A interação entre famílias e escola por meio de mídias digitais: o caso de uma escola pública do município do Rio de Janeiro
Igaro Guimarães Gouveia
Licenciado em Geografia (UERJ), pós-graduado em Gestão Escolar Integradora (UCB), mestre em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), professor na SME/RJ
Ana Paula Legey de Siqueira
Pós-doutora em Divulgação Científica (IEN/CNEN), doutora em Ciências (Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde (especialidade em Ensino não formal e divulgação científica/IOC/Fiocruz), mestre em Biologia Parasitária (IOC/Fiocruz), graduada em Ciências Biológicas (USU), coordenadora adjunta do Mestrado Profissional em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca)
Antônio Carlos de Abreu Mól
Doutor em Engenharia Nuclear (Coppe/UFRJ), chefe da Divisão de Ensino do IEN/CNEN, docente (PPGIEN), coordenador, fundador e docente do Mestrado Profissional em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), bolsista de produtividade em Pesquisa CNPq
A presente pesquisa procura avaliar se as mídias digitais são importantes canais de interação e aproximação entre as famílias e a escola, visto que nos tempos atuais, manter as famílias próximas da escola tem sido um desafio para professores e gestores escolares. Diversos fatores têm dificultado a aproximação e o diálogo entre os responsáveis de alunos e a escola, o que acaba por provocar reflexos na construção do processo de ensino-aprendizagem de estudantes, especialmente naqueles de escola pública.
Tedesco (2002) corrobora o descrito quando diz que a falta de apoio familiar traz graves problemas para a formação das crianças e colocam a escola em uma situação de vulnerabilidade, visto que os professores se preparam para ministrar aulas e acabam assumindo papéis educacionais inerentes às famílias. Para o autor, há uma dissolução comunicativa entre família e escola que compromete todo o processo educacional das crianças.
Ainda que o problema não tenha uma solução simples, clara e objetiva, a escola também precisa reinventar-se, encontrando meios para se aproximar das famílias, levando-as a refletirem sobre a importância do acompanhamento no processo educacional dos alunos. Sobre a questão envolvendo família e escola, Freire (1957) aponta o seguinte:
Nos círculos, à medida que os pais se vão inteirando dos problemas da escola, das suas dificuldades – o comportamento é imprescindível a um trabalho com -, deve a escola a começar a convidá-los a fazer visitas às suas dependências em períodos de atividades. Mostrando a eles como é “na vida” diária, tendo sempre em vista a identificação do pai com os problemas e dificuldades da escola. Neste sentido é que os Círculos de Pais e Professores não podem quedar-se teóricos e acadêmicos. Por isso é que eles têm de, pelo debate, levar o grupo dos pais à crítica e análise dos problemas escolares, dando-lhes condições de mudança de antigos hábitos em hábitos novos. Hábitos antigos de passividade em hábitos novos de participação. [...] Participando, intervindo, colaborando o homem constrói novas atitudes, muda outras, elabora e reelabora experiências, educa-se (Freire, 1957 apud Gadotti et al., 1996, p. 96).
Parolin (2003) descreve que tanto a escola quanto a família possuem objetivos similares e buscam a preparação da criança para o mundo. Contudo, a família apresenta particularidades que a diferenciam da escola e necessidades que a aproximam do educandário. Para a autora, há uma ligação entre as duas instituições, pois apesar de constituir a sua própria metodologia de ensino e educação, a escola necessita da família para lograr êxito em seu projeto educacional.
Não se pode deixar de mencionar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90, que preconiza em seu Art. 4º:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência familiar e comunitária.
A importância da família no processo educacional também é reconhecida no Art. 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/96:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisas, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Por fim, na própria Constituição Federal de 1988, mais precisamente no Art. 205, está descrito que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Bourdieu (1998) comenta ainda que a escola é a instituição responsável por proporcionar formas de ampliar o acesso ao conhecimento (tantas vezes restrito a alguns atores sociais). A escola tem amplo compromisso com a formação do cidadão, sua participação e suas intervenções em prol de mudanças na sociedade. Da mesma forma, a família é responsável por compartilhar seus traços culturais, tão importantes para o trabalho pedagógico.
Ampliando essas reflexões:
formar o cidadão em toda sua plenitude, seja física, intelectual ou moral, é requisito aclamado pela sociedade para que o estudante se comporte como cidadão formado, capaz de transformar o meio em que atua com responsabilidade e iniciativa para tomar decisões (Durkheim, 1978 apud Moreira e Silva, 2015, p. 1).
Para que a formação do educando seja plena é imprescindível que haja parceria e diálogo entre a escola e a família. É preciso superar os desafios impostos pela agitada rotina, tanto de pais quanto de professores, da atualidade, buscando meios para que se crie uma parceria sólida e consistente, ainda que remota (ou não presencial), entre a instituição de ensino e a família de cada discente.
Segundo Moreira e Silva (2015), a relação entre família e a escola deve ocorrer com diálogo mútuo, como um forte benefício para o pleno desenvolvimento dos alunos, conforme preconizado nesta pesquisa a partir da ampliação dos canais de comunicação família-escola.
O caso da escola pública do município do Rio de Janeiro
Na Escola Municipal Paulo Renato Souza, pertencente à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ) e situada em Cosmos, bairro da Zona Oeste da cidade, gestores e professores lançaram mão de três mídias digitais para ampliar a participação e o diálogo entre as famílias e a unidade escolar: o Facebook, o WhatsApp e um aplicativo para smartphones criado exclusivamente para o uso dos familiares dos alunos matriculados na instituição de ensino. A gestão da escola realizou uma pesquisa junto às famílias sobre o uso das mídias digitais e os resultados demonstraram uma enorme importância das mídias para esses familiares.
É preciso compreender que nenhuma ferramenta tecnológica deve ser considerada o ponto principal no processo de ensino-aprendizagem, mas ela pode ser utilizada como uma estratégia que proporciona a mediação entre a escola e as famílias, contribuindo para a evolução da formação do educando. Assim, é essencial que o antigo modelo pedagógico seja superado e aperfeiçoado através da incorporação do "novo" (tecnologia).
Sobre as tecnologias computacionais, Barata (2010, p. 12) descreve:
hoje em dia, a comunicação on-line tornou-se uma componente essencial e importante no nosso quotidiano. As pessoas “entram on-line” para efetuar uma diversidade de tarefas tais como: procurar emprego, manter contacto com amigos e familiares, discutir política, falar de hobbies, conduzir negócios, trocar ideias etc.
Nesse contexto, as mídias digitais tornaram-se a tecnologia de informação e comunicação mais acessada em todo o mundo. Ao invés de o usuário precisar acessar sites e blogs para ter acesso à informação, as redes sociais já fazem isso automaticamente, informando qualquer atualização no perfil de um usuário. O acesso à informação acontece, até mesmo, de forma involuntária.
Kenski (2007) faz uma abordagem entre a educação e a tecnologia, trazendo ênfase na ligação entre os avanços tecnológicos e seus reflexos nas formas de ensinar. Em um trecho de um dos seus textos diz que “a internet é um espaço possível de integração e articulação de todas as pessoas conectadas com tudo que existe no campo digital, o ciberespaço” (p. 34).
O ciberespaço, portanto, pode ser um importante meio de compartilhamento de informações, conhecimento e, até mesmo, de diálogo. Nele podem ser feitos laços de amizade e aproximação entre as pessoas. Além disso, o ciberespaço pode funcionar como uma ferramenta de aprendizagem bastante significativa, desde que usada de forma correta e mediante prévios planejamentos pelo docente.
Segundo Oliveira et al. (2017, p. 1.002), “as novas tecnologias estão cada vez mais desafiando os professores em suas práticas docentes, pois o uso de smartphones e tablets em sala de aula já é um fato a ser considerado”. É inegável que o uso das tecnologias se torna cada vez mais frequente com o avanço da internet e a escola não pode deixar de acompanhar o processo de evolução da sociedade em relação a este quesito. É imprescindível que o ensino tradicional seja aprimorado com o uso das novas tecnologias que acompanham a realidade da nova geração de estudantes. As escolas públicas precisam se adaptar ao mundo contemporâneo o mais rápido possível ou será criado um abismo entre a educação pública e a educação privada.
Os dados abaixo retratam a predominância da internet à mudança de comportamento da população brasileira. Os números demonstram que o acesso à rede mundial de computadores tem sido cada vez maior, independentemente do sexo ou da faixa etária do usuário. Além disso, o telefone móvel celular é a principal ferramenta utilizada para a navegação.
Figura 1: Uso da internet pelos brasileiros
Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101794_informativo.pdf.
O aplicativo para smartphones
Em plena pandemia de covid-19, que impossibilitou aulas presenciais, a Escola Municipal Paulo Renato Souza desenvolveu, a partir do site www.fabricadeaplicativos.com.br, um aplicativo para smartphone, cujo objetivo era aumentar a interação entre os responsáveis dos alunos e a escola. Trata-se de um site gratuito destinado à criação de aplicativos para as mais diversas finalidades. A gestão escolar preocupou-se em desenvolver um recurso tecnológico que fosse de fácil manuseio e não ocupasse espaço na memória dos celulares, armazenando dados pessoais dos usuários.
Valente (1999, p. 4) explica que: "mídias digitais são canais de auxílio no modo estrutural do conhecimento e que a implantação da informática como auxiliar do processo de construção do conhecimento implica mudanças na escola que vão além da formação do professor.
Em uma pesquisa, os educadores Moran, Masetto e Behrens (2013, p. 36) comentam que vários recursos digitais podem ser utilizados pelos docentes como ferramentas de apoio. Além disso, podem ser utilizados pelos docentes para auxiliarem no preparo de tarefas, na construção de atividades pedagógicas com os alunos, como instrumentos de comunicação entre os estudantes, para aproximarem grupos de alunos dentro e fora da turma, para a publicação de notícias ou de materiais educativos na web e em blogs e mesmopara a interação nas redes sociais. Analisando a proposta dos autores supracitados, compreende-se que os recursos digitais também podem ser utilizados para a comunicação com os pais e os familiares dos estudantes nos ambientes escolares, conforme o objetivo deste artigo.
Todos os atores sociais das escolas (alunos, professores, funcionários e responsáveis) precisam estar preparados para as mudanças educacionais necessárias. A partir do descrito, “a informática é um dos elementos que deverá fazer parte da mudança do paradigma e inovar todo o processo de ensino-aprendizagem” (Valente, 1999, p. 4).
Nesse contexto, logo após o desenvolvimento do aplicativo, a direção da escola o divulgou a toda comunidade escolar através da página do Facebook. Não houve grandes dificuldades para que os pais e os alunos o manuseassem, visto que o acesso é feito através de um link, bastando um simples clique.
Ao abrir o aplicativo, é possível criar um ícone de atalho para a tela do smartphone, permitindo um acesso rápido, prático e seguro. O aplicativo foi desenvolvido em 12 abas: "A escola", "Equipe Diretiva", "Corpo Docente e Administrativo", "Instalações da Escola", "Horário", "Calendário Escolar", "Calendário de Provas", "Fale com a Secretaria", "Fale com a Coordenação", "Reclamações", "Sugestões e Elogios" e "Fale Conosco". Cada aba relaciona-se a uma informação ou a uma interação com a escola. É como se a escola estivesse dentro do aparelho celular. Além de permitir interação, é possível, através da aba "Fale com a Secretaria", atualizar as informações cadastrais (endereço e telefone) e solicitar documentos, como declarações e o histórico escolar, o que impede a burocracia, otimizando o tempo dos pais e dos funcionários administrativos da escola.
Figura 2: Leiaute do aplicativo da escola
A metodologia
Segundo Gil (2002), as pesquisas podem ser classificadas em função dos objetivos, da natureza da pesquisa, da forma de abordagem do problema e dos procedimentos técnicos utilizados. Pautado em um estudo de caso, a pesquisa levou em consideração três formas de metodologia: 1) a pesquisa exploratória, caracterizada por uma pesquisa sobre um dado fenômeno ou problema, com a finalidade de traçar soluções ou hipóteses mais precisas; 2) a pesquisa explicativa, uma vez que foram verificadas hipóteses causais que levam ao distanciamento entre as famílias e a escola pesquisada; 3) a pesquisa qualitativa, pois a finalidade foi propor, por meio de mídias digitais, uma maior aproximação entre as famílias e a Escola Municipal Paulo Renato Souza.
Foram elaboradas dezesseis perguntas seguindo o modelo da escala Likert. Neste modelo, o participante da pesquisa assinala o grau de concordância ou discordância sobre uma determinada questão a ser respondida. No caso desta pesquisa foi apresentada uma escala com cinco possibilidades de resposta: concordo totalmente; concordo parcialmente; não concordo, nem discordo; discordo parcialmente e discordo totalmente.
Durante toda a coleta de dados, também foram observados os princípios éticos descritos na Resolução nº 466/12 – Item III - III.1, do Conselho Nacional de Saúde (CNS):
a) respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida;
b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;
c) garantia de que danos previsíveis serão evitados;
d) relevância social da pesquisa o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio humanitária.
Importante destacar que a pesquisa teve parecer favorável emitido pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 2021.
O olhar das famílias sobre as mídias digitais
Por meio de um questionário elaborado pelo Google Forms, 100 familiares dos alunos matriculados na Escola Municipal Paulo Renato Souza foram consultados a respeito do uso das mídias digitais ofertadas pela instituição. Este número representa, aproximadamente, 1/5 do total de responsáveis cadastrados no sistema interno da escola. Nesse tipo de pesquisa, Gil (2010, p. 35) aponta:
não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes selecionamos, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir dessa amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos.
Figura 3: 85% dos participantes concordaram totalmente que o Facebookpermite maior aproximação entre as famílias e a escola
Figura 4: 56% dos participantes concordaram totalmente que o aplicativo para smartphones criado pela escola permite uma maior aproximação entre as famílias e a escola
Pode-se notar que, de acordo com os resultados apresentados nas Figuras 3 e 4, os familiares concordam que as mídias digitais permitem uma aproximação entre os responsáveis dos alunos e a escola. O Facebook, por ser a mídia mais utilizada no mundo, teve aceitação maior do que o aplicativo desenvolvido. Mesmo assim, os números da pesquisa demonstram que o aplicativo possui um enorme potencial de alcance de usuários e aproximação das famílias com a escola.
Setton (2002) aponta que a tríade “família-escola-mídia” se comporta “como redes de interdependência estruturadas por relações sociais específicas” (p. 114), ou seja, os agentes sociais e a práxis são um resultado das relações entre elas. Essas mídias digitais utilizadas na escola, cenário da presente pesquisa, com certeza têm ampla possibilidade de colaboração na interação entre família e escola, contribuindo na produção cultural e nas trocas de informações entre eles, exercício tão importantes para a formação dos alunos como sujeitos atuantes na solução de problemas cotidianos da sociedade em que vivem.
Figura 5: 63% dos entrevistados concordaram totalmente que o Facebook pode contribuir com o processo de ensino-aprendizagem
Figura 6: 47% dos entrevistados concordaram totalmente que o aplicativo pode contribuir com o processo de ensino-aprendizagem
Ao serem questionados se concordavam sobre as mídias digitais contribuírem com o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, as famílias responderam, em sua ampla maioria, que sim (Figuras 5 e 6). Este, talvez, tenha sido o ponto mais importante da pesquisa realizada com as famílias. As mídias digitais passam a ter um enfoque bem mais amplo e, além de contribuírem com a aproximação entre as famílias e a escola, passam a ter um destaque por contribuírem com o processo educacional.
Nota-se que, mais uma vez, essa mídia teve uma aceitação maior do que o aplicativo desenvolvido pelas escolas, mas, como dito anteriormente, o fato justifica-se pela maior difusão e maior uso do Facebook em todo o planeta.
Por fim, as duas últimas questões da pesquisa solicitaram do entrevistado a atribuição de uma nota de 0 a 5 tanto para a página da escola no Facebook quanto para o aplicativo de smartphones desenvolvido pela gestão da escola (Figuras 7 e 8).
Figura 7: 80% dos entrevistados atribuíram nota 5 para a mídia digital Facebook
Figura 8: 52% dos entrevistados atribuíram nota 5 para o aplicativo de smartphones
Considerações finais
Este artigo teve como objetivo analisar a interação por meio de mídias digitais entre as famílias e uma escola pública municipal da cidade do Rio de Janeiro, sendo que uma delas fora criada pela própria escola, tratando-se de um aplicativo para uso em smartphones e a outra, o Facebook, reconhecido mundialmente.
Diante de um mundo cada vez mais globalizado, onde pais e responsáveis possuem tarefas que impedem um acompanhamento frequente à rotina escolar de seus filhos, foi realizada uma pesquisa com cem famílias que afirmaram que o uso das mídias digitais favorece, em muito, a sua aproximação com a escola,
As respostas ao questionário aplicado demonstraram que o uso das mídias digitais dentro de uma escola vai além do propósito de aproximação e diálogo entre as partes, pois essas ferramentas tecnológicas podem também contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
Diante de todas as análises realizadas, é fato que as mídias digitais possuem um amplo impacto sobre a sociedade moderna, especialmente sobre os membros da comunidade escolar da escola pesquisada.
A covid-19 trouxe uma completa mudança de paradigmas, assim como muitas mudanças na rotina das escolas de todo o mundo. A comunicação virtual tornou-se a principal ferramenta pedagógica dos profissionais de Educação. A sociedade, que já passava por constantes transformações em virtude da modernização dos meios técnico-científicos-informacionais, precisou adequar-se às novas limitações impostas pela pandemia.
Nas escolas, as transformações também foram impactantes. A participação das famílias tornou-se crucial para a superação das dificuldades e para o enfrentamento dos novos desafios causadas pelo vírus. As mídias digitais têm sido fundamentais para a condução de um processo educacional efetivo e em constante diálogo.
Referências
BARATA, A. C. Comunicação e gestão da informação em contexto escolar: o uso da plataforma Moodle e da página web num agrupamento de escolas do Conselho de Castelo Branco, 2010. Dissertação (Mestrado em Administração e Gestão Educacional), Universidade Aberta de Lisboa, 2010.
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DURKHEIM, Émile. A educação – sua natureza e função. In: ______. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
GADOTTI, Moacir et al. Paulo Freire: uma bibliografia. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire; Brasília, Unesco, 1996.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. v. 4. São Paulo: Atlas, 2002.
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MOREIRA, M. S. C.; SILVA, M. G. Relação família-escola: peculiaridades, divergências e concordâncias no processo ensino-aprendizagem. Revista Educação Pública, v. 15, nº 24, 2015.
OLIVEIRA, C. M.; MARCZAL, D; MASHIO, E. Pensamento computacional nas escolas: limitado pela tecnologia, infraestrutura ou prática docente. In: VI CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 2017.
PAROLIN, I. As dificuldades de aprendizagem e as relações familiares. Fortaleza: Educar Soluções, 2003 (4 DVD).
SETTON, M. G. J. Família, escola e mídia: um campo com novas configurações. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, nº 1, p. 107-116, jan./jun. 2002.
TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo: educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2002.
VALENTE, J. A. Informática na educação no Brasil: análise e contextualização histórica. In: ______ (Org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: Unicamp/Nied, 1999.
Publicado em 03 de maio de 2022
Como citar este artigo (ABNT)
GOUVEIA, Igaro Guimaarães; SIQUEIRA, Ana Paula Legey de; MÓL, Antônio Carlos de Abreu. A interação entre famílias e escola por meio de mídias digitais: o caso de uma escola pública do município do Rio de Janeiro. Revista Educação Pública, v. 22, nº 16, 3 de maio de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/16/a-interacao-entre-familias-e-escola-por-meio-de-midias-digitais-o-caso-de-uma-escola-publica-do-municipio-do-rio-de-janeiro
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