A atuação da coordenação pedagógica na implementação de projetos de inovação tecnológica nas escolas

Walmir Fernandes Pereira

Graduado em Letras (Unitins), especialista em Língua Inglesa e Espanhol (UCAM), mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação (Must University)

É notório dizer que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) fazem parte do dia a dia de todos, especialmente, neste cenário de pandemia, onde todas as áreas migraram suas ações para o ambiente virtual. As escolas estão atuando com o apoio das suas ferramentas e recursos para que o processo de ensino e de aprendizagem não deixe de acontecer e chegue aos mais diferentes lugares.

A coordenação pedagógica de uma instituição de ensino tem a missão de zelar pelo processo de ensino de seus alunos, tendo o apoio dos professores, dos gestores e de toda a comunidade escolar no entorno escolar.

Em meio a este cenário, a adoção de práticas inovadoras faz-se necessário, é um momento de se repensar as ações pedagógicas feitas até o momento e propor mudanças que sejam significativas para os agentes envolvidos, no caso os alunos da Educação básica e Superior.

O ambiente de investigação desta pesquisa é a instituição escola, onde é preciso pensar em uma coordenadoria de Tecnologia em Educação que vai atuar e prosseguir com o projeto que faça o aluno se envolver e aprender fazer.

O agente escolhido para liderar a equipe dentro desta prática de projetos inovadores foi o coordenador pedagógico, pois ele trabalha com as intervenções necessárias para qualificar o trabalho pedagógico docente.

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a revisão bibliográfica, fundamentada na abordagem qualitativa de investigação, usando artigos já publicados em formato de trabalho de conclusão de curso (TCC), artigos científicos publicados em anais de congressos e em periódicos científicos.

O papel da coordenação pedagógica como mediadora na implementação de projetos tecnológicos inovadores

É crucial ressaltar a função pedagógica da coordenação dentro de uma escola, pois são muitos desafios enfrentados dentro dos espaços escolares que este profissional, coordenador pedagógico, enfrenta. Como salientava Paulo Freire (2006, p. 16): “O trabalho do coordenador pedagógico tem como linha principal a construção de uma educação de qualidade, com o objetivo do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos [...]. O coordenador deverá apresentar um perfil baseado em sua práxis”.

Conforme mencionado pelo patriarca de nossa Educação, são muitos desafios dentro da prática pedagógica que precisam ser vistos e refletidos para mobilizar mudanças das ações pedagógicas executadas para a promoção da aprendizagem dos alunos.

É o coordenador pedagógico e sua equipe docente que deverão planejar e implantar as atividades pedagógicas apoiadas nos recursos e ferramentas tecnológicas na escola, criando as condições para desenvolver e implementar os projetos inovadores que promoverão êxito no processo de ensino e de aprendizagem.

De acordo com Libâneo (2001, p. 31), “compreender que o ensino não é somente transmissão de conhecimento e sim refletir sobre o processo de ensino-aprendizagem”.

Dentro de sua prática como profissional da Educação, o coordenador pedagógico deve tomar a consciência das situações problema e buscar desenvolver projetos que visem dar um verdadeiro significado para o processo de ensino e de aprendizagem da unidade escolar na qual está inserido.

Às vezes, esse profissional não teve a formação tecnológica necessária em sua formação de graduação, mas precisa, através da formação continuada, conhecer mais sobre a informática na Educação, seus benefícios e como tornar a escola um espaço aberto ao acesso tecnológico para apresentar as crianças e adolescentes as situações reais e significativas de aprendizagem.

Pode-se ressaltar que um dos desafios da coordenação pedagógica quando deseja implantar e implementar projetos inovadores apoiados nas TIC é o conhecimento dos recursos tecnológicos, de profissionais da escola que saibam utilizar essas ferramentas e que se interessem em incorporá-las em suas práticas pedagógicas.

Para Kenski (2013, p. 22), “algumas áreas do conhecimento caminham para o passado conhecido e ignoram o que está por vir. São desenvolvidas para a formação de pessoas para um tempo que já passou e ignoram as transformações vigentes na realidade presente”.

O papel que a coordenação assume neste processo de implementação de projetos é formar uma equipe docente que busque se capacitar e a refletir as suas práticas docentes e modificá-las aproximando a escola da realidade tecnológica da sociedade digital na qual se vive.

A escola tem que se abrir à incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) adotando uma postura de informação atualizada, promovendo a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem privilegiando a construção de conhecimento, resoluções de problemas e a formação continuada de seus agentes envolvidos.

Como salienta Perrenoud (2002, p. 169), “a atuação do coordenador pedagógico tem demonstrado preocupação com as intervenções que ele faz no sentido de qualificar o trabalho dos professores. Essa qualificação está associada a inserção no plano de formação, sendo essencial para a formação de professores reflexivos e com as competências adequadas”.

A mediação será feita a partir da conscientização da reflexão da práxis docente e da discussão de como os projetos inovadores apoiadas nas TIC podem auxiliar e ser exitosos nas aulas dadas pelos professores, pois, de acordo com Moran (2006, p. 8), “as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço, e de tempo, estabelecendo novas pontes de estar juntos fisicamente ou virtualmente”.

Portanto, o profissional que atua na coordenadoria de tecnologia educacional deve ser capaz de fazer conexões e articulações que alinhem os interesses dos educadores com as ferramentas educativas. Ele precisa saber utilizar e para que servem os recursos tecnológicos de forma que integre com os projetos da escola na qual está inserido dialogando com as competências pedagógicas.

É evidente, então, que o bom profissional que atuará na coordenadoria de tecnologia educacional de uma instituição, seja ele o gestor escolar ou o coordenador pedagógico, como neste caso, deve ser competente para desenvolver o seu trabalho considerando cinco diferentes habilidades ou dimensões em suas ações: a gestão estratégica, a gestão de projetos, a gestão de infraestrutura, a gestão de equipe e a gestão de processos.

Pontos relevantes na implementação de projetos inovadores e significativos nas escolas

De acordo com Cortella (2014, p. 51), “um trabalho será bem feito se souber fazê-lo. Pode ser feito sem computadores. E pode ser mais bem feito ainda com os computadores”.

Partindo da análise do autor, pode-se dizer que a coordenação pedagógica das escolas assume algumas funções que vão ser relevantes para que a implementação de projetos inovadores seja um trabalho bem feito e apoiado nas TIC.

Para Padilha (2013, p. 13), “o desenvolvimento da aprendizagem deve ocorrer em vários espaços de busca e construção; diálogo e confronto; de fazer reflexão e a organização entre os outros elementos”.

A partir desse novo cenário em que as escolas vivem, os ambientes virtuais de aprendizagem, o coordenador pedagógico, junto com a sua equipe de professores, pode propor estratégias que tornem o processo de ensino e de aprendizagem inovador e significativo para seus alunos.

Pois é como enfatiza Moran (2009, p. 19): “criar, conexões, integrar o cotidiano com o conteúdo didático, em fazer a ponte entre a experiência dos alunos e o tema da aula”.

Há pontos relevantes que a coordenação pedagógica deve garantir ao implementar os projetos pedagógicos inovadores como atrelar o trabalho com a tecnologia digital ao projeto pedagógico da escola, torna-se recomendável que a coordenadoria de tecnologia educacional seja composta por professores. É relevante que o conhecimento em tecnologia educacional seja pré-requisito para a escolha do coordenador.

Alguns pontos merecem destaque como cruciais para que a coordenação pedagógica consiga montar uma equipe que desenvolva esses projetos de inovação dentro das práticas pedagógicas da escola; é preciso conhecer o projeto pedagógico da escola, ter experiência em sala de aula e conhecimento sobre diferentes metodologias ativas de aprendizagem, é preciso ter a percepção das dificuldades e do potencial dos professores envolvidos neste processo.

Considerações finais

Dentro do exposto, pode-se dizer que em meio ao contexto de ensino e de aprendizagem, é preciso entender que o processo educacional precisa de agentes importantes envolvidos na execução de projeto inovadores como o papel do coordenador pedagógico apoiado com a gestão escolar, com a equipe docente e com a comunidade escolar.

A adoção de uma coordenação tecnológica na Educação é discutida e apontada como benefício dentro de uma aprendizagem situada e significativa para os alunos da Educação Básica. Há muitos pontos relevantes que envolvem o processo de implementação de projetos inovadores dentro da educação.

A inserção desses projetos trará muitos benefícios para a formação docente e dos alunos envolvidos. Há muitos ganhos em se repensar as práticas pedagógicas através do apoio tecnológico alinhado com as competências pedagógicas, com as experiências em sala de aula e com os conhecimentos técnicos.

Referências

CORTELLA, Mario Sergio. Educação, escola e docência: novos tempos, novas atitudes. São Paulo: Cortez, 2004.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e tempo docente. Campinas: Papirus, 2013.

LIBÂNEO, José Carlos.  Organização e de gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

MORAN, José Manoel. Mudando a educação com metodologias ativas. In: DUARTE, E. B.; CASTRO, M. L. D. de. Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. Porto Alegre: Sulina, 2010. Coleção Mídias Contemporâneas, 2009.

______; MASETTO, Marcos; DEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas: Papirus, 2006.

PADILHA, A. M. L.  Ensino inclusivo: uma expressão incorreta. Intermeio, Campo Grande, v. 15, 2013.

PERRENOUD, Philippe.  Não mexam na minha avaliação! Para uma aprendizagem sistêmica da mudança pedagógica. In: ESTRELA, A.; NÓVOA, A. Avaliações em educação: novas perspectivas. Porto: Porto, 2002.

Publicado em 31 de agosto de 2021

Como citar este artigo (ABNT)

PEREIRA, Walmir Fernandes. A atuação da coordenação pedagógica na implementação de projetos de inovação tecnológica nas escolas. Revista Educação Pública, v. 21, nº 33, 31 de agosto de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/33/a-atuacao-da-coordenacao-pedagogica-na-implementacao-de-projetos-de-inovacao-tecnologica-nas-escolas

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