Monitoria de Ciências: Arte como modo prático para o ensino de ossos e músculos nas aulas de Ciências
Rafael Caselato dos Santos
Graduando em Estatística (UEM)
Daniel Macedo Lanes
Graduando em Artes Visuais (UEM)
José Nunes dos Santos
Doutor em Ensino de Ciências e Matemática (Unicamp), pós-doutorando em Formação de Professores (UFSCar), professor QPM de Biologia e Ciências (Seduc/PR)
Analisando o ritmo e a dificuldade que os alunos da rede pública do Estado do Paraná possuem para se adequar às atividades de Ciências e acompanhá-las de modo que tais conteúdos fiquem compreensíveis, várias metodologias e atividades dinâmicas podem ser criadas por diversos profissionais da Educação para orientá-los a tornar a aprendizagem cada vez mais fácil.
Diante de tais possibilidades, a monitoria de Ciências é uma das práticas que possibilitam o acesso dos alunos ao conhecimento científico. De acordo com Mendes e colaboradores (2017), projetos de monitoria tornam a aprendizagem de Ciências mais estimuladora e contribuem para a construção de metodologias didáticas entre alunos/alunos e professores/alunos para a qualificação de ensino nos diferentes conteúdos de Ciências. Entendemos que a disciplina de Arte possibilita auxílios para o ensino de Ciências, e componentes como a ilustração podem dialogar com os conteúdos temáticos de Ciências mediante a linguagem verbal e não verbal – isso implica relações interdisciplinares.
As reflexões postas aqui em diálogo interdisciplinar entre Arte e Ciências podem ser embasadas em pensamentos teóricos abordados por Santos (2018, p. 37), pois a interdisciplinaridade é uma estratégia “pedagógica que caminha para novas formas de organização do ensino e que procura responder à necessidade de superação da visão fragmentada nos processos de socialização do conhecimento”. Nessa direção, quando tratamos de interdisciplinaridade, falamos de companheirismo entre diferentes áreas do conhecimento que colaboram para uma aprendizagem com mais variedade, sendo muito mais atrativa. Segundo Japiassu (1976), o sistema de ensino brasileiro, por estar baseado no conhecimento fragmentado, torna-se cada vez mais desinteressante aos olhos de que tem contato com tais áreas, tanto professores como alunos, e a interdisciplinaridade exerce uma função de “inovação”, já que integrar assuntos a não somente uma matéria, mas sim a várias, faz com que ambos tenham maior interesse na busca pela aprendizagem e pelo ensino em si, além de tornar o trabalho mais dinâmico e possibilitar uma nova visão de mundo para quem os utiliza.
Desse modo, várias áreas são capazes de “colorir” o conhecimento e torná-lo mais compreensível, mas uma delas deve ser ressaltada: a Arte. Segundo Barbosa (2008, p. 18), por meio dela,
é possível desenvolver a percepção, a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.
Utilizando a Arte como auxílio e objeto de relação interdisciplinar, devemos antes enfatizar o fato de que não se trata apenas de uma disciplina que incide em “pintar” ou “desenhar”, como na imaginação de muitas pessoas, mas sim de uma Ciência que nos mostra a sociedade em si e sua criatividade, dependendo de quem a vê, além de caracterizar uma variedade de povos, épocas, atividades e principalmente culturas, que, se não fosse por ela, teriam se perdido no tempo. Portanto, trata-se de uma Ciência artística que, além de deixar tudo mais fácil, prático e divertido, também traz sentidos/significados e um modo de discutir assuntos de uma maneira mais ampla e completa.
Nesse ponto de nossas reflexões, buscamos abordar que a Arte sinaliza uma função extraordinária na formação crítica e significativa do estudante pela conveniência de proporcionar contribuições para o desenvolvimento de práticas que causem a criatividade e possibilitem o pensamento crítico (Caldas et al., 2017). Corroborando essas ideias, Ujiie (2013) afirma que a Arte, em sua importância na formação humana, permite a Ciência holística de mundo mediante da expressão de conhecimentos, de sentidos e significados, isto é, o conhecimento compreendido historicamente causado de maneira crítica.
Assim, conectando a Arte com as Ciências, temos um objetivo de ensino totalmente inovador, que é capaz de fazer ligação entre uma diversão e uma aprendizagem que, juntas, orientam o aluno ao entendimento, informando-lhe uma nova perspectiva e o fazendo desenvolver uma linha de raciocínio mais ampla e totalmente aberta. Considerar a importância de aceitar a estratégia interdisciplinar no ensino de Ciências atrelado à Arte é aproximar as distintas linguagens artísticas para induzir o estudante a abranger a possibilidade da essência de afinidades entre unidades diferentes, associando ao conhecimento do dia a dia que poderá ser conectado para sua vida (Caldas et al., 2017).
Já sabemos que o ensino de qualquer área da Educação de modo fragmentado o torna complexo e intenso, e com a educação científica não é diferente. O presente relato de experiência trata de um conteúdo temático que, no Ensino Fundamental II, busca enfatizar assuntos relacionados ao corpo humano (Sistema esquelético e muscular), suas relações tanto entre si como com a natureza e vários outros assuntos de origem natural. O uso da interdisciplinaridade como tema gerador dessa prática entre Arte e Ciências possibilitou as reflexões do presente relato de experiência didático-pedagógica.
Assim, este relato busca descrever e analisar as contribuições da anatomia artística para a aprendizagem de conceitos de estruturas óssea e muscular no ensino de Ciências Naturais, conforme o resultado das atividades executadas por “alunos monitores” sobre a metodologia no projeto Monitoria para o Ensino de Ciências no Nível Fundamental II, proposto pela Secretaria de Estado do Paraná (SEED) em 2019. Um projeto que, por sua vez, foi realizado em uma escola de Ensino Fundamental e Médio da região noroeste do Estado do Paraná.
Encaminhamentos metodológicos
O presente trabalho tem caráter qualitativo norteado por um estudo descritivo. A investigação qualitativa, em Educação, permite analisar uma situação natural, coletar dados descritivos e observar a realidade de maneira contextualizada (Lüdke; André, 1986).
Realizamos a análise de atividades desenvolvidas de um projeto de monitoria para o ensino de Ciências em um relato de experiência, no qual procuramos salientar a importância de avaliar seus resultados. As atividades foram desenvolvidas no terceiro trimestre de 2019 num colégio estadual localizado em município da região noroeste do Paraná, em duas turmas (8º ano) de Ensino Fundamental nas aulas de Ciências. Participaram das atividades 52 estudantes, dois alunos monitores do 3° ano do Ensino Médio, com idade de 16 e 17 anos, e o professor de Ciências das turmas monitoradas.
Tendo como base os trabalhos de Leonardo Da Vinci e de Michel Lauricella (2016), as atividades de monitoria tiveram como objetivo compreender o conteúdo proposto na matéria de Ciências do 8° ano, utilizando técnicas artísticas para o conhecimento científico de estruturas ósseas e musculares do corpo humano. Tais atividades foram divididas em quatro etapas, para torná-las mais práticas e organizadas, a fim de proporcionar aos alunos maior entendimento, sem sobrecarregá-los.
Primeira etapa (28/10/2019):
- Reunião de planejamento para o ensino de Ciências – Conteúdo: Sistema locomotor (esquelético e muscular);
- Usando o datashow, foi projetado aos alunos o vídeo Estudos Anatômicos de Leonardo Da Vinci, a fim de estimulá-los na compreensão dos conceitos de Anatomia;
- Foram feitas perguntas e registradas no quadro e, como atividade, os alunos deveriam coletar recortes de peças anatômicas humanas em revistas e jornais para o início de uma atividade avaliativa.
Segunda etapa (29/10/2019):
- Recolhimento das imagens de peças anatômicas, como membros inferiores, superiores, tronco e cabeça, pedidas na aula anterior;
- Primeira atividade avaliativa referente a termos do sistema esquelético e muscular – Percepção anatômica realizada pelos alunos de 8º ano de diferentes partes do corpo.
Terceira etapa (29/10/2019):
- Após a distribuição de imagens com peças anatômicas para os alunos, foi iniciada a segunda atividade avaliativa, em que eles tiveram que ilustrar de acordo com o seu conhecimento e imaginação, baseado na forma como Leonardo Da Vinci (2012) e Michel Lauricella fizeram em suas obras artísticas anatômicas;
- Os alunos começaram pela estrutura óssea (Atividade 1), e, logo após finalizar esse primeiro processo, ilustraram a parte muscular (Atividade 2). Ainda nessa etapa, nos dias 11 e 18/11/2019, houve continuação da atividade avaliativa, orientando e tirando dúvidas de alguns sobre determinadas estruturas e a finalização das atividades.
Quarta etapa (20/11/2019):
Seleção de duas ilustrações de estruturas ósseas (1 “boa” e 1 “ruim” - Figura1, subdividida em A e B) e 2 musculares (1 “boa” e 1 “ruim” - Figura 2, subdividida em A e B) realizadas pelos alunos de 8º ano para serem apresentadas em slides e discutidas durante as aulas, a fim de compartilhar os conhecimentos construídos pelos estudantes. É importante salientar que foi mantido o anonimato do aluno para respeitar a construção do conhecimento de cada um e também precaver-se quanto ao bullying.
Figura 1: Anatomia artística óssea
Figura 2: Atividade 2 - anatomia artística muscular
Considerando a organização dos processos de ensino, ainda na quarta etapa em 25/11/2019, houve exposição das atividades analisadas pelos monitores, em que foram projetadas por datashow, primeiramente, as imagens consideradas “boas” e, logo após, as “ruins”, debatendo erros conceituais e a capacidade do desenho anatômico artístico de permitir uma leitura das estruturas óssea e muscular, assumindo dimensão formadora com finalidade do processo de aprendizagem, os alunos foram estimulados a promover uma educação dialógica e participativa, refletindo sobre aspectos positivos e negativos da ilustração artística, possibilitando o conhecimento científico.
Nesse sentido, as atividades artísticas ilustradas pelos alunos de 8º ano são dados concludentes para nossa análise. Dessa forma, ao longo da discussão, busca-se descrever e analisar o resultado das atividades executadas por “alunos monitores” sobre a metodologia utilizada como auxílio para o conhecimento científico de estruturas ósseas e musculares do corpo humano.
Resultados e discussão
Diante de tais processos de ensino de Ciências, enfatizamos que o principal objetivo das atividades desenvolvidas foi orientar os alunos, apropriando-se da interdisciplinaridade com Arte para um conteúdo focado em Anatomia: sistemas muscular e ósseo. Nas reflexões aqui apresentadas (Quadros 1 e 2), tomamos os excertos dos resultados (valores de acertos, erros e atividades sem fazer) das atividades artísticas ilustrativas realizadas pelos alunos de 8º ano e em seguida as ponderações em diálogo com os autores seletos neste artigo.
As análises dos resultados da Atividade 1
Quadro 1: Anatomia artística óssea - desempenho percentual
Atividade: Anatomia artística óssea |
Marcos ósseos |
Entendimento |
|||
Acertos |
Erros |
Não fez |
|||
Cabeça e Pescoço |
Cabeça |
Maxilar, frontal, nasal, temporal, parietal e mandíbula. |
12 alunos (85,8%) |
2 alunos (14,2%) |
0 aluno (0%) |
Pescoço |
0 aluno (0%) |
0 Aluno (0%) |
0 Aluno (0%) |
||
Tronco |
Vértebras, costelas, |
2 alunos (100%) |
0 Aluno (0%) |
0 Aluno (0%) |
|
Membro Superior |
Cintura escapular |
Clavícula e escápula |
17 alunos (85%) |
3 Alunos (15%) |
0 Aluno (0%) |
Braço |
Úmero |
||||
Antebraço |
Rádio e Ulna |
||||
Ossos da mão |
Carpo, metacarpo e falanges |
||||
Membro Inferior |
Cintura pélvica |
Ilíaco (ossos do quadril) |
16 alunos (100%) |
0 Aluno (0%) |
0 Aluno (0%) |
Coxa |
Fêmur |
||||
Perna |
Tíbia e fíbula |
||||
Ossos do pé |
Tarso, metatarso e falanges |
Fonte: Resultados das ilustrações ósseas realizadas pelos alunos do 8º ano.
Estas foram as análises dos resultados da Atividade 2.
Quadro 2: Anatomia artística muscular - desempenho percentual
Atividade: Anatomia artística muscular |
Formas musculares |
Entendimento |
||
Acertos |
Erros |
Não fez |
||
Cabeça e pescoço |
Ventre frontal do músculo occipito-frontal, músculo orbicular do olho (palpebral e orbital), músculo levantador do lábio superior, músculo mentual, músculo nasal e músculos zigomáticos (maior e menor) |
12 alunos (85,8%) |
2 alunos (14,2%) |
0 aluno (0%) |
Tronco: tórax e abdome |
Deltoide, peitoral maior, reto abdominal, trapézio e peitoral menor |
2 alunos (100%) |
0 aluno (0%) |
0 alunos (0%) |
Membros Superiores |
Músculo tríceps, músculo bíceps, músculo braquial e músculo ancôneo / Músculo adutor do polegar, músculos lumbricais, músculo flexor longo do polegar e músculo opositor do dedo mínimo |
16 alunos (80%) |
4 alunos (20%) |
0 aluno (0%) |
Membros Inferiores |
Músculo sartório, músculo adutor longo, músculo gastrocnêmio, vasto medial, vasto lateral e extensor dos dedos / músculo adutor do dedo mínimo, músculo flexor curto dos dedos, músculo quadrado plantar, músculos interósseos dorsais e tuberosidade do calcanhar |
11 alunos (68,75%) |
5 alunos (31,25%) |
0 aluno (0%) |
Fonte: Resultados das ilustrações musculares realizadas pelos alunos do 8º ano.
Analisando dados e informações dos Quadros 1 e 2, podemos observar que em relação aos percentuais gerais, o Quadro 2 aponta aumento considerável em relação ao número de erros, e não é possível afirmar qual seria o exato motivo para tal fato.
Se formos observar por quantidade, 47 alunos (90,4%) acertaram a Atividade 1 e 41 (78,8%) a Atividade 2. A seguir, nos Gráficos 1 e 2, são apresentados os resultados gerais do desempenho dos alunos do 8º ano nas Atividades 1 e 2 levando em consideração a porcentagem do número total de acertos, erros e os que não realizaram tal atividade.
Gráfico 1: Resultado geral das atividades de estruturas ósseas
Gráfico 2:Resultado geral das atividades de musculatura
Isso nos leva a pensar: por que a Atividade 1 foi mais bem-sucedida que a Atividade 2?
Visto que a atividade de musculatura (Atividade 2) foi realizada após duas semanas para que os alunos finalizassem a atividade óssea, o que podemos dizer do motivo por que os alunos tiveram maior dificuldade em acertá-la são apenas hipóteses.
Primeiramente, como o tempo para tal atividade foi um pouco menor que o prazo da Atividade 1, um dos motivos pode ter sido o desespero dos alunos em terminá-la logo para, assim, ficarem tranquilos, ao invés de realizá-la com foco e cautela. Outra hipótese pode ser o fato de o ano letivo já estar sendo finalizado, e como muitos alunos já haviam atingido a nota mínima necessária para avançar de série, vários podem tê-la feito com o pensamento de apenas concluí-la e não de entendê-la, o que causou certa confusão nas representações de músculos, desenhos incorretos, ilustrações mal terminadas etc.
Assim, corroborando as ideias de Ujiie (2013) e Caldas e colaboradores (2017), a linguagem artística possibilita a aprendizagem de Ciências mediante uma estratégia interdisciplinar. Dessa forma, por termos nos apropriado da interdisciplinaridade em Arte, outra possível causa para esse fato é que, por serem atividades relacionadas a desenho e observação, estruturas ósseas são mais fáceis para ilustrar, justamente pelo fato de serem partes mais simplificadas, e como muitos alunos não possuem facilidade para desenhar, eles podem ter encontrado dificuldade em representar corretamente as estruturas musculares da peça anatômica que foram escolhidas para ilustração.
Após tais apontamentos, fica evidente que vários motivos podem ter ocasionado tal mudança na aprendizagem dos conteúdos relacionados a músculos. No entanto, mesmo diante de tantas possibilidades, as diferenças de apropriação do conhecimento entre os conteúdos de ossos e músculos foram de 11,6%, o que nos faz concluir que tal projeto de monitoria foi um sucesso. Nesse ponto de nossas reflexões, acreditamos que o diálogo realizado durante as aulas de Ciências com os artistas Leonardo Da Vinci (2012) e de Michel Lauricella (2016) em relação à anatomia artística foi o que facilitou a aprendizagem de músculos e ossos, tornando menos complexo do que parecia ser.
De modo a ampliar as compreensões, uma suposição: as Atividades 1 e 2 não teriam sido realizadas de tal forma sem a interdisciplinaridade, ou seja: apenas com leitura e questionários de Ciências, a aprendizagem não seria a mesma, pois, com o mundo globalizado atual, tudo o que seja ensinado de forma fragmentada é mais complexo e difícil de compreender, já que tudo possui relações. É o caso da forma como esse projeto de monitoria foi desenvolvido, visto que, para entender Ciências – mais especificamente anatomia humana –, a Arte possibilitou uma linguagem específica para se adequar melhor às características e aos funcionamentos das estruturas anatômicas.
Desse modo, é enfático que o sistema ósseo e muscular possui suas próprias características, mas, em conjunto, forma um sistema muito importante, o locomotor; e para compreender como este funciona é necessário analisar suas estruturas, isto é, como são, como se relacionam e onde se localizam, entre outros aspectos. Assim, os alunos que participaram das atividades tiveram que usar sua capacidade e sua habilidade em Arte para completá-las e compreendê-las; aqueles que não as representaram corretamente simplesmente erraram o que foi proposto para fazer.
Sobre o uso da interdisciplinaridade na perspectiva pedagógica para o ensino de Ciências, pesquisadores como Santos (2018) enfatizam que tal estratégia na educação cientifica permite a socialização do conhecimento, pois compreender a interdisciplinaridade como pratica pedagógica nas atividades desenvolvidas no projeto de Monitoria para o Ensino de Ciências no Nível Fundamental II foi útil, basta analisar os Gráficos 1 e 2 para notar que em ambas as atividades mais de 75% dos alunos obtiveram sucesso na aprendizagem de conceitos científicos anatômicos.
Considerações finais
Sabemos que a interdisciplinaridade é algo capaz de facilitar o entendimento de determinado assunto na área do conhecimento, como dito pelos autores Santos (2018), Ujiie (2013), Mendes e colaboradores (2017); analisando os dados referentes aos resultados das atividades realizadas pela monitoria nas turmas que participaram dos processos de ensino, podemos afirmar que o sucesso que tal método e técnica obteve no ensino de ciências é completamente possível.
Além disso, fica evidente que um projeto de monitoria precisa ser bem planejado, visto que, se o objetivo é facilitar a aprendizagem acerca de um assunto, um projeto mal organizado causaria exatamente o resultado contrário, podendo ocasionar vários outros problemas, como o mau entendimento dos alunos, notas baixas e, consequentemente, insatisfação deles.
Por fim, vale ressaltar que é muito eficaz para a educação científica a apropriação de estratégias interdisciplinares nas instituições de ensino em geral. Ao refletir sobre essa práxis pedagógica, analisamos que as atividades desenvolvidas pelos monitores nos conteúdos de anatomia faram eficientes. Entendemos que a união da Arte com as Ciências permite a aprendizagem sobre corpo humano, pois tal estratégia tornou o conhecimento aos alunos mais criativo, dinâmico e prazeroso, além de proporcionar a eles uma capacidade e um desenvolvimento artístico que em muitos pôde ser despertado.
Referências
BARBOSA, Ana Mae. Mutações do conceito e da prática. In: BARBOSA, A. M. (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2008.
CALDAS, F. R.; HOLZER, D. C.; POPI, J. A. A interdisciplinaridade em Arte: algumas considerações. Revista Nupeart, v. 17, 19 de agosto de 2017.Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/viewFile/9839/7561. Acesso em: 10 jun. 2020.
JAPIASSU, H. A interdisciplinaridade e a patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
LAURICELLA, M. Anatomia artística. São Paulo: G. Gilli/LTD, 2016.
VINCI, L. Os cadernos anatômicos de Leonardo da Vinci. Trad. Charles D. O’Malley, J. B. de C. M. Saunders, Pedro Carlos Piantino Lemos e Maria Cristina Vilhena Carnevale. Unicamp: Ateliê, 2012.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MENDES, A. C. de O.; SILVA, A. P. da; LANDO, V. C. J.; FONSECA, E. de L.; OLIVEIRA, M. F. A. de. Monitores como agentes multiplicadores no ensino de Biologia em uma escola pública de educação integral do Estado do Rio de Janeiro. XI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIAS – XI ENPEC. Universidade Federal Santa Catarina. Florianópolis, 3 a 6 de junho de 2017. Disponível em: http://www.abrapecnet.org.br/enpec/xi-enpec/anais/resumos/R0965-1.pdf. Acesso em: 7 jun. 2020.
SANTOS, J. N. dos. Filmes como recurso mediador nas aulas de Ciências: uma discussão sobre sua potencialidade a partir das interações. 2018. 239f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática) - Instituto de Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.
UJIIE, N. T. Teoria e metodologia do ensino da Arte. Guarapuava: Unicentro, 2013.
Publicado em 20 de abril de 2021
Como citar este artigo (ABNT)
SANTOS, Rafael Caselato dos; LANES, Daniel Macedo; SANTOS, José Nunes dos. Monitoria de Ciências: Arte como modo prático para o ensino de ossos e músculos nas aulas de Ciências. Revista Educação Pública, v. 21, nº 14, 20 de abril de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/14/monitoria-de-ciencias-arte-como-modo-pratico-para-o-ensino-de-ossos-e-musculos-nas-aulas-de-ciencias
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