O ensino de Metrologia no curso de Automação Industrial do IFMA - Câmpus Coelho Neto: um relato de experiência docente a partir do ensino híbrido

Jhonatan Peres de Sousa

Engenheiro Mecânico e mestre em Engenharia de Materiais (IFMA), docente (IFMA)

Helismar Medeiros dos Santos

Pedagogo, licenciado, especialista e mestre em Ensino da Matemática (UFMA), docente (Sesi)

Ornan Rodrigues da Silva

Licenciado em Física, especialista em Informática para Educação (IFMA), docente (Senai)

Contextualização e conceituação de ensino híbrido

Em virtude dos efeitos ocasionados pela pandemia de covid-19, a educação brasileira vivencia momentos desafiadores no que tange ao desenvolvimento de atividades pedagógicas não presenciais. Diante desse desafio de escolarizar-se, seguindo as medidas sanitárias e o distanciamento social, destaca-se o ensino híbrido em aulas remotas. O planejamento institucional com o propósito da implementação de um ensino híbrido mais efetivo constitui-se como um dos grandes desafios da educação moderna, tendo em vista os aspectos sanitários, econômicos e de acesso à informação.

Por definição, o ensino híbrido ou blended learning é um modelo educacional que integra as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) com as práticas pedagógicas. Blended significa misturado e learning quer dizer aprendizagem. Essa proposta de ensino tem como objetivo principal valorizar o que pode ser obtido de melhor no ensino presencial e no online (Kraviski, 2020; Peres; Pimenta, 2011). Mora (2015) complementa a ideia quando descreve:

A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos “pratos”, com sabores muito diferentes (Moran, 2015, p. 27).

Entende-se que disciplinas que necessitam de atividades práticas de laboratório voltadas ao ensino técnico (Metrologia, Desenho assistido por computador, Pneumática e Hidráulica, Soldagem, dentre outras), precisam ser bem planejadas e articuladas quanto à metodologia, às sequências didáticas e aos recursos utilizados durante as aulas remotas e presenciais. Desse modo, um estudo sobre quais recursos devem ser utilizados, quais estratégias ou sequências de ensino devem ser aplicadas, constituem-se indicadores fundamentais para definir o sucesso do processo ensino-aprendizagem no contexto do ensino híbrido.

Este artigo visa disseminar, por meio de um relato de experiência docente, a abordagem empregada frente à proposta do ensino híbrido para a disciplina de Metrologia.  Como objetivo, procurou-se detalhar a sequência didática utilizada, os recursos tecnológicos e os instrumentos físicos empregados, bem como descrever o seu uso, abordando de forma reflexiva a dinâmica das aulas remotas assim como presenciais com os alunos do módulo II da disciplina Metrologia ministrada no curso técnico em Automação Industrial do Instituto Federal do Maranhão, Campus Coelho Neto. 

Apresentando a disciplina Metrologia

A disciplina Metrologia é um dos componentes curriculares do curso técnico subsequente em Automação Industrial. Lecionada no Módulo II e com carga horária total de 40 horas, os alunos têm a oportunidade de aprender sobre a importância da Metrologia e sobre seus aspectos gerais, unidades e padrões, sistemas de medidas (métrico e inglês), medidas diretas (paquímetros e micrômetros), medidas indiretas (relógio comparador) e medidas angulares (goniômetro).

Em relação aos objetivos da disciplina, é fundamental que o aluno saiba reconhecer as principais unidades e medidas, bem como os instrumentos para efetuar tais medidas e sua aplicabilidade no ambiente industrial. Vale ressaltar que o profissional com conhecimentos na área, desenvolve habilidades para trabalhar em ambientes envolvendo a fabricação industrial, a manutenção mecânica, a inspeção e outras áreas dos mais diversos segmentos industriais.

Metodologia

A metodologia deste trabalho compreende um estudo qualitativo de cunho descritivo com relato de experiência, enfatizando a sequência didática, as ferramentas empregadas e a estratégia de ensino utilizada para o desenvolvimento das aulas síncronas, assíncronas e presenciais da disciplina Metrologia, como componente curricular do curso técnico subsequente em Automação Industrial do Instituto Federal do Maranhão - Campus Coelho Neto. Visa também trazer uma reflexão sobre a prática docente, destacando os principais apontamentos que a embasaram no contexto da pandemia do covid-19.

Desse modo, optou-se por descrever informações técnicas sobre ferramentas educacionais, simuladores e softwares utilizados para o tratamento dos vídeos, assim como disponibilizar links para download dos simuladores. Os simuladores mencionados possuem livre acesso e seu compartilhamento está exclusivamente ligado à promoção da educação profissional, científica e tecnológica.

Recursos utilizados durante as aulas síncronas e assíncronas: Google Meet e o Google Classroom

O Google Meet e o Google Classroom foram as principais ferramentas utilizadas para o desenvolvimento das aulas síncronas e assíncronas, respectivamente.

No Google Classroom, foi possível disponibilizar as gravações das aulas, os slides elaborados, os links para leituras, a postagem de atividades de fixação e os vídeos didáticos para a abordagem de alguns conteúdos. Com a ferramenta, foi possível desenvolver um fórum de discussões onde o docente lançava uma pergunta e solicitava, após realizar a leitura indicada, que os alunos respondessem expondo o seu entendimento sobre o assunto abordado. A figura 1 ilustra uma das publicações realizadas na sala virtual do Google Classroom e a Figura 2 mostra a participação dos alunos no fórum de discussões.

Figura 1: Postagem realizada em aula assíncrona contendo alguns materiais da aula de Introdução à Metrologia

Figura 2: Participação de alguns alunos na programação assíncrona referente ao conteúdo Introdução à Metrologia

O Google Meet, no atual contexto, é uma ferramenta do Google de grande acesso, empregada no desenvolvimento das aulas síncronas de Metrologia. A ferramenta permite projetar apresentações, realizar atividades interativas, demonstrar equipamentos e seus diversos princípios de funcionamento por meio de vídeos didáticos e materiais institucionais preparados e disponibilizados por empresas, sites ou agências específicas, de forma gratuita, para fins educacionais.

A Figura 3 ilustra alguns registros das aulas síncronas utilizando o Google Meet.

Figura 3: Registros durante algumas regências da disciplina Metrologia

Mesa digitalizadora

Sem dúvidas, a mesa digitalizadora é uma excelente ferramenta educacional, principalmente quando deseja-se realizar anotações ou destacar informações nas apresentações de slides, resolver exercícios que envolvam cálculos técnicos, realizar desenhos ou até mesmo elaborar materiais de estudo com questões resolvidas (Quintairos, 2020). Sendo assim, a mesa tornou-se recurso indispensável para propiciar um melhor desempenho da prática docente, principalmente no exercício de atividades pedagógicas não presenciais.

A Figura 4 ilustra alguns exercícios resolvidos durante aulas síncronas e assíncronas de Metrologia utilizando a mesa digitalizadora.

Figura 4: Registros de anotações feitas durante as aulas de Metrologia utilizando a mesa digitalizadora da One by Wacom CTL 472

A mesa digitalizadora da One by Wacom CTL 472 foi utilizada diretamente nas apresentações do PowerPoint; no entanto, pode ser utilizada também em outros programas ou blocos de anotações, a critério do docente, dependendo da necessidade ou da aplicação específica. A possiblidade de salvar os arquivos com as anotações, que podem ser realizadas em diferentes cores e espessuras de linhas, conferem aos documentos uma elevada qualidade na resolução.

Sendo assim, o uso dessa ferramenta agrega meios para que o aluno possa ter mais atenção à aula, uma vez que os arquivos com as anotações geradas após as explicações do professor serão disponibilizados para estudo via google classroom, simplificando e reduzindo a necessidade das anotações por parte do aluno durante a aula a fim de concentrar-se melhor para entender o assunto, interagindo com o grupo para retirar dúvidas.   

Simuladores da Stefanelli

A plataforma do professor Eduardo J. Stefanelli, disponível no endereço eletrônico https://www.stefanelli.eng.br/, reúne diversos materiais didáticos da área da Metrologia, da Automobilística, da Termodinâmica, da Célula Combustível e do Desenho, além de trazer artigos técnicos relacionados à área técnica. A plataforma de livre acesso, contribui, de forma significativa, com a educação ao passo que desenvolve e disponibiliza para download diversos simuladores agregando meios para tornar a aula mais dinâmica e interativa (Stefanelli, 2021).

Os simuladores disponíveis na plataforma permitem uma abordagem bem completa sobre a leitura de medidas no micrômetro, no paquímetro e no relógio comparador. No que tange aos simuladores do paquímetro, vale destacar que é possível trabalhar leituras em paquímetros com diferentes resoluções (R = 0,01, 0,05 e 0,02 mm). Os simuladores do micrômetro também permitem a realização de leituras com diversidade em termos de precisão. As Figuras 5 e 6 ilustram os simuladores do paquímetro e micrômetro empregados constantemente durantes as aulas remotas.

Figura 5: Simuladores da Stefanelli do paquímetro em milímetros para resolução (R) de 0,02 e 0,05 mm

Fonte: Adaptado de Stefanelli, 2021.

Figura 6: Simuladores da Stefanelli do micrometro em milímetros (0 – 25 mm com R = 0,001 mm) e em polegadas (0 – 1” com R = 0,0001”)

Fonte: Adaptado de Stefanelli (2021).

Os simuladores do relógio comparador permitem leituras de desalinhamento em peças e seu equivalente físico é amplamente utilizado em aplicações da Engenharia. Em suma, os simuladores também variam em modelos e em capacidade de leitura, tornando sua utilização, em aulas remotas, excelentes precedentes às práticas presencias de laboratório.

Vale destacar que a plataforma em questão disponibiliza também recursos avaliativos em formato de simuladores, o que facilita muito a interatividade com o público discente durante o desenvolvimento das aulas remotas. Destacam-se os seguintes materiais disponíveis para download (Stefanelli, 2021):

  1. Materiais de ensinar e aprender Metrologia grátis (https://www.stefanelli.eng.br/ensino-metrologia/)
  2. Tolerâncias e ajustes NBR 6158 – simulador

(https://www.stefanelli.eng.br/category/autoavaliacao/)

  1. Autoavaliação paquímetro em milímetro 0,05 mm

(https://www.stefanelli.eng.br/paquimetro-milimetro-05-autoavaliacao/)

  1. Autoavaliação paquímetro com relógio em polegada fracionária 1/64″

(https://www.stefanelli.eng.br/paquimetro-relogio-polg-frac-autoavaliacao/)

  1. Autoavaliação paquímetro com relógio em milímetro centesimal 0,01 mm

(https://www.stefanelli.eng.br/paquimetro-relogio-milimetro-autoavaliacao/)

  1. Autoavaliação paquímetro em milímetro 0,02 mm

(https://www.stefanelli.eng.br/paquimetro-milimetro-02-autoavaliacao/)

  1. Autoavaliação micrômetro em milímetro centesimal

(https://www.stefanelli.eng.br/micrometro-mm-centesimal-autoavaliacao/)

No primeiro momento, o uso dos simuladores deu-se para conhecer os movimentos e as possibilidades das leituras no paquímetro (medidas internas, medidas externas, profundidade e de ressalto) assim como a realização das leituras, propriamente ditas, em milímetros. No segundo momento, trabalhou-se as leituras em polegadas. No terceiro momento, leituras no micrômetro em mm e, no quarto momento, leituras no micrometro em polegadas. Após cada momento, uma atividade de fixação era aplicada via Google Classroom.

Durante as aulas síncronas, ao apresentar os simuladores paquímetro e micrômetro, os alunos realizavam suas leituras e interagiam na aula via áudio ou chat. O docente dava as diretrizes sobre o procedimento para a realização da leitura e solicitava que os alunos respondessem nos seus cadernos e informassem sobre suas respostas. Notando a participação de todos, o professor respondia e retirava possíveis dúvidas.

Shotcut©

As gravações das aulas, tanto síncronas quanto assíncronas, podem ser editadas para posterior postagem no Google Classroom. Isso fica à critério de cada docente. Na etapa da edição, momentos como um breve intervalo, algumas conversas paralelas para dinamizar a aula, podem ser aceleradas ou eliminadas para aumentar a objetividade da aula para o aluno que só poderá assisti-la em um outro momento, por motivos de conexão com a internet, por exemplo. Nessa etapa, o professor também pode inserir uma capa de boas-vindas ou uma capa de finalização para a referida aula.

Para a execução das atividades descritas anteriormente, o relato também aborda a experiência docente na edição das aulas da disciplina Metrologia fazendo uso do software Shotcut© (https://shotcut.org/). O Shotcut é um editor de vídeos gratuito, interativo, profissional e extremamente fácil de ser manuseado. O software pode ser operacionalizado no Windows, MacOS e Linuxe possui interface bem interativa com comandos que permitem personalizar filtros de áudio e vídeo, além de suportar diferentes formatos de imagens e vídeos (Leone; Mesquita; Lopes, 2021). A Figura 7 ilustra o processo de edição das aulas de Metrologia no software Shotcut©.

Figura 7: Imagens do Shotcut© sendo utilizado para editar as videoaulas de Metrologia para postagem no Classroom

Sobre o ensino da Metrologia de forma presencial

As aulas presenciais de laboratório aconteceram levando-se em consideração todos os cuidados essenciais de combate e prevenção à covid-19. O encontro foi articulado entre a equipe de ensino, o docente e os alunos. Todos manifestaram interesse e disponibilidade em participar mediante questionário aplicado com antecedência aos alunos da disciplina.

Sobre a dinâmica dos encontros presenciais, pequenos grupos foram formados para a realização das práticas de forma a não gerar aglomeração no laboratório, seguindo a recomendação de no máximo sete alunos por sala.

Recursos físicos utilizados

O momento presencial foi fundamental para a continuidade da disciplina, em virtude do seu caráter prático. Na oportunidade, os alunos revisaram os conteúdos vistos em aulas síncronas e assíncronas, retiram algumas dúvidas e interagiram na etapa prática da disciplina. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer, na prática, os instrumentos, realizando medidas em parafusos e outros elementos disponibilizados pelo professor. As Figuras 8 e 9 ilustram os instrumentos utilizados para a realização das práticas laboratoriais.

Figura 8: Paquímetro (0,05 mm) utilizado nas práticas

Figura 9: Micrômetro (0 – 25 mm | R = 0,01 mm) e parafusos utilizados nas práticas

Em suma, o encontro presencial teve o seguinte roteiro:

  1. Revisando as partes do instrumento e sistemas de leituras;
  2. Manuseio do instrumento;
  3. Realizando leituras em milímetros e em polegadas;
  4. Resolvendo exercícios de fixação.

A Figura 10 ilustra alguns momentos com a equipe 2 na realização das práticas laboratoriais.

Figura 10: Encontro presencial realizado para o desenvolvimento das práticas de Metrologia utilizando paquímetros e micrômetros

Reflexões e apontamentos norteadores da prática docente

Certamente, o contexto do ensino híbrido vem carregado de inúmeras reflexões necessárias, visando o desenvolvimento de uma prática consolidada, resultante de um planejamento estratégico que agregue conteúdo para o desenvolvimento de uma educação gratuita e de qualidade. O planejamento docente de sequências didáticas, de estratégias de ensino e recursos a serem utilizados, de critérios e métodos de avaliação, sem dúvidas, constituem pontos que merecem ser constantemente repensados, ainda mais quando o assunto é o ensino híbrido.

O contexto do ensino híbrido fortalece a inserção da tecnologia no espaço escolar. As contribuições de Cruz e Freire (1996) são extremamente pertinentes nesse sentido, pois enfatizam que essa inserção ocorre sem a necessidade de derrubar paredes, mas rompendo com as velhas formas de enxergar o ensino. Para o teórico, diferente do que muitos afirmam, a tecnologia promove a aproximação entre o aluno e o professor e entre os estudantes. O uso de equipamentos como o computador, o tablet e o smartphone potencializam a atuação do professor como orientador e avaliador de seus alunos, permitindo assim uma maior percepção da realidade de cada um.

Um dos grandes desafios da prática docente é promover a aprendizagem do aluno. De acordo com Bacich, Neto e Mello Trevisani (2015), a solução para esse desafio pode partir, inicialmente, de três aspectos extremamente relevantes: planejamento, foco na pesquisa e no desenvolvimento de projetos e uso das tecnologias.

Sobre o planejamento docente, duas ações são inviáveis para o processo ensino-aprendizagem: o planejamento sem flexibilidade e a criatividade desorganizada. O planejamento fechado torna o ensino uma prática engessada, distante da realização de adaptações, muitas vezes necessárias para atender ao aluno. A criatividade desorganizada implica, muitas vezes, no improviso das aulas, o que compromete diretamente o foco e a potencialização do que está sendo ensinado (Moran, 2015).

No que tange ao foco na pesquisa e no desenvolvimento de projetos, vale destacar que esse aspecto, por garantir uma conexão com outros conteúdos, acaba despertando a curiosidade dos alunos em busca de novos conhecimentos. Dúvidas, indagações e inquietações, neste espaço, podem culminar em outras pesquisas e projetos que poderão estender-se para diferentes níveis do ensino, exigindo planejamento e organização (Moran, 2015).

Quanto ao uso de tecnologias digitais no contexto escolar, importante apresentar esse aspecto como um meio que propicia diferentes possibilidades para o desenvolvimento da prática docente, além disso, agrega meios que permitem um aprendizado mais significativo, interativo e motivador quando aliado a um planejamento docente estratégico e definido. Como enfatiza Bacich, Neto e Mello Trevisani (2015), não podemos deixar de lado o planejamento das propostas didáticas fundamentadas no “aprender a aprender”, no “aprender a fazer”, no “aprender a ser” e no “aprender a conviver”.

Considerações finais

Entende-se que a seleção e a aplicação de boas ferramentas educacionais embasadas no planejamento e na criatividade, potencializam ainda mais o processo ensino-aprendizagem, uma vez que atuam como mecanismos facilitadores e dinamizadores na exposição de determinado conteúdo.

Particularmente, reflete-se que os simuladores utilizados para o desenvolvimento das aulas não presenciais atuam como materiais didáticos que viabilizam o entendimento sobre o sistema de leitura dos instrumentos paquímetro e micrômetro em sua diversidade de modelos e resoluções.

Importante destacar a necessidade de reflexão constante do docente sobre a sua prática. No contexto do ensino hibrido, a sincronização e a complementariedade dos recursos educacionais, devem ser investigadas e exploradas, visando agregar meios que permitam, mesmo diante das dificuldades comuns inerentes ao ensino híbrido, um entendimento coletivo sobre o conteúdo abordado durante as aulas.

Aponta-se que a demonstração do uso dos simuladores nas aulas síncronas e assíncronas, dos vídeos didáticos explorados, as imagens com os instrumentos abertos simulando as leituras e as anotações realizadas por meio da mesa digitalizadora, foram fundamentais para que os alunos obtivessem uma base para participar, de forma a obter um melhor rendimento, das aulas presenciais de laboratório.

Dessa forma, entende-se que o contexto do ensino híbrido torna ainda mais evidente a necessidade de um planejamento docente, assim como de estratégias de ensino e de sequências didáticas compatíveis com o componente curricular em questão.  

Referências

BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi; MELLO TREVISANI, Fernando de. Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

CRUZ, Marlon Messias Santana; FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. Revista Entreideias: Educação, Cultura e Sociedade, v. 13, nº 13, 2008.

LEONE, Roberta; MESQUITA, Cristina; LOPES, Rui. Elaboração de videoaula para Ensino Superior. PROCEEDINGS INNODOCT/20. INTERNATIONAL CONFERENCE ON INNOVATION, DOCUMENTATION AND EDUCATION. Valência: Editorial Universitat Politècnica, 2021. p. 935-942.

KRAVISKI, Mariane Regina. Ensino híbrido [recurso eletrônico]. Curitiba: Contentus, 2020.

MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: Aproximações Jovens, v. 2, nº 1, p. 15-33, 2015.

PERES, Paula; PIMENTA, Pedro. Teorias e práticas de b-learning. Lisboa: Sílabo, 2011.

QUINTAIROS, Paulo César Ribeiro. Desafios para o ensino de Física em aulas on-line. Revista de Pesquisa Aplicada e Tecnologia - Repatec, v. 2, nº 3, p. 05-06, 2020.

SHOTCUT. Editor de vídeos. Disponível em: https://shotcut.org/. Acesso em: 5 mar. 2021.

STEFANELLI, Eduardo José. Materiais didáticos para a disciplina de Metrologia. Disponível em: https://www.stefanelli.eng.br/category/simulador/. Acesso em: 12 abr. 2021.

Publicado em 08 de março de 2022

Como citar este artigo (ABNT)

SOUSA, Jhonatan Peres de; SANTOS, Helismar Medeiros dos; SILVA, Ornan Rodrigues da. O ensino de Metrologia no curso de Automação Industrial do IFMA - Câmpus Coelho Neto: um relato de experiência docente a partir do ensino híbrido. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 8, 8 de março de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/8/o-ensino-de-metrologia-no-curso-de-automacao-industrial-do-ifma-campus-coelho-neto-um-relato-de-experiencia-docente-a-partir-do-ensino-hibrido

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.