Projeto Práticas de Leitura e Escrita

Susanita de Souza Rodrigues

Graduada em Pedagogia (Ulbra), especialista em Educação Infantil com Inclusão (Faculdade Afirmativo) e em Formação de Docentes para Educação Infantil, Alfabetização e Educação Especial (Faveni), professora dos anos iniciais em Cáceres/MT

O projeto Práticas de Leitura e Escrita tem o propósito de motivar os alunos nesse processo, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e participativos, que adquiram competência para opinar e expressar suas ideias, obtendo melhor interação na sociedade. O ato de ler tem grande importância e deve ser apresentado desde a infância; a leitura contribui na formação, no desenvolvimento de comportamentos e capacidades de perceber e assimilar o universo da escrita, melhorando seu conhecimento e superando as dificuldades na própria vida.

A escola preocupa-se em desenvolver um ensino de qualidade. A realização desse projeto propõe estratégias que possam melhorar o desempenho dos alunos em áreas do conhecimento interdisciplinares.

Solé (1998) afirma que as crianças constroem conhecimentos relevantes a respeito da leitura e da escrita e, se tiverem oportunidade, se alguém for capaz de se situar no nível desses conhecimentos para apresentar-lhes desafios ajustados, poderão ir construindo outros novos.

Objetivos

Este projeto tem os seguintes focos: despertar o prazer da leitura e estimular o conhecimento cognitivo e criativo do aluno; possibilitar a leitura e compreensão dos diversos gêneros de textos; promover estratégias para o desenvolvimento do vocabulário da língua escrita, favorecendo as formas ortográficas; possibilitar o acesso aos mais diversos tipos de leitura na escola, tornando prático o exercício de alfabetização e o letramento; mobilizar a inteligência e imaginação dos alunos através de processos lúdicos; estimular o desejo de novas leituras e produções orais e escritas; desenvolver o hábito e a apreciação pela leitura; proporcionar aos alunos, através da leitura, a oportunidade de ampliar seus conhecimentos em relação a si próprios e sua vivência na sociedade, promovendo pensamentos críticos pessoais e culturais.

Conteúdos

  • Leitura silenciosa;
  • Leitura oral com ritmo e entonação;
  • Leitura de trava-línguas e parlendas;
  • Socialização dos textos lidos;
  • Identificação do uso dos sinais de pontuação na produção de sentidos;
  • Produção de textos escritos expressando opiniões, sentimentos e experiências;
  • Identificação dos temas dos textos;
  • Narrativa de histórias;
  • Exibição de vídeos educativos sobre o tema;
  • Rodas de conversa;
  • Produção de relato com ilustrações e exposição aos colegas.

Fundamentação teórica

A escola necessita envolver os alunos cada vez mais no universo da leitura e da escrita, de forma diferenciada, despertando o interesse deles para participar das atividades desenvolvidas. Isso requer muito empreendimento e compromisso daqueles que desejam construir uma sociedade mais justa e humana. Despertar alguém para ler e escrever exige esforço, sendo necessário que haja parcerias e compromisso sério por parte de todos os envolvidos nos métodos educacionais. Nesse sentido, o projeto determina o compromisso de professores, alunos e pais, com o objetivo de formar alunos na condição de cidadãos conscientes, leitores, críticos e participativos.

A criança, em um caso e no outro, formula hipóteses e predições sobre a natureza da leitura ou sobre a natureza da escrita, que constituem o mecanismo fundamental da sua compreensão dos processos e relações em jogos no sistema de representação que está adquirindo.

A leitura e a escrita são ferramentas mentais que possibilitam o desenvolvimento da criança em todas as outras áreas do conhecimento.

Freire (2006) define leitura como o ato de perceber e atribuir significados por meio de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade (Freire, 2006, p. 22).

Podemos afirmar que a leitura, na perspectiva de Freire, ultrapassa os códigos linguísticos; é necessário compreendê-los em seu real significado. O ato de ler é entender, interpretar e comparar o que o escritor apresenta pela escrita. A prática cotidiana da leitura em sala de aula de textos diversos, envolvendo atividades lúdicas, estimula o hábito e o prazer da leitura e é de fundamental importância para a formação do aluno leitor, bem como para o desenvolvimento de outras competências fundamentais.

Conforme os PCN (1997), “ao longo dos oito anos do Ensino Fundamental, espera-se que os alunos adquiram progressivamente uma competência em relação à linguagem que lhes possibilite resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena no mundo letrado” (Brasil, 1997, p. 41).

Metodologia

As atividades do projeto foram desenvolvidas semanalmente em dias específicos na aula de linguagem, nas turmas do 2º e do 3º anos, utilizando alguns gêneros: fábulas, contos, crônicas, poemas etc.

As atividades tinham a seguinte sequência:

  • Apresentação do projeto aos alunos na sala de aula;
  • Assistência a vídeos sobre o tema;
  • Seleção de livros de literatura infantil e textos;
  • Realização de rodas de conversa e leitura com os alunos;
  • Discussão sobre o conteúdo dos textos lido;
  • Momento cívico, com a leitura de palavras, fabulas, poemas, contos, crônicas, etc. tendo a participação dos próprios alunos com domínio da leitura, professores, funcionários e convidados da comunidade externa;
  • Leitura e releitura das diversas expressões artísticas;
  • Rotina de rodízio na sala de leitura;
  • Produção individual e coletiva de textos orais e escritos;
  • Pesquisa no dicionário;
  • Revisão dos textos escritos;
  • Ilustrações de textos;
  • Exposição e apresentação dos trabalhos em sala de aula;
  • Escolha das apresentações para expor aos demais alunos e professores da escola;
  • Socialização dos trabalhos selecionados em cada turma com a participação de todos os membros da escola.

Avaliação

A avaliação será realizada no decorrer do desenvolvimento da aprendizagem, levando em consideração a participação e o interesse dos alunos nas atividades propostas tanto individuais quanto coletivas.

Considerações finais

As crianças que tinham dificuldades em aprender ficaram ainda mais prejudicadas com a pandemia. Com o retorno das aulas híbridas, a escola deverá ter variados incentivos e é necessário que o lúdico esteja presente.

Por fim, acredita-se que o projeto promoverá uma contribuição significativa para a superação das dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos que não conseguem dominar as habilidades necessárias para o domínio da leitura, escrita.

Referências

BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. v. 2. Brasília, MEC, 1997.

FERREIRO, E; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Trad. Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco e Márcio Corso. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 46ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.

SOLÉ, Isabel.Estratégias de leitura. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Publicado em 10 de maio de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

RODRIGUES, Susanita de Souza. Projeto Práticas de Leitura e Escrita. Revista Educação Pública, v. 22, nº 17, 10 de maio de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/17/projeto-praticas-de-leitura-e-escrita

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