A Matemática no mundo da Memelândia

Cláudia Fernanda de Carvalho Batista

Professora de Matemática (Seeduc/RJ), especialista em Mídias na Educação (UFRJ), em Tradução Espanhol-português (UGF), em Design Didático para cursos on-line e Moodle na prática (UFRJ), tutoria em EAD (UFF), Produção de Material Didático (UFF), aluna do programa de Formação Continuada de Professores (Fundação Cecierj)

Por muito tempo discutiu-se a aplicabilidade das tecnologias em sala de aula, especialmente na utilização de celulares pelos alunos; entretanto, com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as escolas têm como desafio principal trabalhar a implantação das metodologias ativas na utilização das ferramentas tecnológicas.

A utilização de linguagens como contexto interativo e semiótico, recursos tecnológicos digitais e as mídias sociais como instrumento,as potencialidades e possibilidades criativas quando os alunos elaboram seus próprios memes relacionados à Matemática demonstram um excelente recurso pedagógico para as aulas da disciplina.

A pandemia da covid-19 surpreendeu o mundo inteiro, e gerou-se a mais severa crise sanitária desde a gripe espanhola; com isso houve a imperiosa necessidade de distanciamento social; por esse motivo, o Ministério da Educação (MEC) aprovou um novo modelo de ensino para a Educação Básica e Superior em substituição às aulas presenciais.

Com as salas de aula fechadas para evitar novas contaminações, fez-se necessário o emprego de um modelo pedagógico voltado ao ensino remoto, e o que deveria durar alguns meses prolongou-se por quase dois anos letivos.

As novas tecnologias entraram na vida dos alunos e dos docentes trazendo incalculáveis desafios para a Educação; por esse motivo, implementar, oportunizar e ofertar essa nova forma de aprendizado fez com que as redes de ensino, educadores, famílias e estudantes estabelecessem, em curtíssimo espaço de tempo e sem os requisitos necessários, modos diversos para obtenção, de forma remota, dos conteúdos didáticos para garantir e atender às diversas dimensões que constituem o processo educacional.

Além da falta de estrutura da maioria das escolas, muitos professores relataram não ter formação adequada para a utilização de ferramentas tecnológicas necessárias para aulas remotas.

Para a grande maioria dos professores, os impactos da pandemia trouxeram novas e desafiadoras experiências, já que foi necessária a adequação das rotineiras aulas presenciais para aulas virtuais; nada disso foi fácil, principalmente sem treinamento tecnológico preexistente; nesse contexto, viveu-se uma conjuntura singular, em que o uso do celular (antes banido das salas de aula) computador e internet se tornaram elementos essenciais para o cotidiano escolar.

As salas virtuais substituíram as salas de aula, a presença física ficou restrita à tela das plataformas de ensino, o contato humano foi substituído por encontros virtuais, fazendo uso de ferramentas de webconferência (Zoom, Google Meet, Microsoft Teams) para a realização de aulas expositivas.

Se o excesso de trabalho nas plataformas de ensino trouxe sobrecarga para professores, para muitos alunos também houve grande dificuldade, pois muitos não possuíam maturidade para entender todo o contexto; ademais, alguns passaram a conviver em casas conflituosas, muitas vezes tendo em seu cotidiano o desemprego de seus pais, o isolamento social e a eventual presença de um membro da família que adoeceu com a covid-19, num cenário cheio de incertezas.

Muitos alunos, por estarem distantes de suas escolas, se sentiram desmotivados a realizar suas tarefas; para reverter essa situação, professores criaram soluções criativas, como projetos que envolvessem a interatividade entre eles, e com isso desenvolver algumas habilidades e competências para continuarem lecionando os conteúdos de forma remota.

Letramento digital e uso de memes nas salas de aula

Um dos principais conceitos da cibercultura é o letramento digital, determinado pelas relações humanas permeadas por uma comunicação tecnológica, tendo como abrangência a compreensão das informações obtidas mediante textos narrativos, análise e interpretação das informações recebidas e conhecimento das mídias envolvidas.

Saber dominar as múltiplas habilidades é uma das principais vantagens do letramento digital, visto que ele incentiva a interdisciplinaridade e a contribuição entre as diferentes áreas de conhecimento. 

Esse letramento, como parte integrante do currículo escolar, está diretamente alinhado com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular e abarca o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais, tanto de modo orientado – que tem como finalidade desenvolver as competências que estão relacionadas propriamente com a utilização das tecnologias, habilidades e linguagens digitais – quanto de forma multidisciplinar – presente em diversas áreas do conhecimento e relevante em diversas competências e habilidades, com escopos de aprendizagem múltiplas, ou seja, uso de tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) tendo como destaque a competência 5, que trabalha seu desenvolvimento em diversas práticas sociais.

Santiago (INEP, 1999, p. 7 apud Silva, Malusá e Santos, 2017) aduz que:

competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do “saber fazer”. Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências (Silva; Malusá; Santos, 2017, p. 77).

As TDIC agem como importantes alicerces e cumprem, atualmente, muitas funções na área da Educação. Jovens de todas as idades fazem uso do computador e da internet para buscar informações, conversar, debater temas específicos etc. Entretanto, essas situações de diversão, comunicação e autoconhecimento, baseadas em interesses pessoais, dificilmente são direcionadas ou empregadas nas atividades educacionais.

Assim sendo, o uso das tecnologias educacionais favorece a existência de conectores comunicacionais que estão interligados e aliados à mudança do modelo de ensino tradicional; portanto, devem ser integrados às práticas pedagógicas atuais – não somente às tecnologias disponíveis, como a todos os tipos de expressões culturais – e têm como finalidade auxiliar e incrementar o processo de ensino-aprendizagem, aliando-se à construção do conhecimento e à exploração de novos caminhos para a educação, buscando o desenvolvimento e o progresso das práticas de ensino, propiciando a interatividade e facilitando, assim, a participação e a integração dos alunos nas atividades propostas.

Além disso, as ferramentas tecnológicas são extremamente eficazes na manutenção da atenção do aluno, visto que estudantes mais comprometidos com o ambiente escolar aprendem de forma natural e encaram o ensino como algo prazeroso e não como um fardo; por essa razão, se torna inevitável o diálogo entre os processos de ensino-aprendizagem e as TDIC buscando, cada vez mais, espaços educacionais de propagação de conhecimento por parte de docentes e discentes, tendo como resultado práticas pedagógicas mais efetivas.

O uso de memes na educação

O termo meme vem do grego mimesis, que significa repetição. De acordo com Martino (2014), a expressão meme foi utilizada pela primeira vez, na acepção atual, pelo renomado britânico etólogo, biólogo evolutivo Richard Dawkins em seu livro O gene egoísta, de 1976.

O conceito procurava explicar a propagação e transformação de ideias entre seres humanos. Assim como os genes, nas células, carregam consigo as informações responsáveis por definir o que é um ser humano, os memes são entendidos como essas unidades de informação na área cultural – para jogar com as palavras, o meme seria parte do DNA da cultura (Martino, 2014, p. 191).

Segundo Richard Dawkins, os memes evoluíram culturalmente, da mesma forma que os genes evoluíram geneticamente; isso se justifica em parte pela escolha do termo meme, por sua semelhança com o termo gene:

Precisamos de um nome para o novo replicador, um nome que transmita a ideia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação. "mimeme" provém de uma raiz grega adequada, mas eu procuro uma palavra mais curta que soe mais ou menos como "gene". Espero que meus amigos classicistas me perdoem se abreviar mimeme para meme. Se isso servir de consolo, podemos pensar alternativamente, que a palavra “meme” guarda relação com "memória" ou com a palavra francesa même (Dawkins, 2017, p. 231).

Os memes são divertidos por diferentes razões, e desvendar que razões são essas pode ser uma interessante maneira de aprender variados conceitos. A comicidade do meme tem como características principais a ironia, a ambiguidade e o sarcasmo, que são estruturas para a construção de um meme.

Dawkins (2017) argumenta, em seu livro O gene egoísta, que os genes se propagam no pool gênico pulando de um corpo para outro através dos espermatozoides ou dos óvulos. Os memes também se propagam no pool de memes pulando de cérebro para cérebro em um processo que, num vasto sentido, pode ser chamado de imitação.

Chagas (2020) sugere que memes são uma nova prática de letramento:

Enquanto os memes, como fenômeno, são tão antigos quanto as culturas humanas, eles apenas recentemente foram nomeados e teorizados. Como pesquisadores de experiências de letramento e autores trabalhando a partir de uma perspectiva sociocultural, nós estamos interessados em explorar memes on-line/de internet de modo a compreendê-los como um fenômeno cultural e uma nova prática de letramento, e a considerar mais cuidadosamente o que eles podem “significar” para atividades educativas de letramento (Chagas, 2020, p. 114).

Na internet, os memes são criados e depois replicados em velocidade incomensurável, tomando dimensões que, inclusive, ultrapassam o espaço virtual. O potencial comunicativo do meme é outro importante elemento que tem capacidade de provocar inúmeras pessoas no compartilhamento das informações nas redes sociais da internet e, devido à velocidade e à abrangência de sua propagação, se torna uma manifestação cultural e social que extrapola a ligação entre as pessoas.

Na internet, os memes tornam-se importante instrumento carregado de ideologias diversas e com caráter analítico e reflexivo, que tem como principal função satirizar conteúdos que se converteram em notícias na mídia e, quando colocados em um contexto educacional e cultural, requerem permanente visão crítica, detalhada e participativa, acompanhando o que será discutido e compartilhado pelos alunos, além da significação de cada meme.

De acordo com Kenski (2003), as inovações tecnológicas podem colaborar de modo determinante para a transformação da escola em um local de aproveitamento cultural, de execução de projetos e debates. Assim, os memes encontraram na cultura digital um espaço adequado para seu desenvolvimento e, quando se tornam objetos de aprendizagem, simbolizam loquacidade, ideologia e semântica complexas. De fato, lidam com perspectivas linguísticas, tecnológicas, sociais e culturais na efetivação e consolidação de aprendizagens por novas linguagens e novos gêneros, na promoção e consolidação de aprendizagens não textuais e informais.

Com mensagens imediatas e um toque de humor crítico, os memes se deslocaram das redes sociais e ganharam as salas de aula, tornando-se um aliado importante para chamar a atenção dos alunos e com isso trabalhar distintos conceitos em diferentes disciplinas, por representarem um modismo, principalmente entre os jovens, visto que é uma forma que encontram para expressar por meio do acento humorístico, inserir o gênero meme na educação torna-se um excelente atrativo para os estudantes.

Uma simples frase da noite para o dia se converte em um meme; por isso cabe ao professor utilizar essa ferramenta para conseguir a atenção de seu aluno e com isso introduzir o conteúdo desejado. Assim sendo, o meme desponta no mundo da educação como um gênero que pode prender a atenção do aluno, posto que a temática dos memes é de suma importância e traz habilidades linguísticas capazes de atrair a atenção do discente.

 O meme tem por essência a intertextualidade, ou seja, quando um aluno cria um meme ele trabalha com elementos semânticos por meio da relação entre diferentes textos, permitindo a ampliação do sentido, na medida em que cria novas possibilidades por meio da elaboração de um texto a partir de outro já existente, permitindo, com isso, produção textual e discursiva.

Uma das principais vantagens de trabalhar meme em sala de aula é a facilidade em criá-lo, já que basta escolher um aplicativo gratuito na App Store, unir uma frase a uma imagem, forjando, então, suas próprias figurinhas personalizadas; quando o professor estimula o aluno a criar seus próprios memes, ele também incentiva o processo criativo do seu aluno.

Martino (2014) argumenta que qualquer pessoa com conhecimentos primários de edição de imagens potencialmente tem a capacidade de se apropriar de uma ideia, modificá-la e depois compartilhá-la. Trabalhar com memes em sala de aula, portanto, pode tornar-se um significativo componente em uma perspectiva de letramento crítico que se compromete a entender o poder e a influência social.

Costa (2021) afirma que

A aprendizagem por projetos tem caráter inclusivo e dinâmico. Inclusivo porque convida o aprendiz a colaborar para o desenvolvimento e os ajustes no projeto, e dinâmico porque prevê correções de rota durante a aplicação dos planos, que permitirão uma maior adequação do trabalho às expectativas e objetivos de ambas as partes envolvidas: o mentor e o aprendiz (Costa, 2012, p. 62-63).

Para Moran (2014), se os alunos conseguissem fazer conexões entre o que aprendem e as situações reais, experimentais, ligadas aos seus estudos, a aprendizagem seria mais significativa, viva e enriquecedora.

Lidar com alunos na era digital pressupõe pensar em meios de agregar às práticas dos professores as novas condições em que o aluno dessa era está inserido, levando em conta as novas ferramentas e linguagens proliferadas no mundo cibernético, ressignificando o que se entende como o ato de ensinar e aprender.

Material e métodos

O público-alvo do projeto está em alunos das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. Reconhecendo as potencialidades dos memes, foi desenvolvida uma experiência em sala de aula, que é descrita neste trabalho, como uma sequência de ensino aplicada em três momentos distintos, sendo desenvolvido por esta autora e alunos de duas turmas do 3º ano e uma turma do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Hispano-Brasileiro João Cabral de Melo Neto.

A atividade proposta foi dividida em três momentos: no primeiro, as turmas foram divididas em grupos; no segundo, cada grupo de alunos criou três memes com a matemática como tema utilizando aplicativos da App Store. Em um terceiro momento, os memes criados foram dispostos na plataforma de design gráfico Canva,para que os alunos pudessem explorar todas as possiblidades de criação e edição dessa ferramenta; em seguida, foi criado um tópico no Google Sala de Aula para que cada turma expusesse seus trabalhos.

A seguir é apresentada a exposição virtual “A Matemática no Mundo da Memelândia”, realizada pela autora com as turmas.

Figura 1: Convite para a exposição virtual A Matemática no mundo da Memelândia, das Turmas 2003, 3001 e 3002

Estão disponíveis para visitação as exposições, por turma:

Exposição virtual: A Matemática no mundo da Memelândia - Turma 2003

Exposição virtual: A Matemática no mundo da Memelândia - Turma 3001

Exposição virtual: A Matemática no mundo da Memelândia - Turma 3002

Considerações finais

À guisa de conclusão, depreende-se que aquilo que seria apenas o conceito viralizado de uma informação no sentido jocoso trazendo humor sem maiores consequências tornou-se uma importante ferramenta de aprendizagem e de retenção desse aprendizado, uma vez que a atenção se volta para o que está sendo viralizado, e o cérebro retém com detalhes tudo aquilo que lhe dá prazer.

Com a implementação do ensino remoto, as rotinas dos alunos e principalmente dos professores foram alteradas drasticamente, e a sala de aula, antes representada por um espaço físico, converteu-se em uma tela de celular, tablet ou de computador, com professores se deparando e incorporando, em sua prática e seu cotidiano docente, uma gama de recursos e ferramentas tecnológicas.

Enquanto isso, os alunos, acostumados a dirimir suas dúvidas diretamente com seus professores, foram instados a aprender adequando sua rotina a uma nova forma de estudar.

Ao contrário de seus professores, que não dominavam as tecnologias, os discentes tinham como maior obstáculo estudar nesse novo cenário, uma vez que, quanto mais jovem é o estudante, menos autonomia ele possui.

A atividade também contemplou o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais elencadas na Base Nacional Comum Curricular. Sendo assim, para evitar o abandono do ensino remoto pelo aluno, seja pela dificuldade de entender ou pela falta de conexão com o professor, muitos professores buscaram estratégias pedagógicas para engajar os alunos, tornando, com isso, seu trabalho interessante, interativo e intuitivo.

Nesse contexto houve necessidade da criação de várias estratégias para aproximar os discentes, minorando a distância entre aquele que ensina e os que aprendem, motivando a autora do presente trabalho a elaborar, a cada bimestre, um projeto relacionado com a Matemática. O projeto da exposição virtual obteve ampla participação de todos os alunos e bastante apreciação dos corpos docente, discente e diretivo. Esperamos ter contribuído de alguma forma com algo a incentivar tanto o ensinante como o aprendente na árdua tarefa de dirimir as dificuldades apresentadas pelo cotidiano da pandemia do coronavírus.

Referências

BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

CHAGAS, Viktor. A cultura dos memes. Aspectos sociológicos e dimensões políticas de um fenômeno do mundo digital [online]. Salvador: Edufba, 2020.

COSTA, Kyara Tatianny Santos da; COSTA, Nayara Tatianna Santos da. Caminhos para o ensino remoto: estratégias e interfaces educativas. eBook Kindle, 2021.

DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. São Paulo: Papirus, 2003.

MARTINO, Luís Mauro Sá. Teoria das mídias digitais. Petrópolis: Vozes, 2014.

MORAN, Manoel José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. São Paulo: Papirus, 2014.

SILVA, Sttéfane Adriene; MALUSÁ, Silvana; SANTOS, Adriana Omena. Teorias de Aprendizagem na EaD: abrindo a caixa de Pandora. eBook Kindle, 2017.

Publicado em 31 de maio de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

BATISTA, Cláudia Fernanda de Carvalho. A Matemática no mundo da Memelândia. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 20, 31 de maio de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/20/a-matematica-no-mundo-da-memelandia

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