Histórias em quadrinhos como recursos para a aprendizagem em Parasitologia

Priscila da Silva Correa Rosa

Licenciada em Biologia (UERJ/Cederj - Polo Paracambi)

Renata Heisler Neves

Professora na Faculdade de Ciência Médicas (UERJ)

Carlos Eduardo da Silva Filomeno

Mediador coordenador do curso de Biologia (UERJ/Cederj - Polo Paracambi)

A origem das histórias em quadrinhos (HQs) ocorreu no século XIX por meio do artista norte-americano Richard Outcault, em 1895, ganhando grandes êxitos em todo o mundo, principalmente com o surgimento dos super-heróis (Paiva, 2016). Segundo Patati e Braga (2006), elas são um dos mais difundidos e populares meios de fabulação visual do planeta. Em tempos pretéritos diziam que as histórias em quadrinhos eram leituras para preguiçosos (Santos, 2001).

Como recursos didáticos, as histórias em quadrinhos aguçam a imaginação e desenvolvem as linguagens gráfica, oral e escrita (Vergueiros, 2009). Araújo e colaboradores (2008) veem as histórias em quadrinhos como produtos da cultura popular bastante relevante, pois permitem a comunicação entre diversas áreas do conhecimento.

As histórias em quadrinhos podem ser de grande importância para iniciar a criança no caminho que leva à consolidação da prática e do prazer de ler. Bravo e Paixão (2012) acreditam que os quadrinhos são meios de comunicação essenciais no alcance e sensibilização das populações, em especial as mais jovens, e produzem ganhos significativos na mentalidade coletiva utilizando a transposição lúdica de conhecimentos, em um exercício pedagógico libertador. Quando bem exploradas, as HQs têm potencial para transmissão de mensagens, bem como servir de intermédio para abordar conceitos importantes como o ensino de parasitoses, prevenção e a relação entre os parasitos e o meio ambiente.

Paralelo a isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) fazem a observação de que o aprendizado significativo em Ciências só ocorrerá se o estudante atribuir significados ao conteúdo científico, estabelecendo relações entre o que já sabe e o conhecimento específico mediado pelo professor (Brasil, 1997). Sobre a aprendizagem significativa, David Ausubel (2003) diz que: 

envolve, principalmente, a aquisição de novos significados a partir de material de aprendizagem apresentado [...]. Por sua vez, a última condição pressupõe (1) que o próprio material de aprendizagem possa estar relacionado de forma não arbitrária (plausível, sensível e não aleatória) e não literal com qualquer estrutura cognitiva apropriada e relevante (i.e., que possui significado lógico’) e (2) que a estrutura cognitiva particular do aprendiz contenha ideias ancoradas relevantes, com as quais se possa relacionar o novo material (Ausubel, 2003, p. 1).

Para tal, o uso de instrumentos lúdicos para a aprendizagem de assuntos relacionados à saúde, sua promoção e manutenção é fundamental como mostra Bravo e Paixão (2012).

As parasitoses são doenças endêmicas de países subdesenvolvidos, principalmente, e constituem um grande problema de saúde pública. Muitas crianças em idade escolar são acometidas por doenças parasitárias (Dhanabal et al., 2014).

As doenças infecciosas parasitárias são doenças negligenciadas que afetam principalmente as populações vulneráveis que moram em extrema pobreza. Elas debilitam, causam sofrimento, incapacidade permanente e morte. Na América Latina e no Caribe, estima-se que 46 milhões de crianças vivem em áreas de alto risco de infecção ou reinfecção com helmintos transmitidos pelo solo, segundo a Organização Mundial da Saúde (2017).

No Brasil, doenças como esquistossomose (Schistosoma mansoni, Sambon, 1907), teníase (Taeniasolium, Linnaeus, 1758), (Taeniasaginata, Linnaeus, 1758), ascaridíase (Ascaris lumbricoides Linnaeus, 1758) e enterobíase (Enterobiusvermicularis, Linnaeus, 1758) representam algumas das parasitoses mais frequentes. Tais doenças são causadas devido aos grandes problemas de saúde pública, principalmente aos problemas decorrentes da ausência de saneamento básico que parte da população brasileira sofre (Katz et al., 2018). A precariedade das condições sanitárias e a má higienização dos alimentos podem ser uma das formas de contaminação (Neves, 2011).

Os grupos mais comuns de desenvolver infecções parasitárias são crianças e pré-adolescentes em idade escolar, pois são mais expostos aos riscos de morbidade. A criança menor de cinco anos de idade, por se encontrar em período de crescimento e desenvolvimento, sofre mais as consequências das parasitoses intestinais (Macedo et al., 2004). Nos escolares, as parasitoses podem levar a quadros de desnutrição e apatia que comprometem o rendimento escolar. Entretanto, podemos evitá-las mediante hábitos adequados de higiene, tratamento necessário da água, tratamento dos doentes e ações de educação em saúde em espaços formais e não formais de ensino.

O emprego dos quadrinhos como instrumento de divulgação científica para grandes parcelas da população é muito comum no ensino e aprendizagem (Tuncel; Ayva, 2010). As HQs possuem potencial didático e de envolvimento dos leitores devido a algumas características, tais como:

  1. presença de natureza lúdica e leitura fácil;
  2. enredos com fatos numa sequência em que texto e imagens se fundem de modo significativo para o leitor;
  3. presença de personagens de identificação com o leitor.

Essas características tornam as HQs bem sucedidas nas campanhas propagandísticas, como assevera Mendonça (2008).

Outro fator que soma à aprendizagem e à disseminação científica são os Espaços não formais de ensino, Semanas de Ciência e Tecnologia e as Feiras Científicas. Estes contribuem para socialização, motivação e aquisição de conhecimentos científicos de forma mais sólida nos participantes (Dias et al., 2020).

As feiras de Ciências no Brasil como forma de popularização da ciência

No Brasil, nos últimos dezesseis anos, políticas públicas voltadas à inclusão social foram propostas, por meio do fomento à criação de museus e centros de ciência, a realização de feiras de ciência, olimpíadas científicas, semanas nacionais de ciência e tecnologia etc. com a finalidade de ampliar o acesso e a qualidade das ações de educação e divulgação. Editais de popularização da ciência lançados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e a parceria com outros órgãos, como o Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com empresas privadas e as Fundações de Amparo à Pesquisa dos estados (FAPs), foram cruciais para a inauguração de museus e centros de ciências em várias regiões do país e para a estruturação e diversificação das atividades já existentes (Marandino, 2017).

Uma das ações do Governo Federal que merece destaque por incentivar a população, sobretudo os estudantes, à pesquisa, à investigação e ao estabelecimento de relações solidárias com a sociedade por meio das ciências é a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, promovida há 17 anos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Mancuso (2000) aponta as habilidades e competências desenvolvidas pelos estudantes por meio da participação em eventos desta natureza, como feiras de ciências e eventos de tecnologia como: crescimento pessoal e a ampliação dos conhecimentos, uma vez que tanto alunos quanto professores são estimulados a pesquisar, se informar e aprofundar em assuntos que provavelmente não seriam abordados em salas de aula; ampliação da capacidade comunicativa, devido ao diálogo, à variedade cultural e ao relacionamento com outras pessoas; mudanças de hábitos e atitudes, com o desenvolvimento de competências e habilidades que contribuem não só para a vida escolar, mas também no convívio social; desenvolvimento da criticidade, tendo em vista a necessidade de avaliação não só do seu próprio trabalho como também do projeto do outro; envolvimento e interesse, e assim propiciando momentos que possam estimular o aluno ao interesse pela ciência; exercício da criatividade e inovações, tendo em vista o sentimento de querer fazer com qualidade o trabalho de sua autoria e politização dos participantes, uma vez que a organização e realização das feiras científicas exigem por parte dos envolvidos que eles assumam a liderança para a tomada de decisões.

No município de Paracambi, cidade da Baixada Fluminense, o Espaço da Ciência de Paracambi, através da Prefeitura Municipal de Paracambi, Secretaria Municipal de Educação e Esportes, Fundação Cecierj e outros parceiros organizam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da região desde 2009, com a tradicional Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Femucti). Através dela, buscamos divulgar a produção científica da região, incentivar o aluno à pesquisa, à investigação e estabelecer relações com solidárias com a sociedade por meio das ciências, fazendo com que os estudantes sejam capazes de aprender e socializar sobre os assuntos propostos que surgem da problemática social nacional.

Neste sentido, buscamos desenvolver histórias em quadrinhos para estimular o conhecimento e a prevenção de doenças parasitárias, tais como a ascaridíase e a teníase dentro de um espaço não formal, a Feira Municipal de Ciência e Tecnologia do município de Paracambi, cujo tema foi “Ciência para a Redução das Desigualdades”. As parasitoses elencadas apresentam grande relevância médica, pois tem de médio a alto endemismo no Brasil.

Metodologia

Este trabalho se caracteriza como estudo qualitativo no qual que parte da análise exploratória de algumas parasitoses que acometem o homem e o papel das histórias em quadrinhos na promoção da educação em saúde em escolares e demais membros participantes da Feira de Ciências Municipal de Paracambi. Após uma análise refinada em artigos, livros e periódicos sobre Parasitologia, confeccionamos histórias em quadrinhos sobre as seguintes parasitoses de importância médica: teníase e ascaridíase.O material foi produzido usando o site da Pixton, que possibilita a criação de histórias em quadrinhos de forma livre.

Após a produção das histórias em quadrinhos pelos autores, o material criado foi avaliado pelos alunos da Disciplina de Parasitologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que integram o Projeto de Extensão Liga Acadêmica de Parasitologia (Lipar), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O projeto é composto por 25 membros, dentre eles alunos de graduação, pós-graduação, técnicos e professores da universidade. Para a avaliação, os participantes incialmente tiveram que assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Sem a necessidade de se identificar, os avaliadores tiveram que discorrer em algumas linhas a adequação do material criado onde os seguintes parâmetros foram analisados: coerência com o referencial teórico científico, roteiro, imagens, linguagem adequada e potencialidades para divulgação e disseminação científica (Tabela 1).

Tabela 1: Parâmetros a serem avaliados

Parâmetros

Objetivos

Coerência científica

Verificar se as HQs contêm as informações científicas coerentes e corretas necessárias para auxiliar no aprendizado dos alunos.

Roteiro

Verificar se as histórias são de fácil compreensão.

Imagens

Verificar se as imagens estão adequadas e condizentes com a proposta.

Linguagem

Verificar se a linguagem está de fácil entendimento para o público.

Potencial para divulgação e disseminação científica

Verificar se o material produzido é considerado como instrumento de divulgação e disseminação científica.

A avaliação foi feita por meio de um questionário eletrônico, disponível pelo período de 30 dias, onde perguntamos: 1 - O material apresenta coerência científica?; 2 - O roteiro e as imagens estão condizentes com as situações de ensino?; 3 - A linguagem está acessível e compreensível para o público escolar?; 4 - O material apresenta potencial para divulgação e disseminação científica?; 5 - Apresente outras considerações em relação ao material didático.

Após a avaliação, o material passou por adequações e o conteúdo registrado pelos avaliadores foram tabulados e descritos. Ao final das ações de confecção, avaliação pelos membros da Liga de Parasitologia da UERJ e adequação, as histórias em quadrinhos foram apresentadas a 70 participantes da Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação do município de Paracambi, como alunos de séries diversas dos Ensinos Fundamental e Médio, responsaveis e demais membros da comunidade presentes (Figura 1). As histórias versavam sobre teníase e ascaridíase.

Figura 1: Estudantes apresentando e observando os trabalhos na Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Paracambi/RJ

Da criação das histórias em quadrinhos

Para a criação das histórias em quadrinhos recorremos ao site da Pixton; nele pensamos em abordar a teníase e a ascaridíase e seus meios de transmissão, sintomas, o tratamento adequado e a prevenção para cada tipo de doença, para assim levar o aluno a uma boa reflexão e um melhor aprendizado da temática.As imagens das HQs foram escolhidas com muita cautela, afinal, elas têm como característica ilustrar uma ideia e quando adequadas de forma harmônica ajudam a despertar a curiosidade dos alunos, levando-os a criar uma interação com o enredo da história. A qualidade das imagens e o número de personagens nas histórias foram essenciais para evitar fadiga nos leitores. Em relação à linguagem abordada, nos balões de diálogos, entre os personagens, inserimos tanto a comunicação visual quanto a verbal, respeitando o público-alvo, para uma melhor compreensão de todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Da avaliação das histórias em quadrinhos – Liga de Parasitologia da UERJ

A avaliação do material foi feita por onze membros da Liga de Parasitologia UERJ. Segundo os avaliadores, as histórias em quadrinhos criadas apresentaram coerência com o referencial teórico cientifico e roteiro de fácil entendimento. Em relação às imagens, 91% dos avaliadores acreditam ser de fácil entendimento para o público escolar e comunidade (Figura 2), enquanto 9% acreditam que a imagem é de difícil compreensão. A mesma proporção é apresentada quando os avaliadores foram questionados sobre a linguagem utilizada nas histórias. A maioria acredita que a linguagem se mostra adequada.

Figura 2: As imagens presentes nas HQs são de fácil entendimento?

Todos os avaliadores acreditam que ferramentas como essa são importantes para a aprendizagem e que este material tem potencial para divulgação científica.

Os avaliadores do material produzido também descreveram brevemente suas considerações (Tabela 2), assim representadas:

Tabela 2: Considerações descritivas dos avaliadores

Avaliador

Considerações

Avaliador A

O trabalho permite a inserção ao hábito da leitura na vivência das crianças de forma lúdica.”

Avaliador B

“Parabenizo aos autores pela ideia e iniciativa. Este tipo de abordagem, através de imagens em quadrinhos, leva o aluno a ver as parasitoses como algo próximo da realidade, e isto é fundamental para o conhecimento das doenças abordadas e principalmente como forma de prevenção destas. Tenho um ponto que gostaria de sinalizar.”

Avaliador C

“Observei alguns "erros" ao longo do texto: Slide 1: não só o consumo de carne de porco pode acarretar a Teníase, mas a de boi também. Slide 6: não sei se o encontro de vermes nas fezes seria algo normal ou só ocorreria em uma superinfecção, pois eliminamos os ovos, e esses ovos necessitam da terra para que se tornem infectantes. O Ascarislumbricoides é um geo-helminto. Slide 7: Na fala de um dos personagens, a palavra "estamos" está escrita errada. Observações gerais: não sei qual é seu intuito, mas normalmente os HQs são autoexplicativos com as falas dos personagens, porém, vi o que você colocou textos como se fossem "narradores", se for para uma criança talvez pode ser cansativo. ”

Avaliador D

“Gostei bastante da forma em que foi abordado o tema, ficou fácil para o entendimento do público alvo.”

Avaliador E

“Gostei bastante do trabalho desenvolvido e ficou bem coerente para quem lê.”

Avaliador F

“Realizar novos desenhos para poder detalhar mais as informações que você deseja repassar.”

Avaliador G

“Acredito que os textos iniciais de narração da história poderiam ser reduzidos e a informação neles contida agregada aos quadrinhos. Talvez mais quadrinhos seria mais fácil para explicar as doenças.”

A avaliação pelos membros da Liga Acadêmica foi fundamental para a construção de um material rico, com rigor científico e bem fundamentado. Após a avaliação, foram feitos ajustes no material didático das histórias em quadrinhos e partimos para a aplicação do material na VIII Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Paracambi (Femucti).

A aplicação das histórias em quadrinhos na Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Paracambi

Mediante as respostas do questionário de alguns participantes da Liga e com os achados da literatura, confirmamos que as histórias em quadrinhos criadas podem agregar positivamente para os alunos. Neste sentido, participamos da VIII Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação do município de Paracambi/RJ. Ficamos em uma tenda, onde fizemos uma oficina de contação das histórias em quadrinhos criadas para o público participante, em sua grande maioria composto crianças do Ensino Fundamental 1 e 2 (Figura 3). Nessa oficina, além de os estudantes terem tido acesso ao material produzido, eles também puderam ver alguns parasitos fixados em formol.

Figura 3: Oficina de contação das histórias em quadrinhos produzidas

Os participantes demonstraram muita atenção e bom entrosamento com a contadora de histórias e com o material criado. Durante a apresentação das histórias em quadrinhos, verificamos o interesse dos alunos em participar da contação. Eles mencionaram as suas vivências, comparando seus hábitos inadequados de higiene que poderiam levá-los a serem contaminados por alguns dos parasitos abordados nas HQs.

Os alunos ficaram bem atentos e motivados com a temática abordada. Após a contação perguntamos aos alunos sobre as principais formas de contágio e prevenção das parasitoses e eles demostraram um desempenho satisfatório nas respostas. O fato de terem se envolvido positivamente na apresentação, manuseando os exemplares coloridos das histórias em quadrinhos e participarem através de perguntas e respostas relacionada a temática possibilitou uma aprendizagem plena sobre esse tema.

Acreditamos que o material criado agregou no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, pois esse recurso didático é classificado como lúdico e aguça os alunos a viajar em meio as histórias lidas de forma prazerosa.

Atividades informais, como feiras de ciências, tendem a promover aprendizagem mais dinâmica e diferenciada, estimulando de forma positiva a interação dos alunos com diversos assuntos, favorecendo a assimilação e a construção de novos conhecimentos (Nascimento et al., 2013; Silva; Martins; Matos, 2013).

Por se tratar de uma feira de ciências fora da unidade de educação formal, os alunos se entrosaram muito bem com o tema proposto na apresentação e com as histórias em quadrinhos disponibilizadas. Ao final, os participantes puderam levá-las para casa. As histórias produzidas estão abaixo, nas Figuras 4 e 5. Acreditamos não ter atingido um púbico maior pelo fato de os alunos circularem em todos os espaços da feira, havendo uma rotatividade de alunos; contudo, todos os que passaram pelo estande e tiveram acesso ao material saíram bem motivados e surpresos com os parasitos que até então não conheciam.

Figura 4: História em quadrinho sobre ascaridíase

Figura 5: História em quadrinhos sobre teníase

Pensar em estratégias didáticas para a prática de Educação em Saúde com os alunos é fundamental. Mediante a confecção das Histórias em quadrinhos sobre as parasitoses mais frequentes no Brasil, e a aplicação delas em ações de Educação e Saúde, acreditamos ser um auxílio processo de ensino-aprendizagem podendo servir para a disseminação de informações sobre as formas de contaminação, combate e prevenção das doenças em prol da promoção da saúde escolar e coletiva.

Vilela (2004) comenta que os quadrinhos podem ser utilizados de formas diversificada, com enfoques diferenciados no ensino das disciplinas, pois podem ilustrar ou fornecer ideias de realismo, podendo transmitir em seus enredos, como ponto de partida, discussões de conceitos importantes com temas atuais e vivências a partir da nossa realidade.

Considerações finais

As histórias em quadrinhos têm muito a contribuir no ensinamento de parasitoses dentre outros assuntos que envolvem o tema saúde. Elas são recursos didáticos importantes na contextualização da educação atual, pois abordam variados temas de forma lúdica e com linguagem simples e divertida. Neste estudo, observamos que os alunos compreenderam satisfatoriamente os temas abordados nas histórias em quadrinhos. Estes recursos pedagógicos têm muito a nos ensinar.

Referências

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Publicado em 29 de junho de 2021

Como citar este artigo (ABNT)

ROSA, Priscila da Silva Correa; NEVES, Renata Heisler; FILOMENO, Carlos Eduardo da Silva. Histórias em quadrinhos como recursos para a aprendizagem em Parasitologia. Revista Educação Pública, v. 21, nº 24, 29 de junho de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/24/historias-em-quadrinhos-como-recursos-para-a-aprendizagem-em-parasitologia

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