Contribuições da Astrobiologia para o ensino de Biologia: potencialidades e aplicações curriculares
Amanda Hellen Sales Gonçalves
Licenciada em Ciências Biológicas (UERJ/Cederj)
Ranlig Carvalho de Medeiros
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática (PPGEduCiMat/UFRRJ), mediador presencial na Licenciatura em Ciências Biológicas (UERJ/Cederj)
Liliani Aparecida Sereno Fontes de Medeiros
Mestra em Química Biológica (IBqM/UFRJ), mediadora presencial na Licenciatura em Ciências Biológicas (UERJ/Cederj)
A busca de novos caminhos para o Ensino de Biologia
Vivemos atualmente uma nova cultura da aprendizagem, em que as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) permitem acesso ao conhecimento de forma mais fácil e rápida. No dizer de Pozo (2002, p. 2), “graças a essas novas tecnologias da informação, a escola, em nossa sociedade, já não é a primeira fonte de conhecimento para os alunos e, às vezes, nem mesmo a principal, em muitos âmbitos”. Para Pozo e Escheverria (2001), essa nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de aluno e de professor e, por via de consequência, uma mudança nas concepções sobre aprendizagem e ensino.
Na busca de tais mudanças destaca-se a formação continuada dos professores do meio escolar; um grande obstáculo é o distanciamento que existe entre o ambiente escolar, onde se encontra o professor da educação básica, e o meio acadêmico (Gebara, 2009). Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (Brasil, 1998) já apontavam para a necessidade e a importância da constante atualização do profissional da educação para as novas tendências e abordagens no ensino. Como destacam Carvalho e Gil-Pérez (2003) e Pimenta (2008), a formação do professor vai além dos conhecimentos específicos de sua área de formação, já que precisa dispor de conhecimentos pedagógicos e experiência. Os conhecimentos, tanto pedagógicos quanto específicos, são resultantes de sua formação inicial. Cunha e Krasilchik (2000) constatam as lacunas deixadas pelos conhecimentos nos cursos de licenciatura, principalmente por conta do grande avanço da pesquisa e da velocidade com que o conhecimento é produzido atualmente. A dificuldade em trabalhar tais conhecimentos pode estar ligada em parte à insegurança que muitos desses professores têm por não acompanhar a evolução desse conhecimento.
Há em alguns momentos necessidade de explicações mais esclarecedoras que favoreçam uma melhor interpretação pelos estudantes, sob uma nova ótica, das informações que são passadas (Andrade, 2005). Nesse contexto, o professor de Biologia tem papel fundamental ao permitir a aproximação do estudante e seus saberes com os saberes que serão ensinados. Para Pozo (2009), os saberes dos alunos que fazem parte do seu cotidiano podem ter forte influência no processo de aprendizagem. O autor promove uma discussão sobre as diferentes formas de entender as relações entre o conhecimento cotidiano e o conhecimento científico e destaca que elas derivam de diversas propostas curriculares, o que implica um papel diferente ao trabalho com esses conhecimentos prévios. A relação entre os conhecimentos científicos não só contribui para o melhor entendimento dos conteúdos curriculares, mas de maneira mais abrangente na formação do cidadão.
Utilizando como referencial os PCN, diversas são as competências que devem ser atingidas para a formação do aluno como cidadão; nesse documento fica esclarecido de que forma os docentes devem prosseguir: tendo consciência do conjunto das necessidades em que seus alunos estão inseridos para desenvolver habilidades e competências que possam abranger a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e o mundo moderno para desenvolver um discente crítico e questionador na sociedade. Vemos que o ensino começa a ser construído a partir de habilidades e competências, tendo foco no uso da interdisciplinaridade e da contextualização. As disciplinas afins passam a ser divididas em três áreas de conhecimento e suas respectivas tecnologias: Linguagens e códigos; Ciências da Natureza e Matemática; e Ciências Humanas (Brasil, 1999).
Astrobiologia: aplicação curricular e o ensino interdisciplinar
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (Brasil, 2018), a área de Ciências da Natureza e suas tecnologias é formada por Biologia, Física e Química, que deve atender a um aprofundamento dos seguintes temas: (1) Matéria e energia; (2) Vida e evolução; (3) Terra e universo. Esses temas são o pilar do estudo da vida e podem ser abordados no contexto da Astrobiologia. Essas temáticas estão definidas na BNCC desde o Ensino Fundamental com o objetivo de “introduzir a prática da investigação científica e ressaltar a importância dessa temática na análise do mundo contemporâneo” (Brasil, 2018). No Ensino Médio as abordagens dessas temáticas são mais aprofundadas e unificadas, de modo que o estudante possa desenvolver uma aprendizagem dos processos anteriormente vistos por meio de competências e habilidades.
Embora a Astrobiologia seja uma área de estudos recente, vem se mostrando conhecida principalmente com a ajuda da mídia; ela desperta o interesse de professores e estudantes, sendo um terreno fértil para discussão de diferentes conteúdos ligados ao ensino de Biologia e de outras áreas de Ciências. Por englobar diferentes áreas do conhecimento, a Astrobiologia pode favorecer abordagens didáticas interdisciplinares (Rodrigues; Galante; Avellar, 2016). Trabalhos recentes (Souza, 2013; Chefer; Oliveira, 2016; Oliveira et al., 2016; Mayato, 2017; Silva, 2018) já expuseram que a Astrobiologia pode contribuir com o ensino interdisciplinar de ciências e como formação continuada de docentes, além de contribuir fortemente para o desenvolvimento do conhecimento científico e do pensamento crítico tanto dos docentes quanto dos discentes.
Para Piaget (1981, p. 52), “a interdisciplinaridade pode ser entendida como o intercâmbio mútuo e de integração recíproca entre várias ciências”. Gadotti (2004) destaca que práticas interdisciplinares formam uma ponte entre diversos saberes e, assim, um conteúdo pode ser mais bem compreendido por meio de importantes conexões entre conceitos, diferentemente de somente agrupar as disciplinas, como era visto anteriormente na proposta curricular dos PCN. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM (Brasil, 2002), há conteúdos que são destinados ao ensino de Biologia no nível médio; esses conteúdos são chamados “temas estruturadores”, importantes para a formação do aluno. São eles:
- Interação entre os seres vivos;
- Qualidade de vida das populações humanas;
- Identidade dos seres vivos;
- Diversidade da vida;
- Transmissão da vida, ética e manipulação gênica; e
- Origens e evolução da vida.
A BNCC possui três competências específicas e habilidades relacionadas a elas que serviram de base para a elaboração da aprendizagem aprofundada dos temas estruturadores do PCNEM citados. Em relação à contribuição da Astrobiologia, destacamos a competência específica 2 na BNCC (2018, p. 542): “Construir e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do universo, e fundamentar decisões éticas e responsáveis”.
A grade mínima curricular de Ciências da Natureza parece estar centrada em tendências construtivistas, mas os conteúdos e as atividades acabam sendo apresentados de forma fragmentada (Brasil, 1998). Nas palavras de Kaveski (2004, p. 1), “no PCN do Ensino Médio a interdisciplinaridade é concebida como função instrumental, a de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista”. Dessa forma, abordagens interdisciplinares pressupõem romper com o modelo educacional tradicional e “bancário” de transmissão de informação do professor para o aluno em prol de um modelo em que professor e aluno são sujeitos ativos e autores no processo de aprendizagem (Freire, 1974). É nessa perspectiva de construção e problematização que o ensino de Biologia pode tratar de assuntos que emergem de pesquisas em diferentes campos da ciência e que por muitas vezes não são devidamente explorados no contexto escolar. Dentre os assuntos podemos destacar:
- Nascimento e morte de estrelas e reciclagem dos elementos;
- Formação de sistemas planetários;
- Origem e evolução da vida;
- Busca por bioassinaturas extraterrestres;
- Planetas e satélites habitáveis dentro e fora do sistema solar; e
- Vida em ambientes extremos, entre outros (Staley, 2003).
Entendemos que muitos desses conteúdos podem ser estudados em outras disciplinas do Ensino Médio e poderiam ser articulados e mais bem explorados no contexto do ensino da Astrobiologia, que pode ser tratada como uma área de integração entre diferentes disciplinas, permitindo que diferentes conteúdos possam ser trabalhados de maneira menos fragmentada, contribuindo para uma construção mais global do conhecimento (Silva et al., 2016).
Segundo Souza (2013), “a Astrobiologia contribui para a dinâmica de transformação e comunicação do conhecimento científico, além de buscar a integração de áreas tradicionalmente separadas”. Dessa forma, os conhecimentos produzidos no meio acadêmico podem ser adaptados aos conteúdos curriculares, transformando-se em um saber escolar e que será adaptado pelo professor para que se torne um conhecimento ensinável (Chevallard, 1991).
Para Medeiros et al. (2020), essa adaptação do conhecimento produzido no meio acadêmico para um conhecimento que será ensinado no contexto escolar depende de procedimentos didáticos e da utilização de recursos pelos professores. Embora o livro didático seja um recurso necessário, a aprendizagem para a formação de cidadãos é favorecida com a diversidade de recursos didáticos. A utilização de uma diversidade de recursos permite também o aumento do interesse dos alunos pelos conteúdos de Biologia. Pozo e Crespo (2009) afirmam que, além da falta de interesse dos alunos sobre os conteúdos científicos, muitos assumem uma posição passiva, não vão atrás de questionamentos e respostas. Essa falta de ação dos discentes em sala pode refletir a maneira como o docente trabalha, que por vezes é precária e desgastante.
A falta de interesse pode ser contornada por meio do uso do lúdico, como destacam Bortoloto e Felicio (2003). Para os autores, os jogos ligam o lúdico ao cognitivo e podem ser aliados em promover o ensino e a aprendizagem de muitos conceitos, já que despertam a motivação interna, promovem a interação entre a turma e seu professor e o raciocínio, entre outros aspectos da aprendizagem. Assim como os jogos, outra estratégia prevista nos PCN é o uso de histórias em quadrinhos (HQs) com temas transversais. De diferentes formas de linguagem, as histórias em quadrinhos possibilitam diversos contextos e exploram assuntos com implicações sociais (Brasil, 1997). Ramos (2009) destaca a relação mais harmoniosa entre os quadrinhos e a educação e sua presença nas provas de vestibular e sua inclusão nos PCN, assim como sua inclusão na realidade pedagógica da escola. Vergueiro (2010, p. 21) demonstra como pode ser vantajoso o uso de histórias em quadrinhos em sala: “as histórias em quadrinhos aumentam a motivação dos estudantes para o conteúdo das aulas, aguçando sua curiosidade e desafiando seu senso crítico”.
As HQs apresentam uma linguagem que motiva e favorece a curiosidade, o que as torna populares. No contexto educacional, as HQs podem contribuir para que os conteúdos sejam abordados de maneira interdisciplinar, rompendo com a lógica de fragmentação do conteúdo escolar. Segundo Custódio (2007, p. 65), com HQs, “pode-se tratar de qualquer assunto, em qualquer disciplina ou grau de ensino”.
Além disso, o professor pode desenvolver atividades que estimulem a participação efetiva dos alunos fora do espaço escolar, pois ele representa um espaço formal de educação e muitos professores optam por realizar atividades no espaço formal da escola, mesmo com a existência de vários espaços não formais liberados ao público. Entretanto, reconhecemos as potencialidades dos espaços formais de educação. Na sala de aula, é possível a aplicação de atividades diversificadas para ensinar conteúdos curriculares de Biologia sugeridos no 1º ano do Ensino Médio por meio da Astrobiologia. Portanto, o cerne desta pesquisa será analisar a percepção dos docentes e discentes acerca das contribuições dessa área do conhecimento para o ensino de Biologia, além de identificar as principais dificuldades que os professores possuem para o ensino de Biologia.
Metodologia
O presente trabalho é um estudo de caráter quali-quantitativo de uma série de atividades que foram realizadas em um colégio estadual localizado no município de Nova Iguaçu/RJ. A pesquisa foi desenvolvida com quatro professores de Biologia e com 55 alunos de duas turmas do 1º ano do Ensino Médio. Um questionário com questões abertas e fechadas destinado aos discentes e um questionário destinado aos docentes foram utilizados para a coleta de dados. O questionário dos docentes procurou identificar o perfil do professor frente à utilização de métodos/abordagens de ensino, suas dificuldades para o ensino de Biologia e suas impressões quanto ao uso da Astrobiologia para o ensino da disciplina. O questionário dos discentes foi aplicado depois das atividades diferenciadas desenvolvidas.
Para as questões fechadas dos questionários, utilizamos a escala de Likert (1932), que permite aos alunos expressar o seu grau de concordância e discordância sobre as diferentes indagações propostas no questionário. Os dados foram coletados e apresentados na forma de tabelas, gráficos e quadros. Para Lakatos e Marconi (2003), essas formas de apresentar os dados facilitam sua leitura e sua rápida interpretação.
Com apoio da escola e do corpo docente, foi realizado nas dependências da escola um dia de atividades extracurriculares. As atividades realizadas foram: palestras, bate-papo, minicurso e uma com uso de um jogo, todos ligados a Astrobiologia. Os alunos e professores tiveram a oportunidade de participar de todas as atividades oferecidas, seguindo o cronograma descrito no Quadro 1.
Quadro 1: Cronograma de atividades realizadas nas dependências da escola
Período de execução |
Atividades |
7:00 – 7:30 |
Café da manhã e acolhimento dos alunos |
7:40 – 8:00 |
Abertura: professores e direção da escola |
8:00 – 9:00 |
Palestra 1: Origem dos elementos químicos e exoplanetas Palestra 2: Astrobiologia, a busca de vida no universo |
9:10 – 9:40 |
Bate-papo (professores e alunos) |
10:00 – 12:20 |
Minicurso: Conhecendo o meio interestelar através da montagem de quadrinhos Atividade: Jogando com os extremófilos: será que é possível existir vida fora da Terra? |
As atividades foram iniciadas no auditório da escola, com duas palestras; cada uma teve duração aproximada de 30 minutos. A palestra “Origem dos elementos químicos e exoplanetas” e a palestra: “Astrobiologia, a busca de vida no universo” contemplaram os assuntos relacionados no Quadro 2.
Quadro 2: Assuntos trabalhados nas palestras
Palestra 1: “Origem dos elementos químicos e exoplanetas” |
Palestra 2: “Astrobiologia, a busca de vida no universo” |
- De onde vem os elementos químicos; - Formação de moléculas; - Ciclo de vida estelar; - Definição de exoplanetas; - Descobertas de exoplanetas; - Por que buscar exoplanetas? - Métodos de detecção de exoplanetas; - Missões futuras. |
- O que é Astrobiologia; - O que é vida; de que é feito um ser vivo (Chonps); - De onde vieram esses elementos e como chegaram até aqui; - Como a vida se originou com moléculas orgânicas; - A Química da vida; - Existe vida fora da Terra?; - Condições planetárias para abrigar vida; - Que tipo de vida buscar fora da Terra; - Extremófilos; - Porque estudar extremófilos. |
Ao término da palestra, os alunos foram convidados a participar de um bate-papo com os palestrantes (roda de conversas) para que expusessem suas perguntas, dúvidas e curiosidades. Consideramos aqui as palestras e a roda de conversas como uma atividade integrada, já que foi realizada de maneira consecutiva no auditório da escola com a participação de professores e alunos.
Minicurso: Conhecendo o meio interestelar através da montagem de quadrinhos
O minicurso foi realizado no auditório da escola e contou com a participação de 55 alunos do 1º ano do Ensino Médio. O objetivo dessa atividade foi a construção de quadrinhos explorando algumas questões que a Astrobiologia busca responder e que convergem com os conteúdos curriculares. Essas questões foram apresentadas aos alunos por meio de notícias/acontecimentos científicos ligados à Astrobiologia e ciências afins. Os alunos foram divididos em grupos no início do minicurso e cada grupo pôde escolher a questão para a confecção da história em quadrinhos. No total, foram seis grupos e, portanto, seis notícias ou acontecimentos científicos estiveram em discussão. Após a escolha das notícias, foram distribuídos os materiais e, em seguida, foi iniciada a confecção dos quadrinhos à mão.
Algumas questões disparadoras trabalhadas durante o minicurso foram as seguintes: Como se originou a vida na Terra? Como a vida evoluiu? Quais as possibilidades de vida em outros planetas? Como se formaram os primeiros elementos químicos?
Os alunos foram orientados durante todo o desenvolvimento do minicurso. O tempo para confecção dos quadrinhos foi de 35 a 40 minutos e, após a finalização das histórias, cada grupo teve quatro minutos para apresentá-las para os outros grupos.
Jogando com os Extremófilos: Será que é possível existir vida fora da Terra?
Essa atividade ocorreu nas dependências da escola e contou com a participação de 55 alunos do 1º ano do Ensino Médio e quatro professores de Biologia. Utilizamos um jogo desenvolvido e adaptado do livro Is there life elsewhere? — Astrobiology: an integrated science approach, utilizado para auxiliar os alunos nos cursos de graduação e pós-graduação em Oceanografia na disciplina de Ecologia Microbiana (Bendia; Pellizari, 2014). Adaptamos o jogo para a educação básica com o objetivo de realizar uma introdução sobre os extremófilos: “Quem são, onde habitam e como sobrevivem?”. Essa questão está ligada a um dos maiores mistérios que rondam a Astrobiologia: “Como algumas formas de vida poderiam suportar viver em tais condições extremas como encontramos em diversos planetas e luas do nosso sistema? Que ambientes extremos são esses?”.
O Jogo dos Extremófilos é um jogo voltado para questões relacionadas à vida microbiana em ambientes extremos na Terra e sua possibilidade em ambientes extraterrestres análogos. O jogo possui um sistema de três cartas distintas: “Organismos extremófilos”, “Ambiente Terrestre Extremo” e “Ambiente Extraterrestre Análogo” (Figura 1). O objetivo do jogo é montar trios, combinando cada organismo extremófilo com seu ambiente terrestre e o possível extraterrestre análogo. Cada carta fornece as informações necessárias para a montagem dos trios. Como instrumento pedagógico, o jogo possibilita ao professor trabalhar conceitos relacionados a micro-organismos extremófilos e à Astrobiologia.
Figura 1: Sistema de três cartas do Jogo dos Extremófilos
Após a realização da atividade, os alunos foram encaminhados para o laboratório de ciências da escola onde tiveram a oportunidade de visualizar culturas de bactérias hipersalinas em placas de Petri previamente preparadas e cedidas pelo laboratório do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do polo Cederj Paracambi (Figura 2). Os alunos também puderam observar ao microscópio óptico essas células em uma lâmina que havia sido previamente fixada. Essa atividade complementar foi preparada com o intuito de contextualizar e ilustrar os conteúdos discutidos no jogo, além de despertar ainda mais a curiosidade e aprofundar os assuntos.
Figura 2: Cultura de bactérias extremófilas hipersalinas em placas de Petri utilizadas para a observação e complementação do jogo
Resultados e discussão
Apresentamos os resultados em duas partes:
- análise quantitativa e qualitativa das respostas do questionário dos docentes;
2) análise qualitativa e quantitativa das respostas dos questionários dos discentes, após a realização das atividades.
Análise quantitativa e qualitativa das respostas do questionário dos docentes
Os dados a serem apresentados nesta seção foram obtidos por meio de um questionário misto disponibilizado aos docentes que estavam presentes durante a realização das atividades. Um total de quatro docentes responderam ao questionário.
Pergunta 1: Você se sente preparado para trabalhar com seus alunos conteúdos científicos? Você sente necessidade de realizar atualização profissional? Comente.
Todos os professores responderam afirmativamente quanto a se sentirem preparados para trabalhar conteúdos científicos com seus alunos. Entretanto, todos afirmaram a necessidade de realizar atualização profissional (Quadro 3).
Quadro 3: Transcrição das respostas dos docentes
Docente 1: |
“Sim, mas procuraria colegas da área para acompanhar”. “Sinto a necessidade de realizar um curso na área da Psicopedagogia”. |
Docente 2 |
“Sim, mas acredito que atualização e formações novas sejam sempre necessárias”. “O mundo científico é muito dinâmico, muitas tecnologias e informações surgem o tempo todo”. |
Docente 3: |
“Sim, eu já trabalho”. “Já faço mestrado em Ensino de Biologia e gosto muito de cursos de extensão”. |
Docente 4: |
“Sim”. “Sempre, conhecimento nunca é demais”. |
Autores como Carvalho e Pérez (2003) e Pimenta (2008) destacam que o professor, caso almeje a transposição de conteúdos científicos a conteúdos escolares, precisa dispor de saberes distribuídos dentro de três esferas: (1) experiência; (2) conhecimento específico; (3) saberes pedagógicos. Como já foi evidenciado em alguns trabalhos (Rolando et al., 2015; Salvador et al., 2016; Medeiros et al; 2020), a necessidade de atualização pode estar ligada à deficiência em uma dessas esferas. Dessa forma, os professores podem, por meio dos cursos de formação continuada, preencher algumas lacunas deixadas no curso de formação inicial (Teodoro; Campos, 2016). Tanto a formação inicial quanto a formação continuada do professor são necessárias para a transformação dos saberes científicos em saberes escolares (Chevallard, 1991).
Pergunta 2: Considera a Astrobiologia uma área que pode contribuir para o ensino de diferentes temas em Biologia?
Podemos observar na Figura 3 que, dentre os temas em Biologia, 100% dos docentes concordam que a Astrobiologia contribui para o ensino dos temas “Origem da vida” e “Transmissão da vida”. Além disso, 75% deles concordam total e parcialmente que a Astrobiologia pode contribuir para o ensino do tema “Diversidade dos seres vivos”. Todos os professores também concordam total e parcialmente que a Astrobiologia pode contribuir para o ensino do tema “Evolução das espécies”. Não houve discordância dos professores quanto à contribuição da Astrobiologia para os temas mencionados.
Figura 3: Temas para o ensino de Biologia por meio da Astrobiologia na visão dos docentes
De acordo com o PCNEM (Brasil, 2002), os quatro temas em questão estão incluídos entre os seis temas estruturadores que representam o agrupamento dos campos conceituais da Biologia, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana. De forma semelhante, tais temas podem ser encontrados nas orientações previstas na BNCC (Brasil, 2018) no que diz respeito ao entendimento da vida, sua diversidade e níveis de organização. Portanto, conhecimentos relacionados à Origem da vida, Evolução biológica, Registro fóssil, Exobiologia, Biodiversidade e Origem e extinção de espécies, entre outros, podem ser mobilizados. Dessa forma, a introdução da Astrobiologia no contexto do ensino de Biologia pode ser utilizada como alternativa para trabalhar os conteúdos previstos na base curricular.
Pergunta 3: Que outros conteúdos curriculares você trabalharia com seus alunos por meio da Astrobiologia?
Em concordância com a pergunta anterior, os docentes destacam que a Astrobiologia pode ser utilizada para ensinar assuntos no nível médio de escolaridade de Biologia (Quadro 4).
Quadro 4: Transcrição das respostas dos docentes quanto aos conteúdos curriculares que podem ser trabalhados por meio da Astrobiologia
Docente 1: |
“Trabalhar textos que tratassem do assunto para ampliar tanto os conhecimentos deles quanto o meu”. |
Docente 2: |
“Introdução a Genética, Ecologia, Citologia e divisão celular”. |
Docente 3: |
“Componentes da célula”. |
Docente 4: |
“Big bang, panspermia etc.”. |
O aprofundamento dos saberes disciplinares também está previsto na BNCC (Brasil, 2018) para o desenvolvimento de competências específicas: “Construir e utilizar interpretações sobre a dinâmica da vida, da Terra e do cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do universo e fundamentar decisões éticas e responsáveis”. A Astrobiologia atenderia à necessidade dos professores no que diz respeito ao aprofundamento dos saberes disciplinares tanto em Biologia quanto em outras áreas do conhecimento das Ciências da Natureza.
Pergunta 4: Quais atividades promovidas nesse evento foram mais relevantes para o ensino de Biologia? Comente.
Todos os professores concordaram quanto à relevância das atividades oferecidas. Há nos relatos dos docentes, como pode ser observado no Quadro 5, uma forte concordância quanto às atividades colaborativas, lúdicas e de divulgação científica com especial destaque para os jogos e minicursos (Quadro 5).
Quadro 5. Transcrição das respostas dos docentes quanto à relevância das atividades desenvolvidas
Docente 1: |
“A discussão entre os alunos para composição da atividade proposta”. |
Docente 2: |
“Gostei de todas as atividades, elas somaram muito com os conteúdos trabalhados em sala. Na minha opinião a que mais atrai os alunos é o momento de criar a partir da explicação” (minicurso). |
Docente 3: |
“As palestras serviram para que eles conhecessem melhor e isso aguça a curiosidade”. |
Docente 4: |
“O minicurso e os jogos que promoveram um maior interesse”. |
Os jogos e os minicursos, além de atividades lúdicas, são atividades coletivas que permitem a construção do conhecimento de forma colaborativa. Atividades coletivas permitem uma dinâmica em função do diálogo entre os alunos e entre alunos e professor, sendo fundamental no processo de ensino-aprendizagem.
Análise quantitativa e qualitativa das respostas ao questionário dos discentes
A seguir estão os dados coletados no questionário aplicado aos alunos depois das atividades propostas para a análise.
Pergunta 1: Você gostaria de saber mais sobre Astrobiologia? Se sim, o quê?
A maioria dos alunos (94,5%) afirmou que tem interesse em saber mais sobre o assunto. Os alunos que demonstraram interesse em saber mais pontuaram um misto de assuntos relacionados à Astrobiologia. Na Tabela 1 apresentamos os assuntos mais citados pelos alunos e a frequência que foi citado.
Tabela 1: Assuntos mais citados pelos alunos e que poderiam ser abordados pela Astrobiologia
Assuntos abordados |
% |
Nascimento e morte de estrelas e reciclagem dos elementos |
48 |
Origem e evolução da vida |
33 |
Vida em ambientes extremos |
10 |
Formação de sistemas planetários |
4 |
Planetas e satélites habitáveis dentro e fora do Sistema Solar |
3 |
Busca por bioassinaturas extraterrestres |
2 |
A Tabela 1 contém seis dos onze assuntos que podem ser abordados na Astrobiologia, como destaca Staley (2003). Como podemos observar, os assuntos “Nascimento e morte de estrelas e reciclagem”, “Origem e evolução da vida” e “Vida em ambientes extremos” são os mais citados pelos alunos e também poderiam ser estudados em outras áreas do conhecimento, como Física e Química. O interesse e a curiosidade sobre esses assuntos permitem que o professor explore diferentes conteúdos que podem transpassar outras áreas do conhecimento. De acordo com Souza (2003), “a Astrobiologia contribui, portanto, para a dinâmica de transformação e comunicação do conhecimento científico, além de buscar a integração de áreas tradicionalmente separadas”.
Pergunta 2: As atividades desenvolvidas ajudaram você a entender melhor os conteúdos de Biologia?
Podemos notar que 93% dos discentes concordam total e parcialmente que as atividades promovidas no evento ajudaram a entender melhor os conteúdos de Biologia. Apenas 7% não possuem opinião sobre o assunto e não houve discordância dos alunos (Figura 4).
Figura 4: Proporção das respostas dos alunos à pergunta: As atividades desenvolvidas ajudaram você a entender melhor os conteúdos de Biologia?
Pergunta 3: Que atividades você considera que foram mais significativas e ajudaram você a entender melhor os conteúdos de Biologia?
Merece atenção que 64% dos discentes consideram as palestras como as atividades mais significativas para o melhor entendimento dos conteúdos de Biologia; 25% consideram a roda de conversas e apenas 11% os minicursos e jogos (Figura 5).
Figura 5: Proporção das respostas dos alunos a pergunta: Que atividades você considera que foram mais significativas e ajudaram você a entender melhor os conteúdos de Biologia?
As atividades que os alunos consideram mais significativas foram aquelas que estimularam a coletividade. O trabalho em grupo favorece o ensino do conteúdo, a comunicação entre os alunos e o professor, permite a resolução de problemas mais complexos, resultando em soluções melhores quando comparado àquelas produzidas individualmente (Oliveira; Araujo; Veit, 2015).
Pergunta 4: O minicurso (montagem de quadrinhos) e o jogo “Jogando com extremófilos” que participou foram significativos e estimulantes para seu aprendizado?
A maior parte dos alunos (74,5%) considerou que o minicurso e o jogo foram significativos ou estimulantes para o ensino de Biologia. Apenas 25,5% não consideraram tais atividades estimulantes ao aprendizado. Embora nem todos os alunos tenham apresentado bom desempenho durante a confecção dos quadrinhos e a realização do jogo, tais atividades podem melhorar a aprendizagem de conteúdos e desenvolver habilidades de trabalho colaborativo, além de promover a resolução de questões conceituais e promover sua aplicação (Oliveira; Araujo; Veit, 2015). Dessa forma, tais atividades, aliadas a um tema tão abrangente como a Astrobiologia, podem promover o aprendizado de forma mais significativa de conteúdos de Biologia e de disciplinas afins.
Considerações finais
Os dados demonstram que houve boa receptividade tanto dos docentes quanto dos discentes às atividades sobre Astrobiologia para ensinar conteúdos curriculares previstos em Biologia e disciplinas afins. Para os docentes, muitos temas previstos nos PCNEM e na BNCC ligados a aspectos essenciais à vida, sua diversidade e níveis de organização podem ser mobilizados pela Astrobiologia. A mesma receptividade foi encontrada nas respostas dos discentes, que declararam que a Astrobiologia facilita o entendimento de conteúdos de Biologia.
As atividades diferenciadas propiciam o desenvolvimento integral do educando, uma das finalidades do ensino médio, desenvolvendo o trabalho em grupo, explorando aspectos que permitem a comunicação e a construção coletiva do conhecimento, estimulando o pensamento crítico a respeito dos conteúdos científicos e sua relevância no dia a dia.
Por fim, espera-se que este trabalho seja relevante para pesquisas futuras e sirva de instrumento e incentivo para a construção do ensino científico e a divulgação cientifica no contexto da Educação Básica, tanto para os docentes quanto para os discentes.
Referências
ANDRADE, Arnon Mascarenhas de. O estágio supervisionado e a práxis docente. 2005. Disponível em: www.educ.ufrn.br/arnon/estagio.pdf.
BENDIA, A. G.; PELLIZARI, V. H. Jogo dos Extremófilos. Material didático. 2014. Portal eduCapes. Disponível em: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/584635.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec, 1999.
______. MEC/Semtec. Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília, 2002.
______. MEC/Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o Ensino Médio. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006.
______. MEC. Guia de implementação da Base Nacional Comum Curricular: orientações para o processo de implementação da BNCC. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
CAMPOS, L. M. L.; BORTOLOTO, T. M.; FELICIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos para o ensino de Ciências e Biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. Caderno dos Núcleos de Ensino, p.35-48, 2003.
CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de Ciências: tendências e inovações. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
CHEFER, Claudiane; OLIVEIRA, André Luis. Astrobiologia: concepções de licenciandos do curso de Ciências Biológicas, a identificação de conceitos no currículo do curso e em livros didáticos de Ciências. Interfaces da Educ., Paranaíba, v. 9, nº 25, p. 179-205, 2018.
CHEVALLARD, Y. La transposición didáctica: del saber sabio al saber enseñado. Buenos Aires: Aique, 1991.
CUNHA, A. M. O; KRASILCHIK, M. A formação continuada de professores de Ciências: percepções a partir de uma experiência. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 23., 2000, Caxambu: Anped, 2000.
CUSTÓDIO, José de Arimathéia Cordeiro. O superpoder da leitura. In: REZENDE, Lucinea Aparecida de. Leitura e visão de mundo: peças de um quebra-cabeça. Londrina: Eduel, 2007. p. 65.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
GADOTTI, Moacir. A organização do trabalho na escola: alguns pressupostos. São Paulo: Ática, 2004.
GALANTE, Douglas; SILVA, Evandro Pereira da; RODRIGUES, Fabio; HORVATH, Jorge Ernesto; AVELLAR, Marcio Guilherme Bronzato de. Astrobiologia: uma ciência emergente. 2016.
GEBARA, Maria José Fontana. A formação continuada de professores de Ciências: contribuições de um curso de curta duração com tema geológico para uma prática de ensino interdisciplinar. Campinas, 2009.
KAVESKI, F. C. G. Concepções acerca da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade: um estudo de caso. In: II CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISCIPLINARIDADE, Vitória/Vila Velha-ES.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LIKERT, R. A technique for theme as measurement of attitudes. Archives of Psychology, nº 140, 1932.
MAYATO, Bruna Rodrigues. A Astrobiologia como recurso didático para o ensino de Biologia: uma proposta de inserção. 2017. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2017.
MEDEIROS, R. C. de; PINTO, B. C. T.; SALVADOR, D. F. Percepção de professores-cursistas em formação continuada de Biologia sobre a colaboração em um ambiente virtual de aprendizagem. EaD Em Foco, v. 10(1), 2020. Disponível em: https://doi.org/10.18264/eadf.v10i1.1012.
OLIVEIRA, Tobias Espinosa; ARAUJO, Ives Solano; VEIT, Eliane Angela. Aprendizagem baseada em equipes (team-based learning): um método ativo para o Ensino de Física. 25f. Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-7941.2016v33n3p962/33015.
PIAGET, J. O possível e o necessário. v. 1. Trad. B. M. Albuquerque. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
PIMENTA, S. G.; GHEDIM, E. Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2008.
POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
______; CRESPO, M. A. G. A aprendizagem e o ensino de Ciências. Do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
______; PÉREZ ECHEVERRÍA, M. P. As concepções dos professores sobre a aprendizagem: rumo a uma nova cultura educacional. Pátio – Revista Pedagógica, nº 16, p. 19-23, 2001.
RAMOS, Paulo (Org.). Os quadrinhos (oficialmente) na escola: dos PCN ao PNBE. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo. Quadrinhos na educação. São Paulo: Contexto, 2009.
ROLANDO, L. G. R.; LUZ, M. R. M. P.; SALVADOR, D. F. O conhecimento tecnológico pedagógico do conteúdo no contexto lusófono: uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. 23, p. 174 - 190, 2015.
SALVADOR, D. F.; ROLANDO, R. L. G.; PINTO DA LUZ, M. R. M.; SOUZA, A. H. S. Comunidade virtual de aprendizagem para professores de Biologia – avaliação da utilização e desafios. RIEC – Revista Eletrônica de Investigación en Educación en Ciencias, v. 12. nº 1, 2016.
SILVA, Lizangela Maria Almeida da. Guia para o ensino de Astrobiologia na Amazônia: contextualizações para a educação básica. 2018. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
______; OLIVEIRA, Gleice Suellen da Rocha; CRISPINO, Luís Carlos Bassalo; FRIAÇA, Amâncio Cesar Santos. Astrobiologia no ensino de Ciências: uma abordagem interdisciplinar e transdisciplinar para professores do Ensino Fundamental. IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA (IV SNEA), 2016 – Goiânia. Disponível em: https://www.sab-astro.org.br/wp-content/uploads/2018/04/SNEA2016_TCP10.pdf.
SOUZA, Jonas Garcia. Astrobiologia: obstáculos e possibilidades, a (re)ligação com o cosmos e o ensino de ciências. 2013. 212f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2013. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/138199/silva_mr_me_bauru.pdf?sequence=3
STALEY, J. T. Astrobiology, the transcendent science: the promise of astrobiology as an integrative approach for science and engineering education and research. Curr. Opin. Biotechnol., v. 14, p. 347-354, 2003.
TEODORO, N. C.; CAMPOS, L. M. L. O professor de Biologia e dificuldades com os conteúdos de ensino. Revista da SBEnBio, nº 9, 2016.
VERGUEIRO, Waldomiro. Uso das HQs no ensino. In: RAMA, Angela (Org.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2010.
Publicado em 11 de maio de 2021
Como citar este artigo (ABNT)
GONÇALVES, Amanda Hellen Sales; MEDEIROS, Ranlig Carvalho de; MEEIROS, Liliani Aparecida Sereno Fontes de. Contribuições da Astrobiologia para o ensino de Biologia: potencialidades e aplicações curriculares. Revista Educação Pública, v. 21, nº 17, 11 de maio de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/17/contribuicoes-da-astrobiologia-para-o-ensino-de-biologia-potencialidades-e-aplicacoes-curriculares
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário
Deixe seu comentárioEste artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.