Estudo da Língua Inglesa: desvendando os métodos utilizados nos cursos de língua inglesa para jovens
Gabriel Cunha Alves
Administrador, graduando em Letras - Português/Inglês (Faculdade Ibra), servidor da OAB/AM, especialista em Direito Militar, Gestão em Segurança Pública e Docência em Administração Pública (uniFCV), pós-graduado em Gestão da Produção e Qualidade (Instituto Metropolitano de Ensino)
Nos dias que correm, temos percebido que algumas matérias – dentre elas o estudo de Letras, mais especificamente das línguas estrangeiras – não atraem tanta atenção dos jovens em sua aplicação didática. É necessário investigar o método, ou seja, a metodologia empregada pelos docentes no desenvolvimento de suas funções laborais.
Esta pesquisa teve sua origem no meu interesse e paixão pela docência. Foi então que surgiu a necessidade de questionar: como fazer para conseguir potencializar a arte de ensinar e auxiliar os alunos em suas atividades diárias? Pelo estudo centralizado foi possível observar que o alto nível de um profissional está diretamente ligado ao grau de conhecimento morfológico e gramatical dele.
Tal investigação se justifica, pois como já é sabido uma nação mais letrada e com conhecimentos globalizados é uma nação mais avançada. Portanto, é de suma importância que os nossos jovens tenham acesso a uma metodologia de ensino, em especial, da Língua Inglesa, da forma mais adequada e prazerosa.
Sabe-se que o método no ensino de Letras estrangeiras, prisma deste trabalho, deve zelar sempre pela eficiência e qualidade do ensino, buscando motivar o aluno a se desenvolver e se interessar cada vez mais pela matéria. Para isso é necessária a doutrina “think outside the box”, ou seja, pensar fora da caixa no intuito de trazer aos alunos aulas menos cansativas ou remotas.
Estimular o aprendizado e fazer um jovem se desenvolver e absorver a matéria não é tarefa fácil; entretanto, com a técnica e o método necessários é possível mitigar e tornar esse desafio mais prazeroso. É inadmissível um profissional de nível superior ter a gramática fraca, pois a consequência disso é catastrófica.
Um profissional fraco em gramática geralmente apresenta dificuldades orais, de comunicação e escrita horrenda. Isso para o mercado de trabalho é algo doloroso, pois ao carregar a farda de uma empresa o profissional se torna reflexo dela, ou seja, um profissional fraco significa que a empresa é fraca. De igual forma, um profissional rico em conhecimentos morfológicos, quando fardado, torna a empresa grande.
A consciência morfológica tem papel fundamental para aprimorar o processo de aprendizagem de um jovem. Os estudos comprovam que a consciência morfológica traz diversos benefícios para o ensino da Língua Inglesa com estudantes de inglês como língua adicional ou materna, tais como ampliação de vocabulário, melhor desempenho na compreensão leitora e melhor desempenho na ortografia, entre outros benefícios.
Logo, esta pesquisa tem como objetivo verificar a relação entre a metodologia de trabalho docente com a consciência morfológica e a absorção de vocabulário de alunos adolescentes aprendizes de inglês como língua adicional. O feedback poderá ser observado de diversas formas. Uma das principais maneiras de perceber a evolução ou não de um aluno é verificar se ele demonstra interesse na matéria apresentada.
É importante destacar que cada ambiente educacional é único e requer um tipo de metodologia especializada, requer feeling do professor. Em resumo, o método aplicado em uma turma nem sempre é o ideal para outra. Sendo ainda mais abrangente, é preciso que o professor se descubra na arte de ensinar e encontre a melhor forma, pois determinado método, se aplicado igualmente em diferentes instituições (privada, pública ou em um cursinho de inglês), por mais experiente que seja o docente, dificilmente alcançará o mesmo resultado em todas as instituições.
Desse modo, precisamos entender que a metodologia deve ser situacional, ou seja, por mais planejada que seja a aplicação do método, situações inusitadas podem ocorrer em sala de aula, principalmente quando tratamos de jovens em formação. É preciso ter pulso firme e estar preparado para saber lidar da maneira mais adequada em cada situação que venha a ocorrer.
Com embasamentos doutrinários, busca-se demonstrar que é extremamente oportuno desenvolver da forma mais célere possível a composição do planejamento metodológico docente para obter melhor qualidade de ensino e evitar desatenção por parte dos discentes.
A metodologia desta pesquisa se sustenta em revisão bibliográfica multidisciplinar, além de técnicas de pesquisa doutrinária. Quanto à classificação, o procedimento técnico adotado foi o analítico, fundamentado e baseado nas teorias docentes linguísticas, com vistas a construir o desenvolvimento do trabalho. Assim, o presente artigo busca nesta exposição responder à seguinte questão: qual o impacto de um bom método docente aplicado para jovens?
Com forte evidência, o primeiro capítulo versará sucintamente sobre alguns dos métodos existentes e alguns exemplos de suas aplicações e eficácia. O segundo capítulo tratará do método mais utilizado na docência brasileira. Por fim, o terceiro capítulo tratará da importância da metodologia situacional no ensino dos jovens.
Por fim, pretende-se com este trabalho levar conhecimento à comunidade científica, a fim de que os docentes se mantenham sempre em busca de atualizar os seus métodos pedagógicos.
Métodos e morfologia
As metodologias de ensino são “práticas pedagógicas operacionalizadas por meio de conjuntos de atividades escolares propostas pelos professores com vistas a alcançar a aprendizagem de determinados conhecimentos, valores e comportamentos” (Traversini; Buaes, 2009, p. 145).
O professor tem papel muito importante na sociedade, pois é ele que pode estimular a curiosidade característica do ser humano. Conforme o pensamento de Freire (2001), é esse profissional que pode fazer com que essa curiosidade ingênua e espontânea se transforme em curiosidade epistemológica, ou seja, em curiosidade que oriente a sua capacidade de aprender criticamente.
Dessa forma, cresce a necessidade de compreender melhor a vida cotidiana do professor, bem como a realidade educativa, na qual se encontram inseridos; assim, o método autobiográfico surge como alternativa para mediações entre o individual e o social. A pesquisa autobiográfica, tendo como suporte a questão da subjetividade, mostrou-se promissora, devido aos problemas e desgastes causados pela ineficácia dos instrumentos tradicionais de que se dispunha (Bueno, 2002). Porém, a inserção dessa abordagem no campo educativo tem enfrentado certas dificuldades. Nóvoa (1992, p. 19) esclarece:
Do ponto de vista prático, verifica-se a ausência de uma teoria da formação dos adultos, que forneça um suporte sólido à elaboração de modelos inovadores e à realização de práticas alternativas; do ponto de vista teórico, as fragilidades conceptuais das ciências da Educação provocam a necessidade de afirmação com base nos paradigmas científicos dominantes, o que dificulta a emergência de novas perspectivas.
Dessas narrativas, é possível perceber que a constituição do sujeito-professor requer que, além da identificação com a profissão nos modos de pensar e agir, que os modos de sentir sejam igualmente contemplados pela reflexão, pela autodeterminação e pela emancipação intelectual (Saveli, 2006).
A metodologia funciona como um guia para os professores. Antes de mais nada, é preciso que seja verificada a existência de diversos métodos de ensino. Os sete principais métodos de ensino são: construtivista, waldorf, montessoriano, freinet, democrático, freiriano, comportamentalista. Este capítulo tem como objetivo apenas salientar a existência desses métodos e de forma superficial discorrer um pouco sobre alguns deles.
Começaremos então pela Escola Construtivista; nesse método pedagógico, que tem Lev Vygotsky e Jean Piaget como principais nomes, o aluno é o protagonista do seu processo de aprendizado. Ou seja, a educação não é uma simples transmissão de conhecimento, ela vai além, tornando-se um processo que dá suporte e permite ao aluno criar e experimentar o conhecimento e o aprendizado.
Dessa maneira, o conteúdo e o ensino se tornam guias e ferramentas para que os estudantes construam o seu conhecimento por meio da resolução de problemas e formulação de hipóteses, valorizando assim os conteúdos e as vivências anteriores de cada um. Não existe ninguém para dar as respostas, o aluno aprende a aprender.
Essa linha pedagógica foi pensada para não usar avaliações e nem provas. Dado que é um processo que cada aluno constrói o seu próprio conhecimento, é único e diverso. Esse método pedagógico é um dos que recebe mais críticas por conta da aplicabilidade no contexto brasileiro, dadas as condições estruturais das escolas, a quantidade de alunos por sala e a forma de trabalho dos professores.
O segundo método a ser apresentado é a Escola Freiriana, outro método bastante criticado por também não possuir avaliações. É baseado na teoria de Paulo Freire, conhecido mundialmente pela autoria de Pedagogia do Oprimido; a Escola Freiriana também é conhecida como Educação Libertadora. Essa metodologia de ensino propõe o desenvolvimento da visão crítica do aluno por meio das práticas em sala de aula. Dessa forma, o professor deve apresentar os conteúdos para o aluno, mas não como verdade absoluta, pois na educação que Paulo Freire defendia o professor e o aluno aprendem juntos.
Nessa pedagogia, o educador deve levar em conta os aspectos culturais, sociais e humanos de cada aluno para ouvi-lo e entendê-lo melhor, a fim de ajudá-lo a compreender e ler o mundo através do conhecimento. Segundo Freire, o conhecimento faz sentido para o estudante quando o transforma em sujeito que pode transformar o mundo; então a educação é uma forma de “libertar” o aluno.
Temos também a Escola Montessoriana. O método montessoriano tem como objetivo garantir máxima autonomia ao aluno no processo de aprendizado. Nesse contexto, professores e pais se tornam meros facilitadores do conhecimento, proporcionando os meios pelos quais os alunos escolhem temas a serem estudados e interesses que devem ser pesquisados.
As classes são mistas em relação à faixa etária, já que alunos de diferentes idades podem ter interesses de aprendizado semelhantes. É uma excelente metodologia de ensino para estimular a independência e a criatividade dos alunos. Nessa abordagem, também chamada de Pedagogia Científica, as salas são equipadas com diversos materiais e atividades e os alunos podem escolher o que irão fazer em cada dia. O professor tem papel de guia, tirando dúvidas e ajudando os alunos a superar as dificuldades, além de organizar a gradação das atividades para garantir a evolução de cada indivíduo. Desse modo, os estudantes se desenvolvem de maneira ativa, criando senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado, exercendo a capacidade de fazer escolhas com independência e autonomia.
No Método de Waldorf, busca-se o desenvolvimento integral da criança como ser humano, não apenas do aspecto intelectual. A premissa de Steiner é que a escola forme seres humanos por meio de uma “’educação para a liberdade”.
Dentro dessa metodologia de ensino, três aspectos são colocados em foco: o desenvolvimento corporal, anímico e espiritual, dentro das “fases de desenvolvimento do ser humano” que Steiner denomina de septênios, ciclos de 7 anos. Para desenvolver esses aspectos, os alunos contam com um professor de classe que os acompanha durante todo um ciclo, além de aulas com outros professores para cobrir outras partes do currículo.
Dentro do currículo há uma presença muito forte de artes, trabalhos manuais, culinária e outros, e a sua forma de avaliação engloba aspectos que vão além do conteúdo. Habilidades sociais, virtudes, interesse e força de vontade são observados pelos professores por meio das atividades diárias. O mais importante para essa pedagogia são as etapas de desenvolvimento do estudante.
No Método Tradicional, o professor é a figura central, tido como o detentor do conhecimento, e o aluno é visto com uma “tábula rasa” em que o conhecimento será depositado. Esse é o método mais comum na maioria das escolas onde há alta ênfase no conteúdo.
O foco do professor é a transmissão do conhecimento de forma clara para que o aluno aprenda e absorva de forma passiva. Nesse modelo existe a ideia de reprovação, quando os alunos não cumprem as metas esperadas para o ano vigente. A avaliação dos alunos é feita por meio de lições de casa, trabalhos e provas, que medem a quantidade de conteúdo que foi memorizado/absorvido. Um dos índices de sucesso é a aprovação dos alunos no vestibular.
Segundo Sokmen (1997), os discentes não terão a aprendizagem de todo o léxico de que precisam dentro da sala de aula, no entanto é essencial que os professores auxiliem a aprender o vocabulário e também os incentivem a continuar aprendendo fora do espaço escolar.
De acordo com Katamba e Stonham (2006), os estudos da morfologia são voltados para a estrutura interna das palavras, o que inúmeras vezes acaba por ser uma surpresa para os falantes, pois habitualmente as pessoas supõem que as palavras são elementos indivisíveis de significados, pelo fato de que existem diversas palavras morfologicamente simples, como é o caso da palavra no inglês eat.
Akbulut (2017, p. 11) intensifica a ideia de que a consciência morfológica é essencial para quem está aprendendo inglês quando diz que, “se os indivíduos que estão aprendendo inglês como segunda língua percebem morfemas em palavras complexas, eles podem aprender e adquirir facilmente os itens de vocabulário”.
Podemos concluir então que não existe uma maneira única de ensinar e que a educação brasileira está em constante evolução. Quanto maior for o domínio gramatical e morfológico do professor, melhores serão os resultados obtidos pelos alunos, seja qual for a instituição.
Quanto ao método, aduzem Nagem, Carvalhaes e Dias (2001, p. 3):
O desenvolvimento de metodologias inovadoras vem ao encontro do atendimento às necessidades do aprendiz como ser único, singular, diferente, que recorre a diferentes estratégias de aprendizagem e exibe diferentes habilidades ao resolver problemas.
É o que Assmann (1998) frisa, quando se refere à:
experiência personalizada do eu estou conhecendo ou eu estou descobrindo uma nova forma de pensar, que necessita normalmente de conceitos-apoio e linguagens-apoio para que se consiga vivenciar a mudança.
Dessa forma, nós, educadores, reconhecemos a importância de avaliar a efetividade do enfoque dado à informação na comunicação entre professor e aluno, tendo em vista a individualidade do aluno. Portanto, apesar de existirem métodos mais utilizados do que outros, é possível afirmar que não existe um manual sobre como ser professor. A experiência é que ditará o melhor método a ser aplicado, uma vez que não existe somente um método.
O método mais utilizado
Segundo estudiosos da área, o método mais utilizado na docência é o Tradicional. De acordo com Alves Filho, (2000, p. 252),
com a mudança de paradigma educacional e de concepção epistemológica, se faz necessário partir do saber sábio e, através de novas transposições didáticas (interna e externa), fazer com que o laboratório didático não seja incluído por equívoco de interpretação, mas por necessidade imposta pelo processo de construção do saber em qualquer uma das esferas.
No processo de ensino-aprendizagem, o professor deve levar em consideração que o conhecimento do aluno está em processo de construção e, por esse motivo, deve mobilizar o aluno e utilizar metodologias adequadas para repassar seu conhecimento e preparar o estudante na busca constante pelo conhecimento (Miranda; Casa Nova; Cornacchione Júnior, 2012).
Ainda aduz Alves Filho (2000, p. 254):
Ao professor competem tarefas que podem apresentar desde grau considerável de complexidade até a simplicidade da mera rotina. Entre as primeiras estariam, por exemplo, a elaboração de currículo ou programas disciplinares ou ainda a decisão de escolha de livros-textos.
No método tradicional, tem-se como vantagem o fato de o professor ser o centro do aprendizado e, por esse motivo, possuir maior controle das aulas (Pinho et al., 2010). Porém também possui desvantagens, pois se torna difícil para o professor explicar a prática por meio de aulas expositivas, assim como para o aluno se torna difícil pensar na aplicabilidade da teoria exposta (Weintraub; Hawlitschek; João, 2011).
Além do método tradicional, outro método utilizado pelos professores é o construtivista. Nesse método, diferentemente do método tradicional, o aluno é o sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem e o professor age como agente facilitador no processo que orienta o aluno a buscar e gerar seus próprios conhecimentos (Chahuán-Jiménez, 2009).
Podemos dizer então que, no método tradicional, o respeito e o rigor estão mais presentes, tendo em vista que o professor é a figura central. No entanto, esse rigor às vezes pode ser prejudicial na relação aluno-professor. Alguns estudiosos autocráticos acreditam que esse método é o mais adequado e que apresenta sucesso em questão de desenvolvimento dos alunos. Por outro giro, alguns profissionais com visões mais democráticas acreditam que o caminho não seja pelo método tradicional, mas sim pelo construtivista.
Caso apenas o professor tenha a vivência prática da sua profissão, os alunos não possuirão o mesmo conhecimento que seus docentes. Assim, se todos os alunos também forem ativos no processo de ensino-aprendizagem, possuirão experiência prática e teórica que os ajudará a estarem aptos para o mercado de trabalho quando concluírem a graduação (Martins et al., 2012).
Entre as metodologias tradicionais, há a aula expositiva, considerada uma das mais utilizadas em sala (Fornazieiro et al., 2010; Oliveira et al., 2012). As aulas expositivas centram-se no professor, que transmite as informações e seu conhecimento aos alunos, os quais por sua vez são expectadores, pois recebem o conteúdo exposto pelo professor (Backes et al., 2010; Rodrigues, 2010).
Durante as aulas expositivas, o aluno é o sujeito passivo do processo de ensino-aprendizagem, pois o professor transmite o conteúdo por meio de exposição da parte teórica da disciplina (Fornazieiro et al., 2010; Oliveira; Borges, 2001). Merece salientar que o professor pode motivar o aluno quando apresenta com entusiasmo o conteúdo (Fornazieiro et al., 2010), pois o modo como é realizada a transmissão do conteúdo pode despertar e até mesmo elevar o interesse dos alunos na aula (Stacciarini; Esperidião, 1999).
De acordo com Diesel, Baldez e Martins (2017, p. 5),
vale mencionar que, na construção metodológica da Escola Nova, a atividade e o interesse do aprendiz foram valorizados, e não os do professor. Assim, Dewey, por meio do seu ideário da Escola Nova, teve grande influência nessa ideia ao defender que a aprendizagem ocorre pela ação, colocando o estudante no centro dos processos de ensino e de aprendizagem.
As contínuas e rápidas mudanças da sociedade contemporânea trazem em seu bojo a exigência de um novo perfil docente. Daí a urgente necessidade de repensar a formação de professores, tendo como ponto de partida a diversidade dos saberes essenciais à sua prática, transpondo, assim, a racionalidade técnica de um fazer instrumental para uma perspectiva que busque ressignificá-la, valorizando os saberes já construídos, com base numa postura reflexiva, investigativa e crítica.
Dessa perspectiva, é possível inferir que os saberes necessários ao ensinar não se restringem ao conhecimento dos conteúdos das disciplinas. Quem leciona sabe muito bem que, para ensinar, dominar o conteúdo é fundamental, mas reconhece também que é apenas um dos aspectos do processo. Depreende-se, ainda, dessa ideia que a prática docente materializa um percurso muito singular de cada sujeito no movimento de tornar-se professor ou professora e é constituída de diferentes saberes imbricados de concepções históricas. Com efeito, é ainda muito comum a influência do método tradicional de ensino, centrado no docente e na transmissão de conteúdos, em que os estudantes mantêm postura passiva, apenas recebendo e memorizando as informações numa atitude de reprodução (Diesel; Baldez; Martins, 2017).
Não obstante, percebe-se, por vezes, grandes diferenças entre as ações e os discursos dos professores e professoras ao explicitarem ou referirem-se à sua prática docente, o que sugere uma contradição resultante da ausência de um pensar sobre, ou ainda, num conflito entre o saber escolar e a reflexão na ação do professor e do aluno (Schön, 1995).
Portanto, finda-se que, por mais que o Método Tradicional ainda seja o mais utilizado, devido a tantas mudanças se faz necessária uma docência cada vez mais voltada à metodologia situacional, ou seja, o docente deve analisar cada situação e desvendar por si só qual o melhor método para utilizar em determinado momento.
Metodologia situacional
Segundo Corrêa et al. (2004), o conhecimento de como ensinar é uma preocupação que acompanha aqueles que ensinam. Qual docente nunca se questionou como proceder em determinada situação?
Schild (1999) afirma que a diversidade das condições sociais de vida promove aprendizagens também diversas, e estas por sua vez ativam diferentes processos de desenvolvimento. A vivência no meio humano é uma alternativa através de atividade cultural, na interação com os outros que desenvolverá na criança um novo e complexo sistema psicológico, ou seja, a elaboração das funções psicológicas superiores (percepção, memória, atenção, imaginação...).
Quando o ensino é realizado de forma a estimular a imaginação dos alunos, o professor encontra maior dificuldade em manter o controle da aula; este é um dos motivos pelos quais a primeira corrente é classificada como tradicional e muito utilizada até hoje.
O método tradicional, ou seja, aquele em que o professor detém responsabilidade para ensinar o que lhe cabe dentro de suas competências, demonstra muito mais resultado, pois a figura do professor é vista com o máximo de respeito pelos alunos.
Consiste, basicamente, no ensino centrado na figura do professor, em uma relação vertical de exposição de conhecimentos e cobrança de conteúdo. Além das aulas expositivas, há provas, pressão por resultados mensuráveis (em vestibulares e no Enem, por exemplo), bem como reprovações de alunos cujos desempenhos se mostraram insatisfatórios.
A metodologia situacional é constituída por formas próprias de conduta, em que a criança deve adquirir capacidade geral do jogo. Esses jogos devem ser apresentados de forma que os praticantes vivenciem situações o mais próximo possível da realidade do jogo (Kröger; Roth, 2002). Definida como uma das novas correntes metodológicas, a metodologia situacional caracterizada como opção metodológica ativa enfatiza o desenvolvimento da compreensão tática e dos processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão, procurando evitar que os praticantes sejam condicionados a um desgastante processo de ensino da técnica e a uma especialização precoce na modalidade, excluindo a oportunidade de desenvolver e promover uma cultura apoiada na diversidade. Ao mesmo tempo, o método visa oportunizar ao aluno uma construção do conhecimento tático-técnico, (Giacomini, 2007).
A partir desse pensamento, o professor pode elaborar em seu plano de ensino jogos que estimulem o aprendizado da Língua Inglesa, aumentem a competitividade, gerem prazer e o conflito positivo entre alunos. Essa metodologia mais situacional ajuda a desenvolver a criatividade e a inteligência do aluno.
Segundo Santini e Voser (2008), o professor que leva a sério o que faz, que alia sua competência técnica ao compromisso de ensinar, que desperta a criatividade e conduz os alunos à reflexão, certamente não terá alunos desinteressados ou desanimados.
Conteúdos que exigem maior imaginação dos alunos podem ser mais bem explorados por meio de uma metodologia construtivista, enquanto o método tradicional pode ser mais adequado para conhecimentos dogmáticos.
Dito isto, podemos concluir que um professor entusiasmado consegue inspirar e gerar de forma mais fácil o interesse por parte dos alunos. Alunos submetidos à metodologia situacional mantêm-se motivados com as aulas e gostam de participar das atividades propostas. Por outro lado, estudos mostram que, no método misto, alunos mostravam resistência à prática das atividades e reclamavam bastante da metodologia empregada.
Na concepção de Veiga (2006), o professor não pode mais ser aquele que tem didática definida com papel de apenas ensinar o conteúdo; ele deve assumir seu papel de mentor e facilitador, deve priorizar e intermediar o acesso do aluno à informação. Com isso, suas técnicas devem ser aprimoradas constantemente e seus métodos e metodologias de ensino, consequentemente, devem atender às necessidades que vão surgindo.
Logo, conclui-se que os métodos de ensino de Língua Inglesa estão em constante mudança. Cada método de ensino é adequado para cada tipo de situação, perfil discente e conteúdo a ser ministrado, mas o ideal é que não haja limitação a apenas um método. O importante é manter abertura para novas abordagens em sala de aula e adequar detalhes conforme os resultados.
Considerações finais
Conforme analisado no decorrer do artigo, podemos concluir que o método pedagógico deve ser investigado e constantemente atualizado. O artigo defende que o método deva ser situacional, ou seja, tudo depende do momento; a melhor maneira de o professor agir vai depender do momento.
Não existe um jeito único de fazer as atividades docentes; no entanto, o artigo defende o método tradicional, pois o simples funciona. O professor deve ser o centro, o exemplo; e o aluno deve se inspirar nele.
Analisamos também que alguns pesquisadores defendem mais o método construtivista, em que, diferentemente do método tradicional, o aluno é o sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, e o professor atua como um agente facilitador do processo que orienta o aluno a buscar e gerar seus próprios conhecimentos.
Devemos frisar novamente que não existe o “método correto”, como se fosse um manual ou uma “receita de bolo”; cada situação exige determinada metodologia, cada aluno tem uma forma própria de absorver o conhecimento. Deve-se atentar à individualidade dos alunos juntamente com a situação.
Observa-se que cabe ao professor encontrar a melhor maneira de agir dentro de sala de aula para atrair a atenção dos seus alunos, a fim de tornar as aulas mais produtivas e ao mesmo tempo prazerosas.
Finalmente, foi visto que, quando o ensino é realizado de forma a estimular a imaginação dos alunos, o professor encontra maior dificuldade em manter o controle da aula, sendo este um dos motivos pelos quais a primeira corrente é classificada como tradicional e muito utilizada até hoje.
Por fim, podemos concluir que o método tradicional, ou seja, aquele em que o professor detém responsabilidade para ensinar o que lhe cabe dentro de suas competências e com responsabilidade, demonstra muito mais resultado, pois a figura do professor é vista com o máximo de respeito pelos alunos; logo, teremos alunos mais disciplinados e profissionais mais capacitados em benefício do país.
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Publicado em 24 de agosto de 2021
Como citar este artigo (ABNT)
ALVES, Gabriel Cunha. Estudo da Língua Inglesa: desvendando os métodos utilizados nos cursos de língua inglesa para jovens. Revista Educação Pública, v. 21, nº 32, 24 de agosto de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/32/estudo-da-lingua-inglesa-desvendando-os-metodos-utilizados-nos-cursos-de-lingua-inglesa-para-jovens
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