Compreendendo as diferenças por meio do cinema
Sabrina de Oliveira Faria
Licenciada em Matemática, docente de Matemática nas redes municipais de Rio das Flores e Vassouras, pós-graduanda em Educação Matemática, especialista em Temas e Perspectivas Contemporâneas de Educação e Ensino (Cefet – Câmpus Valença/RJ)
Danielle Farias Dutra Costa da Silva
Bacharel em Administração, docente em Administração na empresa Treina Mais, pós-graduanda em Educação Matemática e em Temas e Perspectivas Contemporâneas de Educação e Ensino (Cefet – Câmpus Valença/RJ)
As diferenças na escola
O primeiro impacto com relação à existência de diferentes, externa e/ou internamente, aparece quando uma criança inicia na escola. Dentro do ambiente escolar começam o bullying e a formação de grupos devido à sua característica interna e/ou externa, à exclusão e ao apontamento do que é diverso no outro.
Temas como respeito às diferenças e compreensão da diversidade de pessoas são essenciais nos corretores das escolas. Existem diversas formas de introduzi-los no ambiente escolar; como exemplo, temos o cinema, um meio de comunicação prazeroso que consegue expor levemente diversos temas. Com uma variedade de metodologias, como a utilização apenas da exibição de um filme ou vídeo, ou ir mais além, produção de curtas como forma de levar conscientização aos alunos. O cinema transporta ao aluno saberes e sentimentos novos que fazem com que ele reflita sobre suas opiniões e concepções de vida, não sendo um mero repetidor de atitudes e desenvolvendo sua própria identidade. Como destaca Fresquet (2013), “a escola, mesmo sem ser uma prisão, é o lugar de regra, da ordem, da transmissão de determinados saberes considerados essenciais para a formação das crianças e dos adolescentes. O cinema entra na escola como um gérmen de caos e desordem” (p. 45).
Tomaz Tadeu da Silva (2000) classifica “identidade” como aquilo que se é. Ou seja, “sou homem”, “sou mulher”, “sou branco”, “sou negro”. Nesse contexto, para ele “a identidade só tem como referência a si própria: ela é autocontida e autossuficiente” (p. 73). Logo em seguida ele complementa que a “diferença” é aquilo que o outro é. “Ela é brasileira”; “ela é branca”; “ele é homem”. Dessa forma, a relação entre identidade e diferença é totalmente dependente. Silva (2000) diz ainda que “a identidade e a diferença têm que ser ativamente produzidas. Elas não são criaturas do mundo natural ou de um mundo transcendental, mas do mundo cultural e social. Somos nós que as fabricamos, no contexto de relações culturais e sociais” (p. 76).
Nesse sentido, podemos então afirmar que tanto a identidade como a diferença são conceitos estabelecidos por intermédio da vivência do ser humano. Uma pessoa só pode se considerar brasileira quando ela entende o significado de ser brasileira; com isso, ela jamais se considerará uma inglesa ou uma japonesa, por exemplo. Logo, a sociedade acaba impondo classificações para tudo, sendo o cidadão obrigado a se encaixar naquelas com que mais se familiariza e se afastar daquelas com que não se identifica tanto. Assim são formadas as relações interpessoais, mediante vínculos compostos por características internas e/ou externas parecidas. Consequentemente, acabam sendo criados grupos de afinidade e ao mesmo tempo o distanciamento de outros grupos. Uma vez que o cidadão se identifica com o grupo ‘a’ que tem determinadas características, ele tende a se afastar do grupo ‘b’, pois torna-se mais fácil conviver com pessoas que se classificam da mesma forma que ele e que defendem as mesmas ideias e mesmos posicionamentos. Cabe à escola e aos familiares debater essas classificações e suas identificações. Porém, muito além disso, cabe à sociedade promover o diálogo, em que, apesar de as pessoas se considerarem diferentes, haja prevalência do respeito perante todos.
De acordo com o Minidicionário Aurélio (2004), diversidade significa “1) Qualidade ou condição do que é diverso, diferença, dessemelhança; 2) Divergência, contradição (entre ideias etc.); 3) Multiplicidade de coisas diversas: existência de seres e entidades não idênticos ou dessemelhantes, oposição”. Ao refletir sobre essas definições, precisamos repensar e ampliar o sentido da palavra diversidade, pois ao lermos o conceito no dicionário percebemos que, para que haja algo dessemelhante, contraditório ou oposto, temos que ter algo que seja a base para isso, o ideal, o perfeito. Percebemos então que, ao interpretar com mais profundidade o significado de diversidade, percebemos um significado relacionado às minorias ou pessoas com necessidades especiais. Portanto, indicaremos como mais adequado o uso da palavra diferença, ao invés de diversidade, assim como outros autores.
Para a concepção pós-estruturalista, a diferença é essencialmente um processo linguístico e discursivo. A diferença não pode ser concebida fora dos processos linguísticos de significação. A diferença não é uma característica natural: ela é discursivamente produzida. Além disso, a diferença é sempre uma relação: não se pode ser “diferente” de forma absoluta; é-se diferente relativamente a alguma outra coisa, considerada precisamente como “não diferente” (Silva, 1993, p. 27).
Todas as pessoas são diferentes. Até mesmos gêmeos nascidos no mesmo dia e criados pela mesma família possuem personalidades distintas. Porém, infelizmente, mesmo tendo ciência desse fato, ainda é muito comum presenciar atos de exclusão de alunos nas escolas por terem características diferentes.
Compreender, admitir e discutir a existência de diferenças em uma sociedade é de extrema importância, ajuda a gerar cidadãos mais reflexivos e sensatos, consequentemente desenvolvendo uma sociedade mais justa e com condições de equidade perante qualquer cidadão. Existem meios que facilitam o início dessa discussão: as linguagens audiovisuais, que abrangem, “de maneira geral, o cinema, a televisão e o vídeo” (Franco, 1993, p. 21), são um ótimo exemplo disso. Devido às emoções e sensações geradas pela exibição de um filme, programa ou vídeo, a mente reflete sobre aquela situação e solidifica os conceitos com mais sensibilidade e clareza.
O binômio sentidos-emoção, acionado pelo contato com as imagens em movimento, torna-se o primeiro degrau para se chegar aos níveis racionais mais altos, que podem proporcionar uma aprendizagem sólida dos conceitos e sua aplicação (Franco, 1993, p. 27).
Por um meio eficaz como o cinema, pode-se transmitir de forma mais leve o assunto das diferenças com crianças e adolescentes. Além disso, cada vez mais os alunos têm maior facilidade de acesso à internet e, consequentemente, estão consumindo mais conteúdos como filmes, séries e documentários. Essas mídias se tornam então importante ferramenta para que assuntos como inclusão, aceitação, respeito e combate à violência – seja ela física ou emocional – estejam cada vez mais presentes no dia a dia dos alunos.
Ferro (1992, p. 81) cita que “ninguém escrevia a história inocentemente, mas esse julgamento parece jamais ter sido tão verificado quanto nas vésperas do século XX, quando começou a aparecer o cinematógrafo”. Dessa forma, podemos compreender que todo filme ou produção cinematográfica tem um objetivo oculto, abrindo possibilidades para que professores e professoras busquem conteúdos propícios aplicando o cinema em sala de aula e gerando por meio dele interação entre alunos, professores e os conteúdos cinematográficos, transmitindo uma mensagem que possa ser levada para discussão e desconstrução de estereótipos.
Cinema e Educação
Cada vez mais conteúdos cinematográficos são consumidos principalmente por jovens que estão formando suas opiniões. É possível perceber que a influência de determinada série, filme ou saga se reflete no comportamento do jovem, na maneira de se portar, de falar ou de se vestir. Sabendo disso, identificamos a oportunidade de mostrar para os alunos por meio de uma oficina a importância da existência e do respeito às diferenças a partir da exibição do filme Extraordinário. Porém, paralelamente, faz-se importante também promover discussões sobre alguns temas essenciais e, ao mesmo tempo, incluir a produção de um vídeo da realidade do aluno para que assim ele possa compreender a importância e o alcance que tem esse recurso.
Por meio da oficina proposta, os alunos devem compreender a existência das diferenças e a importância de respeitar a identidade individual, uma vez que essas diferenças podem ser dadas de forma aparente, através da fisionomia, ou podem ser construídas naturalmente pela sociedade através de características não aparentes. Ao longo da vida é necessário aprender a lidar com todas as diferenças, externas ou internas, de cada indivíduo. Essas construções de estereótipos pela sociedade geram diversos conflitos e os adolescentes precisam discutir e compreender como conviver com essas diferenças. Além disso, os professores devem perceber a importância das linguagens audiovisuais na metodologia, como as produções cinematográficas, como ferramentas importantes na transmissão e na produção de temas relevantes na vida e na educação de uma sociedade.
Proposta da oficina
A oficina aplicada será de cunho qualitativo, por meio de análises de referenciais teóricos e interpretações dos alunos perante o filme visto. As atividades serão organizadas e aplicadas em (pelo menos) dois dias diferentes, de acordo com o desenvolvimento dos alunos.
Inicialmente será montado um “contrato didático” com a colaboração de todos os alunos e do(a) professor(a), especificando quais serão as regras a serem seguidas para não haver conflitos na sala de aula. Logo após a oficina será iniciada com uma roda de discussão sobre o significado da palavra diferença. Posteriormente, será exibido o filme Extraordinário, e trabalhado como um filme gerador do tema. Após a exibição do filme, será realizada mais uma discussão com os alunos, levando em conta os pontos importantes do filme. A oficina é finalizada com a aplicação de uma dinâmica com o grupo; nessa etapa os alunos construirão vídeos curtos exibindo as várias diferenças que existem entre seus colegas e o quão comum é ser diferente.
O filme possui classificação de 10 anos; logo, o indicado para a aplicação da oficina é para alunos do Ensino Fundamental II e/ou Ensino Médio. O tempo de duração da oficina será de aproximadamente seis horas, preferencialmente em dias diferentes.
Etapas da oficina
A oficina será dividida em cinco etapas:
Etapa 1
A etapa tem duração de 30 minutos, aproximadamente. No primeiro momento, o(a) professor(a) e os alunos deverão preparar um “contrato didático” de forma coletiva. De forma dinâmica, deverão criar algumas regras importantes para que a oficina se desenvolva de forma prazerosa. Algumas regras que não podem ser esquecidas são: 1) toda opinião será ouvida e respeitada; 2) nenhum tipo de preconceito será permitido; 3) os alunos deverão ouvir o(a) professor(a) atentamente quando ele(a) pedir a fala, assim como qualquer outro aluno; 4) todos terão o direito de tirar todas e quaisquer dúvidas que surgirem ao longo da oficina/filme, porém pedindo sempre licença para fazê-lo. Nesse momento, o(a) professor(a) deve incentivar os alunos com questionamentos sobre por que essas regras são importantes e o que eles acham que poderia acontecer se essas regras não existissem. Esse contrato deverá ser escrito (desenhado) pelos alunos em uma cartolina e deixado em lugar de fácil visualização para que todos se lembrem das regras durante a aplicação da oficina/filme.
Etapa 2
Nesta etapa, de 30 minutos aproximadamente, todos os participantes, alunos e professores, irão sentar em uma roda e iniciar uma discussão sobre a palavra diferenças. O professor deve iniciar a conversa propondo que os alunos tragam seu conhecimento sobre o conceito de diferença, estimulando também os alunos a relatar situações percebidas ou vivenciadas por eles, onde notaram essas diferenças no dia a dia. Deve-se ouvir todas as falas, evitando fazer julgamentos e complementando as ideias para que se gere um entendimento mais amplo do conceito, para que futuramente os alunos consigam refletir melhor sobre a relação da palavra com o filme que será exibido.
Finalizando a roda de discussão, o professor deixará expostos na lousa alguns questionamentos importantes para os alunos, que deverão pensar durante e após a exibição do filme. Esses questionamentos serão levados para discussão posteriormente.
Sugerimos que sejam levados aos alunos alguns questionamentos para reflexão sobre o filme:
- Escolha uma palavra para definir o filme do seu ponto de vista!
- Alguém era diferente no filme? O que tinha de diferente?
- O que é o preconceito? Ele existe?
- Conhece a palavra bullying? O que significa? Será que acontece isso no filme?
- Participar de deboches e brincadeiras de insulto é considerado bullying? E se apenas assistir e não falar nada a ninguém, você está compartilhando o bullying?
Etapa 3
Esta etapa tem previsão de durar perto de duas horas. Como o filme será visto após a discussão sobre os conceitos da palavra diferença e de expostos alguns questionamentos pelo(a) professor(a), provavelmente, os alunos observarão com mais atenção a exibição.
O filme tem como personagem principal Auggie, um garoto que nasceu com grave deficiência em seu rosto. Após passar por diversas cirurgias, por um longo período recebeu em casa a educação, dada por sua mãe. Como Auggie já está com 10 anos, sua família decidiu que é hora de ele ir para escola e viver em sociedade. Nesse momento, ele sofre diversos preconceitos e bullyings; as crianças que convivem com ele chegam a discriminá-lo por pensar que sua doença é contagiosa somente pelo toque.
Auggie então encontra alguns amigos, consegue ir se enturmando e mostrando tanto para eles como para a sua família a importância da compreensão das diferenças e do sentimento necessário de pertencer a uma sociedade. Afinal de contas, ele mostra diversas vezes como a existência não é construída sozinha e como a atitude de cada pessoa é importante para a construção de seu bem-estar, de sua identidade. No final do filme, Auggie ainda faz um belo discurso, no qual expõe: “Seja gentil, porque todo mundo enfrenta uma batalha. E se realmente quiser ver como as pessoas são, só o que precisa fazer é olhar” (1h46min).
Etapa 4
Esta etapa deve durar 50 minutos aproximadamente. Após a apresentação do filme, o professor deve promover uma conversa com os alunos e estimular que eles exponham seu entendimento do filme e dos questionamentos propostos, além de responder a perguntas realizadas após a exibição. É importante também citar ou até mesmo mostrar alguns fragmentos importantes do filme.
Estes questionamentos podem ser interessantes para falar sobre o filme:
- Qual a palavra você escolheu para representar o filme?
- Você é diferente? A diferença só se encontra na parte física?
- Você já passou por alguma situação de preconceito na qual se sentiu inferiorizado por alguma atitude de algum colega (não precisa citar nomes)?
- Você já promoveu alguma situação na qual menosprezou o colega por alguma característica? Se sim, após assistir a esse filme, conseguiu perceber como essa atitude pode fazer mal para o colega que é alvo dessa “brincadeira”?
- Se você visse uma situação de preconceito acontecendo na sua frente hoje, o que você faria? Você entraria na “zoação”, se manteria calado ou defenderia a pessoa que está sendo menosprezada?
Para estimular ainda mais a discussão, alguns fragmentos do filme podem ser debatidos ou até mesmo mostrados novamente, principalmente se a discussão acontecer em dia diferente da exibição do filme. Esses fragmentos farão com que os alunos reflitam ainda mais sobre o respeito às diferenças.
Vale a pena registrar aqui algumas sugestões de fragmentos importantes do filme:
- Em seu primeiro dia de aula, Auggie chega à escola e todos param para olhar o menino, todos com rostos de assustados e abrindo espaço para ele, como forma de não serem tocados pelo menino (14min48seg).
- Nesse primeiro dia de aula, Auggie lancha sozinho no refeitório e ainda escuta deboche de um colega (20min07seg).
- Assim como na cena do refeitório, na sala de aula, todas as carteiras ao redor de Auggie ficam vazias (21min04seg).
- Depois dos bullyings sofridos na escola, Auggie corta a trancinha que tinha. Provavelmente para se “igualar” de alguma forma com aquele grupo (21min56seg).
- Auggie chora muito com sua mãe em seu quarto e, desabafando, pergunta: “Por que tenho que ser tão feio? Eles nem falam comigo. Eu sou diferente deles. Eu faço de conta que não sou, mas eu sou. Será que vai ser sempre assim?” (24min53seg).
- Ao encontrar um amigo, o Jack Will, Auggie fica nas nuvens e deixa de usar o capacete de astronauta que escondia o seu rosto (39min11seg).
- Auggie fica muito feliz com a festa de Halloween, pois acredita ser a melhor festa do mundo, dizendo “Para mim é incrível demais quando eu uso fantasia, eu geralmente ando de cabeça baixa para não ser visto. Mas no Halloween ando de cabeça erguida” (45min30seg).
- Auggie está com uma fantasia diferente da que havia combinado e acaba vendo seu amigo e outros colegas debochando de sua aparência (46min40seg).
- Depois de ter brigado com seu amigo Jack, Auggie volta a sentar sozinho no refeitório e outros alunos falam que ele possui uma praga para não se sentarem com ele (56min03seg).
- O convívio melhora quando todos percebem que as diferenças são normais; no refeitório todos brincavam e riam na mesa com Auggie (1h27min13seg).
- Julian na sala de aula entrega um desenho para Auggie com sua imagem e escrito Freddy Krueger (1h27min51seg).
- Na escola, colam no armário da Auggie uma foto da turma, porém sem a imagem dele, que apagaram no Photoshop, e na frente da foto escrito “Proibido aberrações”; atrás da foto está escrito “Faça um favor a todo mundo e morra” (1h28min05seg).
- Ao aluno, ao ser chamado na direção para esclarecimento sobre o ocorrido da foto, o senhor Buzanfa relata algo muito importante: “O Auggie não pode mudar a aparência dele. Então acho que devemos mudar a forma de vê-lo” (1h30min49seg).
- Alguns colegas defendem Auggie em uma briga com meninos maiores e, depois de passar, Auggie se emociona ao ser aceito pelos colegas no acampamento (1h39min44seg).
- Na festa de formatura, Auggie recebe a medalha de honra da escola e é ovacionado por todos. Ao se questionar por que estaria recebendo a medalha ele diz: “Talvez a verdade seja que eu não sou tão comum assim, talvez se soubéssemos o que as outras pessoas pensam saberíamos que ninguém é comum e que todos deveriam ser aplaudidos de pé pelo menos uma vez na vida” (1h45min59seg).
Etapa 5
Esta etapa dura 1 hora e 30 minutos, aproximadamente. Depois da discussão sobre o filme ter sido feita na etapa anterior, é o momento de o(a) professor(a) propor uma dinâmica para a turma. Os alunos irão fazer um sorteio em que cada um irá tirar um nome (que não poderá ser o próprio). Após a realização do sorteio, os alunos deverão produzir um vídeo de até dois minutos em que o aluno que sorteou deverá descrever as características do aluno que foi sorteado por ele. Esse vídeo pode ser desenvolvido de diversas formas, como um discurso falado, apresentação de imagens ou um teatro, entre outras formas criativas. As regras básicas são as seguintes: 1) pode ser falado sobre características físicas e pessoais desde que nenhuma seja depreciativa; 2) descrever a pessoa de forma respeitosa e saudável; 3) o aluno que estiver falando as características no vídeo não poderá citar o nome do aluno que ele sorteou.
O(a) professor(a) deverá assistir ao vídeo individualmente antes de apresentar à turma, para verificar se algum deles possui gestos ou falas inapropriados ou ofensivos.
Essa dinâmica necessita do apoio da escola para a disponibilização de aparelho celular para o aluno que não tem acesso a um aparelho, para que a atividade seja feita sem qualquer prejuízo.
Após a criação dos vídeos, a oficina deverá continuar preferencialmente um dia após as etapas anteriores, finalizando com a apresentação dos vídeos e a adivinhação dos colegas.
O objetivo da dinâmica é fazer com que os alunos identifiquem quem está sendo descrito no vídeo e com isso criar uma discussão sobre como todos são diferentes uns dos outros de alguma forma; que, independente de suas diferenças, todos, sem exceção, merecem ser respeitados e devem sentir orgulho de sua identidade individual externa e interna.
Avaliação da oficina
A avaliação proposta deve ser diagnóstica, formativa e somativa, levando em consideração cada etapa, assim como sua interação com colegas e professores. Alguns pontos devem ser considerados para essa avaliação:
- a contribuição em ideias e/ou no desenvolvimento do “contrato didático”;
- a participação na roda de discussão antes da apresentação do filme;
- a concentração do aluno no momento da exibição do filme;
- as respostas dadas na discussão após o filme;
- a produção do vídeo apresentando o colega sorteado; e
- a compreensão e o entendimento sobre o respeito às diferenças que será apresentado durante a exibição dos vídeos gravados.
Portanto, os pontos principais a serem avaliados são: participação, interação, respeito e resultados obtidos na gravação do vídeo.
Referências
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Minidicionário da língua portuguesa. 7ª impr. Curitiba: Positivo, 2004.
FERRO, Marc. O filme: uma contra-análise da sociedade? In: FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FRANCO, Marília da Silva. A natureza pedagógica das linguagens audiovisuais. In: ______; FALCÃO, Antônio Rebouças; BUZZO, Cristina (coords.). Coletânea lições com o cinema. São Paulo: FDE, 1993.
FRESQUET, Adriana. O cinema como arte na escola: um diálogo com a hipótese de Alain Bergala. In: ______. Cinema e Educação: reflexões com professores e estudantes da Educação Básica, dentro e “fora” da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______ (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000;
Ficha técnica do filme
Título original |
Wonder |
Título em português |
Extraordinário |
Direção |
Stephen Chbosky |
Roteiro |
Stephen Chbosky, Jack Thorne, Steven Conrad |
Ano de produção |
2017 |
Estreia |
17 de novembro de 2017 (nos EUA) e 7 de dezembro de 2017 (no Brasil) |
Duração |
113 minutos |
País de origem |
Estados Unidos |
Produção |
David Hoberman e Todd Lieberman |
Elenco principal |
Jacob Tremblay, Julia Roberts, Owen Wilson, Noah Jupe, Izabela Vidovic, Mandy Patinkin e Daveed Diggs |
Sinopse |
Auggie Pullman é um garoto que nasceu com deformidade facial e precisou passar por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele finalmente começou a frequentar uma escola regular, como qualquer outra criança. No quinto ano, ele precisa se esforçar para conseguir se encaixar em sua nova realidade. |
Publicado em 02 de agosto de 2022
Como citar este artigo (ABNT)
FARIA, Sabrina de Oliveira; SILVA, Danielle Farias Dutra Costa da. Compreendendo as diferenças por meio do cinema. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 28, 2 de agosto de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/28/compreendendo-as-diferencas-por-meio-do-cinema
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