Tecnologia no ensino-aprendizagem

Marcelo Goulart de Oliveira dos Santos

Licenciado em Historia (UNIRIO), pós-graduando em História e Cultura Afro-brasileira (UCAM)

A presente pesquisa destaca para os professores outras possibilidades de ensinar História. Mas fica claro que o recurso de usar tecnologias não é a única forma de atrair os alunos nas aulas de História. É de suma importância para o aluno se interessar pela História, pois ela o faz ser reflexivo; é fundamental também que valorizem sua própria história, pelo fato de proporcionar desenvolvimento da questão de identidade cultural. Estudar História permite compreender o momento de suas representações, a época em que eles estão vivendo. Essa reflexão pode conferir ao aluno o debate e a crítica. Com o uso de tecnologias no ensino, podemos perceber que há potencial para elaborar a relação de ensino-aprendizagem entre alunos e professores.

O uso da tecnologia na sala de aula como auxílio à construção do conhecimento está em andamento nos embates pedagógicos nos dias de hoje. Sabemos que há educadores que possuem capacidade de empregar os meios tecnológicos e outros nem tanto, pelo fato de não gostarem e por vezes não saberem fazer o uso pelo fato de serem do modelo tradicional de ensinar, ou seja, aquele professor conteudista que trabalha somente com a memorização e o assimilar das matérias.

Percebemos que houve mudança na inclusão da tecnologia na Educação Superior na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96, a LDBEN), como o Art. 43 – O incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

É preciso mencionar que a tecnologia é um recurso importante em um mundo em evolução e que devemos fazer proveito dessas ferramentas que possuem uma vasta facilidade de entretenimento educativo, como variadas referências que conseguimos em minutos, documentários, leituras de artigos e livros online, entre outros. Mas devemos alertar os professores e alunos de que o modo de usar é bem diferente da maneira como elas são utilizadas no momento atual, pois devem ser empregadas de maneira educativa, como foi dito acima, investigativa, mas com uma visão crítica diante das fontes; os educadores precisam só complementar os temas que são dados para os alunos.

É preciso que aqueles que administram o sistema educacional formulem estratégias que garantam ao professor capacitar-se para desempenhar novas funções, numa sociedade (e esperamos em uma escola) que assume novas feições, marcada pelo domínio da informação e pelos recursos computacionais (Oliveira, 2001, p. 92).

As crianças se adaptam facilmente às tecnologias pelo fato de aprenderem de forma rápida e de gostar do que é novo, pois são hábeis, dedicadas; podemos dizer que elas são atraídas por esse mundo virtual. O choque das tecnologias no ensino-aprendizagem necessita do uso pedagógico e da maneira que desempenha os métodos na prática do ensino.

A formação de professores de História para o uso de tecnologias

O uso das tecnologias no trabalho dos professores requer novos olhares para a prática docente de aprender e ensinar. De acordo com o texto de Anita Lucchesi, intitulado História e historiografia digital: diálogos possíveis em uma nova esfera pública, as transformações digitas acarretam discussões contínuas na sociedade, por isso é importante preparar os futuros educadores com cursos voltados para a educação e a era digital.

O professor precisa ter um objetivo sobre o qual ele vai trabalhar com os alunos quando mostra, por exemplo, um site para pesquisas, vídeos curtos e documentários, entre outros, a fim de que os discentes possam fazer suas reflexões com o que está sendo aprendido na sala de aula.

Os educadores que estão comprometidos com esse trabalho e o processo de formação precisam se aperfeiçoar; assim se garante um bom desenvolvimento na competência, eles ganham mais habilidades que ajudam na utilização dos variados instrumentos tecnológicos na sala de aula.

Por isso, a importância da escola e do órgão responsável pela unidade ao trazer capacitação para os docentes, com o objetivo de sanar qualquer dúvida ou receio nessa nova era digital na sala de aula, com isso dando para todos os professores a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre diversas ferramentas tecnológicas, como o computador, projetores e pesquisas em sites, entre outros recursos.

A formação de professores em novas tecnologias permite que cada docente perceba, desde sua própria realidade, seus interesses e suas expectativas, como as tecnologias podem ser úteis. O uso efetivo da tecnologia por parte dos alunos passa primeiro por uma assimilação da tecnologia pelos professores. Se quem introduz os computadores nas escolas o faz sem atenção aos professores, o uso que os alunos fazem deles é de pouca qualidade e utilidade. Além disso, o fato de simplesmente colocar computadores em uma escola raras vezes traz impacto significativo. Para atingir efeitos positivos, é fundamental considerar capacitação intensiva inicial e apoio contínuo, começando com os professores, que poderão capacitar seus alunos. É necessário planejar a integração da tecnologia à cultura da escola, fenômeno de avaliação gradual, que requer apoio externo (Mercado, 1998, p. 8).

Os educadores precisam se preparar para escolher um tema do currículo mínimo para desenvolver com os alunos empregando auxílio tecnológico e assim mostrar alternativas que esses meios da era digital proporcionam. Sabemos que os educadores se constituem em refletir, analisar e até mesmo debater a viabilidade e os resultados do uso das ferramentas digitais no ensino-aprendizagem, pois a educação do futuro será essa. Com isso, é de suma importância que professores comecem a utilizar pedagogicamente os meios tecnológicos sem deixar de lado o seu conhecimento e a sua prática, o que fazem em sua vida acadêmica.

A introdução da tecnologia no âmbito escolar é vista como se tudo hoje referente à escola é feito através da tecnologia; um exemplo disso é o lançamento de notas, a consulta ao currículo mínimo; tudo envolve tecnologia, por isso a importância de os educadores começarem a entrar nesse mundo digital procurando se especializar mais.

Referências

BRASIL. Lei nº 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.

LUCCHESI, Anita. História e historiografia digital: Diálogos possíveis em uma nova esfera pública. XXVII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH, 22 a 26 de julho de 2013.

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Formação docente e novas tecnologias. IV CONGRESSO RIBIE, Brasília, 1998.

OLIVEIRA, Ramon. Informática educativa. 13ª ed. Campinas: Papirus, 2001.

Publicado em 01 de junho de 2021

Como citar este artigo (ABNT)

SANTOS, Marcelo Goulart de Oliveira dos. Tecnologia no ensino-aprendizagem. Revista Educação Pública, v. 21, nº 20, 1 de junho de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/20/tecnologia-no-ensino-aprendizagem

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