Aspectos linguísticos da Libras e desafios dos surdos na aquisição da língua escrita

Fabiana de Oliveira Gadelha

Licenciada em Letras/Espanhol (IFB - Câmpus Ceilândia), operadora de Atendimento no Hospital Sírio e Libanês do Distrito Federal

Sarmánia Zarles Santos Pereira

Licenciada em Letras/Português (Unesa – Câmpus Ribeirão Preto), professora da Secretaria da Educação do Distrito Federal

Viviane Lima Martins

Graduada em Letras (USP), mestre e doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), professora do IFMG

É possível comprovar o status delinguagem da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), porque ela apresenta ferramentas que implicam uma comunicação profunda, capaz de criar e interpretar diversos gêneros textuais. A teoria vygotskiana destaca a importância da linguagem para o desenvolvimento cognitivo e social do homem, ressaltando que pelo caráter social do ser humano é que ele cria a linguagem. Assim, como a língua oral, a Libras foi desenvolvida de forma natural, de acordo com a necessidade de comunicação de seus usuários, dotada também de níveis e variações linguísticas como qualquer outra língua.

Apesar da semelhança, os surdos ainda sofrem muitas dificuldades para interagir em sociedade, pois a ausência de audição os impede de ter contato direto com a linguagem oral, o que muitas vezes ocasiona prejuízo emocional, comunicativo e educacional.

Pode-se afirmar que, em razão de possuírem uma língua própria (Libras) e de se expressarem por meio da língua de sinais e por expressões corporais, a aquisição da linguagem para os surdos pode se tornar um grande entrave, visto que a estrutura gramatical da língua de sinais e do português são diferentes, identificando, por isso, deficiência na escrita, em que se percebem algumas discrepâncias com relação à falta de conectivos, por exemplo, fazendo com que o texto perca sua clareza. Dessa maneira, entende-se que a Libras deva ser estudada independentemente da língua portuguesa, pois sua gramática é diferente e não necessita da língua oral para sua aquisição, haja vista que ela foi construída com obediência a suas próprias regras, que refletem a maneira como o surdo interage com o ambiente e desenvolve o seu raciocínio, com base na percepção viso-espacial. Assim, depois de sua língua materna (Libras) bem consolidada, a língua portuguesa escrita pode ser desenvolvida com seu apoio.

Dentre as barreiras que os alunos com surdez enfrentam, a primeira é a da linguagem, visto que fica evidente a importância e a necessidade de a Libras ser a primeira língua dos surdos, pois é por meio do contato visual e da aquisição da linguagem que eles formam seus primeiros pensamentos e são capazes de se apropriar da linguagem escrita.

Contudo, para entender melhor a Língua Brasileira de Sinais, faz-se necessário um estudo que leve em conta a sua real formação, de modo a se desvencilhar de mitos que contribuem para a propagação de que a língua de sinais não é capaz de expressar conceitos abstratos, que ela possui falhas na organização gramatical, que é superficial ou inferior à comunicação oral, quando na verdade ela é um meio de comunicação que substitui completamente a audição, que possibilita aos surdos expressar o ambiente à sua volta, dando o direito que lhes foi tirado de serem ouvidos e percebidos pela sociedade. Assim, a linguagem de sinais percorre gradativamente o cotidiano do surdo, como a língua oral, despertando sua consciência interna e caracterizando o indivíduo apenas como um jeito diferente de ser e de interagir com o mundo.

Um dos fatores que reforçam algumas dificuldades quanto ao ensino dos alunos portadores de deficiência no Brasil pode estar voltado à criação das recentes leis que se baseiam na inclusão dos deficientes físicos no ensino regular, sem levar em conta a realidade das escolas, pois na teoria é muito “bonito e válido”, porém, na prática, a inclusão dessas pessoas não acontece como deveria. Apesar dos avanços ocorridos ao longo dos anos, ainda existem lacunas a serem preenchidas para que a inclusão se torne uma realidade; uma delas se dá com profissionais despreparados para lidar com alguns dos desafios que dificultam o processo de inclusão nas instituições de ensino.

De fato, incluir um aluno com deficiência no ensino regular é um desafio, principalmente quando se trata da estrutura e do acompanhamento pedagógico que as escolas oferecem a esse aluno tido como “especial”. Assim, tornar efetiva a educação inclusiva ainda é visto como um obstáculo para as instituições, que mal se adaptaram às atuais mudanças frente ao ensino escolar.

Desse modo, o interesse em pesquisar mais a fundo a aquisição da língua surge quando vivenciamos a realidade das instituições escolares. Os estágios obrigatórios permitem observar como os alunos com deficiência auditiva conseguem desenvolver o aprendizado da linguagem diante das metodologias desenvolvidas pela escola em que é inserido. Por isso, as experiências vividas durante as atividades realizadas no ambiente escolar proporcionam um novo olhar quanto às didáticas de ensino implementadas para a efetivação da inclusão.

Logo, percebe-se que, os cotidianos desses alunos são cercados por desafios que, consequentemente, despertam novas perspectivas de ensino. Diante dessa realidade, o presente artigo tem como objetivo geral identificar os maiores obstáculos do aluno surdo na aquisição da língua escrita e, como objetivos específicos, analisar os aspectos socioculturais que influenciam o primeiro contato com a língua materna; o processo de inclusão social na rede regular de ensino, em que muitas vezes a prática não é como idealizada; e os métodos utilizados em sala de aula, ainda muito defasados, a fim de apontar estratégias que sejam mais eficientes.

Por outro lado, temos a questão da inclusão escolar de alunos com surdez, a qual tem sido cada vez mais necessária, pois a realidade em que se encontra não é favorável, apesar do avanço e das diversas legislações vigentes. As atuais práticas de inclusão utilizadas no âmbito escolar inserem as crianças com deficiência e/ou necessidades específicas em classes comuns, mas sem atenção às adaptações necessárias à sua individualidade.

Assim, com as metodologias adequadas, esses alunos podem ter as mesmas oportunidades que os que ouvem bem, inclusive o domínio da escrita. Cada indivíduo possui suas especificidades, apresenta níveis diferentes de dificuldade em relação à aprendizagem; é uma questão individual de oportunidade e de vivência.

Consequentemente, incluir torna-se um desafio para o professor – que terá que adaptar a sua prática pedagógica, trazendo novos procedimentos, atividades, novas formas de avaliação e ajustes no conteúdo ministrado.

Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho é de cunho qualitativo – em que analisa criticamente os dados referentes à pesquisa do tema, a fim de chegar a um resultado satisfatório que contribua ativamente com o desenvolvimento humano da sociedade – e quantitativo, quando se preocupa com a quantificação dos dados, comprovando se uma teoria é válida ou não a partir de análises estatísticas (Knechtel, 2014, p. 2).

O referencial teórico traz pesquisa bibliográfica contendo livros de autores que abordam o tema da aquisição da língua em sala de aula, aspectos socioculturais, inclusão do aluno na rede regular e as metodologias utilizadas em sala de aula. Também foi proposto um questionário com perguntas direcionadas aos professores e entrevistas com alunos surdos, com o intuito de explorar as experiências vividas em sala de aula e as dificuldades no campo da aquisição da língua durante sua formação acadêmica.

Obstáculos do aluno surdo na aquisição da língua escrita

Compreende-se que os alunos surdos enfrentam constantes dificuldades durante o processo de ensino-aprendizagem das diversas disciplinas que compõem o currículo, principalmente Língua Portuguesa. Por possuírem uma língua própria e pouco difundida, os surdos, quando ingressam em uma instituição de ensino regular, encontram vários obstáculos, principalmente ao se depararem com o ensino da Língua Portuguesa.

A diferença na língua de comunicação entre o aluno surdo e as demais pessoas do ambiente escolar conduz a um histórico de reprovação por vários motivos, dentre eles a falta de comunicação com o professor em sua própria língua – a Libras – e a falta de meios de decodificação do código visual da escrita.

Para dar continuidade ao aprendizado das demais disciplinas, é estritamente necessário ter a língua portuguesa como base de conhecimento, pois ela servirá de influência na formação dos estudantes durante sua vida acadêmica e pessoal.

Nesse sentido, é fundamental ampliar políticas públicas de inclusão, para que professores, gestores e comunidade escolar possam adequar os materiais didáticos em língua portuguesa frente ao movimento de inclusão.

O surdo e a língua escrita

A primeira língua oficial e materna dos surdos é a Língua de Sinais, aqui no Brasil designada como Língua Brasileira de Sinais (Libras), assim como o português é nativo para os não deficientes auditivos. Podemos dizer que o surdo está envolvido e exposto à língua portuguesa por seu convívio familiar, já que a maioria tem pais ouvintes. Entretanto, esse indivíduo também deve estar incluído em uma comunidade surda, em que predomina o uso da Libras como língua dominante.

Logo, é importante que a sociedade compreenda o caráter bilíngue do surdo. A maior parte das crianças surdas evolui sua linguagem por meio do ensino de Libras e, assim, têm acesso à cultura, ao conhecimento e à integração social.

O letramento da pessoa com surdez no Brasil é um dos assuntos que precisam ser analisados e melhorados, pois a realidade educacional ainda possui traços de tradicionalismo inviáveis aos dias atuais, o que impossibilita a sua eficácia.

Segundo Fernandes (1990), as discussões em torno do processo educacional do sujeito surdo e do seu desempenho escolar em geral apontam e analisam suas dificuldades em relação a práticas de leitura e escrita. Tais discussões topicalizam questões que denotam os obstáculos que o surdo apresenta, sobretudo, com relação à língua portuguesa.

Diante disso, é importante analisar as principais dificuldades da pessoa surda na aquisição da língua escrita sob a perspectiva sociocultural em relação à inclusão, às práticas e às metodologias utilizadas.

Assim como a língua portuguesa, a Libras possui sua própria estrutura gramatical e semântica, pragmática e sintática. Contudo, a organização de ideias é bem diferente da do português comum: não são utilizados artigos e flexões verbais.

Outra reflexão é que, para os surdos, a aquisição da língua escrita não apresenta apenas mais uma modalidade. Na língua portuguesa existe o trabalho de desenvolvimento da língua falada e escrita, em que há relação entre o som ouvido e falado, o fonema, o qual assume ligação mais direta com a letra escrita, ou grafema, diferente da Libras, em que isso não ocorre.

De maneira geral, o surdo é alfabetizado apenas na modalidade escrita em uma língua que possui diferenças sintáticas, morfológicas e fonéticas; por isso, percebe-se que há irregularidades na escrita do indivíduo surdo, e elas fazem parte de um processo de construção da sua própria língua.

Para esclarecer o assunto – construção e dificuldades do surdo na língua escrita –, podemos citar um exemplo para entender um pouco mais sobre a gramática da Libras. Em português, na sua forma oral ou escrita, a frase: “O meu sobrinho vai se formar como jornalista em dezembro” seria a mesma; entretanto, em Libras, essa mesma frase seria: “Dezembro agora sobrinho meu formatura jornalista”, o que é bastante diferente na simples transcrição.

Além disso, no português os ouvintes usam quase a mesma estrutura morfo-sintático-semântica nas modalidades falada e escrita, relação não estabelecida entre a Libras e a língua escrita. Outra diferença é que em Libras as palavras se constroem por intermédio das mãos, que se movimentam no espaço e se organizam de forma simultânea e não linear.

As barreiras fazem parte do processo de desenvolvimento do surdo, não apenas como obrigatoriedade ou imposição, mas como necessidade para alcançar autonomia. Assim, trazemos a seguinte reflexão: será que o surdo supera e aprende ou apenas contorna as barreiras significativas para avançar na formação?

Aspectos socioculturais influenciam o primeiro contato com a língua materna

O direito dos surdos à Libras, infelizmente, está muito relacionado à realidade sociocultural em que estão inseridos. A desinformação e a falta de conhecimento dos familiares e da sociedade à sua volta refletem muito em suas vidas. Além disso, segundo Maria Cristina da Cunha Pereira,

a maior parte das crianças surdas nasce em famílias ouvintes que não usam a língua de sinais, é comum que elas cheguem à escola com alguma forma de linguagem, criada na interação familiar. No entanto, chegam sem uma língua adquirida, uma vez que a língua portuguesa, na modalidade oral, usada pela família, lhes é inacessível e a Língua Brasileira de Sinais, que lhes é acessível, é desconhecida pela família (Pereira, 2014, p. 147).

Compreende-se, portanto, que, na proposta de uma escola bilíngue, a escola vai proporcionar a aquisição da Libras especificamente para filhos de pais ouvintes. Dessa forma, enquanto alunos ouvintes chegam com bagagem linguística da sua língua materna (língua portuguesa), aprendida no contato com os familiares, os surdos chegam apenas com fragmentos que precisam ser desenvolvidos ao longo do tempo. Para isso, é necessário primeiro que haja contato com a sua língua materna (Libras), só assim poderá recorrer a ela para aprendizado da língua portuguesa, como ocorre com qualquer ouvinte que, para aprender outra língua, precisa conhecer primeiro a sua de origem.

Ainda que esses alunos estejam inseridos nessas escolas, é necessário que seus membros desenvolvam um trabalho no qual o estudante surdo tenha educação real e efetiva. Infelizmente, na sociedade atual, a Libras não é muito difundida para que a pessoa com surdez tenha apoio necessário desde o seu nascimento, principalmente quando esse cenário está diretamente ligado à classe social, já que a baixa renda é um dos impedimentos e o motivo pelo qual essas pessoas acabam não recebendo uma base necessária que garanta sua independência futura. Esse é um dos motivos pelos quais, inclusive, haja tantas pessoas com surdez que não aprenderam Libras nem língua portuguesa escrita ou que possuem dificuldade de comunicação em pelo menos uma delas, tornando-as dependentes e, muitas vezes, à mercê de instituições assistencialistas quando contam com a sorte.

Portanto, o ideal seria que o surdo tivesse, desde o seu nascimento, interação com a cultura surda, pois isso lhe permitiria maior facilidade no desenvolvimento de novas habilidades, como a língua escrita; ou, pelo menos, acesso a essas escolas bilíngues, mas a realidade muitas vezes não é essa. Nem sempre esses alunos terão acesso e possibilidade de permanência na escola, seja nas bilíngues para surdos ou na rede regular, numa proposta inclusiva.

Processo de inclusão social na rede regular de ensino

De acordo com dados históricos, o início da inclusão no Brasil começou com a realização de dois eventos importantes. Com o fracasso escolar, foi necessária a discussão de políticas públicas com o intuito de fortalecer o processo de inclusão no ensino escolar.

A Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida na Tailândia em 1990, e a Conferência Mundial sobre Educação Especial, realizada na Espanha em 1994, debateram pautas e medidas que refletiram na importância da inserção do aluno especial no ensino regular. A Declaração de Salamanca é um documento elaborado no evento sobre Educação Especial na Espanha com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a formulação e a reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social.

O primeiro evento discutiu a necessidade do desenvolvimento de uma política educacional de qualidade, destacando a importância de serviços que atendessem aos alunos – tanto aqueles considerados “normais” quanto aqueles com necessidades especiais; o segundo evento colocou em pauta a questão da inclusão de maneira mais sistemática. Sendo assim, os alunos que apresentassem dificuldades em sua escolarização seriam considerados alunos com “necessidades especiais”; portanto, a escola deveria atendê-los adequando-os de acordo com sua dificuldade.

Assim, outras leis, como a Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB) e Constituição Federal de 1988, determinam a inclusão desses alunos de forma integrada na rede de ensino regular, transformando o modelo escolar do Brasil. De fato, tivemos grande avanço no ensino escolar, principalmente quando se pensa em um ensino pautado na igualdade de condições. Porém a realidade é vista de forma diferente.

Constata-se que, na atualidade, para uma estimativa de cerca de seis milhões de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais, não chega a quatrocentos mil o número de matriculados, considerando o ensino especial e o ensino regular.

Nota-se que muitos alunos ainda não têm acesso a qualquer tipo de escola, indicando que há exclusão de indivíduos com necessidades especiais. Por fim, existe ainda outro problema: um número significativo de alunos com necessidades educativas especiais que têm acesso à escolaridade, não estão recebendo educação apropriada por falta de profissionais qualificados e de recursos.

Segundo Bortoleto, Rodrigues e Palamin (2002/2003), a inclusão do surdo na escola deve garantir sua permanência no sistema educacional regular com igualdade de oportunidades, bem como ensino de qualidade.

A educação é um direito constitucional, independente de raça, cor e credo; para que isso aconteça de fato, é preciso que a escola entre em um processo de redimensionamento, ou seja, a instituição escolar precisa estar preparada não só para receber esses alunos, mas para saber trabalhar de forma heterogênea.

Infelizmente, os sistemas de ensino fazem com que o professor apenas dê conta dos conteúdos previstos no plano de aula; ele se esquece de olhar para o aluno de forma individualizada. A escola precisa estar pronta não só para receber esses alunos, mas fazer com que eles permaneçam na escola.

Contudo, permanecer na escola não é só um direito; é preciso atenção e estrutura diferenciada, oferecendo recursos e acessibilidade para receber esses estudantes. Além de inserir essa criança, é preciso fazer com que ela aprenda.

Por isso, pode-se dizer que a inclusão é dar condição de que o aluno aprenda, pois todos nós temos capacidade de aprender, independente da dificuldade.

Métodos utilizados em sala de aula

O processo de inclusão dos surdos no Brasil passou por vários desafios, principalmente com a criação de leis de inclusão, que trouxeram muitas mudanças e novos conceitos no contexto escolar. Assim, várias metodologias foram surgindo, e a presença do aluno surdo em sala exige que o professor se adapte a essa realidade, reconhecendo a necessidade de elaborar novas estratégias e outros métodos de ensino que sejam adequados à forma de aprendizagem deste aluno.

Segundo Rijo (2009), o surdo usuário da língua de sinais ainda é um desconhecido para a grande maioria dos professores, os quais sabem muito pouco sobre surdez, educação de surdos e como eles se comunicam.

Com a revolução da qualidade de ensino, ainda existem professores que buscam o aperfeiçoamento na sua formação por meio de cursos e especializações, porém há profissionais que precisam se qualificar para prestar bom atendimento aos alunos que mais necessitam. Muitos professores, por exemplo, não conhecem a Libras, e isso acaba dificultando a comunicação em sala de aula, comprometendo o aprendizado dos alunos.

Há de se ressaltar que, mesmo com as mudanças no cenário escolar, essa falta de capacitação dos professores, principalmente os da Educação Básica, ainda está bem presente no contexto atual da Educação Inclusiva.

É indispensável que os profissionais da área educacional ajudem a promover essa inclusão, criando condições viáveis para que o ambiente escolar se transforme em um lugar para todos, independente das limitações de cada aluno.

Os alunos com deficiência requerem o uso de materiais e currículos adaptados, que atendam às suas demandas e especificidades. De acordo com Franco (2007, p. 78), “as adaptações curriculares, de planejamento, objetivos, atividades e formas de avaliação, no currículo como um todo ou em aspectos dele, são para acomodar os alunos com necessidades especiais”, ou seja, servem para propiciar ao aluno com deficiência equiparidade e aprendizagem do conteúdo a ser ensinado.

Ao elaborar um material voltado ao aluno com deficiência auditiva, é importante que o professor conheça esse aluno, sabendo se comunicar e articular esses métodos, dialogando com o seu cotidiano e, sobretudo, conhecendo a sua real necessidade, ou seja, além de saber lidar com a língua de sinais, o professor precisa verificar em que contexto familiar, social, cultural que esse aluno está inserido.

Trabalhando com novas abordagens metodológicas e com as características desses alunos, sabendo como eles irão interagir e compreender determinado conteúdo, o docente obterá muito mais sucesso nas suas estratégias, podendo realizar melhor intermediação e conduta em sala de aula.

Um ponto que pode ser observado é que a aquisição linguística se dá de formas diferentes, por isso é primordial que o docente compreenda que cada aluno surdo tem o seu repertório e sua trajetória de vida, sendo que ele desenvolveu o seu aprendizado de maneira distinta. Isso acontece pelo fato de que existem alunos de pais ouvintes e alunos de pais surdos.

O professor precisa estar atento às questões e estratégias pedagógicas, se preparando, verificando materiais, textos e recursos visuais adequados e inerentes às características desses alunos, o que facilitará o melhor direcionamento para que essas práticas sejam válidas e enriquecedoras.

Questionários com os profissionais da Educação básica

De acordo com o mencionado no início do artigo, partimos de uma abordagem qualitativa a partir da aplicação de questionário de pesquisa e entrevistas. Os dados obtidos com o questionário para os profissionais da Educação da rede básica de ensino apontaram informações relevantes e reais sobre a educação brasileira para alunos surdos do ponto de vista do docente, que é um olhar de quem está diretamente em contato com os alunos e sabe quais são os principais desafios enfrentados no dia a dia escolar.

Entre os profissionais que responderam o formulário, metade já trabalhou em algum momento da sua vida com alunos surdos, sendo a maior parcela com jovens, apesar de não receberem capacitação específica e não contarem com profissionais de apoio na maioria das vezes para atender esses alunos.

Quando foram indagados sobre quais as principais metodologias para trabalhar com alunos surdos no desenvolvimento da língua escrita, dentre algumas opções, todos os profissionais citaram que o importante é a formação profissional e apoio de intérprete em Libras.

Assim, a problemática da formação docente perdura há vários anos, mas mesmo com as dificuldades é possível perceber algumas melhorias, como a inclusão de disciplinas de Libras nos cursos de licenciatura, pelo Decreto do Ministério da Educação nº 5.626, de 24 de dezembro de 2005, e, mais recentemente, a criação da dupla habilitação Português/Libras em alguns cursos de Letras, o que tem se tornado cada vez mais comum. Não obstante os avanços, os resultados caminham a passos lentos, pois são décadas a serem recuperadas e novos investimentos precisam ser feitos na formação dos profissionais. Todo progresso na formação dos professores contribui para uma prática pedagógica mais eficaz que beneficia o aluno com surdez e incentiva a difusão da língua de sinais – e os profissionais da Educação reconhecem isso.

Também foi questionado aos professores se a escola em que estão atuando possui política de inclusão e, se sim, como funciona o processo; 25% dos profissionais aludiram que as escolas não possuem, mas que, mesmo assim, recebiam vários alunos da Educação Especial. Os 75% restantes informaram que possuem políticas de inclusão, porém dentre eles alguns reportam que essa política visa apenas o cumprimento de leis e não o acolhimento, haja vista que pouquíssimos contam com intérprete de Libras em sala. Ou seja, muitos não podem contar com o apoio da escola para o desenvolvimento de suas atividades com os alunos surdos, buscando de forma individual adaptar o conteúdo à necessidade deles. Já os profissionais que conseguem desenvolver um trabalho eficaz com esses alunos relatam isso porque, felizmente, contam com o apoio da escola e a dedicação individual, apesar dos desafios que eles também enfrentam; essa união consegue fazer a diferença na educação desses alunos.

Ao analisar os dados, percebe-se que a Educação Inclusiva nas escolas ainda não é uma realidade. São muitos os ganhos sociais encontrados em escolas que conseguem desenvolver uma Educação Inclusiva de qualidade, porém a maioria das instituições de ensino ainda não conseguiu atingir esse ideal, pois os recursos tecnológicos implementados nas instituições escolares não são suficientes para tornar a inclusão uma realidade no Brasil e ainda falta preparo adequado dos profissionais envolvidos. Por isso é tão necessário reforçar a importância de uma educação global, neste caso voltada ao conhecimento da Libras para os profissionais da Educação e alunos com surdez. O acesso às metodologias e aos recursos favorece também a aprendizagem e a interação entre alunos e os profissionais.

Nesse sentido, podemos concordar com Aspilicueta e Cruz (2015, p. 55), ao aludirem que “o discurso da inclusão aponta para avanços importantes em nossa sociedade e em nossas escolas ao propor que elas passem a estar preparadas para receber todos aqueles que dela quiserem tomar parte”.

Sobre os principais desafios encontrados pelo aluno com surdez em sala de aula, as opções do questionário apresentados são: compreensão do conteúdo ministrado em sala de aula; dificuldade na realização das atividades, exames e avaliações; relacionamento interpessoal com os colegas e demais colaboradores da escola; adaptação aos instrumentos pedagógicos utilizados; e falta de domínio de sua língua materna (Libras). Os resultados obtidos pelos docentes apontam que as maiores dificuldades estão na compreensão do conteúdo ministrado em sala de aula e na falta de domínio de sua língua materna (Libras). A seguir está o gráfico dos resultados apurados.

Gráfico 1: Principais desafios

Percebe-se, portanto, que as maiores dificuldades estão interligadas; uma é consequência da outra. A compreensão do conteúdo em sala de aula tem relação direta com a linguagem, pois, se o aluno não dominar sua língua materna – no caso do surdo, a Libras – consequentemente, terá muita dificuldade de aprendizado em sala de aula.

Por fim, para complementar, os professores opinaram sobre o que eles acham do trabalho de inclusão realizado nas escolas da Educação Básica, se é eficaz ou não. Apenas 10% dos professores acreditam que a Educação Inclusiva está sendo eficaz e que desenvolve uma aprendizagem significativa. Houve quem apontasse que acredita que a escola bilíngue seja a melhor opção. Apesar de a maioria acreditar na importância da Educação Inclusiva, eles reconhecem que no momento ela não é eficaz por diversos fatores como: escassez de recursos; preparo e conhecimento da Libras por parte dos profissionais; carência de profissionais capacitados nas salas de recursos; e pouca valorização e investimentos na formação dos professores. Tudo isso contribui para que a inclusão dos surdos não aconteça de fato.

Entrevista com portadores de deficiência auditiva

As entrevistas foram realizadas em momentos diferentes, com três participantes, todos com grau de perda auditiva profunda, porém com idades, realidades e formações acadêmicas distintas. Eles serão identificados como E1 (Entrevistado 1), E2 (Entrevistado 2) e E3 (Entrevistado 3). O intuito é marcar os principais desafios na educação e aquisição da língua escrita do aluno com surdez, tendo em vista suas particularidades econômicas, sociais, culturais e temporais; e refletir sobre os métodos utilizados, principalmente aqueles que vigoram até os dias de hoje, a fim elucidar os melhores caminhos a serem percorridos na educação desses alunos.

E1, de 39 anos, possui Ensino Médio completo, é filho de pais ouvintes; atualmente trabalha em um cartório em Brasília. E1 estudou em escola pública e frequentou o Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni – CEAL/LP, onde aprendeu a Libras com apenas sete anos de idade. Apesar de todo o apoio, confirma que sua experiência escolar teve momentos fáceis e difíceis e que nos lugares onde estudou nem sempre havia intérprete em Libras, o que ocasionava algumas dificuldades de aprendizagem nas disciplinas de Português, Matemática e Física, por exemplo. Apesar de todas as barreiras, E1 é um homem independente e gerador de sua própria renda.

E2, por sua vez, tem 69 anos, também reside no Distrito Federal; veio do Piauí ainda bebê. Hoje mora sozinho, contudo não é completamente autônomo; precisa da ajuda de algumas pessoas para resolver alguns assuntos, como fazer compras, ir ao médico, ao dentista etc. Conta sempre com auxílio de familiares e de amigos próximos nessas situações. Seu grau de perda auditiva atualmente é profundo, mas relatou que, quando era pequeno, até oito anos de idade, usava aparelho auditivo, conseguia ouvir um pouco, apenas ruídos mais altos, porém foi perdendo completamente a audição ao longo da vida, por isso deixou de usá-lo. E2 aprendeu Libras em uma Igreja Católica, na escola nunca teve auxílio de intérprete, estudou em escola pública regular, onde aprendeu a ler e escrever com oito anos de idade; no entanto parou de estudar na 5º série, porque não compreendia o conteúdo ministrado.

Alguns relatos descritos por E2 chamam bastante a atenção, especificamente sobre a educação na década de 1960. Para ele, a maior barreira da aprendizagem era a dificuldade de compreender o conteúdo, pois só copiava e tentava entender o assunto pelo que a professora escrevia no quadro, haja vista que ela não utilizava nenhum tipo de recurso para auxiliá-lo. Além disso, ele descreve a sua experiência escolar como “mais ou menos”, pois a interação com os colegas era boa, gostava de brincar, porém a professora não tinha paciência de ensinar, “puxava a orelha e colocava de joelhos no milho” para castigá-los. Esses relatos de E2 ajudam a identificar os avanços e muitos retrocessos que acompanham a educação atual. Não é comum encontrar professores que utilizam meios de agressão física como punição, porém a desinformação, falta de paciência e negligência com alunos surdos ainda são uma realidade a ser refletida pela escola e profissionais da educação.

A terceira e última pessoa entrevistada, E3, tem 34 anos, possui Ensino Médio completo e é filha de pais ouvintes. Formou-se em Administração e em Letras, Libras/Português. Também frequentou o Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL/LP), aprendendo a ler e escrever ainda criança. Hoje estuda na Universidade de Brasília (UnB), onde faz mestrado em Linguística Aplicada e está concluindo sua pesquisa.

E3 aprendeu Libras aos 13 anos, convivendo com a comunidade surda. A entrevistada informa que sua trajetória acadêmica foi muito difícil, principalmente quando estudava na escola pública, pois na época faltavam profissionais de qualidade, como intérpretes de Libras, que direcionassem melhor o seu aprendizado. Apesar de ter enfrentado vários desafios, a estudante nunca desistiu de alcançar os seus objetivos e atualmente é uma pessoa independente e em alguns momentos ministra aulas de Libras para ouvintes.

Para melhor esclarecimento de como a pesquisa foi percorrida, segue quadro-resumo com os resultados obtidos para algumas perguntas de pesquisa: com qual idade aprendeu a ler e escrever? Quando foi o seu primeiro contato com a Libras? Qual foi a sua maior barreira de aprendizagem?

Quadro 1: Resumo das entrevistas sobre aprendizado da leitura e escrita, primeiro contato com a Libras e maior barreira de aprendizagem

Aluno

Idade que aprendeu a ler e escrever

Primeiro contato com a Libras

Barreira de aprendizagem

E1

Aos sete anos

Aos sete anos (CEAL/LP)

Aprender Português, Matemática, Física e Química.

E2

Aos oito anos

Na Igreja Católica. Foi lá que aprendeu Libras

Dificuldade de entender o conteúdo.

E3

Ainda criança, mais ou menos aos sete anos.

Com a comunidade surda aos 13 anos.

Aprender a escrita.

Apesar de todos os entrevistados terem informado que aprenderam a ler e escrever, foi possível perceber ainda muita dificuldade na língua escrita durante a entrevista. Cada caso por um motivo específico – seja por baixa escolaridade, por terem sido menos expostos à língua escrita como deveriam ou não terem recebido auxílio adequado; isso mostra que, com as metodologias adequadas, esses alunos poderiam ter as mesmas oportunidades dos que ouvem bem, inclusive o domínio da escrita. Cada indivíduo possui suas especificidades, apresenta níveis diferentes de dificuldades em relação à aprendizagem, é uma questão também de oportunidade e de vivência.

Consequentemente, torna-se um desafio para a escola e o professor, que terá que adaptar a sua prática pedagógica trazendo novos procedimentos e atividades, novas formas de avaliação e ajustes no conteúdo ministrado.

Considerações finais

A aquisição da língua escrita pelo deficiente auditivo está cercada por várias irregularidades ao longo da sua vida, desde o seu nascimento. A maioria dos surdos é de filhos de pais ouvintes, e a falta do contato desde cedo com a Libras acaba comprometendo a aquisição da Língua Portuguesa escrita, já que para aprendê-la a língua materna precisa estar substanciada. Essa irregularidade, infelizmente, acompanha o aluno durante toda a sua vida, pois a maioria das escolas não está preparada para atendê-los como deveria.

De acordo com Góes (2002), o surdo apresenta limitações nas interações sociais para aprendizagem, as quais tornam-se difíceis não pela surdez, e sim pela falta de língua comum entre locutor e interlocutor. Ou seja, mesmo que o aluno surdo domine a sua língua materna – Libras –, a aprendizagem e a interação social podem ser comprometidas pela falta de uma língua comum com os interlocutores que falam português. Por isso, é importante também que os ouvintes aprendam a Libras para se comunicar com os surdos, principalmente quando esses ouvintes são os profissionais da Educação.

Além disso, muitos fatores estão envolvidos quando o assunto é aquisição da língua escrita pelo o aluno surdo; um deles é a reflexão sobre Educação Inclusiva na rede regular de ensino, que ainda não é efetiva por inúmeros motivos, dentre eles a falta de profissionais qualificados, a falta de domínio da Libras e, consequentemente, da língua escrita pelo aluno com surdez. Todos esses obstáculos fazem com que ele tenha muita dificuldade de aprendizagem, podendo até contribuir para a evasão escolar.

E mais: a classe social mais baixa no Brasil, infelizmente, é a mais vulnerável, pois essas pessoas estão menos sujeitas a informações, que é uma consequência também do atraso na aquisição da sua língua materna – Libras – e da língua portuguesa escrita. Soma-se a isso o uso de metodologias muito ultrapassadas em sala de aula, resultado também da desinformação e falta de aperfeiçoamento dos profissionais da Educação.

Portanto, diante do quadro temos, a pesquisa apontou para a necessidade de serem feitas abordagens mais condizentes com a realidade da educação, pois, como apresentado, na teoria a “inclusão é linda”, mas na prática não é o que acontece. Começa pela difusão da Libras e das políticas de inclusão para os profissionais da Educação e para a sociedade, pois parte dos problemas educacionais relacionados a isso que o Brasil enfrenta tem a ver com a desinformação e despreparo no geral. Além disso, é essencial que todas as escolas tenham profissionais especializados para atender os alunos, entre eles, ao menos o intérprete em Libras, tão imprescindível no apoio ao professor e ao aprendizado do aluno com surdez.

Referências

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Publicado em 29 de novembro de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

GADELHA, Fabiana de Oliveira; PEREIRA, Sarmánia Zarles Santos; MARTINS, Viviane Lima. Aspectos linguísticos da Libras e desafios dos surdos na aquisição da língua escrita. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 44, 29 de novembro de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/44/aspectos-linguisticos-da-libras-e-desafios-dos-surdos-na-aquisicao-da-lingua-escrita

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