Museu do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro: experiências de Educação não formal e mediação museal no projeto Bombeirinhos
Luciano de Almeida Feitosa
Mestrando em Educação, Cultura e Comunicação (FEBF/UERJ), licenciado e bacharel em Educação Física (Uniabeu), especialista em Educação Ambiental (UCAM), graduando em Pedagogia (UFRRJ/IM), coordenador geral do Instituto Educação Em Movimento, professor no Instituto de Educação Rangel Pestana (Seeduc/RJ), bombeiro militar
As luzes intermitentes e o som das sirenes servem de alívio aos que precisam de ajuda e encantamento a quem admira a profissão, e é com essa expectativa inicial que apresentamos um pouco da história da corporação, estrutura e funcionamento, sob a lente de um projeto social da corporação junto a crianças e adolescentes de organizações não governamentais e coletivos. Na construção deste estudo dialogamos com o campo da educação não formal (Gohn, 2010; 2020; Libâneo, 2010), Educação Museal na perspectiva da Política Nacional de Educação Museal e literaturas e documentos da corporação.
Projeto Bombeirinhos: Ajudando a Salvar Vidas
“Fogo! Fogo! Fogo! (Disparos de canhão. Badalar de sinos)”
O projeto Bombeirinhos: Ajudando a Salvar Vidas, iniciado em maio de 2021 é uma inciativa do comando geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) que busca desenvolver atividades que permitam vivenciar por meio período, preferencialmente pela manhã, a rotina de um bombeiro militar de forma planejada para o público infantojuvenil com idades entre sete e dezesseis anos das instituições parceiras. As atividades, que já ganharam grande visibilidade (Equipe ACS, 2021; Balanço Geral RJ, 2021; O Globo, 2021; Yemba, 2021), têm início com a chegada e recepção das crianças no Quartel do Comando Geral (QCG) com café da manhã, participação na formatura matinal de hasteamento do pavilhão nacional, seguido da apresentação da banda de música do CBMERJ. Todas as atividades são realizadas pelas crianças e adolescentes junto com os militares em sua rotina cotidiana.
A partir desse momento, os “bombeirinhos” e “bombeirinhas”, como são chamadas as crianças e adolescentes visitantes, iniciam as atividades preparadas e adaptadas especificamente para que tenham contato com alguns conhecimentos e técnicas que os permitam agir de forma preventiva em seus círculos de convivência, particularmente suas residências e/ou de seus familiares, além de vivenciar algumas das instruções similares às que compõem o processo de formação de um bombeiro militar.
Num primeiro momento, logo ao entrar na corporação, os bombeirinhos podem se encantar com os contrastes que revelam o lugar – como uma grande área construída no meio da metrópole Rio de Janeiro, com pátio aberto e faceada com outra área também vultuosa de ambiente natural, o campo de Santana – e, no decorrer da visitação, com a coexistência de aspectos do passado e do presente que são revelados nos momentos de aprendizado.
A participação no hasteamento do pavilhão nacional visa enaltecer o sentimento cívico e militar como símbolo representativo do território, das culturas, povos e das histórias que compõem o Estado brasileiro e suas diversidades, tendo a corporação como uma instituição pública a serviço do interesse coletivo, do Império ao Estado democrático de direito. Findo o hasteamento do pavilhão nacional, entram em contato com algumas técnicas de ordem unida – popularmente chamada de marchar – para que possam integrar a tropa no desfile pelo pátio do quartel central; visita guiada ao museu; instrução com gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha em botijão), prevenção de acidentes domésticos, exposição de materiais e atividade nas viaturas. Ao final, os bombeirinhos fazem a refeição e concluem a visitação recebendo seus diplomas em solenidade com a apresentação da banda de música e um breve momento livre para fotos e despedidas antes do embarque no ônibus.
Cabe aqui um destaque sobre o desfile no pátio do Quartel Central e a importância dada aos bombeirinhos; o QCG é um lugar que, além de sua tradição histórica, abriga as mais diversas diretorias e seções que administram a corporação operacional e administrativamente; seu pátio é um local icônico dentro da cultura do CBMERJ e da história, por ser o primeiro corpo de bombeiros do país; outro fator se dá no campo administrativo que rege os militares onde, por regulamento, devem se portar com gestos próprios (posição de sentido) ao se deparar com uma tropa em desfile. Esse ponto visa situar o leitor que não possui contato com a cultura militar sobre o empenho da corporação em proporcionar tal experiência alinhada com a rotina cotidiana, tendo para isso mobilizado diversos setores internos e externos ao CBMERJ.
A corporação integra o organograma da Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sedec); ao longo dos últimos anos, os comandantes do CBMERJ acumulam a função com a de secretário da Sedec, o que facilita a mobilização dos setores para o projeto Bombeirinhos, por compor a rotina funcional das instituições e laboral de seus profissionais. Os setores mobilizados internos ao CBMERJ são: Comando Geral (CG), Estado Maior Geral (EMG), Subcomando Geral (SCG), Grupamento Operacional do Comando Geral (GOCG), Grupamento de Bombeiros Músicos (GBMus), Centro Histórico e Cultural (CHC), que abrange o museu, e os setores externos ao CBMERJ, da SEDEC: Assessoria de Comunicação Social (ACS) e Coordenadoria de Recebimento e Distribuição (CRD) (Sedec, 2020).
Um pouco da história do Corpo de Bombeiros, o Centro Histórico-Cultural e o Museu do CBMERJ
“Corpo de Bombeiros, qual a sua emergência?”
O Corpo de Bombeiros foi criado no regime imperial, em 2 de julho de 1856, pelo Decreto n° 1775, de Dom Pedro II, sob o nome “Corpo Provisório de Bombeiros” (Brasil, 1856), quando o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Ocupando o pavimento térreo da Secretaria de Polícia, o Posto Central do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte foi inaugurado em 1º de maio de 1857 na Rua Regente (hoje Regente Feijó), contando com mais duas seções de obras públicas funcionando como quartéis auxiliares; foi transferido depois para o depósito do Departamento de Obras, um antigo casarão de dois andares com aproximadamente 400m2 (Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2006, p. 39-40; 183-185). O prédio atual fica na Praça da República, 45 – Centro; teve suas obras iniciadas em 1898 e foi inaugurado em 23 de maio de 1908. Guarda com riqueza de detalhes os traços arquitetônicos projetados em 1897 pelo engenheiro militar Francisco Marcelino de Sousa Aguiar (Mesquitta, 2010). Nesses dez anos, as construções se sucederam em etapas: em novembro de 1900 já havia sido inaugurado o prédio com frente para a Rua do Senado, com capacidade de abrigar duas salas de enfermaria, uma sala de cirurgia, farmácia, laboratório, sala dos médicos e residência para quatro oficiais e suas famílias; em 1903 foram concluídos a torre de exercício e o lado esquerdo (tendo como referência a Praça da República); em 1905 houve o início da construção da fachada do prédio principal, de frente para a Praça da República (Santos; Cavalcanti, 2008). A nova construção foi erguida contornando o antigo prédio, que foi demolido em seguida. Inaugurada em 2 de julho de 1941, a capela católica consagrada a São João de Deus é o prédio mais recente desse conjunto arquitetônico (Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2006).
Os estudos feitos até o momento não nos permitem afirmar, mas apontam para a hipótese de que, da atual localidade, desde o início de suas atividades enquanto corpo, partem os bombeiros a desempenhar os serviços operacionais de combate as chamas “Ordenando voar ligeiros, a vencer o vulcão infernal” (Matos; Pinto Junior; s/d), como expõe o Hino do Soldado do Fogo.
Com a cidade crescendo e se verticalizando, fez-se necessária a evolução dos aparatos materiais e técnico-profissionais onde antes eram utilizados alguns baldes de couro (quadrados ou redondos), escadas de madeira e bombas hidráulicas manuais para o combate às chamas nas casas e sobrados que raramente atingiam três pavimentos. Nas noites escuras da cidade do Rio de Janeiro, “labaredas flamejam no ar, num incêndio horroroso e dantesco, a cidade parece queimar”, como diz o Hino do Soldado do Fogo; a agitação e o pânico das pessoas e curiosos nas ruas do século XIX empenhados no combate às chamas se tornavam obstáculos para aguadeiros e bombeiros, velozes e às cegas, chegando a causar mais vítimas (inclusive fatais) por atropelamento do que o próprio incêndio.
Como prevenção, as ruas recebiam iluminação das janelas próximas ao local de incêndio, sob o risco de multa, em réis, de seu não cumprimento, como previa o Código de Posturas da Cidade do Rio de Janeiro em 1854. “Logo que for público o incêndio, estando as ruas às escuras, deverão todas as janelas iluminarem-se desde o lugar onde principiar o concurso destinado a apagar o fogo, sob pena de 4$000” (Código de Posturas da Ilustríssima Câmara Municipal, 1854).
A forma com a qual os avisos de incêndios chegam ao Corpo de Bombeiros é outro fator interessante a ser destacado: o brado de fogo possivelmente seja a primeira forma de anunciar um incêndio, seguido provavelmente pelos silvos de apitos dos primeiros policiais a tomar conhecimento do incêndio; com a criação do serviço de Extinção dos Incêndios em 1856, por Dom Pedro II, pelo Decreto Imperial nº 1.775, foram regulamentados seus alarmes com o disparo de peça de artilharia de grosso calibre do alto do Morro do Castelo, três disparos com intervalos de cinco minutos; toque do sino grande da Igreja de S. Francisco de Paula; e pelo toque do sino maior da Matriz da freguesia do local do incêndio. As freguesias indicadas foram numeradas, e esse número correspondia à quantidade de toques no sino como alarme de incêndio, indicando a localidade; os alarmes eram efetuados com intervalos de um minuto. No mastro do Morro do Castelo era içada uma bandeira vermelha como sinal de fogo, em conjunto com os disparos de artilharia, durante todo o período do incêndio; a sinalização noturna era efetuada por uma lanterna vermelha no topo desse mesmo mastro (Brasil, 1856). Os disparos por peça de artilharia de grosso calibre foram susbstituídos por duas girândolas ainda lançadas do Morro do Castelo, mantendo os sinais de bandeira durante o dia e lanterna durante a noite, conforme § 4º do Art. 23 do Decreto 2.587, de 30 de abril de 1860 (Brasil, 1860).
De acordo com a revista Avante Bombeiro (1958), em 1878 iniciou-se o uso do primeiro circuito de caixas avisadoras de incêndio, composto por 12 caixas; consistiam de aparelhos telegráficos cujo terminal era um receptor morse. Em 1880, com a instalação do segundo circuito, foram extintos os avisos de fogo do Morro do Castelo, evoluindo até 1947 com a criação de um sistema de comunicações por rádio, tendo três seções: radiotelefonia, telefonia e telegrafia. A primeira linha telefônica do Brasil pertenceu a D. Pedro II (Brito, 1976 apud Goularti Filho, 2018); “após a instalação dos telefones nas casas dos ministros e no Palácio da Quinta da Boa Vista, em 1879, as estações policiais e o Corpo de Bombeiros também foram equipados com aparelhos telefônicos” (Goularti Filho, 2018, p. 278).
Hoje, a cidade do Rio de Janeiro conta com prédios de mais de 40 pavimentos, e a sociedade fluminense com o aparato legal do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, na versão atual de dezembro de 2018 (Rio de Janeiro, 2018), uma integração na comunicação interna por meio de rádios, telefones e computadores nas viaturas e unidades operacionais, sendo os computadores somente nas unidades; é organizado pela Diretoria Geral de Comando e Controle Operacional (DGCCO), tendo como subordinados em pares o Centro de Operações do CBMERJ (COCBMERJ) e o Centro de Operações GSE/SAMU (COGS) - Grupamento de Socorro de Emergência (GSE)/Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Nessas comunicações via radiocomunicador, a rede rádio é nomeada rede Bravo, que correspondente à letra “B” do alfabeto fonético internacional. Se antes eram os toques de sino a direcionar o socorro, hoje cada organização de bombeiro militar (OBM) operacional, ou seja, cada quartel de prestação de atendimento de emergência, recebe como nomenclatura de identificação o nome da localidade onde está situado, precedido da palavra “Bravo”. Como exemplo, o 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (1º GSFMA), localizado no bairro Alto da Boa Vista (na cidade do Rio de Janeiro), recebe o prefixo de Bravo Alto da Boa Vista; no caso do GOCG, como gestor da rede Bravo, é nomeado de “Bravo zero zero”; as viaturas usam seu próprio prefixo.
Atualmente os Soldados do Fogo estão de prontidão para atender as solicitações de socorro pelo número telefônico 193 ou por qualquer brado de socorro em suas unidades operacionais, sempre dispostos a “Vidas alheias e riquezas salvar”.
O Centro Histórico e Cultural (CHC) foi criado em 2 de julho de 1977, no quartel do Méier; posteriormente foi transferido e inaugurado no QCG em 1º de setembro de 1995 (Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2006); entre suas atribuições estão o fomento dos aspectos culturais que englobam a corporação no âmbito interno e, eventualmente, externo; e a guarda e conservação dos materiais e documentos históricos da corporação. Sua relevância administrativa é observada no organograma do CBMERJ, possuindo o status de diretoria, estando ligada diretamente ao Comando Geral (Sedec, 2020) e tendo sob sua responsabilidade administrativa o museu da corporação.
Localizado no interior do QCG, o Museu do CBMERJ fica num prédio onde anteriormente funcionava a oficina do corpo, inaugurada em 1897. A data de construção do prédio é imprecisa, pois a aquisição do terreno data de 1905, ao passo que outros documentos sinalizam o funcionamento da oficina anterior a 1897. Acreditamos que a oficina funcionava na estrutura antiga, que fora demolida, e esse novo prédio faz parte das novas construções, não descartando que a data de 1897 se refira à reinauguração da oficina, construída antes mesmo da desapropriação do terreno para uso do Corpo de Bombeiros.
Naquela época, a oficina atendia boa parte dos materiais em uso (Santos; Cavalcanti, 2008; Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro - Estado-Maior Geral, 1991); é possível observar na estrutura o formato de quatro seções e dois andares; no primeiro piso, as seções se ligam através de “ruas” e em todas há um trilho suspenso por onde eram transportados os materiais da oficina; na conjunção desse quarteto de seções, que lembra uma nave, no primeiro piso há um elevador por correntes suspenso num trilho ainda mais robusto. Essa estrutura de oito seções divididas em dois andares remete a uma trajetória por linha de produção seccionada. O trajeto que precede sua entrada é conhecido como “Beco do Kaol”, por fazer alusão ao nome do produto usado pelos bombeiros no polimento das partes das viaturas que, na ocasião, possuíam muitas partes de metal (ferro, cobre ou bronze) e deveriam apresentá-las impecavelmente polidas, brilhando na troca dos plantões.
Os anos se passam e a história se repete, não mais com esse produto ou polimento; na passagem de serviço, os bombeiros apresentam viaturas e materiais operacionais em condições de atendimento para mais uma jornada de trabalho, atualmente nas manhãs de cada dia, no pátio do QCG e em todas as unidades operacionais distribuídas por todo território fluminense.
O Museu do CBMERJ possui em seu acervo uma variedade de itens, que podem apresentar alternância em sua exposição; dentre eles há documentos de 1856, baldes de couro do século XIX, bombas hidráulicas manuais, caixas avisadoras de incêndio, tritoniton (instrumento musical do século XIX) e diversas viaturas que mostram a evolução da corporação, desde os veículos puxados a burro e entre estes a primeira ambulância da corporação e provavelmente do Brasil, de 1899, até uma prancha e moto aquática que sinalizam novas áreas de atuação de salvamento do Corpo de Bombeiros. Um detalhe curioso é que, dentro do próprio museu, ao lado de uma das escadas mecânicas (AEM 02) do século XX, é possível visualizar um enorme edifício que ocupa todo o quarteirão circundado pelas Ruas do Senado e dos Inválidos, Avenida Henrique Valadares e Rua do Dídimo; ali é possível concretizar a evolução através dos tempos na verticalização da cidade e o contraste das antigas tecnologias e materiais com as atuais necessidades.
Educação não formal
“Triiiimm... Atenção quartel do Comando Geral! Guarnições queiram tomar a postos para evento de...”
Este estudo focaliza os conhecimentos e saberes presentes em espaços além dos muros escolares, das experiências e socializações nas quais estão imersos os indivíduos, onde haja intencionalidade e algum planejamento para compor a formação dos indivíduos. Em consonância com a legislação brasileira que reconhece a educação como pertinente não somente à escola, mas também em outras instituições e espaços diversos como sendo parte do processo educativo que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (Lei n° 9.394/96) define no seu Art. 1º: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (Brasil, 1996).
Sendo assim, os conteúdos que compõem o currículo escolar, os processos educativos, as educadoras e os educadores, os diversos níveis e regulamentações educacionais – desde as secretarias de Educação, as políticas públicas até as unidades escolares e planejamentos –, precisam buscar constante diálogo com a sociedade e todo seu contexto para que haja conexão entre o que é vivenciado pelos educandos e o que é ensinado dentro dos muros escolares, ou seja, a educação não pode ser vista como um conjunto de conhecimentos e saberes dissociados do mundo, a escola deve dialogar com a sociedade por meio das ciências, instrumentalizada pela via formal, como um dos meios capazes de transformá-la, abordando sociedade e o indivíduo como produtos e produtores dessa realidade na qual seus educandos estão imersos, conforme segue a LDBEN em seu Art. 1° § 2º: “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” (Brasil, 1996).
Há um empenho para que as relações educativas no projeto Bombeirinhos despertem um caminhar na autonomia desses educandos para serem protagonistas de suas próprias histórias; para tanto, nessas interações são apresentadas as atuais formas de ingresso na corporação e diálogos informais sobre a origem social dos bombeiros participantes do projeto. Resguardadas as devidas proporções que possam existir nessas realidades, objetiva-se encontrar os pontos de contato com as realidades, criando alguma identificação, e situar os educandos como sujeitas e sujeitos em potencial de compor os quadros profissionais da corporação.
Da mesma forma que a corporação evoluiu através da história, sem deixar de ser aquilo a que se destina, construindo passo a passo seu legado, seus profissionais, oriundos de diversas realidades, sonharam e ousaram romper barreiras que por vezes, nas realidades que se aproximam das dos educandos, lhes eram dadas como destino. Nesse sentido, os conhecimentos abordados, o local histórico e os diálogos existentes permitem a troca de experiências como possiblidade de motivar os bombeirinhos a ser atores das próprias vidas como agentes transformadores, rompendo com a lógica do ser determinado pela história, como coloca Freire (2005):
É o saber da História como possibilidade e não como determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar (Freire, 2005, p. 76-77).
A necessidade de formar o indivíduo para uma prática social, ou seja, capaz de desenvolver valores, conhecimentos e habilidades que possam integrá-lo ao convívio harmônico, está descrita nos Princípios e Fins da Educação Nacional da LDB (Brasil, 1996); entretanto, queremos ressaltar uma educação tanto formal escolar quanto os demais processos e locais educativos capazes de romper com os mecanicismos cartesianos, das ciências trabalhadas pura e isoladamente, e as colocar em constante diálogo com o mundo real, o mundo circundante dos indivíduos, estando em constante interação, influenciando e sendo influenciado por ele dentro de sua formação.
As questões que envolvem a sociedade como algo maior que um mero coletivo de indivíduos ao mesmo tempo reconhecem a unicidade e as mais diversas complexidades de cada um; localizamos este estudo no campo da Educação sob os vieses da educação formal, educação não formal e educação informal (Gohn, 2010; Libâneo, 2010; Moraes; Gonzalez; Ávila, 2019) por compreender que esse debate não pode ficar restrito ao campo da legalidade, principalmente no que tange à Educação como elemento potencial de transformação.
A abordagem feita sob essa tríade não visa estabelecer relações hierarquizadas ou de substituição; ao contrário, elas são vistas como coexistentes ou complementares na formação do indivíduo.
A educação não formal e a educação informal são abordadas no senso comum como sinônimos dos processos educativos que ocorrem fora da estruturação e formalidade da educação escolar. A educação informal ocorre em meio aos processos de socialização, sendo resultado do ambiente, do clima em que os indivíduos vivem e, consequentemente, aprendem sem que haja intencionalidade. A educação não formal é possuidora de intencionalidades, objetivos e estruturação para atingir determinados objetivos que, diferentemente dos da educação formal, são flexíveis e não necessariamente estão destinados aos conhecimentos e saberes seriados e hierarquizados; do mesmo modo são suas metodologias e locais de aprendizagens (Gohn, 2010; Libâneo, 2010).
Libâneo (2010, p. 89) aborda a educação não formal como “aquelas atividades com caráter de intencionalidade, porém com baixo grau de estruturação e sistematização, implicando certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas”; assim, a educação não formal não é definida pelo local de aprendizado, mas sim pela relação pedagógica; um de seus exemplos é o museu, entre os equipamentos culturais e de lazer. Na visão de Maria da Glória Gohn (2010), a educação não formal está articulada ao campo da educação cidadã, vista como
um processo sociopolítico, cultural e pedagógico de formação para a cidadania, entendendo o político como a formação do indivíduo para interagir com o outro em sociedade. Ela designa um conjunto de práticas socioculturais de aprendizagem e produção de saberes que envolve organizações/instituições, atividades, meios e formas variadas, assim como uma multiplicidade de programas e projetos sociais (Gohn, 2010, p. 33).
A abordagem feita neste estudo a respeito da educação não formal é lançada sob a lente das atividades que desenvolvem as ONGs e coletivos em seus processos voltados “para a formação de cidadãos(ãs) livres, emancipados(as), portadores(as) de um leque diversificado de direitos, assim como de deveres para com o(s) outro(s)” (Gohn, 2020, p. 12), destacando a participação do CBMERJ no projeto Bombeirinhos como um integrante importante e pontual dessa construção na medida em que destacamos dois aspectos relevantes dele.
O primeiro tem a ver com intencionalidade, planejamento e objetivos possuírem em alguma medida pontos de contato com as propostas das instituições parceiras do projeto; o segundo está relacionado ao aspecto temporal da educação, admitindo que, por maior que seja o encantamento dos educandos, por mais que sejam afetados, é preciso compreender que a construção/apreensão de valores possui seu tempo próprio, como um fruto, em que entre o semear e o colher há o cultivo da terra, que é anterior à semeadura, à rega e a todos os demais cuidados meticulosa e incessantemente trabalhados até que a semente se torne fruto. Nessa nobre lavra efetuada pelos educadores sociais, a participação do CBMERJ vem lançar um pouco mais de luz para que novas sementes venham a frutificar na sociedade, sejam como trabalhadores do Corpo de Bombeiros, sejam com qualquer outra atividade laboral que desejarem seguir.
O CBMERJ, como instituição militar, é pautado nos pilares da hierarquia e da disciplina e esses cidadãos e cidadãs, servidores públicos militares, estão sujeitos a normas e regulamentos próprios diferentes dos demais. Como militares, exercem atividades profissionais específicas de acordo com sua qualificação de bombeiro militar, podendo também se especializar nos mais diversos cursos internos da corporação. A experiência da visitação visa apresentar com maior proximidade as atividades exercidas pelos bombeiros militares por meio da vivência dos bombeirinhos com parte da rotina de trabalho e com a exposição oral de algumas peculiaridades da profissão. A visitação, nesse formato, permite observar os saberes e fazeres dos bombeiros militares e suas características que guardam certas semelhanças com outros espaços profissionais, como a formação profissional necessária para cada atividade, a formação continuada, as responsabilidades de cada profissional e suas esferas de atribuição dentro de um organograma.
Como instituição ligada à Defesa Civil, o CBMERJ observa dentro de uma visão educativa de interesse público a disseminação dos conhecimentos em prevenção que inclua não apenas empresas e empresários, indústrias e prédios, como nas Semanas de Prevenção contra Incêndio e Pânico (Brasil, 1954), mas também a sociedade em geral, principalmente junto a moradores de áreas de risco (desastres), realizando ações de defesa civil de forma mais intensa e inclusiva, bem como em projetos educativos como o aqui retratado. Assim, as experiências vividas nesse contexto poderão ser abordadas pelas instituições visitantes por meio de seus educadores sociais nos processos subsequentes, buscando as correlações necessárias a cada realidade em que estão inseridas e, dentro delas, a cada indivíduo em suas particularidades.
Mediação museal
“Informo a Bravo zero zero que a guarnição do ABS-083 encontra-se no local de princípio de incêndio...”
A Educação Museal tem sido um campo fértil de grande efervescência de debates sobre sua construção, regulamentação profissional, formação de profissionais, currículo e políticas públicas, entre outros que contribuem para o crescimento e consolidação da área (Castro, 2019; Costa, 2020). E é justamente pelo reconhecimento dos debates gerados e geradores de conhecimentos, em cuja fonte bebemos para este artigo, que dedicamos este tópico a alguns diálogos com a Educação Museal. Entretanto, observamos do ponto de vista da educação não formal que ambas possuem interações funcionais como processos educativos, conforme afirmado por Jaume Trilla Bernet (2008, p. 45):
A educação, do ponto de vista de seus efeitos, é um processo holístico e sinérgico; um processo cujo resultante não é a simples acumulação ou soma das diferentes experiências educacionais vividas pelo sujeito, e sim uma combinação muito mais complexa, em que todas as experiências interagem entre si.
Lançamos um olhar para a cidade como também educadora, a partir das possibilidades que se abrem de novos locais de exploração das crianças e dos adolescentes a partir da visitação, desde o deslocamento das suas casas para o Centro da cidade, que abriga em seu entorno diversos aparelhos de lazer, como museus e centros culturais, pontos históricos, onde, além do QCG que faz frente para a Praça da República (antes Praça da Aclamação) e a própria Praça XV, que, por meio das barcas, faz ligação com Paquetá, local onde vivia o primeiro maestro da Banda do CBMERJ, Anacleto de Medeiros. Essas novas possibilidades ressaltadas por Jaume Trilla Bernet (1997, p. 21), mesmo que de curta duração, dialogam com outros processos educacionais:
La flexibilidad de recreacción y de adaptación a los cambios es siempre bastante limitada en las instituciones educativas. Una ciudad educadora precisa, por tanto, poder generar procesos educativos eventuales que den satisfacción a necesidades o demandas pontuales o pasajeras. Estas situaciones educativas ocasionales pueden haber sido generadas desde las instituciones educativas estables anteriores, desde cualquier otra institución aunque no sea primariamente educativa o también a partir de iniciativas surgidas directamente del tejido social.
Compreendemos, por ora, que as atividades desenvolvidas no projeto Bombeirinhos se inserem nesse contexto como uma mediação museal, considerando o planejamento e a condução da visita, a exposição do patrimônio musealizado e a formação acadêmica dos profissionais que estão em contato direto com crianças e adolescentes do projeto. Cabe destacar a atenção dada por parte do CBMERJ à formação acadêmica desses bombeiros ao selecionar no seu quadro profissional graduados, entre licenciatura e bacharel, em História, Turismo, Educação Física e mestrando em Educação.
Como parte do planejamento, o projeto Bombeirinhos envolveu não só a formação acadêmica desses profissionais, como aqueles que possuíam experiências e habilidades com o público infantojuvenil; para tanto, se fez necessária até a realocação de profissionais de outras unidades para atuar no projeto. Nesse sentido, Costa (2020, p. 59) afirma que “o educador museal precisa ser alguém capaz de ativar códigos comuns a seu público num exíguo período de tempo”, haja vista a diversidade do público e o tempo de visitação ao museu, conjugado com as demais atividades do projeto, na perspectiva de uma imersão desses visitantes na história, cultura e rotina do CBMERJ.
A mediação museal começa a ganhar destaque desde o início da visitação no complexo histórico conhecido como “Casarão Vermelho” por seus integrantes, o qual abriga os contrastes do desenvolvimento da corporação com seu passado. Onde antes ficavam arreados os burros que puxavam as carroças de aguadeiros para os combates a incêndios, hoje existem caminhões automotores multifuncionais que atuam em combate a incêndios, em buscas e salvamentos, escadas mecânicas com alcance de 90 metros e ambulâncias com suporte avançado para o atendimento pré-hospitalar e transporte das vítimas; seu valor singular foi descrito no processo tombamento e-03/38.232/78:
Neste mesmo local funcionou desde 1856 o Corpo Provisório de Bombeiros da corte. Em 1908, sendo insuficientes as antigas instalações, foi construído o edifício atual, segundo projeto do engenheiro militar Francisco Marcelino de Souza Aguiar, futuro prefeito do Distrito Federal e autor de outros edifícios públicos. É exemplar notável do gosto eclético em que a decoração exterior articula elementos de arquitetura militar numa composição imponente. Do pátio interno vislumbra-se a notável estrutura metálica que dá leveza e funcionalidade aos alojamentos, garagem, cassino, refeitório e escritórios. O museu temático no interior conserva peças representativas da história do combate aos incêndios no Rio de Janeiro (Inepac, s/d).
Na programação, busca-se por meio da mediação museal envolver o público infantojuvenil na cultura e história da corporação, convidando-o a uma imersão capaz de conquistar, em cada detalhe, corações e mentes para que reconheçam também na corporação e em seus profissionais referenciais para suas vidas pessoais e profissionais futuras, aproximando a profissão de bombeiro ao rol das suas possíveis escolhas e, quando não, possam ao menos estabelecer pontos de contato entre ambas, como a organização e funcionamento de uma empresa, o acesso ao serviço público, a formação profissional inicial e continuada, o interesse pelo patrimônio público, pela história e pelo acesso aos aparelhos culturais e de lazer.
Mediando a importância do patrimônio histórico material, a exemplo do prédio tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e pela Lei Municipal nº 5.791, de 29 de setembro de 2014 (Rio de Janeiro, 2014), e da Banda de Música do CBMERJ como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro, tombada pela Lei nº 7.318, de 22 de junho de 2016 (Rio de Janeiro, 2016), caminhamos ao encontro do que aponta o verbete sobre Educação Museal do Caderno da Política Nacional de Educação Museal:
A Educação Museal envolve uma série de aspectos singulares que incluem: os conteúdos e as metodologias próprios; a aprendizagem; a experimentação; a promoção de estímulos e da motivação intrínseca a partir do contato direto com o patrimônio musealizado, o reconhecimento e o acolhimento dos diferentes sentidos produzidos pelos variados públicos visitantes e das maneiras de ser e estar no museu; a produção, a difusão e o compartilhamento de conhecimentos específicos relacionados aos diferentes acervos e processos museais; a educação pelos objetos musealizados; o estímulo à apropriação da cultura produzida historicamente, ao sentimento de pertencimento e ao senso de preservação e criação da memória individual e coletiva. É, portanto, uma ação consciente dos educadores voltada para diferentes públicos (COSTA et al., 2018, p. 73-74).
Nesse sentido destacamos o primeiro maestro da Banda de Música do CBMERJ, Anacleto Augusto de Medeiros, filho da escrava liberta Isabel de Medeiros; ele vivia na ilha de Paquetá até iniciar seus estudos no Conservatório de Música do Rio de Janeiro, quando passou a frequentar com mais assiduidade a cidade do Rio de Janeiro (Anacleto de Medeiros, 2021; Ferreira, 2017). A banda é organizada em curtíssimo espaço de tempo, e a escolha de Anacleto deu-se por seu reconhecimento como maestro e sua capacidade de reunir excelentes músicos. No dia 27 de outubro de 1896, o tenente coronel Eugênio Rodrigues Jardim, comandante interino, envia um ofício solicitando autorização; no dia 30 do mesmo mês é emitido o ofício com a autorização (Souza, 2009); no dia seguinte é dada publicidade no âmbito da corporação no Livro de Ordens nas páginas 175 e 176, na Ordem do Dia nº 80 do Comando Interino do Corpo de Bombeiros, que transcreve (Confrontado com o ofício de origem e transcrito do Livro de Ordens, ambos originais, do arquivo do Centro Histórico e Cultural do CBMERJ):
Para conhecimento do Corpo, mando publicar o seguinte aviso do Ministerio da Justiça e Negocios Interiores – 1ª Secção nº 1225 – Accendendo ao que solicitastes em officio de 27 do corrente mez, autorizo-vos, em nome do senhor presidente da República, a crear nesse Corpo uma banda de música, desde que a mesma não acarrete ônus para os cofres públicos. Saude e Fraternidade assignado - Alberto Torres (Livro de Ordens, 31 out. 1896).
Dezesseis dias após receber autorização para ser criada, os 25 músicos da Banda do Corpo de Bombeiros fazem sua primeira apresentação pública, em 15 de novembro de 1896, na inauguração do Posto de Bombeiros do Humaitá, regida pelo sargento Azevedo, auxiliar do maestro Anacleto, que na ocasião regia a banda paquetaense da Sociedade Recreio Musical na festa de São Roque, padroeiro da ilha. Nesse dia é comemorado o aniversário da banda, que desde sua criação está em atividade ininterrupta.
Considerações finais
“Vida alheia e riquezas salvar”
O presente estudo buscou estabelecer um diálogo entre o passado e o presente do CBMERJ, tendo como objeto de estudo o projeto Bombeirinhos, observando seus sujeitos e sujeitas como cidadãos e cidadãs em processo de formação de sua cidadania nas experiências educativas não formais e na mediação museal, apresentando sinteticamente uma parte da história da corporação, seu acervo musealizado e a rotina de seus profissionais, lançando um olhar educativo para a instituição no seu prédio histórico, que hoje abriga um complexo de setores administrativos e operacionais, entre eles seu museu, estreitando os laços com a sociedade civil e construindo um diálogo com a comunidade acadêmica por meio deste estudo.
Referências
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Publicado em 23 de agosto de 2022
Como citar este artigo (ABNT)
FEITOSA, Luciano de Almeida. Museu do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro: experiências de educação não formal e mediação museal no projeto Bombeirinhos. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 31, 23 de agosto de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/31/museu-do-corpo-de-bombeiros-do-estado-do-rio-de-janeiro-experiencias-de-educacao-nao-formal-e-mediacao-museal-no-projeto-bombeirinhos
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