Uso de metodologias ativas e recursos tecnológicos como inovações na Educação Básica

Fernando Nascimento Costa Neto

Licenciado em Educação Física (Ages) e em Pedagogia (Faveni), pós-graduado em Atendimento Educacional Especializado com Educação Especial (Faculdade Jardins), professor na Rede Estadual de Ensino de Sergipe e na rede privada

A Educação Básica brasileira vem passando por modificações estruturais, metodológicas, curriculares e ideológicas nos últimos anos. Nos moldes expositivos, ser centralizador já não é mais visto como o ideal, pois as mudanças do perfil do alunado e da realidade que vivem, forçaram os professores e gestores educacionais a refletirem sobre novos paradigmas para a educação brasileira. Nesse sentido, reformulações são necessárias, desde os métodos utilizados até os conteúdos trabalhados.

O incremento cada vez maior de tecnologias na sala de aula está fazendo com que o ambiente educacional se torne outro, mais atrativo e dinâmico para estudantes e professores. Além do uso cada vez maior de recursos tecnológicos, a utilização de métodos ativos permite que os estudantes possam construir seu próprio aprendizado, flexibilizando e tornando desafiador o processo de ensino-aprendizagem. As tendências das metodologias ativas vêm crescendo e, com o surgimento da pandemia da covid-19, elas se tornaram uma realidade no ambiente educacional, aliando métodos ativos com recursos tecnológicos.

A partir da discussão acerca do uso de métodos ativos e recursos tecnológicos no ambiente educacional, este trabalho traz, como problema de pesquisa, a seguinte indagação: “Como o uso das tecnologias podem auxiliar o professor no processo de implantação de métodos ativos na educação básica?” Sendo assim, nosso olhar se volta aos professores e como eles têm podido usar dos recursos tecnológicos existentes como ferramentas de inovação, especialmente, na Educação Básica.

A partir da implantação das tecnologias como recurso didático, os professores poderão provavelmente diminuir um problema existente na educação, que é a falta de interesse e engajamento dos estudantes durante as aulas. Por vezes, as aulas são monótonas, desinteressantes aos olhos dos estudantes. Então, com a utilização e a implantação de ferramentas tecnológicas, em conjunto com os métodos ativos, os professores poderão ter novamente a atenção dos estudantes e uma maior participação deles durante as aulas.

Este trabalho pretende discutir como as tecnologias podem auxiliar os professores no processo de implantação de métodos ativos na Educação Básica e, especificamente, debater sobre quais são as novas orientações da BNCC sobre o processo de ensino e sobre a estrutura da Educação Básica, analisando como os métodos ativos podem ser implantados e utilizados no ambiente educacional, além de exemplificar como os mecanismos tecnológicos podem ser utilizados.

As discussões sobre o uso de métodos ativos em consonância com recursos tecnológicos estão em alta no meio acadêmico. Desse modo, o trabalho possui sua relevância científica no debate e na análise de diferentes artigos e publicações que abordam a temática sob diferentes perspectivas, podendo construir um olhar acadêmico e científico acerca do tema. Como contribuição técnica, este trabalho construirá arcabouço teórico sobre como professores podem usufruir das tecnologias a seu favor no ambiente educacional, aliando os métodos ativos às novas tendências no ramo didático.

Este contributo social permite que professores e sociedade civil reflitam sobre como as tecnologias podem ser benéficas no processo de ensino-aprendizagem, podendo tornar as futuras aulas dos professores leitores deste trabalho mais dinâmicas, mais atrativas e produtivas, além de permitir que os leitores possam refletir sobre suas próprias aulas e analisar se já estão implantando algo parecido ou realmente precisam de uma ressignificação de suas aulas.

Este trabalho foi produzido a partir de uma abordagem qualitativa, sob um estudo bibliográfico, por meio de diversas pesquisas em artigos científicos publicados em revistas reconhecidas e renomadas, além do uso de obras clássicas de autores gabaritados na área da didática, dos métodos ativos e das tecnologias educacionais.

Desse modo, o artigo está estruturado em três capítulos: 1 - A BNCC e suas possibilidades, que apresenta como foi o processo de construção da Base Nacional Comum Curricular e as novas orientações deste documento para a Educação Básica; 2 - Métodos ativos na Educação Básica, que traz olhares de diferentes autores sobre possibilidades de como implantar os métodos e quais os benefícios deles no processo de ensino-aprendizagem; e 3 - Recursos tecnológicos como ferramentas didáticas, que mostra as possibilidades de intervenção didática, utilizando as tecnologias como inovações no ambiente de sala de aula.

A BNCC e suas possibilidades

A BNCC, documento atual que normatiza a Educação Básica brasileira, foi criado em uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), possuindo auxílio e apoio de diversos profissionais e especialistas da população e das escolas nessa construção. A formulação democrática desse documento pode ser considerada um marco histórico no país, quando grande parte da população pôde participar, opinando, tecendo comentários e críticas sobre as propostas.

A BNCC (2017), para chegar à sua versão de homologação, passou por duas versões provisórias. Com a terceira edição, chegou-se à versão final.

A formulação do documento, como já citado, é o cumprimento da meta 7 do Plano Nacional de Educação (PNE), publicado em 2014. Uma das suas estratégias era justamente a criação da BNCC com o intuito de fomentar e balizar as orientações para a Educação Básica brasileira. O próprio documento da BNCC (2017) afirma que um dos seus objetivos é normatizar as aprendizagens essenciais que os alunos brasileiros devem adquirir durante o processo de escolarização, lembrando que, apesar das normativas, o documento não pretende engessar a forma de se elaborar e trabalhar as diretrizes das escolas.

Essa afirmação é corroborada por Neira e Júnior (2016), ao realizarem estudo sobre a criação da BNCC, quando entrevistaram os envolvidos na elaboração e na interpretação dos textos do documento. Fica perceptível que o objetivo do documento é poder construir uma base de orientação para a educação das escolas a fim de que as secretarias possam criar e revisar suas propostas, levando em consideração as realidades, as necessidades e as aprendizagens essenciais que os alunos deverão adquirir.

Ponto relevante da criação da BNCC é o fato de não buscar estabelecer conteúdos a serem ensinados, mas os indicar como sugestões. Cabe às escolas utilizar o documento da melhor forma, conforme as suas realidades. A própria BNCC (2017) fortalece o intuito de discutir competências e diretrizes comuns que devem ser levadas em consideração na elaboração das propostas, mas os currículos trabalhados pelas escolas poderão ser diversos. Assim, Neira e Júnior (2016) discutem sobre as escolas e secretarias possuírem a autonomia e a liberdade de construírem suas propostas de acordo com suas necessidades e experiências adquiridas durante o trajeto educacional.

O processo para a implantação das orientações da Base Nacional será um processo que necessitará de grande incentivo e parcerias. No próprio documento do Ministério da Educação (2017) registra-se, sobre o regime de colaboração, que os estados e municípios deverão adotar para criar suas propostas. A criação das diretrizes próprias não deverá ser apenas selecionar os conteúdos, métodos e elencar alguns objetivos que deverão ser alcançados.

A proposta da BNCC (2017) é que as entidades possam estudar suas realidades, analisar quais as necessidades que a população traz, de que forma é a cultura da região e como veem a educação. Desse modo, será possível elaborar propostas que irão nortear o trabalho dos profissionais nessas áreas, levando em consideração quais os direitos de aprendizagens, quais habilidades devem ser adquiridas e dentro de qual concepção pedagógica irão trabalhar. Só assim irão passar do “plano normativo propositivo” para o “plano de ação e da gestão curricular” (Brasil, 2017, p. 14). Por isso, o documento da BNCC é apenas o início para uma grande mudança na formulação da Educação Básica brasileira.

BNCC e o ensino por competências

A forma como deverá ser trabalhado os conteúdos também é alvo de discussão pela BNCC (2017) sendo tratado a partir de competências. Competência, no âmbito educacional, é estimular seu educando a resolver situações que precisem do agrupamento de conhecimentos, habilidades e tomadas de decisões para realizar as tarefas. Buscando o argumento de Philippe Perrenoud sobre o conceito, competência é “mobilização de recursos, conhecimentos ou saberes vivenciados. Manifesta-se na ação ajustada diante de situações complexas, imprevisíveis, mutáveis e sempre singulares” (Perrenoud apud Dias, 2010, p. 74). Assim, o trabalho, a partir de competências trazidas pela BNCC (2017) demonstra o quanto o processo educacional deve evoluir e que os professores não devem tratar os conteúdos somente como conhecimentos a serem transmitidos, mas como formas de produzir aprendizados. Pelo trabalho com as competências é que a BNCC acontece ou, como a própria BNCC (2017) destaca, pelo desenvolvimento das suas habilidades que os alunos deverão atingir os objetivos.

O trabalho realizado a partir das competências discutidas pela Base Nacional e por Dias (2010) retrata o quanto a função do educador é delicada e necessária. O professor precisa dominar a sua área, conhecer as necessidades e as potencialidades dos seus alunos e saber os conhecimentos que cada turma deve adquirir a fim de elaborar quais serão as competências que os alunos devem desenvolver ao longo do ano.

Sendo assim, a BNCC (2017) elenca diversas habilidades que os professores poderão almejar alcançar com os alunos, desde as habilidades específicas por áreas e blocos de ensino até às habilidades para os diferentes campos, das Linguagens, Ciências Exatas, Ciências Humanas etc. Habilidades por etapa de ensino e até habilidades gerais, da própria Base Nacional Comum Curricular, podem ser incluídas no processo. Nesse sentido, o papel dos professores realmente não é fácil, mas deve ser prazeroso, pois está em suas mãos o dever de educar, garantindo o aprendizado em busca de uma sociedade mais justa.

Métodos ativos na Educação Básica

As discussões acerca das possíveis mudanças na educação podem não ser consideradas novas, mas são discussões que estão ganhando força e trazendo à tona significativas mudanças na realidade escolar. Berbel (2011) discute o aspecto dos benefícios do uso de metodologias ativas no âmbito educacional. A autora trata sobre a relação do professor com o desenvolvimento da autonomia do seu aluno durante o percurso da aula. Isso não significa dizer, como muitos imaginam, que o aluno poderá fazer o que bem entender ou apenas participar quando estiver com vontade. Pelo contrário, Berbel (2011) destaca justamente a autonomia advinda dos métodos ativos, como estratégias que o professor utilizará para estimular seus alunos, ou seja, alternativas que o docente possui para fazer com que os alunos se sintam mais atraídos pelo processo educacional.

Nesses casos, as metodologias ativas buscam romper com os métodos tradicionais quando o professor é detentor de todo o conhecimento e os alunos apenas receptores das informações. Nesse sentido, segundo afirmações de Berbel (2011), as metodologias ativas permitem que o educando seja participante ativo da construção do conhecimento da aula, debatendo com o professor, discordando dele, buscando diferentes maneiras de elaborar o seu conhecimento e não ficando apenas refém do que o docente propor. Portanto, de acordo também com os estudos de Morán (2019), o uso de métodos ativos possibilita diversos benefícios aos alunos, dentre eles podemos citar alguns, tais como, a motivação (alunos mais motivados são mais interessados nas aulas), engajamento (alunos com maior persistência, diminuindo possivelmente a evasão escolar) e autoestima (com a autoestima elevada o aluno se sente capaz de aprender).

Outros estudos realizados no campo das metodologias ativas trazem resultados próprios da experiência com o trabalho, como o estudo de Bottentuit Júnior (2019). O autor relata que o trabalho com o método ativo proporciona melhores condições de aprendizagem, pois os alunos podem buscar outros mecanismos de aprendizagem. No entanto, o professor nessas situações será mediador de todo o processo, não necessitando ser o centro do processo. Assim, o professor inicia a discussão, ou realiza a proposta inicial da aula, mas é o aluno quem desenvolve a proposta. A maneira como isto irá acontecer, cabe ao professor conduzir.

Fazendo um paralelo deste estudo com a realidade das aulas remotas, percebeu-se o quanto os métodos ativos foram benéficos para o processo educacional. As ideologias dos métodos ativos estão sendo implantadas fielmente, seja por vontade própria ou obrigação. De acordo com Dias e Pinto (2020), os encontros em formato remoto necessitam de uma metodologia de aula diferente do que vinha acontecendo. Nessas aulas, em formato remoto, há a exigência de que os professores necessariamente façam algo diferente do que apenas um ensino expositivo. O mesmo ocorre com os alunos, pois não há como eles participarem apenas como receptores de informação.

Para Dias e Pinto (2020), aulas em formato remoto exigem mais pesquisa por parte dos estudantes, mais debate durante as aulas e leitura prévia dos conteúdos. Assim, se implanta um dos métodos ativos mais utilizados no momento: a sala de aula invertida.

O estudo realizado por Bottentuit Júnior (2019) é uma experiência própria. As metodologias ativas são benéficas no processo de aprendizagem do aluno e ele mesmo pode conduzir, da melhor maneira, o seu estudo. Os alunos discutem, conversam, refletem, constroem estratégias de grupos de estudo, tudo para melhorar seus aprendizados, saindo do viés de apenas ouvir o professor, tentando internalizar ou memorizar as informações por ele passadas. Nesses casos, tanto os alunos quanto os professores saem beneficiados.

Morán (2015) discute o quanto os benefícios são visíveis com estas mudanças, como em algumas escolas do Rio de Janeiro e de Recife, onde os docentes trabalham com projetos inovadores, buscando estimular seus alunos para novos pensamentos de formação educacional.

Apesar das grandes dificuldades enfrentadas pelas escolas brasileiras no que se refere às grandes mudanças (desde as físicas até de planejamento, remanejamento e construção das ações escolares), não se pode pensar que elas são impossíveis. Morán (2015) destaca o quanto é possível alcançar este tipo de trabalho, ao retratar algumas realidades de escolas no Rio de Janeiro e em Recife, onde docentes trabalham com metodologias diferenciadas das tradicionais, por meio de projetos sem disciplinas, buscando a resolução de problemas e utilizando métodos problematizadores (PBL) e Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE).

Nesse sentido, o surgimento da pandemia, apesar de ser uma catástrofe sanitária e de saúde pública, traz um lado “positivo”, pois a escola e os professores precisam se atualizar. Como afirmam Dias e Pinto (2020), a forma de dar aula, em sua grande maioria, não será mais a mesma. Professores e alunos se sentirão na obrigação de conduzir o processo educacional de forma diferente de como ocorria antes do surgimento da pandemia. Isso posto, a educação passará, ainda, por maiores e constantes mudanças.

Recursos tecnológicos como ferramentas didáticas

As ferramentas tecnológicas, há alguns anos, eram vistas como mecanismos que poderiam atrapalhar o aprendizado do aluno, pois eram vistas como potenciais para desviar a atenção e foco dos estudantes. Buscando respostas em Sakaguti e Azevedo (2013), entendemos que as ferramentas tecnológicas eram vistas como possíveis distrações para os alunos, porque os professores ainda não tinham visto o potencial destes novos mecanismos no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com os mesmos autores (2013), a experiência de professores usando computadores, TV multimídia e retroprojetores, trazendo assim a discussão sobre a educação intermediada pela mídia, é uma boa possibilidade de compreender como utilizar os recursos tecnológicos como ferramentas didáticas. Estudos atuais trazem novos olhares abordando a educação com as tecnologias, voltado para as mídias.

Hoje, a grande maioria dos alunos possui aparelhos celulares, acesso à internet, uso das redes sociais, de jogos on-line, videogames etc. A partir dessas realidades, o professor deve selecionar seus recursos a fim de utilizá-los para potencializar suas aulas. Machado (2018) argumenta dizendo que há necessidade do professor de se atualizar em relação aos avanços tecnológicos da nova era, pois a utilização das novas tecnologias, como recurso didático, promove um maior engajamento por parte dos estudantes, um maior aprendizado e uma sensação de felicidade. Para Machado (2018), os estudantes, ao utilizar os recursos como ferramentas de aprendizagem, se tornam mais interessados e familiarizados com o processo de ensino-aprendizagem.

O professor da era 4.0, como afirma o Digital Planet (2016) ao retratar que estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial, deve estar antenado aos avanços e às atualizações da era digital. Sendo assim, o professor deve modificar sua forma de dar aula. Ele deve deixar de estar preso ao quadro branco, às aulas expositivas, às atividades em caderno ou no livro didático. O professor 4.0, conforme sinaliza a Digital Planet (2016), deve usufruir das diversas possibilidades que os recursos tecnológicos oferecem para ele e seus alunos, métodos de aulas que permitam o uso das redes sociais, sites de vídeos, músicas, uso de aplicativos interativos de formulários, jogos on-line, realidade aumentada, realidade virtual, realidade 3D, aplicativos de buscas, gamificação etc.

Nesse sentido, a educação da era 4.0 significa uma educação mais conectada. Vale lembrar, corroborando Machado (2018), que as crianças e os adolescentes da terceira década do século XXI não são as mesmas crianças de anos anteriores e do século XX. Então, de acordo com Digital Planet (2016), a educação já passou da hora de evoluir, dando um salto qualitativo e metodológico, em que professores podem e devem atuar com seus educandos.

Já é consenso nas discussões atuais que o uso de metodologias tradicionais e expositivas não são mais eficazes com os estudantes do século XXI; trazendo afirmações de Martins et al. (2018), os estudantes do século XXI se encontram numa realidade totalmente diferente. Seu universo é o dos conectados nas redes sociais, nos aplicativos de mensagens, no uso do YouTube e de outras ferramentas digitais e virtuais. Sendo assim, os professores devem utilizar a seu favor as tecnologias de informação e comunicação (TIC), buscando aproximar e atrair os estudantes para o processo de ensino-aprendizagem.

O uso adequado das tecnologias, sejam elas digitais ou virtuais, para Martins et al. (2018), permite que os alunos possam aprender mais e melhor, desfazendo o mito de que a educação é engessada, estagnada. Corroborando Morán (2019), o uso de recursos tecnológicos e de métodos ativos torna o processo educacional de excelência, levando em consideração que os métodos ativos são o que temos de mais atual para o processo educacional. De acordo com Morán (2019), os métodos ativos estimulam os estudantes a buscar um aprendizado de mais qualidade, pois se sentem atraídos por eles. Com o uso de métodos ativos conciliados com os recursos tecnológicos, os estudantes tornam-se agentes do próprio aprendizado, construindo o próprio conhecimento. Assim, o ensino e o aprendizado não ficam apenas no método expositivo, mas focados na produção do aluno.

Buscando exemplificar como o professor pode utilizar os recursos tecnológicos, temos, como possibilidade, como afirma Machado (2018), diversos aplicativos e ferramentas que podem ser utilizadas didaticamente, tais como o próprio WhatsApp (para envio de avisos, comunicados e arquivos para estudo), arquivos de leitura em PDF, utilização do YouTube (para documentários e pequenos vídeos), e outros aplicativos, como o Google Sala de Aula e o Google Formulários (servem para responder atividades ou até avaliações com a opção de “testes”), o Kahoot! (site para perguntas e respostas bastante interativo e instantâneo), páginas do Instagram (para compartilhamento de conteúdo de várias disciplinas) e blogs.

Sendo assim, corroborando Machado (2018), percebe-se quantas infinitas alternativas há para o uso didático das ferramentas tecnológicas, bastando apenas o professor buscar capacitar-se a fim de começar a utilizar essas ferramentas que já são do dia a dia dos estudantes. Há a necessidade de que gestores e docentes tenham um olhar pedagógico sobre esses recursos e ferramentas tecnológicas.

Conclusão

Durante as discussões elencadas neste trabalho pode-se perceber o quanto as tecnologias precisam ser inseridas no processo de ensino-aprendizagem, principalmente na Educação Básica. As tecnologias se tornaram uma realidade do dia a dia não só das crianças e dos adolescentes, mas de todos. Então, não há motivo para essas tecnologias serem excluídas do processo educacional. Cabe aos professores dosar e inserir as tecnologias como recursos didáticos, aliando-as ao conjunto das metodologias ativas, permitindo, assim, que a Educação Básica evolua e se ressignifique.

Portanto, as hipóteses deste trabalho são confirmadas quando se percebe que o uso de tecnologias durante as aulas a partir dos métodos ativos representa um meio importante de inovação do setor educacional, reforçando, mais uma vez, o potencial dessas tecnologias entre crianças e adolescentes. Desse modo, é necessário que sejam incluídas no processo de ensino-aprendizagem a fim de tornar as aulas mais dinâmicas, mais atraentes e mais significativas para os estudantes.

Referências

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BOTTENTUIT JUNIOR, J. B. Sala de Aula Invertida: recomendações e tecnologias digitais para sua implementação na educação. Novas Tecnologias na Educação, v. 17, nº 2, ago. 2019.

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MACHADO, M. F. R. C. O uso dos recursos didático-tecnológicos como potencializadores do processo de ensino-aprendizagem. XIII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Formação de Professores: contextos, sentido e práticas. 2018.

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MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A. de; MORALES, O. E. T. (orgs.). Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. v. II. Ponta Grossa: Foca Foto/UEPG, 2015.

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SAKAGUTI, M. E. A.; AZEVEDO, F. de. As novas tecnologias e o seu uso como recurso didático no processo de ensino-aprendizagem de Ciências. Cadernos PDE, Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Curitiba: SEED, 2013.

Publicado em 27 de setembro de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

COSTA NETO, Fernando Nascimento. Uso de metodologias ativas e recursos tecnológicos como inovações na Educação Básica. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 36, 27 de setembro de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/36/uso-de-metodologias-ativas-e-recursos-tecnologicos-como-inovacoes-na-educacao-basica

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