A importância da coordenadoria de tecnologia educacional para a implantação de um projeto de inovação tecnológica na escola
Rosana Dantas dos Santos
Licenciada em Pedagogia (UNEB) e em Biologia (FTC), especialista em Administração Pública (UEFS) e em Transtornos Globais de Desenvolvimento (UNEB), mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação (Must University), professora da rede estadual da Bahia
Com o avanço tecnológico, os desafios são constantes em usar novas ferramentas de tecnologia de informação e comunicação na educação, em introduzir novos conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem e implantar e implementar um projeto de inovação tecnológica na escola. Para tanto, é importante o papel do professor coordenador como responsável e mediador dessa implantação e implementação.
A partir do advento das tecnologias no ambiente escolar, percebe-se a exigência de professores cada vez mais preparados, onde os educadores passam a ter uma nova postura frente a prática pedagógica. O conhecimento dessas novas formas de aprender, ensinar, produzir, comunicar e reconstruir conhecimento, comunicar e reconstruir conhecimento, se torna fundamental para a formação de cidadãos melhor qualificados3 para atuar e conviver em sociedade, consciente de seu compromisso, expressando sua criatividade e transformando seu contexto (Oliveira, 2016, p. 21).
Para melhor compreensão, deve-se refletir sobre os desafios do professor coordenador, seu papel na inserção de novas tecnologias de informação e comunicação no ambiente escolar por meio de práticas pedagógicas inovadoras. Cabe destacar a importância deste coordenador como responsável por conduzir o processo educativo na instituição educacional, colaborador na prática do professor e mediador da integração das ferramentas tecnológicas na educação.
Nesta perspectiva, é importante que o professor coordenador promova a formação continuada dos docentes com objetivo de inserir as novas tecnologias na escola por meio de um projeto. Para que o projeto de inovação tecnológica seja bem-sucedido e significativo para a comunidade escolar (gestão, coordenação, professores, funcionários, aluno e pais/responsáveis), deve ter uma gestão articulada e participativa da coordenação com vistas à qualidade de ensino e ao aprendizado do aluno.
A metodologia usada nesta pesquisa para abordar o tema é uma revisão bibliográfica em monografia e artigos acadêmicos publicados. No decorrer da pesquisa, será apresentado o papel do professor coordenador e desafios na implantação e implementação de um projeto inovador multimídia na escola e a importância deste profissional em promover formação continuada para os docentes como forma de inserir as novas tecnologias na educação.
O papel do professor coordenador e desafios na implantação de um projeto inovador multimídia na escola
O professor coordenador de tecnologia conduz todo o processo educativo na instituição escolar e proporciona a participação da comunidade escolar. Além disso, tem uma visão geral da escola, conhecendo seu projeto pedagógico, as competências, habilidades e o objeto do conhecimento no currículo do ensino fundamental e médio. Possui experiência em gestão de sala de aula, compreende metodologia diversas, as potencialidades e as dificuldades dos docentes.
A coordenadoria de tecnologia educacional gerencia o desenvolvimento, a aplicação, o treinamento e a formação contínua dos professores com vistas ao manuseio de tecnologia de informação e comunicação educacional (TIC). Esta deve articular entre o que é importante para os educadores e as ferramentas digitais usadas na sala de aula. Também precisa ter domínio técnico, saber a finalidade desses recursos alinhados com o projeto pedagógico da escola, bem como ter competência pedagógica.
Este docente é o principal mediador da formação continuada dos educadores, responsável por implantar (introduzir) e implementar (desenvolver) projetos de multimídias educacionais integrados ao planejamento pedagógico da instituição escolar, de acordo com as necessidades da comunidade escolar e local.
Conforme Pereira (2021), para que o coordenador de tecnologia educacional desempenhe um bom trabalho, faz-se necessário ter tais habilidades: a gestão estratégica, a gestão de projetos, a gestão da infraestrutura, a gestão de equipe e a gestão de processos.
A gestão estratégica refere-se a planejar ações a partir dos resultados esperados. No que diz respeito à gestão de projetos, devem-se escolher os recursos tecnológicos, as técnicas e o tempo necessário em consonância com os resultados esperados. Já a gestão da infraestrutura disponibiliza os materiais e o ambiente necessários para que os resultados sejam alcançados. A gestão de equipe mobiliza os envolvidos a participarem do projeto diante dos resultados esperados. Referentes à gestão de processos, parcerias devem ser estabelecidas, para estreitamento de vínculos com objetivo de reduzir custos previstos, a fim de obter os resultados esperados (Pereira, 2021).
Segundo Martins e Cabral (2011), “a postura do coordenador/gestor deve de ser um profissional bem informado e competente para auxílio efetivo aos professores, proporcionando condições de êxito escolar do aluno e com formação para ajudar o professor à melhora o seu trabalho”. Diante desse contexto, surgem os desafios de como inserir e implementar um projeto de inovação com novas tecnologias no ambiente escolar.
É fundamental que o coordenador de tecnologia tenha uma postura de incentivar e colaborar com os professores a inserirem novas práticas pedagógicas e formas de aprender, porém muitos profissionais não têm o domínio de novas ferramentas digitais, necessitando de uma formação continuada para que isso ocorra.
Sabe-se que mudar a metodologia de ensino requer não apenas usar os recursos tecnológicos, mas mudar como ensina e como o estudante aprende. Para tanto, faz-se necessário que os docentes tenham acompanhamento do professor coordenador, treinamento e inserção no projeto de multimídia no intuito de culminar seu uso em sucesso.
Segundo Pereira (2021), a implantação de um projeto de tecnologia educacional exige adoção, aplicação e integração. A adoção é a reflexão das necessidades da instituição, o momento da decisão da escolha da tecnologia de acordo com o resultado esperado. A aplicação é a fase de ações específicas (implementação) que possibilitam a integração das ferramentas tecnológicas na escola. E a fase de integração diz respeito ao uso de recursos implementados. Nesse bojo, a avaliação qualitativa e quantitativa do projeto implica na participação da comunidade escolar.
Para implantar um projeto da tecnologia educacional na perspectiva instrumentalista, o professor coordenador deve estar atento a tais critérios, como: eficácia das propostas de trabalho; corresponsabilidade pedagógica em promover formação continuada para que os docentes sejam alfabetizadores digitais; disponibilidade e manutenção tecnológica, em que os custos precisam ser planejados e as necessidades não podem ser desconsideradas; organização do espaço e do tempo, devendo haver um planejamento de curto, médio e longo prazo; incentivo e reconhecimento, que devem ser aliviados pela comunidade escolar; participação ativa de qualquer pessoa que esteja envolvida; compromisso institucional, em que o coordenador de tecnologia deve acompanhar o processo de implementação do projeto (Pereira, 2021).
Portanto, o professor coordenador de tecnologia na escola é o orientador da gestão de mídias, precisa estar atento e refletir sobre as estratégias para proporcionar o uso eficaz das ferramentas tecnológicas na prática pedagógica dos docentes.
A importância do professor coordenador de tecnologia em promover formação continuada para os docentes como forma de inserir as novas tecnologias na escola
É sabido que as melhores práticas dos gestores educacionais para promover de maneira colaborativa o desenvolvimento de competências digitais dos professores são pautadas na formação continuada para os professores, visando ao uso pedagógico da tecnologia.
A formação continuada contribui de uma forma significativa para um pensamento crítico das práticas e da construção intelectual do professor. É necessário ressaltar que essa formação sozinha não poderá mudar o contexto escolar, porém ela ajudará nas transformações principais, que são as práticas dos professores (Rodrigues, 2020, p. 2).
Para tanto, é necessária uma interlocução entre os órgãos gestores no intuito de viabilizar infraestrutura e tempo para uma formação de qualidade. Além disso, o professor coordenador deve fazer um diagnóstico com os professores, destacando o âmbito pedagógico, da cidadania digital e do desenvolvimento profissional, bem como no que se refere ao nível de adoção da tecnologia da informação e comunicação, como exposição, familiarização, adaptação, integração e transformação. Cabe ressaltar que a formação continuada precisa estar com a metodologia usada pelos professores, estar inserida no contexto escolar e refletir sobre o uso e funcionalidade das tecnologias na educação que promovam aprendizagem colaborativa.
A formação do professor tem o papel de trazer as TICs para a educação integrada ao currículo e à prática pedagógica, contribuindo com o desenvolvimento cognitivo do aluno e possibilitando a atribuição de novos significados ao processo de ensino e aprendizagem para que ele se torne mais ativo, significativo, contextualizado e mais próximo das práticas sociais contemporâneas (Cieb, 2019, p. 9).
Nesse bojo, o professor coordenador tem como função promover a formação continuada dos docentes, com vistas a proporcionar momentos de reflexão sobre a prática pedagógica e a necessidade de mudanças metodológicas que auxiliem o estudante a ter senso crítico, a produzir conhecimento e a fazer bom uso das ferramentas tecnológicas. Desse modo, o perfil de professor coordenador em tecnologia é ter uma visão globalizada e democrática que estimule e valorize o professor com sua mediação.
É importante salientar que a formação continuada não resolve todos os problemas no ambiente escolar, porém ela auxilia nas transformações das práticas dos docentes, proporciona a continuidade dos estudos desses profissionais sobre a educação na sociedade atual e novas tecnologias. Diante dessa perspectiva, o professor coordenador de tecnologia tem papel de realizar reuniões abordando as experiências profissionais exitosas e as dificuldades da equipe pedagógica, promovendo discussões e estudos sobre o contexto escolar e da sociedade nos quais estão inseridos.
Considerações finais
Vale ressaltar que para introduzir tecnologias de informação e comunicação nas escolas, é fundamental implantar e implementar projetos de inovação tecnológica no âmbito escolar e investir na formação continuada dos docentes. Para tanto, o professor coordenador de tecnologia deve ser o mediador de tais ações, visando à melhoria da qualidade do ensino e o aprendizado dos estudantes.
Os projetos de inovação tecnológica envolvem o aluno e criam condições para a produção de conhecimento, buscam solucionar problemas, sendo uma metodologia importante alinhada com a proposta pedagógica para introduzir a TIC nas escolas, sob a orientação de um professor coordenador.
É sabido que as novas tecnologias não devem ser ignoradas no contexto escolar. Elas devem ser incorporadas, principalmente na formação continuada dos docentes e na atuação do professor coordenador de tecnologia. A formação continuada contribui para a visão crítica das práticas e a capacidade intelectual do professor. Cabe mencionar que apenas essa formação não poderá mudar o contexto escolar, mas ajudará a inovar metodologias que promovam a aprendizagem dos alunos.
O professor coordenador de tecnologia educacional tem desafios constantes; devem estar atentos ao planejamento das ações, à escolha dos recursos tecnológicos, à disponibilização de materiais e do ambiente necessário, à participação da comunidade escolar no projeto e à promoção de parcerias, a fim de obter uma melhoria na qualidade do ensino.
Vale salientar que o tema abordado não se esgota nesta pesquisa. Deve-se considerar que o presente estudo será discutido detalhadamente, buscando analisar a integração de novas tecnologias na educação.
Referências
CENTRO DE INOVAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA (CIEB). Guia prático para gestores educacionais: desenvolvimento das competências digitais de professores. 2019. Disponível em: https://cieb.net.br/wp-content/uploads/2019/07/CIEB_GUIA-PR%C3%81TICO_-2019.pdf. Acesso em: 10 abr. 2021.
MARTINS, L. S.; CABRAL, L. O coordenador/gestor e os novos desafios da tecnologia educacional. 2011. Disponível em: https://www.cin.ufpe.br/~lsc4/snct2011/files/SNCTIFPE_0012.pdf. Acesso em 16 abr. 2021.
OLIVEIRA, R. G. O papel do coordenador pedagógico na mediação das novas tecnologias na prática pedagógica. 2016. Disponível em: https://monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3365/2/RejaneOliveira.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021.
PEREIRA, A. C. S. Diferentes perspectivas e fases para a implantação de um projeto de tecnologia educacional. Flórida: Must University, 2021.
______. Coordenadoria de tecnologia educacional. Flórida: Must University, 2021.
RODRIGUES, F. P. O professor coordenador e a formação docente frente às novas tecnologias. 2020. Disponível em: https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2020/article/view/1397. Acesso em: 17 abr. 2021.
Publicado em 10 de agosto de 2021
Como citar este artigo (ABNT)
SANTOS, Rosana Dantas dos. A importância da coordenadoria de tecnologia educacional para a implantação de um projeto de inovação tecnológica na escola. Revista Educação Pública, v. 21, nº 30, 10 de agosto de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/30/a-importancia-da-coordenadoria-de-tecnologia-educacional-para-a-implantacao-de-um-projeto-de-inovacao-tecnologica-na-escola
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