os procedimentos científicos, publicizando, dessa forma, os conhecimentos sociológicos, antropológicos e políticos.

Inserida nas próprias contradições do sistema e no “olho do furacão” (Groppo; Silva, 2020), as análises apontaram para a urgência do ensino de Ciências Sociais na Educação Básica, ao mesmo tempo em que revelam a limitação de promover metodologias de ensino-aprendizagem de maneira remota eficazes na conjuntura desigual em que o Brasil se insere.

Referências

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Publicado em 06 de abril de 2021

Como citar este artigo (ABNT)

MATOS, Maurício Sousa; COSTA, Breno Rafael da; CARVALHO, Lilian Amaral de. A pandemia e o ensino de Ciências Sociais: Uma experiência de implementação das atividades remotas da disciplina de Sociologia em uma escola pública do interior baiano. Revista Educação Pública, v. 21, nº 12, 6 de abril de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/12/a-pandemia-e-o-ensino-de-ciencias-sociais-uma-experiencia-de-implementacao-das-atividades-remotas-da-disciplina-de-sociologia-em-uma-escola-publica-do-interior-baiano

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