Futuro é educação... a pedagogia do amor

Marcelo Calderari Miguel

Especialista em estatística (UFES), pesquisador do PIICT (UFES)

O amar, atrapalhado sofrer

O amor como um sonho pode começar.

Como pesadelo também terminar.

Tem poder de redenção.

Constrói e destrói... É pura tentação ou não!

Amor não se limita, realiza-se como um desejo.

Amadurece com os desastres, desarranja a lógica da vida.

Se diz fruto da paixão, mas nos interesses potencializa a capacidade intelectual

Sociabilidade torna-se a sua expressão tenaz.

Se amor é grande se diz planeta, se forte, como a natureza.

Se frágil, revela-se como rosa. Diz-se ágil, como raposa.

Ardiloso como o vento, fervente como água.

É impactante como a brisa e ‘verdadeiro’ como duvidas?

Entre amor e a orbe lunar

Minha vida é como uma estrada na lua

Tem muitas fases e muitas curvas

Tem períodos de brilho e de escuridão

E um percurso não muito retilíneo, mas tangencial. 

A vida é uma estrada da lua, tem encruzilhada e pista, amores e dissabores

Da lua e seus gaps situam um delinear de pedágios e balanças, mais que sonhos de queijo

Sua melhor lembrança, acertos e desconcertos começar quando vê no fim do túnel a luz

É o cenário final, requer entre tanta suavidade perpassar buracos e contendas.

A autoestrada na lua é a vida por si

Por que nela têm declives e crateras, rupturas e fraturas

Ora diz precisar de pontes e reparos

Ora apenas queria ser de cimento e durável...

O afastamento que segue e rege o trajeto revela vitórias e quedas

E trilhando percurso de dores e delícias, faz com emoções o Rali Dakar da vida

A existência se completa no árduo dirigir da sina e às vezes não há só buracos, há ultimatos.

Logo algumas placas alertam para radares, semáforos, travessias, presença de víboras...

A longa estrada da lua

É preciso parar, olhar, cuidar, reparar, direcionar esforços

Nessa estrada estacionar não é uma questão singular

Mesmo devagar, a defesa é avançar e sair da míngua

Encher o momento e movimento de diletante e polimato existir.

A estrada é nossa vida, tem buracos e sinas, e nela há a essência

E se diz com bravura, é preciso brandura pra avançar nesse trajeto

Quebra-molas existem na Terra, também é possível fazer loops na lua

O embarque já foi dado, a bagagem resultante é a passagem e estadia do conviver...

A autopista na lua é a vida pelos versos e avessos – soa a uma pedagogia do amor

A estrada da lua é assim e muitas vezes nela a vida se revela

Sim, companheiro, imerso e evidentes buracos há no transcorrer do coco

Há as cavidades de pequenas dimensões, ora são gigantes e até turvas.

Avante camaradas, é o despertar das vias e acessos, cordel do encantado fogo

E a vezes o contorno dista um corriqueiro amigo, preciso é avaliar os veículos

Criar um mapa e fases novas para o corrente fluir de ciclos lunáticos, amorosos e vitais

Ligue os pontos e a sua trilha sonora, cante no navegar da bússola, seja uma via plena...

Transitoriedade e cisalhamento

Mil circunstâncias, paisagens e pensamentos vãos. Bem retesados? Não creio.

Trago no desencantar de mundo a turbidez de Lucíola e poder de Lakshmi.

A todo momento vejo confins, estorvos e subordinadas orações.

Diante dos espasmos e os tormentos, surge a fênix em mim.

Corto os estreitos com coruscante troada de dinamite.

Lanço no espaço o utópico unicórnio, ser bestial.

Exterminador sou, ser estilosamente terso.

E não charneira reter futilidades, nem

encobertas tessitura em

bolsas e malas.

Ampulheta é.

Igualmente samba.

Desengonçada, marionete!

O capão da vida é um alérgico fervor.

Ora maestria, ora fracasso habitam em mim.

Entre dissabores e amores veja: hasteio bandeiras.

E não são nanicas... Muito é o pano que as alimenta!

Na incrível artimanha de recosturar a vida, superação sou.

Uma intensa arte de recomeçar, um caminho qualquer (re)projetar.

Com ou sem bagagem sou pura viagem e teço poucas e boas circunstâncias.

Com terço e na contramão dos espaçamentos vou além das tempestades de areia.

E se espetaculássemos

Entre nós e as palavras há metal fundente.

Entre nós e as palavras há hélices cortantes e estridentes.

Que fazem renascer mistérios ou segredos gerados no ar.

Que podem dar vida ou com ela acabar.

Entre nós e a cachaça há relações contundentes.

Entre nós e a aguardente há tantas tolices, tagarelices e charlatanices.

É desfalecimento e devora-me tal esfinge, a insígnia bruta e velhaca.

Podre entidade, com uma simples adivinha a morte anuncia e tudo mais extermina.

Entre nós, erguem-se desejos suaves e singelos, de carmesim mancha o mar.

Entres as formigas-picadeiras surgem forte dores, agudas sensações.

Que escalam a garganta e move as paixões, amores.

Entre nós e as cobras rasteiras há fogos ardentes, perfis chamuscados.

E o rutilante momento espetaculariza e massifica o fogoso prazer ‘acutangular’.

Educação é polidez, traz disciplinamento. Contrabalançares já, já.

Movimento e cumplicidade

Tenho em mim uma rede de palavras.

Entre cinco e seis as que mais uso.

Palavras abraçadas e entrelaçadas.

Uma a uma ‘coletadas’ num arranjo bruto.

 

Queria combiná-las com cravo e canela.

Tangenciar as circunstâncias um nobre sabor.

Aquilo que a vida ‘me pede’ não é o mesmo que me ressoa.

Chame um serafim, o santo viver é uma construção sem fim! Ai de mim, ai de mim!

A passional e cambial porventura está no ocular movimento do amor.

A social rede não faz a transformação do espetáculo e sim o resplandecente olhar.

Cumplicidade e poemas de candura nem sempre o ‘adverso viver’ vai reservar...

Minhas habilidades não podem se limitar à rotina.

E buzinar uma marginal poesia não retrata a mais autêntica rima...

O lance é sair da zona de conforto e fazer nova trilha – ‘driblar’ é jogo da vida.

Regente e regência cordial

Um jantar a dois; dois toques de ternura e paciência.

Três bandejas redondas de carinho; quatro brilhantes garfadas de fé.

Cinco promessas de felicidade; seis sentimentos hilários para gargalhar.

Sete velas no candelabro; oito mordidas na ardente pimenta da paixão.

Nove taças de vinho apaixonado; dez... Nota dez para isso que pressinto.

E se tudo não der certo, recomece... Educação é o ato de educar!

Se tudo não der certo, conte até três e vá olhar o pôr do sol.

Se tudo não der certo. Sei não... Não sei... Sublime amor.  

O que importa mesmo é fazer o que se sente, mesmo com o coração doente.

Tem lutas que não têm vitória; há caminhos sem saída. Acontece de um tudo nessa vida!

Publicado em 31 de agosto de 2021

Como citar este artigo (ABNT)

MIGUEL, Marcelo Calderari. Futuro é educação... a pedagogia do amor. Revista Educação Pública, v. 21, nº 33, 31 de agosto de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/32/futuro-e-educacao-a-pedagogia-do-amor

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