Estratégias e práticas pedagógicas para o ensino de Fisiologia Sensorial no Ensino Médio
Adriana Aparecida Souza Rosa Melo
Professora da rede pública de ensino do Estado de Minas Gerais, mestre em Biologia (ProfBio)
Roberto Queiroga Lautner
Professor adjunto de Fisiologia e Biofísica da UFJF – câmpus avançado de Governador Valadares/MG, mestre em Farmacologia (UFRJ), doutor em Fisiologia (UFMG)
Nos últimos anos, o Brasil avançou na universalização do acesso escolar (Gráfico 1), mas, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), esse acesso não foi acompanhado pelo aumento da qualidade do ensino. Quando se compara a performance educacional dos estudantes brasileiros, observa-se um aproveitamento significativamente inferior ao dos estudantes de outros países participantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), como é apresentado no Gráfico 2 (OCDE/PISA, 2019).
Gráfico 1: Evolução do acesso escolar no Brasil – de 2003 a 2018
Fonte: OCDE, disponível em http://gpseducation.oecd.org. Acesso em: 16 abr. 2020.
Gráfico 2: Comparativo de resultados PISA/2018
Fonte: OCDE, disponível em: http://gpseducation.oecd.org. Acesso em: 16 abr. 2020.
O resultado, além de constrangedor, sinaliza a necessidade de refletir a escola como espaço favorável ao desenvolvimento do conhecimento científico e o seu papel transformador (Silva; Moreira, 2010; Silva, 2012; Young, 2007), ressaltando que o acesso escolar deve ser acompanhado da qualidade do ensino.
O filósofo Young (2007), no seu artigo Para que servem as escolas?, revela que as escolas, como instituições historicamente emergentes em diferentes tempos e sociedades, são espaços favoráveis e, às vezes, a única oportunidade de crianças, jovens ou adultos menos favorecidos adquirirem conhecimento poderoso, que não é disponível em casa ou em sua comunidade. Além disso, a escola se configura como o espaço mais adequado para agregar novos conhecimentos e habilidades, um espaço de difusão e produção do conhecimento sistematizado (Silva; Moreira, 2010; Silva, 2012).
Ao analisar o que ocorre atualmente no cenário da sala de aula, com seus métodos tradicionais de ensino, percebe-se uma realidade contrária à pretensão epistemológica – um cenário oposto às relações dinâmicas próprias à construção do conhecimento científico (Becker, 1990). As escolas estão se distanciando das demandas atuais, estão envelhecidas nos seus métodos, procedimentos, currículos – “sobrevivem por serem espaços obrigatórios e legitimados pelo Estado” (Moran, 2007, p. 22).
Posições reducionistas contribuíram historicamente, levando à “fragmentação crescente da realidade e das disciplinas e para a redução do sentido da vida humana” (Sommerman, 2006, p. 9). A disciplinaridade do currículo escolar e consequentes conteúdos fragmentados prejudicam a formação integral e o conhecimento científico, dificultando o desenvolvimento do pensar. Uma das consequências é a dificuldade de compreensão das temáticas abordadas em sala de aula e o repúdio por esta ou aquela disciplina (Gerhard; Filho, 2012).
Reis (2019) retrata a metodologia tradicional de ensino como a que atua apenas para transmitir ao educando conhecimentos prontos em conteúdos fragmentados e com estruturas rigidamente verticais que não oferecem oportunidade ao estudante se expressar. É uma metodologia muitas vezes opressora, vedada ao diálogo, modulando os educandos em seres apáticos, dependentes e receptores passivos de informações repassadas por outros que se consideram detentores do conhecimento. Nesse modelo, o professor é o centro, o dono do saber, o autoritário, mas também submisso a uma autoridade maior, o Estado (Gadotti, 2003). “A característica dessa educação é a sonoridade da palavra que limita o potencial criativo do aluno e o estimula à memorização do conteúdo narrado sem de fato compreendê-lo” (Reis, 2019, p. 52, grifo da autora).
Modificar essa realidade e devolver à escola o seu papel fundamental na produção do conhecimento é o maior desafio docente nos dias atuais.
O desenvolvimento intelectual é imprescindível no processo educacional; caso contrário, a figura do professor será ilegítima. A urgência de uma construção identitária para uma escola para o século XXI passa ser um dos grandes desafios dos profissionais de educação no Brasil (Souza; Senna, 2017, p. 269).
Relacionar essa ideia de construção de conhecimento ao processo de ensino-aprendizagem implicará uma metodologia própria, que dependerá das estruturas cognitivas do educando e do modo pelo qual os conteúdos do conhecimento serão apresentados. Essa metodologia própria, de acordo com Werneck (2006, p. 189), deverá ser introduzida pelas instituições de ensino e vai “apropriar-se do conhecimento científico atualizado para disponibilizá-lo ao aluno”.
Entender como se constrói o conhecimento científico, suas primícias, é o primeiro passo para a sua promoção – não se constrói conhecimento de forma aleatória ou totalmente livre (Werneck, 2006). A construção exige a intencionalidade do sujeito e a mediação do professor formador, promovendo um ambiente que estimule a observação, o pensamento reflexivo, a assimilação de conceitos e o processamento das informações (Marsulo; Silva, 2005; Oliveira; Scherer, 2013; Silva, 2012; Werneck, 2006).
Nessa perspectiva de garantir a autonomia do sujeito, ressalta-se a importância da ressignificação da prática docente, em que dominar os conteúdos é fundamental, mas é apenas um dos aspectos necessários ao processo de ensino-aprendizagem. Cabe ao saber docente provocar, desafiar, promover, orientar e inspirar como curador e orientador (Moran, 2015).
Curador, que escolhe o que é relevante entre tanta informação disponível e ajuda que os alunos encontrem sentido no mosaico de materiais e atividades disponíveis. Curador, no sentido também de cuidador: ele cuida de cada um, dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta e inspira. Orienta a classe, os grupos e a cada aluno. Ele tem que ser competente intelectualmente, afetivamente e gerencialmente (gestor de aprendizagens múltiplas e complexas) (Moran, 2015, p. 24).
Assim, saber promover um ambiente favorável ao conhecimento científico para além do conteúdo é devolver à escola sua identidade de promotora da “formação cultural e científica através do desenvolvimento das capacidades intelectuais” (Souza; Senna, 2017, p. 278).
O presente estudo propõe uma nova abordagem pedagógica no ensino de Fisiologia Sensorial a partir de três ferramentas: metodologias ativas – favorecendo o protagonismo dos alunos na construção do conhecimento científico e tecnologias digitais – disponibilizando novas formas de interação, expandido os espaços e os tempos de aprendizagem e aulas dialogadas.
Com base na literatura científica e na reflexão da prática docente, o presente estudo elaborou uma proposta pedagógica mais adaptada à nova forma de aprender dos jovens atuais – além das aulas com o escopo tradicional, associação de práticas com formato investigativo e criação de um ambiente virtual para disponibilizar vídeos ilustrativos, videoaulas e questionários.
Metodologia
O levantamento bibliográfico que fundamentou o presente estudo selecionou trabalhos publicados em periódicos especializados seguindo os critérios de uma pesquisa bibliográfico-descritiva.
Foram utilizados artigos, dissertações, teses, livros e trabalhos publicados em anais de congressos com base em palavras-chave: teoria do conhecimento, geração Z, prática docente, novas metodologias de ensino, ensino híbrido, Fisiologia Sensorial e suas variações, nas bases de dados SciELO, Periódicos da Capes e Google Scholar. Além disso, foram selecionados apenas os trabalhos científicos em português, inglês e espanhol na área da Educação datados de 1990 a 2019, de Fisiologia Sensorial datados de 2007 a 2014 e artigos originais na área de Fisiologia Sensorial.
Os critérios de exclusão foram trabalhos que não apresentassem resumos na íntegra nas bases de dados e nas bibliotecas pesquisadas, que estavam confusos ou mal estruturados, publicações de anos anteriores a 1990 (excetuando os artigos originais de Fisiologia Sensorial) e com duplicidade.
Consultaram-se também os documentos oficiais que regulamentam o ensino no Brasil – Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN e PCN+) e Orientações Curriculares Nacionais (OCN).
Após levantamento bibliográfico, foi elaborada uma sequência didático-pedagógica com formato híbrido: aulas dialogadas; roteiro de aulas práticas que sensibilizam os alunos aos fenômenos biológicos e incentivam a problematização e criação de hipóteses sobre Fisiologia do Sistema Sensorial; criação de uma sala de aula virtual (plataforma digital Google Sala de Aula) com a inserção de textos, vídeos, videoaulas e atividades relacionadas ao conteúdo de Fisiologia Sensorial (sistema nervoso, neurônios, potencial de ação, receptores sensoriais e arco-reflexo).
Resultados e discussão
Foram selecionados 52 trabalhos científicos, sendo 46 artigos e seis dissertações (Quadro 1).
Quadro 1: Trabalhos científicos selecionados
Título | Autores | Ano de publicação | Revista publicada |
Somatic motor and sensory representations in the cerebral cortex of man as studied by electrical stimulation |
PENFIELD, W; BOLDREY E. |
1937 |
Brain |
Resting and action potentials in single nerve fibers |
HODGKIN, A. L.; HUXLEY, A. F. |
1945 |
J. Physiol. |
Currents carried by sodium and potassium ions through the membrane of the giant axon of loligo |
HODGKIN, A. L.; HUXLEY, A. F. |
1952 |
J. Physiol. |
A quantitative description of membrane current and its application to conduction and excitation in nerve |
HODGKIN, A. L.; HUXLEY, A. F. |
1952 |
J. Physiol. |
Pharmacological modifications of the sodium channels of frog nerve |
HILLE, B. |
1968 |
J Gen Physiol |
Interaction of tetraethylammonium ion derivatives with the potassium channels of giant axons |
ARMSTRONG, C. M. |
1971 |
J Gen Physiol |
Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública |
BECKER, F. |
1990 |
Rev. Psicologia – USP |
Os métodos científicos como possibilidade de construção de conhecimentos no ensino de ciências |
MARSULO, M. A. G.; SILVA, R. M. G. |
2005 |
Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias |
Sobre o processo de construção do conhecimento: o papel do ensino e da pesquisa |
WERNECK, V. R. |
2006 |
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação |
Mechanisms of sensory transduction in the skin |
LUMPKIN, E. A.; CATERINA, M. J. |
2007 |
Nature |
Para que servem as escolas? |
YOUNG, M. |
2007 |
Educação & Sociedade |
Efeitos da propriocepção no processo de reabilitação do quadril |
MARTIMBIANCO, A. L. C. et al. |
2008 |
Acta Ortop. Bras. |
Formação docente e Educação Inclusiva |
SENNA, L. A. G. |
2008 |
Cadernos de Pesquisa |
Os discursos da comunidade disciplinar de ensino de Biologia: circulação em múltiplos contextos |
BUSNARDO, F.; LOPES, A. C. |
2010 |
Ciência & Educação |
Juventud: ¿ser quien es? |
FERNANDEZ DEL CASTRO, J. I. |
2010 |
Ábaco: Revista de Cultura y Ciencias Sociales |
The biophysics of neuronal growth |
FRANZE, F.; GUCK, J. |
2010 |
Reports on Progress in Physics |
The cell biology of touch |
LUMPKIN E. A.; MARSHALL K. L.; NELSON A. M. |
2010 |
JCB |
Saber cotidiano e saber escolar: uma análise epistemológica e didática |
SILVA, J. I.; MOREIRA, E. M. S. |
2010 |
Revista de Educação Pública |
Potencial de ação: do estímulo à adaptação neural |
BECKER, E. K. et al. |
2011 |
Fisioter Mov. |
O ciclo da vesícula sináptica, espinhos dendríticos, e a transdução de sinais |
MERLO, S. et al. |
2011 |
Rev Medicina (Ribeirão Preto) |
Energy and information in Hodgkin-Huxley neurons |
MOUJAHID, A.; D’ANJOU A.; TORREALDEA, F. J. |
2011 |
Physical Review E |
The Hodgkin-Huxley heritage: from channels to circuits |
CATTERALL, W. A. et al. |
2012 |
The Journal of Neuroscience |
A fragmentação dos saberes na educação científica escolar na percepção de professores de uma escola de Ensino Médio |
GERHARD, A. C.; FILHO, J. B. R. |
2012 |
Revista Investigações em Ensino de Ciências (IENCI) |
Touch sense: functional organization and molecular determinants of mechanosensitive receptors |
ROUDAUT, Y. et al. |
2012 |
Landes Bioscience |
Os hábitos de consumo das gerações y e z: a dimensão ambiental nos contextos familiar e escolar |
SCHARF, E. R.; ROSA, C. P.; OLIVEIRA, D. |
2012 |
Contextus |
A escola no mundo hiperconectado: redes em vez de muros? |
SIBILIA, P. |
2012 |
Matrizes |
A escola enquanto espaço de construção do conhecimento |
SILVA, R. P. |
2012 |
Revista Espaço Acadêmico |
Educação e novas tecnologias: o papel do professor nesse cenário de inovações |
VIEIRA, M. M. |
2012 |
Revista Espaço Acadêmico |
A ferramenta Google Docs na promoção da autonomia do aprendente de PLE e a atualização do perfil do professor de PLE |
FLORIM, M. Q. |
2013 |
Repositório Aberto da Universidade do Porto |
Neurônio |
MOREIRA, C. |
2013 |
Revista Ciência Elementar |
O papel do professor formador em uma ação de formação: uma experiência na abordagem construtivista |
OLIVEIRA, A. D.; SCHERER, S. |
2013 |
Revista Eletrônica de Educação |
Tactile sensory system: encoding from the periphery to the cortex |
LYNETTE A. JONES, L. A.; SMITH, A. M. |
2014 |
Wiley Periodicals, Inc. |
A construção da autonomia no processo educativo: o que pensam os participantes de um curso de especialização em Coordenação Pedagógica |
MARTINS, J. L.; SILVA, B. |
2014 |
Revista e-Curriculum |
Estratégias inovadoras para métodos de ensino tradicional – aspectos gerais |
SOUZA, C. S.; IGLESIAS, A. G.; PAZIN-FILHO, A. |
2014 |
Rev. Medicina (Ribeirão Preto) |
Ferramentas cognitivas, ambientes modificadores, medição e construção do conhecimento: potencializando a cognição do sujeito social na perspectiva do aprender |
VARELA, A. V.; BARBOSA, M. L. A.; FARIAS M. G. G. |
2014 |
Ci. Inf. |
Mudando a educação com metodologias ativas |
MORAN, J. M. |
2015 |
Coleção Mídias Contemporâneas |
Vivência de docentes participantes do Projeto Qualifica - Univates de Lajeado/RS com metodologias ativas |
REMPEL; C. et al. |
2016 |
Revista Tempos e Espaços em Educação |
Reconstrução de sentidos sobre as tecnologias digitais na formação docente |
ROSA, S. G. A. |
2016 |
Repositório Institucional Centro Universitário La Salle |
Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica |
DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. |
2017 |
Revista Thema |
A geração Z e as plataformas tecnológicas |
REIS, E. V.; TOMAÉL, M. I. |
2017 |
Inf. Inf. |
Lugar de aluno é na escola que desenvolva conhecimentos |
SOUZA, J. M. P.; SENNA, L. A. G. |
2017 |
Revista Exitus |
Effectiveness of Google Classroom: Teachers perceptions |
AZHAR, K. A.; IQBAL, N. |
2018 |
Prizren Social Science Journal |
Propuesta de modelo tecnológico para flipped classroom (T-Flic) en educación superior |
BASSO-ARÁNGUIZ, M. et al. |
2018 |
Revista Electrónica Educare |
Tecnologias da informação e comunicação e as metodologias ativas: elementos para o trabalho docente no ensino superior |
COLETTO, P. M. C.; BATTINI, O.; MONTEIRO, E. |
2018 |
Revista Prática Docente |
Pesquisa e ensino: possibilidades interativas no processo escolar |
PEREIRA, W. M. O. et al. |
2018 |
Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista |
A observação de joaninhas [Harmonia axyridis (Pallas, 1773), Coleoptera, Coccinellidae] como ferramenta de alfabetização científica em uma escola de Educação Infantil |
LOPES, T. G. G. et al. |
2018 |
REnBio |
Modelo de ensino híbrido: a percepção dos alunos em relação à metodologia progressista x metodologia tradicional |
SILVA, J. B.; SILVA, D. O.; SALES, G. L. |
2018 |
Revista Conhecimento Online |
Ensino híbrido e a construção da aprendizagem dos estudantes do Ensino Médio |
CEMBRANEL, C. B.; SCOPEL, J. M. |
2019 |
Scientia cum Industria |
Plataforma digital “Trilha do conhecimento”: o uso de tecnologias de informação e comunicação para criação e aplicação de objetos educacionais no ensino de Biologia |
FREIRE, J. A. |
2019 |
Repositório Aberto da Universidade Federal de Minas Gerais |
O uso dos mapas conceituais como recurso didático no ensino de Biologia |
JUNIOR, C. E. L. M. |
2019 |
Repositório Aberto da Universidade Federal de Minas Gerais |
Contribuição de Paulo Freire para o ensino-aprendizagem de Biologia: os temas geradores como procedimento dialógico de compreensão do todo da vida (Bíos) |
REIS, S. O. P. |
2019 |
Repositório Universidade Federal de Juiz de Fora |
Projeto Lagoa Paulino: o estudo de suas condições ecológicas através de uma abordagem investigativa |
SILVA, A. M. da. |
2019 |
Repositório Aberto da Universidade Federal de Minas Gerais |
Ao estruturar a sequência didática, o foco sempre esteve na dinâmica da construção do conhecimento científico, a começar pela escolha dos temas, em função da extensão do conteúdo referente ao sistema nervoso e sensorial; a escolha da plataforma digital; a seleção de vídeos; a elaboração das atividades; e a definição dos tempos e espaços.
A sequência didática elaborada para o ensino de Fisiologia Sensorial (Quadro 2) foi pensada de forma a contextualizar o ensino a partir de práticas reais e simples, utilizando os fenômenos biológicos que podem ser percebidos e interpretados. Como já afirmava Freire (1996), só podemos falar em saber ensinado quando o objeto ensinado é aprendido na sua razão de ser.
Os vídeos escolhidos são curtos e animados e propõe-se que sejam disponibilizados previamente às aulas teóricas e práticas, permitindo que o estudante desenvolva familiaridade com o tema que será futuramente discutido in loco. O objetivo das práticas (geração dos fenômenos biológicos) vai além da contextualização do ensino, estimulando a curiosidade dos educandos, que gera a intencionalidade em aprender – princípio básico da construção do conhecimento (Werneck, 2006).
Quadro 2: Sequência didática
Fisiologia Sensorial para o Ensino Médio |
||||
Total de horas/aula: 3 |
||||
Objetivo Geral: Entender de que forma os organismos interagem com o ambiente e, nesse sentido, a importância dos mecanismos de detecção (sistema sensorial) e como se processa a gênese e a condução do impulso nervoso até o SNC. |
||||
Aula | Objetivos específicos | Problematização | Tempo de aula | Instrumento pedagógico |
1ª |
1 - Entender o sistema nervoso como coordenador e controlador das funções do corpo; |
Por que o sistema nervoso é considerado o quartel general do organismo? |
Pré-aula |
Plataforma digital Vídeo: Quartel General Vídeo sobre o sistema nervoso (12min42seg de duração), com o objetivo de promover conhecimentos prévios introdutórios sobre função, estrutura e divisão do SN; anatomia e classificação dos neurônios, potencial de repouso, potencial de ação, propagação do impulso nervos, sinapses e neurotransmissores. https://drive.google.com/file/d/1BX7Nsxr2dtnw43mOGuJTWXmL10y24-Fr/view |
2 - Reconhecer a estrutura e função do neurônio; |
Aula (50min) |
Sala de aula Aula dialogada Explorando os conhecimentos prévios e os adquiridos no período da pré-aula |
||
3 - Caracterizar o sistema nervoso central e o periférico e correlacioná-los com suas respectivas funções e composições. |
Pós-aula |
Plataforma digital Quiz Formulário de fixação de conteúdo (avaliação formativa). |
||
2ª |
1 - Compreender como ocorre a interação do organismo com o meio ambiente; |
Como sentimos e respondemos aos estímulos? |
Pré-aula |
Plataforma digital Pesquisa: "Como sentimos o mundo?" Google Docs Pesquisa com objetivo de promover conhecimento prévio sobre os diferentes tipos de sensibilidade e seus respectivos receptores cutâneos. https://docs.google.com/document/d/1MZOYE7JXuHGimVFkR0X8pfZkwtzE7tLH6LLYh1vPeNY/edit |
Aula (50min) |
Sala de aula Sistematização teórica Apresentação dialogada |
|||
2 - Conseguir explicar as reações nos reflexos; |
O que acontece quando alfinetamos o dedo ou colocamos a mão sobre algo muito quente? |
Sala de aula Práticas Roteiro de práticas https://drive.google.com/file/d/18jL4UQiCod2DYFgDNY8J6Wf-GIAIWFuf/view?usp=sharing |
||
Pós-aula |
Plataforma digital Quiz Formulário de fixação de conteúdo (avaliação formativa) https://docs.google.com/forms/d/1n94UV0sGp0oCULinlms_xOjdVvMsZqFbCJZRzfG1cek/edit?usp=sharing |
|||
3ª |
Entender como ocorre a gênese do impulso nervoso e como se propaga. |
É correto afirmar que a propagação do impulso nervoso é um fenômeno eletroquímico? Por quê? |
Pré-aula |
Plataforma digital Vídeos curtos sobre a gênese e propagação do impulso nervoso Vídeo: Potencial de ação https://drive.google.com/file/d/1u_ScmqlNVktYbGWbfapkjnlG4A7qJdHF/view Vídeo: impulsos nervosos/sinapses https://drive.google.com/file/d/1BX7Nsxr2dtnw43mOGuJTWXmL10y24-Fr/view Vídeo: Sinapse neuromuscular https://drive.google.com/file/d/1K_VQxw1JrhwjwyZl8X1QqiEQ3xzAx8LD/view |
Como agem alguns anestésicos, como a xilocaína, no alívio da dor? |
Aula (50 min) |
Sala de aula Sistematização teórica Apresentação dialogada Material de apoio: principais eventos relativos à sensibilidade. https://drive.google.com/file/d/14g6HJletjfk8qMXIoH8Pw9yD0y26kQhA/view?usp=sharing |
||
O que significa dizer que o potencial de ação obedece à lei ou princípio do “tudo ou nada”? E como o organismo distingue uma pancada de um leve toque? |
Pós-aula |
Plataforma digital Quiz Formulário de fixação de conteúdo (avaliação formativa) https://forms.gle/y57vpU48rYkeRUCv6 |
A proposta pedagógica elaborada foi fundamentada na literatura científica de estudos anteriores na área da Educação, na atualização e aprofundamento dos conhecimentos científicos sobre Fisiologia Sensorial e norteada pelas regulamentações de ensino no Brasil.
Ao elaborar o roteiro de práticas (Figura 1) a intenção a priori foi criar um cenário que promovesse uma aprendizagem por descoberta com práticas simples e de baixo custo e induzir os alunos ao pensamento reflexivo, através da experiência e observação necessárias à aquisição do conhecimento (Lopes et al., 2018).
Figura 1: Roteiro de práticas
A estratégia pedagógica foi facilitar a apropriação ativa de um conteúdo abstrato e de difícil compreensão, como é a Fisiologia Sensorial. Utilizou-se a plataforma digital no modo de Educação a Distância (EaD) para aproximar o conteúdo à realidade dos alunos, dar significado e oferecer subsídio para as aulas práticas por conhecimentos prévios adquiridos.
A escolha pelo conteúdo de Fisiologia Sensorial se deu em função da forma fragmentada como o tema é abordado tradicionalmente no Ensino Médio, sem conexão com situações reais vivenciadas pelos alunos, como algo totalmente abstrato, favorecendo a memorização pela ausência de significado, tudo contrário às novas demandas dos jovens nativos digitais e do que estabelecem as regulamentações de ensino no Brasil.
Outra questão é a relevância do conteúdo Sistema Nervoso e Sensorial para entender a forma holística de funcionamento do organismo, a interação dos órgãos e sistemas, o equilíbrio hemodinâmico, o estado saúde/doença etc. Como apregoam as OCNEM (2006), “os conteúdos de Biologia devem propiciar condições para que o educando compreenda a vida como manifestação de sistemas organizados e integrados, em constante interação com o ambiente físico-químico” (Brasil, 2006, p. 20). A seleção do conteúdo a ser ministrado, diante do vasto universo de temas abordados no Ensino Médio é parte importante do processo educativo, e “cabe à equipe docente analisar e selecionar os pontos que merecem aprofundamento” (Brasil, 2006, p. 9).
Para seleção da plataforma, foram determinados critérios, o que facilitou sua escolha. Pela dificuldade de recursos financeiros, comum às instituições de ensino público, a plataforma deveria ser de acesso gratuito e específica para fins educacionais. Pela heterogeneidade do perfil das turmas, a plataforma precisaria permitir liberdade de seleção de conteúdos e atividades em diferentes fontes pelo próprio professor para que os objetivos e habilidades fossem alcançados. O terceiro e último critério seria a facilidade de manipulação, tanto pelo professor quanto pelos alunos.
A plataforma selecionada – Google Classroom – é uma ferramenta digital gratuita, sem implicações de custos, lançada em 2014 pelo Google; ela permite a criação de salas de aula no ciberespaço. Essa plataforma, em detrimentos de muitas outras, permite autonomia do professor quanto ao uso do grande espectro de recursos digitais oferecidos pelos aplicativos Google (Google Apps), como Drive, Google Docs e YouTube, entre outros. Devido à sua natureza livre, qualquer instituição, ou mesmo professor, pode utilizá-la sem incorrer em custos de implantação de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) e serviços associados, requerendo apenas conexão à internet (Basso-Aránguiz et al., 2018).
Considerando que a utilização das tecnologias, por si só, não garante a aprendizagem, é absolutamente essencial que os professores selecionem cuidadosamente os recursos tecnológicos a serem colocados nas mãos dos alunos, favorecendo um ambiente de integração entre tecnologia e o processo educativo (Azhar; Iqbal, 2018).
Durante a “construção” da sala de aula virtual, comprovou-se a facilidade no uso da plataforma sem grandes exigências quanto à habilidade tecnológica do professor.
O uso da plataforma digital como apoio no processo de ensino-aprendizagem teve o intuito de amenizar o pouco tempo de duas horas-aula de Biologia por semana ministradas no Ensino Médio, de forma a permitir o desenvolvimento da proposta didática baseada em metodologias ativas, que demandam um tempo maior de execução. Em consonância com essa dificuldade temporal, alunos do Projeto Lagoa Paulino identificaram o tempo de duração como um desafio a ser superado pela “dificuldade em conciliar os estudos com outros conteúdos desenvolvidos na escola” (Silva, 2019, p. 50).
Concluída a elaboração da nova proposta pedagógica no ensino de Fisiologia para o Ensino Médio, ela se caracterizou como modelo de ensino híbrido, ao “integrar os espaços físicos da escola com os ambientes virtuais; a sala de aula com as tecnologias digitais” (Moran, 2015). Na impossibilidade de aplicação dessa proposta em função da suspensão das atividades escolares presenciais pela pandemia do novo coronavírus em 2020, buscaram-se pesquisas realizadas anteriormente sobre aplicação e avaliação de metodologias ativas e o uso de tecnologias no processo educativo, referenciando seus resultados e conclusões para responder à pergunta: uma sequência didática que associe metodologias ativas mediadas por tecnologias digitais em um sistema de ensino híbrido tem potencial para favorecer o processo de ensino-aprendizagem dos jovens atuais?
Quanto à aplicação de metodologias ativas, Rempel et al. (2016) publicaram um artigo relatando as vivências de um grupo de professores dos cursos de Ciências Biológicas, Fisioterapia, Tecnologia em Gastronomia e Nutrição da Univates que empregaram diferentes propostas metodológicas ao ministrar conteúdos de Alimentação Institucional, Bases de Técnicas Culinárias, Biologia Geral, Legislação Profissional, Biologia e Sistemática de Invertebrados e Fisioterapia Neurológica em suas salas de aula. As metodologias utilizadas foram o estudo de caso, portfólio, problematização pelo Arco de Maguerez e mapa conceitual. Esses professores participaram de um projeto de qualificação da prática docente à luz de metodologias ativas, desenvolvido ao longo de dois semestres nos anos de 2014 e 2015. Os principais resultados demonstraram que “metodologias de ensino centradas nos estudantes permitem que eles aprendam através das descobertas, do desenvolvimento de suas habilidades analíticas e motivação” (Rempel etal., 2016, p. 47).
Quanto ao uso das tecnologias digitais no processo educativo, percebe-se uma variedade de recursos, desde os mais simples até os mais avançados, como softwares educacionais, cabendo ao professor a escolha do que usar e como usar, de acordo com os objetivos e as competências a serem alcançados. Vale ressaltar que, nas pesquisas realizadas, os professores que utilizaram tecnologias digitais afirmaram que por meio delas as aulas se tornaram mais inovadoras e que, com atividades realizadas em casa, em vídeos e videoaulas, os temas em discussão eram previamente assimilados pelos alunos, otimizando o tempo de sala de aula. Os professores afirmaram ainda que o “uso das tecnologias produziu transformações significativas no processo de ensino-aprendizagem na escola”, pois os alunos, ao utilizarem a plataforma digital, se sentiram motivados e “importantes na busca dos seus conhecimentos, não sendo meros receptores dos conteúdos” (Cembranel; Scopel, 2019, p. 15).
Outro aspecto relevante observado nos artigos selecionados é o grande número de variáveis presentes ao aplicar uma metodologia ativa, principalmente quando mediadas por tecnologias digitais educacionais, reforçando a importância extrema do planejamento e da presença mediadora do professor. “Quanto mais avançam as tecnologias, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas” (Moran, 2007, p. 167).
Considerações finais
Partindo do princípio de que o Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, objetiva promover por meio de métodos e técnicas pedagógicas o desenvolvimento de competências que permitam ao aluno lidar com as informações, compreender o mundo e nele agir com autonomia, estimulando-o continuar seu aprendizado seja na universidade ou no mercado de trabalho (Brasil, 1996); e, especificamente quanto ao estudo da Biologia, permitir, com um ensino ativo e contextualizado, a compreensão da natureza viva, em que os fenômenos biológicos possam ser percebidos e interpretados (Brasil, 2002), conclui-se que, ao elaborar uma nova proposta de ensino de Fisiologia Sensorial (sistema nervoso e sensorial), foi estratégico destacar o corpo humano e as relações que se estabelecem entre o corpo e o ambiente, ao demonstrar como o organismo responde aos estímulos.
Ao utilizar três formatos integrados – aulas expositivas dialogadas, práticas e ambiente remoto –, acredita-se que, além de maximizar o processo de ensino-aprendizado, será possível a inserção do discente na esfera digital – ambiente com que a geração Z tem familiaridade e interesse.
Assim, ao final deste trabalho sugere-se que estudos futuros sejam realizados quanto à aplicação da proposta elaborada ao ministrar Fisiologia Sensorial no Ensino Médio e que, com base nos dados coletados (quantitativos e qualitativos), possam ser avaliadas a sua aplicabilidade e a efetividade na forma de aprender dos jovens nativos digitais. Espera-se que a sequência didática aqui apresentada venha contribuir como alternativa à metodologia clássica no ensino de Fisiologia Sensorial na Educação Básica.
Referências
AZHAR, K. A.; IQBAL, N. Effectiveness of Google Classrrom: Teachers perceptions. Prizren Social Science Journal, v. 2, nº 2, p. 52-66, 2018.
BASSO-ARÁNGUIZ, M. et al. Propuesta de modelo tecnológico para Flipped Classroom (T-Flic) en educación superior. Revista Electrónica Educare, Costa Rica, v. 22, nº 2, p. 1-17, 2018.
BECKER, F. Saber ou ignorância: Piaget e a questão do conhecimento na escola pública. Rev. Psicologia – USP, São Paulo, v. 1, nº 1, p. 77-87, 1990.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.
______. MEC. Orientações curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Vol. 2. Brasília: MEC/SEB, 2006.
______. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais Mais Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2002.
CEMBRANEL, C. B.; SCOPEL, J. M. Ensino híbrido e a construção da aprendizagem dos estudantes do Ensino Médio. Scientia cum Industria, Caxias do Sul, v. 7, nº 1, p. 12-15, 2019.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI; M. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. Novo Hamburgo: Ed. Feevale, 2003.
GERHARD, A. C.; FILHO, J. B. R. A fragmentação dos saberes na educação científica escolar na percepção de professores de uma escola de Ensino Médio. Revista Investigações em Ensino de Ciências (IENCI), Cuiabá, v. 17, nº 1, p. 125-145, 2012.
LOPES, T. G. G. et al. A observação de joaninhas [Harmonia axyridis (Pallas, 1773), Coleoptera, Coccinellidae] como ferramenta de alfabetização científica em uma escola de Educação Infantil. REnBio, Niterói, v. 11, nº 2, p. 20-33, 2018.
MARSULO, M. A. G.; SILVA, R. M. G. Os métodos científicos como possibilidade de construção de conhecimentos no ensino de Ciências. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 4, nº 3, 2005.
MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. 13ª ed. Campinas: Papirus, 2007.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
______. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Contemporâneas, Ponta Grossa, v. 2, p. 15-33, 2015.
______; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
OLIVEIRA, A. D.; SCHERER, S. O papel do professor formador em uma ação de formação: uma experiência na abordagem construtivista. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, v. 7, nº 2, p. 97-114, 2013.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Resultados do PISA 2018: indicadores de destaque. Paris, 2019. Disponível em: http://gpseducation.oecd.org. Acesso em: 16 abr. 2020.
REIS, Sandra Onorata da Paixão. Contribuição de Paulo Freire para o ensino-aprendizagem de Biologia: os temas geradores como procedimento dialógico de compreensão do todo da vida (Bíos). 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Biologia), Universidade Federal de Juiz de Fora, Governador Valadares, 2019.
REMPEL; C. et al. Vivência de docentes participantes do Projeto Qualifica- Univates - Lajeado/RS com metodologias ativas. Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, v. 9, nº 19, p. 39-50, 2016.
SENNA, L. A. G. Formação docente e Educação Inclusiva. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 38, nº 133, p. 195-219, 2008.
SILVA, Aline Miranda da. Projeto Lagoa Paulino: o estudo de suas condições ecológicas através de uma abordagem investigativa. 2018. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Biologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
SILVA, J. I.; MOREIRA, E. M. S. Saber cotidiano e saber escolar: uma análise epistemológica e didática. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 19, nº 39, p. 13-28, 2010.
SILVA; R. P. A escola enquanto espaço de construção do conhecimento. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, nº 139, 2012.
SOMMERMAN, A. Inter ou transdisciplinaridade? São Paulo: Paulus, 2006.
SOUZA, J. M. P.; SENNA, L. A. G. Lugar de aluno é na escola que desenvolva conhecimentos. Revista Exitus, Santarém, v. 7, nº 1, p. 269-288, 2017.
WERNECK, V. R. Sobre o processo de construção do conhecimento: o papel do ensino e da pesquisa. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 14, nº 51, p. 173-196, 2006.
YOUNG, M. “Para que servem as Escolas?”. Educ. Soc., Campinas, v. 28, nº 101, p. 1.287-1.302, 2007.
Publicado em 28 de junho de 2022
Como citar este artigo (ABNT)
MELO, Adriana Aparecida Souza Rosa; LAUTNER, Roberto Queiroga. Estratégias e práticas pedagógicas para o ensino de Fisiologia Sensorial no Ensino Médio. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 24, 28 de junho de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/24/estrategias-e-praticas-pedagogicas-para-o-ensino-de-fisiologia-sensorial-no-ensino-medio
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
1 Comentário sobre este artigo
Deixe seu comentárioParabéns aos autores pela proposta interessante e inovadora.
Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.