A importância do desenvolvimento motor na Educação Infantil

Fabio José Antonio da Silva

Licenciado em Educação Fisica (UEL), mestre em Educação (UFC), doutor em Educação Física (UEL), docente universitário (Unopar)

A criança é um sujeito em desenvolvimento, e, à medida que vai crescendo, novas conquistas nos âmbitos cognitivo, físico-motor, sócio-cultural e psicológico, são adquiridas e tendem a contribuir para um desenvolvimento de forma integral. Tais conquistas são oriundas de suas experiências por meio do convívio familiar e social, e através de sua relação com o ambiente e estímulos que lhes são propostos.

Partindo desse ponto, o desenvolvimento motor é uma habilidade que faz parte do desenvolvimento de um indivíduo desde os primeiros meses de vida, sendo caracterizado como um processo contínuo e que vai ganhando novas capacidades ao longo da vida. E, portanto, podemos dizer, que o desenvolvimento motor é visto como um aspecto essencial da infância e deve ser oportunizado para que a criança amplie suas habilidades motoras.

No entanto, tais habilidades só serão evidenciadas se a criança for estimulada em diversas situações, desde o início de seu desenvolvimento. Silva (2016, p. 4) menciona que “a limitação ou a ausência de experiências poderão comprometer a aquisição e o aprimoramento de movimentos básicos”. Assim, os estímulos e experiências motoras devem estar incluídos em todas as atividades da criança, para que seu desenvolvimento motor seja gradativo e abrangente.

Dentro do contexto educacional, a importância de compreender sobre o desenvolvimento motor e inserir a motricidade dentro das práticas pedagógicas é ainda mais urgente e relevante, pois, a mudança na cultura da sociedade atual tem substituído atividades lúdicas e físicas que exigem o movimento e a interação com o meio, por atividades em que a criança seja passiva e controlada.

É no meio escolar que as crianças passam parte de sua infância, e logo nos primeiros cinco anos de sua vida suas experiências corporais serão determinantes para o desenvolvimento integral do indivíduo. Por tais razões, as atividades motoras, na Educação Infantil, devem ser planejadas a fim de possibilitar tal desenvolvimento. Nessa etapa, as atividades devem ser lúdicas, propiciando prazer, descobertas, desafios, autoconhecimento e interação com o mundo ao seu redor.

O presente artigo irá discorrer sobre a importância do desenvolvimento motor na Educação Infantil. Este tem como principal objetivo analisar e discutir sobre a inserção de atividades motoras que ajudam no desenvolvimento da criança no início da vida escolar.

A relevância deste trabalho se mostra na importância de discutir e relacionar atividades físico-motoras na Educação Infantil, e suas contribuições para o desenvolvimento infantil, para que, dessa forma, os educadores considerem e reflitam sobre sua prática pedagógica, a fim de contribuir no desenvolvimento físico-motor, e consequentemente refletir tal desenvolvimento na aprendizagem do aluno.

O artigo será desenvolvido a partir de revisão bibliográfica que abranja temas relevantes à compreensão e estruturação do tema. O material de base para o desenvolvimento da revisão será a leitura e revisão bibliográfica em livros, artigos, dissertações e literatura disponível que abranja conceitos e assuntos relacionados ao tema.     

Desenvolvimento motor

O desenvolvimento motor é definido como uma capacidade de movimentar o corpo. Seu desenvolvimento se dá através de estímulos que permeiam desde os primeiros anos de vida e ocorre de forma individual, ou seja, cada indivíduo recebe estímulos diferentes, e suas percepções e reações a estes, também serão diferentes (Júnior, 2019; Barreiros, 2016).

Além disso, está presente em todos os momentos da vida do indivíduo, e, portanto, compreende uma infinidade de habilidades que são aprendidas por meio da vivência no cotidiano. Gallahue e Ozmun (2003) mencionam que o desenvolvimento motor constitui um processo sucessivo de alterações e capacidades motoras e funcionais que iniciam desde os primeiros dias de vida até o seu fim.

Gomes et al (2015, p. 17) ratificam que “o desenvolvimento motor é caracterizado por diferentes mudanças de movimentos ao longo da vida, essas mudanças ocorrem gradualmente e de maneira contínua conforme a faixa etária”. Gallahue e Ozmun (2003, p. 22) citam que “o desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor ao longo do ciclo da vida”. O que fica claro que, durante todo o processo de desenvolvimento humano, ocorre o desenvolvimento e aprimoramento do sistema motor.

No, entanto, é válido ressaltar que, durante a fase infantil, a criança recebe estímulos significativos por meio de suas vivências, e nesta fase, todas as suas ações se resumem em movimentos e descobertas. O conhecimento e contato com o mundo com que a cerca, faz com que seu desenvolvimento motor seja intenso neste período. Assim, atividades básicas que fazem parte do dia a dia da criança, como: correr, pular, girar, arremessar, arrastar, brincar e tantas outras ações, têm papel relevante no processo do desenvolvimento motor, e serão determinantes para a vida vindoura.

O desenvolvimento motor é o estudo de um processo contínuo de alterações funcionais nos indivíduos e para que ocorram estas alterações são necessários estímulos diversos, sendo assim considerados como exigências. A criança, portanto, possui grande capacidade de aprendizagem e desenvolvimento motor, uma vez que está no início do processo de desenvolvimento (Júnior, 2019, p, 6).

Assim, o desenvolvimento motor é visto “como um processo evolutivo sequencial” (Barreiros, 2016, p. 11), influenciado pelos estímulos, maturação e aprendizagem. Ao longo do desenvolvimento motor, pode-se identificar diferentes fases, que são resultados das experiências. Barreiros (2016, p. 11) ainda salienta que “cada ser é capaz de, dentro de certos limites, tornar-se único devido ao conjunto também único e individualizado das suas experiências”.

Gomes et al. (2015) mencionam que, conforme ocorre o desenvolvimento humano, as habilidades relacionadas ao movimento também se tornam bem mais desenvolvidas. Ou seja, nos primeiros anos da vida, os movimentos são simples, desorganizados, repetitivos e reflexivos e, conforme a idade vai avançando, esses movimentos são transformados em movimentos conscientes, uniformes e elaborados.

O desenvolvimento motor, como supracitado, é um processo contínuo e passa por diversas etapas ao longo da vida. Cada fase da vida é marcada por mudanças diferenciadas e essenciais para o desenvolvimento motor. E quanto mais experiências o indivíduo vivência, maior será sua adaptação ao meio, e consequentemente, aumentará as habilidades e capacidades do desenvolvimento motor. 

Etapas do desenvolvimento motor

Como dito anteriormente, o desenvolvimento motor passa por sucessivas mudanças desde o nascimento até a velhice. Cada fase é marcada por estímulos que fazem com que o aspecto motor seja aprimorado e preparado para realizar movimentos que serão transformados em movimentos simples até mais complexos.

Gomes et al. (2015, p. 18) citam que “os primeiros movimentos chamados de movimentos reflexos são movimentos primitivos que desaparecerão e darão origem aos movimentos especializados”. E, por essa razão, quanto maiores forem as experiências e estímulos desde os primeiros anos de vida, maiores serão as capacidades de movimentos que o sujeito desenvolverá, e isso irá refletir em todos os aspectos de sua vida, desde aprendizagem, qualidade de vida, superação de obstáculos e dentre outros desafios que permeiam seu cotidiano.

Nesse sentido, cada etapa da vida é marcada por diferentes transformações na questão motora, e cada etapa é conceituada e diferenciada em quatro fases: fase motora reflexiva, rudimentar, fundamental e especializada. Cada fase possui suas características e são intimamente relacionadas, ou seja, uma depende da outra para que os movimentos sejam aperfeiçoados e transformados.

A fase motora reflexiva é a fase que ocorre desde o ventre materno, e vai até os quatro meses de vida. Nessa fase, os movimentos são resultados dos estímulos visuais, auditivos e táteis, por isso, são considerados como movimentos involuntários, com base em reflexos ao meio externo. Tais movimentos aliados as atividades neurológicas permitem que a criança perceba seu corpo e o ambiente que está inserido.

Esse período motor pode ser diferenciado em duas etapas; a primeira se refere a movimentos decodificadores de informação, pois estão diretamente relacionados a alimentação e proteção. Os movimentos de sugar, cheirar, buscar pelo alimento, acompanhar olhos ou cabeça por meio da audição são exemplos de movimentos decodificadores de informações (Gallahue; Ozmun, 2003; Júnior, 2019).

A segunda etapa é caracterizada pelos movimentos involuntários determinados por reflexos posturais. Estes são semelhantes aos comportamentos voluntários, mas se diferem por serem movimentos reflexivos e involuntários, realizado por meio de estímulos do meio externo, e servem como base para testes neuropsicomotores e outros movimentos futuros.

A fase motora rudimentar é marcada pelos primeiros movimentos voluntários e se estende dos primeiros meses de vida e vai até os dois anos. Eles ocorrem de forma previsível nos quais a criança já responde aos estímulos de forma espontânea e já domina suas ações e movimentos. Nesse momento, a criança se movimenta o tempo todo, explora o ambiente ao máximo.

Representam as formas básicas de movimento voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como obter controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar (Gallahue; Ozmun, 2003, p. 102).

A fase motora denominada fundamental é quando a criança aperfeiçoa seus movimentos voluntários de forma bem específica e inicia aos dois anos e vai, aproximadamente, até os sete anos de idade. Nesta fase, a criança desenvolve padrões de movimentos, por meio de estímulos a diferentes situações, seus movimentos são controlados, específicos e estabilizados, mas ainda são movimentos imprecisos (Gallahue; Ozmun, 2003). Júnior (2019, p. 25) menciona que “quando a criança começa a desenvolver essas habilidades elas são grosseiras, pois a criança ainda não tem total controle de seus movimentos”.

Nessa etapa, a criança explora de todas as formas, o ambiente que a cerca, suas sensações e descobertas fazem com que a exploração ocorra constantemente. E com isso, seus movimentos se ampliam gradualmente, de movimentos simples e isolados, a criança passa a dominar movimentos mais complexos e combinados com mais precisão (Gallahue; Ozmun, 2003; Júnior, 2019).

É nesse período que se percebe um grande avanço no desenvolvimento motor da criança. Por isso, a inserção de atividades que estimulem ao máximo o desenvolvimento motor é de suma importância nos primeiros anos da infância. Atividades locomotoras, estabilizadoras e de manipulação são determinantes para a vida da criança, além de servirem de base para a aprendizagem (Gallahue; Ozmun, 2003).

A última etapa do desenvolvimento motor é conhecida como fase de movimentos especializados. Nessa fase, o indivíduo age de forma autônoma e consciente, sendo capaz de realizar os movimentos fundamentais de forma bem mais elaborada. Atividades esportivas são desenvolvidas com destreza e agilidade. Gallahue e Ozmun (2003, p. 105) citam que “esse é o período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas”.

Cabe ressaltar que habilidades motoras específicas que fazem parte desse período, são observadas em contextos desportivos. E as capacidades motoras são cada vez mais aperfeiçoadas, mediante condicionamentos práticos e definidos, estimulando capacidades específicas em cada indivíduo (Barreiros, 2016; Júnior, 2019).

É oportuno mencionar que cada sujeito recebe estímulos diferentes, e, portanto, o desenvolvimento motor também será determinado por tais estímulos, associados a fatores orgânicos, biológicos e culturais de cada indivíduo. Outro aspecto interessante a ser considerado, sobre o desenvolvimento motor, é que, com o avanço da idade adulta e o envelhecimento, algumas habilidades motoras ficam limitadas, o que compromete os movimentos do sujeito (Barreiros, 2016).     

Desenvolvimento motor e a Educação Infantil

Como já dito, o desenvolvimento motor é parte fundamental do ser em desenvolvimento, e se constitui como uma base para futuras aprendizagens. Está presente em todo o ciclo de vida humano, mas durante os primeiros anos de vida, o desenvolvimento motor tem papel relevante no desenvolvimento da criança.

Partindo dessa consideração, destaca-se a necessidade de proporcionar um ambiente estruturado na educação infantil cheio de estímulos e experiências, para que a criança possa desenvolver suas habilidades motoras de forma a conseguir realizar movimentos de locomoção, manipular objetos, explorar o ambiente, conhecer sensações e ter estabilidade em movimentos fundamentais, bem como adquirir novas habilidades motoras e aprimorá-las a medida do ciclo de seu desenvolvimento:

As atividades propiciadas [...] devem ser organizadas de forma a garantir que habilidades motoras sejam adquiridas e refinadas de acordo com o esperado para a idade da criança. Portanto, atividades organizadas [...] devem ser estruturadas para garantir que o desenvolvimento pleno seja alcançado, considerando as necessidades e competências motoras esperadas nos respectivos períodos desenvolvimentais (Rodrigues et al., 2013, p. 50).

É válido mencionar que estudos mostram que o processo do desenvolvimento motor ocorre de forma espontânea no período da infância, mas o aumento de estímulos de forma apropriada irá favorecer de forma significativa este desenvolvimento. Assim, quando o desenvolvimento motor for “pensado de forma constitucional e maturacional, com ênfase em sua estimulação, em um ambiente propicio, poderá trazer um desenvolvimento satisfatório” (Fontana, 2012, p. 32).

Na Educação Infantil, atividades lúdicas devem ser planejadas e inseridas de forma a proporcionar, ao alunado, condições de progredir em suas capacidades motoras, bem como desenvolver outras habilidades que serão base para a aquisição de conhecimento, relacionamentos e autoconhecimento. O conhecimento sobre seus movimentos e limites desenvolve na criança uma experiência global, garantindo uma compreensão de si, do mundo que a cerca e dos outros.

Dessa forma, o desenvolvimento motor e de outras capacidades deve ser estimulado e inserido na Educação Infantil por meio de atividades lúdicas, sabendo que nessa etapa a cultura do brincar faz parte do desenvolvimento infantil. Fontana (2012, p. 58) enfatiza que “a reeducação motora trará maiores benefícios e será mais bem trabalhada quando for utilizada através de atividades lúdicas”.

Benjamim (1994 apud Fontana, 2012, p. 59) menciona que “todo costume ou modo de ser é incorporado na vida da criança como jogo, divertimento e brincadeira”. Por meio dessas atividades lúdicas, a criança explora todo o espaço, conhece seus limites e capacidades, e dessa forma vai ampliando suas habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e emocionais, e a medida que vai se desenvolvendo nesses aspectos, constrói sua imagem corporal (Fontana, 2012; Júnior, 2019).

Assim, fica evidente o quanto a Educação Infantil e as atividades lúdicas desenvolvidas para esse público exercem papel relevante na formação e no desenvolvimento do sujeito. E as atividades de desenvolvimento motor atuarão como base para novas aquisições motoras, bem como para aprendizagens de ordem cognitiva, emocionais e sociais, dando suporte e preparando o indivíduo para as demais etapas do desenvolvimento humano.   

Desenvolvimento motor e as práticas pedagógicas

A criança é um ser em constante movimento. E quando se fala em infância, as características da criança inundam a mente, associando essa fase a diversos movimentos espontâneos. Além de a infância ter como característica o movimento, ressalta que este também é uma necessidade básica e fundamental para que o desenvolvimento físico, motor, social, mental, emocional e pessoal ocorra com maiores possibilidades de crescimento.

E, por isso, essa etapa do ciclo de vida é tão importante e requer atenção para que suas necessidades sejam atendidas e seu desenvolvimento seja estimulado em sua essência. Além disso, durante a infância inúmeras descobertas e aprendizados ocorrem de forma natural, e por isso, essa faixa etária é vista “como um grupo que tem grande potencial de aprendizado e que possui diversas particularidades” (Júnior, 2019, p. 2).

É oportuno mencionar que a cultura da sociedade contemporânea tem deixado de lado práticas e atividades que exigem movimento, espontaneidade, criatividade, para inserir atividades onde a criança passa a maior parte do seu tempo parada, sem contato social e sem experiências significativas. Esse novo contexto social tem refletido de forma direta no desenvolvimento psicológico, social, físico-motor e emocional das crianças (Júnior, 2019; Gomes et al., 2015; Rodrigues et al., 2013).

Partindo dessas considerações, o trabalho com crianças é algo que precisa ser pensado, refletido, planejado e direcionado para suas necessidades sejam atendidas e respeitadas. Por isso, é importante compreender sobre o papel do desenvolvimento motor na infância para que, assim, seja possível inserir, nas práticas pedagógicas, atividades que abrangem o desenvolvimento das capacidades motoras.

As crianças passam parte de sua infância no ambiente escolar. E, nos primeiros cinco anos de sua vida, suas experiências corporais serão determinantes para o desenvolvimento integral do indivíduo. Por tais razões, as atividades motoras, na Educação Infantil, devem ser inseridas e, antes de tudo, planejadas, a fim de possibilitar tal desenvolvimento. Nessa etapa, as atividades devem ser lúdicas, propiciando prazer, descobertas, desafios, autoconhecimento e interação com o mundo ao seu redor. Júnior (2019, p. 2) afirma que:

Se apropriar deste fato pode ser muito válido, uma vez que não irá “mexer” com a realidade da criança, ela terá liberdade para usar da sua criatividade, para socializar e assim o processo de desenvolvimento pode ser melhorado e isto de forma alegre e prazerosa.

O autor ainda salienta que, quando o educador trabalha aspectos do desenvolvimento motor, ele colabora de forma satisfatória para o desenvolvimento integral de seus educandos, e que o lúdico é uma alternativa viável para trabalhar a motricidade e dentre outros aspectos do desenvolvimento humano. Além disso, atividades de cunho motor, trabalhadas a partir do lúdico, tendem a motivar a criança a se desenvolver de forma prazerosa.

No dia a dia, o educador precisa conhecer todas as suas possibilidades para poder inserir em sua prática pedagógica momentos e estratégias que estimulem o movimento do corpo de forma livre e mediada, observando as potencialidades e/ou dificuldades de seus educandos. Por isso, sua ação deve ser planejada e organizada para trabalhar o desenvolvimento físico-motor da criança nos primeiros anos escolares.

Prática estruturada ou organizada é a atividade propiciada às crianças e adolescentes com objetivos compatíveis com o nível desenvolvimental esperado para a respectiva idade das crianças e adolescentes. As atividades propiciadas pelo professor devem ser organizadas de forma a garantir que habilidades motoras sejam adquiridas e refinadas de acordo com o esperado para a idade da criança (Rodrigues et al., 2013, p. 50).

Assim, é de responsabilidade da instituição de ensino oferecer um ambiente cheio de oportunidades e estímulos, para que o aluno cresça e se desenvolva de forma adequada, segura, natural e feliz. Gomes et al. (2015, p. 28) relatam que:

A instituição de ensino possui papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois é lá que a criança passará a maior parte de seus dias, e é lá que ela terá maior parte de suas experiências que alavancarão o seu desenvolvimento, então os profissionais da instituição de ensino precisam estar preparados para saberem lidar com essas crianças, é claro que o desenvolvimento ocorre de maneira natural, mas com estímulos as crianças se desenvolverão bem melhor.

Por essas razões, a instituição de ensino tem papel importante no desenvolvimento da criança, e a atuação do educador, como mediador do desenvolvimento, é de grande relevância nesse processo. Portanto, suas práticas de ensino precisam ser pautadas de forma a propiciar um ambiente adequado, organizado e planejado para que o desenvolvimento ocorra de forma espontânea e adequada a faixa etária de cada educando.

Considerações finais

O desenvolvimento motor é um elemento necessário para a formação do sujeito, sendo um elemento que se faz presente desde os primeiros meses de vida de um indivíduo, o que leva a ser considerado como um processo contínuo, no qual novas capacidades serão desenvolvidas ao longo da vida. No entanto, essas habilidades serão adquiriras através de estímulos oferecidos ao indivíduo, e, quanto maior for suas vivências e experiências maior será seu desenvolvimento em diversos aspectos, incluindo no contexto motor.

Através do desenvolvimento do artigo, pode-se perceber a importância de proporcionar a criança práticas e instrumentos que estimulem o seu movimento, através da exploração, manipulação, curiosidade, interação com o meio, percepção de seu corpo e de suas possibilidades de movimento. Ações essas que refletem e contribuem de forma significativa no desenvolvimento infantil. Assim, quanto mais experiências a criança vivenciar, maior crescimento e aumento de capacidades e habilidades motoras serão evidenciadas ao longo do processo de crescimento.

Além disso, fica claro o quanto o ambiente escolar, em conjunto com as práticas educativas do dia a dia, deve oportunizar condições adequadas para que ocorra um desenvolvimento voltado à questão motora dos educandos. Portanto, a instituição de ensino exerce papel importante no desenvolvimento da criança.

Outro ponto reflexivo ressalta a atuação do educador como mediador do desenvolvimento sendo de grande relevância nesse processo. Portanto, suas práticas de ensino precisam ser fundamentadas com a finalidade de proporcionar um ambiente adequado, organizado e planejado para que o desenvolvimento ocorra de forma espontânea e adequada a faixa etária de cada educando.

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Publicado em 23 de agosto de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

SILVA, Fabio José Antonio da. A importância do desenvolvimento motor na Educação Infantil. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 31, 23 de agosto de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/31/a-importancia-do-desenvolvimento-motor-na-educacao-infantil

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