As concepções de infância e o papel da família e da escola no processo de ensino-aprendizagem

Graciele Perciliana de Carvalho Pereira

Licenciada em Pedagogia (Unicentro), pós-graduada em Alfabetização e Letramento (Faveni), professora na Prefeitura Municipal de Guarapuava/PR

Vanessa Aparecida Deon

Mestra em Letras (Unicentro), licenciada em Letras - Português (Unicentro) e em Pedagogia (Uninter)

Iniciamos esse trabalho discorrendo brevemente sobre a concepção de infância. Em seguida, abordamos o tema Educação Infantil e o papel da família e da escola no processo de aprendizagem da criança. Desde a Antiguidade, vários pensadores buscam entender o significado de infância. Nesse sentido, surgiram algumas concepções sobre a infância. Além disso, muito se tem discutido a respeito do papel da família e da escola no processo de aprendizagem das crianças. Com base nessa premissa, o artigo traz a seguinte questão: a criança contemporânea é moldável? É papel da escola ou da família educar?

Como hipótese, tecemos que a criança é moldável, adaptável e que se constrói a partir das suas interações. Desse modo, ela é um sujeito sócio-histórico dotado de peculiaridades e que, em contato com o meio, é impulsionada à aprendizagem. Conforme Piaget, a construção do conhecimento ocorre pela interação do indivíduo com o meio. Em relação ao papel da escola e da família no processo de aprendizagem, nossa hipótese é de que a família, como a primeira educadora da criança, deva assisti-la, juntamente com a escola. Ambas têm papel fundamental, na construção do conhecimento infantil.

Desse modo, o objetivo geral deste trabalho é compreender o conceito de infância a partir de diferentes teóricos, bem como discorrer sobre a Educação Infantil. Quanto aos objetivos específicos: 1) Apresentar, de forma breve, que, desde a Antiguidade, vários pensadores buscam entender o significado de infância. Nesse sentido, surgiram várias concepções de infância no decorrer da história; 2) Abordar a Educação Infantil a partir dos documentos oficiais, levando em conta o papel da família e da escola. Este trabalho justifica-se por abordar um tema muito discutido por pesquisadores: a concepção de infância e o papel da família e da escola no seu processo de aprendizagem.

Por muito tempo, a criança foi vista como um miniadulto e era abandonada pela sociedade e pela família. Ela não pertencia a nenhum grupo social, não tinha acesso à saúde e nem à disciplina; a criança era vista como um mero objeto a ser moldado. Na Contemporaneidade, a concepção de infância passa por uma ação pedagógica que considera a criança como um ser social. Nesse processo, a criança passa a ser vista como um indivíduo e um sujeito histórico, com necessidades específicas.

Ainda, educar consiste em dialogar com o conhecimento de mundo trazido pelas crianças. Esse conhecimento, a criança traz de casa. São saberes que ela adquire com a família e cabe ao educador conhecer e considerar as singularidades infantis promovendo, em suas práticas de educação e cuidados, a integração entre seus aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos/linguísticos e sociais, porque a criança é um ser total, completo e indivisível.

Para a realização desse trabalho, utilizamos, metodologicamente, a pesquisa qualitativa. Nesse sentido, realizamos uma pesquisa de cunho bibliográfico.  Para isso, consultamos as obras dos seguintes autores: Ariès (1981), Damazio (1991), Arroyo (1994), Ghiraldelli (2001), Brougére (2004), Nunes; Silveira (2008), Oliveira (2021), Souza (2009), Andrade (2010) e Rau (2012) e os documentos oficiais a seguir: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 1996), o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI, 1998), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, 2010) e a Constituição da República Federativa do Brasil (1988).

A infância

A infância é o período da vida em que o indivíduo começa a sentir, a pensar, a agir e a se relacionar. Pode-se dizer que é a fase da vida quando iniciam os aprendizados e as descobertas. Desde a Antiguidade, vários pensadores buscam entender o significado de infância. Nesse sentido, surgiram várias concepções de infância.

Ghiraldelli Jr. (2001) cita duas concepções de infância: na primeira, a criança é caracterizada como um indivíduo inocente. Enquanto, na segunda, a criança é vista como um indivíduo que abrange uma série de particularidades, mas nunca a inocência e a bondade como características essenciais.

Até o século XVI, a criança era considerada um miniadulto e, abandonada pela sociedade e pela família, não pertencia a nenhum grupo social, não tinha acesso à saúde e nem à disciplina. Segundo Ariès (1981), no período medieval, por exemplo, não havia sentimentos em relação à infância. Nas palavras do autor:

Na sociedade medieval, que tomamos como ponto de partida, o sentimento de infância não existia – o que não quer dizer que as crianças não fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. Por essa razão, assim que a criança tinha condições de viver sem a solicitude constante de sua mãe ou de sua ama, ela ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes. (Ariès, 1981, p. 156).

Segundo o autor, com o passar do tempo, surge um sentimento pela infância denominado “paparicação”. Esse sentimento advém do fato da criança ser vista como ingênua, gentil e graciosa. Nesse sentido, a criança passa a ser uma distração para os adultos.

Ainda, segundo Ariès (1981), outro sentimento relacionado à infância foi o de compreender a mente da criança, a fim de melhorar os métodos de educação. Esse sentimento surge a partir do século XVII e inspira toda a educação do século XX. Nesse sentido, os adultos não viam mais a criança como um indivíduo divertido e agradável, ou seja, ela não era mais vista como uma distração para adultos e passou a ser vista como um mero objeto a ser moldado.

A partir disso, estudiosos buscam entender a mente da criança e a forma como ela desenvolve a aprendizagem, na era moderna. Desse modo, apresentam três abordagens: a behaviorista, a construtivista e a psicanalítica.

Segundo Damazio (1991), essas abordagens são propostas por Watson, Piaget e Freud. Na primeira abordagem, a criança é vista como moldável e adaptável; na segunda, o contato da criança com o meio é o que a faz desenvolver sua aprendizagem. Na terceira, a criança é o resultado do inconsciente, do consciente e dos valores culturais.

Ainda, de acordo com Damazio (1991), a criança adquire o conhecimento a partir de duas teorias: a teoria do empirismo e a teoria do racionalismo. Enquanto, no empirismo, a criança é vista como um ser incompleto, sua mente é como uma página em branco e o conhecimento ocorre através da experiência, no racionalismo, a criança é vista como um pré-adulto que faz uso da razão. Desse modo, observamos que, de acordo com o pensamento moderno, a criança é vista como um mero objeto, um ser passivo, uma miniatura de adulto.

Entre os séculos XVI e XVII, a criança passou a fazer parte do interesse dos adultos. As famílias começam a apresentar interesse na educação das crianças. Nesse período, surge a denominada “família moderna”. A partir disso, a família começa a apresentar sentimentos afetivos e cuidados com as crianças, passando a ver a criança como um membro do núcleo familiar.

A partir do século XVI, a temática da infância tornou-se assunto de maior interesse dos muitos pesquisadores. O tema infância ganhou ainda mais força quando as crianças começaram a frequentar a escola. O papel de educar passa a ser da escola e não da família. Segundo Andrade (2010), a partir do século XVI, surgem as instituições infantis.

O contexto histórico do surgimento dessas instituições é ainda marcado por mudanças no interior da organização familiar, que assume o modelo nuclear, e ao desenvolvimento de teorias voltadas para a compreensão da natureza da criança marcada pela inocência e pela inclinação às más condutas (Andrade, 2010, p. 128).

Entretanto, é a partir do século XVIII que as crianças começam a ser reconhecidas em suas particularidades e começam a ocupar um espaço maior no meio social. Desse modo, segundo Oliveira (2021), a criança passa a ser vista como um ser social, assumindo o seu papel nas relações familiares e na sociedade, tornando-se um indivíduo com características e necessidades próprias. Logo, no século XXI, a criança é vista como um ser pleno, cabendo, à ação pedagógica, reconhecer suas diferenças e estimular a sua criatividade e a sua imaginação.

Desse modo, segundo Arroyo (1994), a infância não é apenas infância, mas, sim, várias infâncias, pois cada criança a vive de uma maneira diferente. Um exemplo disso é que a infância, no meio rural, difere da infância vivida na cidade. No campo, geralmente, ela é mais curta, pois na maioria das vezes os filhos precisam sair cedo de casa para ajudar os pais, enquanto, na cidade, as crianças usufruem, por mais tempo, da sua infância, embora, muitas vezes, não tenham o mesmo espaço para brincarem como no campo.

Para Brougére (2004, p. 14), as crianças vivem de modo diverso, conforme a época, a cultura e a classe social uma vez que “elas não são excluídas, mas o estatuto, o lugar delas é construído de modo diferente, de acordo com o lugar e o momento”.

Portanto, a criança de hoje não é, exatamente, igual à criança dos séculos passados, nem será igual à que virá nos próximos séculos, pois elas vivem em contextos sócio-históricos e culturais distintos e modificados.

A Educação Infantil e o papel da família e da escola no processo de aprendizagem da criança

A família é a primeira instituição, na vida de uma criança e, muitas vezes, se faz presente apenas no período de sua gestação como instituição. O dever da família, na educação das crianças, é um tema muito discutido, há décadas, por professores, coordenadores pedagógicos, diretores e profissionais ligados à educação; há muitas controvérsias sobre esse assunto, pois muitos pais entendem a educação restrita somente ao espaço escolar.

A escola, como segunda instituição a fazer parte da vida das crianças, vem, por vezes, fazer o papel de família. De acordo com o Art. 227, da Constituição Federal do Brasil:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com a absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar comunitária (Brasil, 1988).

Desse modo, em acordo com a Constituição Brasileira (1988), a Educação Infantil passa a ser um dever do Estado e um direito da criança.  Nesse sentido, a concepção de infância passa por uma ação pedagógica que considera a criança como um ser social. Nesse processo, a criança torna-se um indivíduo com necessidades como um sujeito histórico, ou seja, a criança não é mais vista como um ser passivo.

Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (Brasil, 2010, p. 12).

Segundo Rau (2012, p. 16), “Atualmente a função social da escola não se restringe apenas a ensinar, mas é dela também a tarefa de sistematizar os conhecimentos construídos historicamente pelo homem e suas relações com o meio”. Desse modo, a escola se torna uma segunda família, devendo cumprir a função social de ensinar e formar cidadãos. Educar consiste, portanto, em dialogar com o conhecimento de mundo trazido pelas crianças. Esse conhecimento, a criança traz de casa e cabe ao educador conhecer e considerar as singularidades infantis, levando em consideração a faixa etária, a diversidade de hábitos, os costumes, os valores, as crenças, as etnias, entre outros aspectos. A partir disso, o educador infantil deve adotar uma prática pedagógica que vá além dos cuidados; uma prática feita de interações, de afetos e de criatividade.

De acordo com Souza (2009), a família e a escola devem manter uma boa relação, pois ambas precisam estar presentes no trabalho educativo. Trata-se de uma ação conjunta, orientando e discutindo sobre variados assuntos que se definem por meio de ações, que podem proporcionar o bom desenvolvimento e o bom desempenho social e escolar da criança.

A Educação Infantil é a primeira modalidade da educação básica, conforme estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/96 que traz, por finalidade, “o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade” (Brasil, 1996).

Em 1998, surge o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), referente às creches, às entidades equivalentes e às pré-escolas. Esse documento é uma referência para a estruturação do currículo, de caráter nacional, para a Educação Infantil.

Essa primeira modalidade da Educação Básica compreende as faixas etárias de crianças com idades de 0 a 5 anos, no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos ao controle social. Ela é ofertada em estabelecimentos educacionais públicos ou privados, subdividindo-se em berçário, maternal e pré-escola e pautada nas Diretrizes Curriculares Nacional para a Educação Infantil (DCNEI).

A partir da Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, são fixadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), que se articulam às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). Essas diretrizes têm, como finalidade, orientar as políticas públicas, a elaboração, o planejamento, a execução e a avaliação de propostas pedagógicas curriculares da Educação Infantil. De acordo com o parecer CNE/CEB nº 22/1998, as Diretrizes devem:

Promover em suas práticas de educação e cuidados a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo/linguístico e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total, completo e indivisível (Rau, 2012, p. 33).

Desse modo, de acordo com Rau (2012, p. 34), o educador infantil deve “articular educação e cuidado considerando o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, a ciência e a tecnologia”.

Outra questão abordada nas diretrizes é a questão da avaliação. Ela não deve servir apenas para a promoção às séries posteriores, mas deve promover estratégias avaliativas, por parte dos educadores, bem como servir de meio para acompanhar e registrar as atividades dos educandos.

A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso aos processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças (Brasil, 2010, p. 18).

Desde a implementação da DCNEI, discussões ocorreram sobre como orientar o trabalho junto às crianças em creches e como assegurar práticas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças de forma que não se antecipem os conteúdos a serem trabalhados no Ensino Fundamental I. Segundo Piaget, “a evolução do conhecimento é um processo contínuo, construído a partir da interação ativa do sujeito com o meio (físico e social)” (Nunes; Silveira, 2008, p. 82).

Nessa perspectiva, “o professor assume o papel de mediador, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens, sempre valorizando e respeitando o contexto em que seu aluno está inserido” (Brasil, 2010, p. 9).

Além do que já expusemos, é de suma importância entender que as propostas pedagógicas para a Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:

Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais (Brasil, 2010, p. 16).

Contudo, a proposta pedagógica, na Educação Infantil, deve considerar a criança como um ser histórico e social, refletindo sobre o planejamento de um currículo estimulante e dinamizador que contemple a linguagem, as ciências, o pensamento lógico matemático, as artes e o desenvolvimento físico, motor, social e afetivo da criança.

Portanto, a família, primeira educadora da criança, dever assisti-la a fim de construir os pilares da sua educação. Para que isso ocorra, a equipe gestora da escola exerce papel fundamental, tomando medidas que promovam a interação entre a família e a escola, cabendo ao coordenador pedagógico elaborar estratégias que envolvam a comunidade e o corpo escolar. Nesse sentido, é a ação conjunta entre a família e a escola que contribuirá para o desenvolvimento e para a aprendizagem da criança.

Considerações finais

Este trabalho tem por objetivo compreender o conceito de infância, bem como discorrer sobre a Educação Infantil e o papel da família assim como o da escola no processo de ensino-aprendizagem. A partir desta premissa, o artigo traz a seguinte questão: a criança contemporânea é moldável? É papel da escola ou da família educar?

Como hipótese, tecemos que a criança é vista como moldável e adaptável; ela é um sujeito sócio-histórico dotado de peculiaridades e o seu contato com o meio faz com que se desenvolva em termos de aprendizagem. Conforme afirma Piaget, a construção de conhecimentos se dá através da interação do indivíduo com o meio. Em relação ao papel da escola e da família, no processo de aprendizagem, nossa hipótese é que a família, como a primeira educadora da criança, deva assisti-la, juntamente com a escola. Ambas têm papel fundamental na construção do conhecimento.

Desse modo, verificamos que, até o século XVI, a criança era considerada um miniadulto e era abandonada pela sociedade e pela família. Ela não pertencia a nenhum grupo social, não tinha acesso à saúde e nem à disciplina. De acordo com Ariès, com o passar do tempo, surge um sentimento pela infância, denominado “paparicação”. Esse sentimento advém do fato de a criança ser vista como ingênua, gentil e graciosa. Nesse sentido, a criança passa a ser uma distração para os adultos.

Ainda, segundo o autor, outro sentimento de infância foi o de compreender a sua mente, a fim de melhorar os métodos de educação. Esse sentimento surge a partir do século XVII e inspira toda a educação do século XX.

Na Contemporaneidade, a concepção de infância passa por uma ação pedagógica que considera a criança como um ser social. Nesse processo, a criança passa a ser vista como um indivíduo que tem necessidades como um sujeito histórico e de direitos, ou seja, ela passa a ser vista como um ser total, completo e indivisível.

Em relação ao papel da família e da escola, consideramos que educar consiste em dialogar com o conhecimento de mundo trazido pelas crianças. Esse conhecimento a criança traz de casa e cabe ao educador conhecer e considerar as singularidades infantis, levando em consideração a faixa etária, a diversidade de hábitos, os costumes, os valores, as crenças, as etnias, entre outros aspectos.

Desse modo, concluímos que a criança é um ser moldável, pois sofre influência do meio em que vive. Na Contemporaneidade, a criança deve ser compreendida como um sujeito social, sujeito histórico e de direitos, que se constrói nas interações, relações e práticas cotidianas as quais vivencia em família e na escola.

Nesse sentido, o papel da família e da escola é indispensável na formação das crianças, pois será na prática de educação, nos cuidados e na integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo/linguístico e sociais que a criança desenvolverá a sua aprendizagem.

Portanto, a família como a primeira educadora da criança dever assisti-la e construir os pilares em sua educação. Para que isso ocorra, a equipe gestora da escola tem papel fundamental, tomando medidas que promovam a interação entre a família e a escola, cabendo ao coordenador pedagógico elaborar estratégias que envolvam a comunidade e corpo escolar. Portanto, é a ação conjunta entre a família e a escola que contribuirá para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.

Referências

ANDRADE, Lucimary Bernabé Pedrosa de. Educação Infantil: discurso, legislação e práticas Institucionais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

ARIÈS, Philippe. A história social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.

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BROUGÉRE. G. Brinquedo e companhia. São Paulo: Cortez, 2004.

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GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. As concepções de infância e as teorias educacionais modernas e contemporâneas. Revista Educação, v. 26, nº 2, 2001. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/3680/2078. Acesso em: 3 maio 2021.

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OLIVEIRA, Emanuelle. Conceito de infância. Infoescola. Disponível em https://www.infoescola.com/sociologia/conceito-de-infancia/. Acesso em: 21 mar. 2021.

RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. Educação Infantil. Práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem. Curitiba: Intersaberes, 2012.

SOUZA, M. E. P. Família/Escola: a importância dessa relação no desenvolvimento escolar. 2009. 25 f. Artigo (Programa de Desenvolvimento Educacional) – Universidade Estadual do Norte do Paraná, Santo Antônio da Platina, 2009.

Publicado em 08 de fevereiro de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

PEREIRA, Graciele Perciliana de Carvalho; DEON, Vanessa Aparecida. As concepções de infância e o papel da família e da escola no processo de ensino-aprendizagem. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 5, 8 de fevereiro de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/5/as-concepcoes-de-infancia-e-o-papel-da-familia-e-da-escola-no-processo-de-ensino-aprendizagem

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