Abordagem educacional sobre hipertensão arterial e obesidade em estudantes de uma escola pública de Coronel Fabriciano/MG

Marcelo Antônio de Arruda

Biólogo, professor da rede pública do Estado de Minas Gerais, mestre em Biologia (ProfBio)

Márcio Luís Moreira de Souza

Professor adjunto de Estatística da UFJF – câmpus avançado de Governador Valadares, mestre em Engenharia Biomédica (Coppe/UFRJ), doutor em Bioquímica e Biologia Molecular (UFJF/GV)

Roberto Queiroga Lautner

Professor adjunto de Fisiologia e Biofísica da UFJF – câmpus avançado de Governador Valadares/MG, mestre em Farmacologia (UFRJ), doutor em Fisiologia (UFMG)

Hipertensão

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como aumento crônico e sustentado da pressão arterial (PA), acima de 140/90 mmHg (Malachias et al., 2016). Em adultos, a PA é classificada em normotensão quando as medidas são ≤ 120/80 mmHg; pré-hipertensão (PH) pela presença de pressão arterial sistólica (PAS) entre 121 e 139 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg (Malachias et al., 2016). Valores sistólicos acima de 140 mmHg e/ou diastólicos superiores a 90 mmHg, desde que cronicamente sustentados, caracterizam hipertensão arterial (Malachias et al., 2016).

No Brasil, em 2006, a HAS acometia 21,6% de indivíduos adultos (Schimdt et al., 2009). Em 2014, a HAS atingia 32,5% (36 milhões) nessa mesma classe de indivíduos (Malachias et al., 2016). Em dados recentes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), com análise de 22 inquéritos populacionais representativos de cidades brasileiras, foi identificada elevada prevalência de hipertensão, variando entre 22% e 44% em adultos (OMS, 2016).

O impacto da HAS na saúde pública perpassa o fato de a doença ter aumentado nas últimas décadas. Dados demonstram que a HAS contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doenças cardiovasculares (DCV) (Malachias et al., 2016). Além disso, em 2007 os gastos públicos estimados correlatos ao tratamento de HAS e comorbidades associadas eram na ordem de US$ 398,9 milhões (Marinho et al., 2011).

Hipertensão na criança e no adolescente

Na idade pediátrica, a prevalência atual de HAS encontra-se em torno de 3% a 5%, enquanto a de pré-hipertensão atinge 10% a 15% (Malachias et al., 2016). Segundo Fausto (2011), a prevalência de HAS em crianças e adolescentes situa-se entre 0,8% e 9%. Dados norte-americanos publicados no relatório da American Heart Association (2017) evidenciaram uma prevalência de HAS superior a 11% em crianças e adolescentes com faixa etária entre 8 e 17 anos. A etiologia da HA pediátrica pode ser de forma secundária mais frequentemente associada a nefropatias ou primária, atribuída a causas genéticas, com influência ambiental e predomínio em adolescentes (Malachias et al., 2016).

O diagnóstico de HA em crianças e adolescentes, diferentemente do adulto, deve considerar idade, sexo e percentil da estatura. Para a interpretação dos valores de PA, é necessário consultar tabelas específicas ou aplicativos para smartphones, como PA Kids e Ped (z) (Malachias et al., 2016). Ressalta-se, todavia, que adolescentes com PA ≥ 120/80 mmHg são considerados pré-hipertensos. Essa situação pode ocorrer em PAS em maiores de doze anos e PAD em maiores de dezesseis anos (Malachias et al., 2016).

Obesidade

O sobrepeso e a obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar diretamente a saúde (Wannmacher, 2016). Conforme a 4ª edição das Diretrizes Brasileiras de Obesidade, a classificação do peso corporal pode ser obtida pelo índice de massa corporal (IMC) – calculado pela relação entre o peso corporal e a estatura ao quadrado (kg/m2). Assim, classifica-se com baixo peso pessoas com IMC < 18,5; eutróficos, com IMC entre 18,5 e 24,9; e com sobrepeso indivíduos com IMC entre 25 e 29,9. Consideram-se obesos os indivíduos com IMC acima de 30 (Abeso, 2016). Além disso, pode-se utilizar a medida da circunferência da cintura (CC) como forma de classificação: CC ≥ 94cm em homens e ≥ 80cm em mulheres, pois, além de indicar sobrepeso, indica aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares (Abeso, 2016).

Acredita-se que os determinantes do excesso de peso compõem um complexo conjunto de fatores biológicos, comportamentais e ambientais que se inter-relacionam e potencializam mutuamente (Enes; Slater, 2010).

Figura 1: Jogo de tabuleiro desenvolvido para valorizar o controle da saúde

O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco associados a uma série de problemas cardiovasculares e metabólicos, impactando direta e indiretamente – assim como a HAS – os gastos com saúde. Demonstrou-se que o excesso de peso e obesidade influenciou positivamente os gastos privados em saúde das famílias brasileiras – no estudo foram observados gastos maiores com medicamentos e plano de saúde em domicílios com indivíduos com excesso de peso ou obesidade. De maneira semelhante, estudo publicado em 2014 evidenciou os gastos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados a morbidades que estão direta e indiretamente associadas ao sobrepeso e à obesidade, com uma média de gastos anual de R$ 3.179.797.893,00 entre os anos de 2008 e 2010 (Bahia; Araújo, 2014).

A análise dos dados da OMS revela que no mundo, em 2014, mais de 1,9 bilhão de adultos estavam acima do peso; desses, 600 milhões apresentavam obesidade (Wannmacher, 2016). Do mesmo modo, assim como na maior parte do mundo, o excesso de peso também vem crescendo no Brasil. Em 1989, a prevalência de sobrepeso na população adulta condizia a 24,6% e a obesidade, a 8,3% (Ferreira; Magalhães, 2006). Em 2014, segundo a OMS, um em cada cinco brasileiros estavam obesos, enquanto o sobrepeso já atingia mais de 50% da população (Wannmacher, 2016).

Obesidade na criança e no adolescente

Em 2016, mais de 340 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 19 anos estavam acima do peso ou obesos. Dessa forma, a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos aumentou de 4% em 1975 para pouco mais de 18% em 2016 (OMS, 2018). Conforme dados do IBGE (2009), o excesso de peso no Brasil atingia 34,8% das crianças de faixa etária de 5 a 9 anos; 21,5% de crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos; 50,1% dos adultos. Na região Sudeste do Brasil, o excesso de peso atingia 39,7% das crianças de 5 a 9 anos; 24,4% de crianças e adolescentes na faixa etária 10-19 anos e 52,4% dos adultos.

A obesidade em crianças e adolescentes é um fator de risco independente para desenvolvimento precoce de doenças cardiovasculares, em particular HAS e diabetes mellitus – consubstanciando a necessidade de incentivar hábitos de vida saudável.

O nível de adiposidade em crianças e adolescentes, assim como no adulto, associa-se de modo significativo aos valores do IMC. Em razão da variação da corpulência durante o crescimento, a interpretação difere segundo a faixa etária e sexo. O IMC para idade é um dos índices antropométricos recomendados internacionalmente no diagnóstico individual e coletivo dos distúrbios nutricionais, juntamente com as informações da idade da criança e adolescente (SBP, 2009, p. 44). O limite de normalidade é estabelecido por curvas do IMC específicas para idade e sexo, sendo classificadas como sobrepeso e obesidade quanto maior ou igual a +1 e +2 escore Z-IMC, respectivamente (Abeso, 2016).

Apesar de o IMC ser um dado utilizado no referencial antropométrico da OMS, o índice apresenta limitações em estimar o percentual de gordura corporal, em que a alta percentagem de gordura é fator de risco para diversas patologias crônicas, incluindo diabetes, doença arterial coronária, hipertensão e certos tipos de câncer. Para obter uma estimativa de percentual de gordura corporal mais precisa, utiliza-se o índice antropométrico que calcula a Massa Gorda Relativa ou Relative Fat Mass (RFM), uma equação linear antropométrica que indica o percentual de gordura relativa corporal total. Valores de RFM ≥ 33,9% para mulheres e ≥ 22,8% para homens indicam obesidade (Woolcott; Bergman, 2018).

Educação em Saúde

Os dados anteriormente abordados ilustram o crescimento e a precocidade no desenvolvimento do sobrepeso, da obesidade e da HAS. O tratamento dessas morbidades envolve medidas de prevenção primária – com a promoção da saúde e intervenção farmacológica e eventualmente cirúrgica. Dentre as medidas de prevenção primária destaca-se a Educação em Saúde, uma das diretrizes previstas pelo MEC na educação de crianças e adolescentes.

Compete ao ensino de Biologia o desenvolvimento de assuntos ligados à saúde, ao corpo humano, à adolescência e à sexualidade, além das definições sobre saúde, doença e dos indicadores de saúde pública (Brasil, 2006, p. 24).

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+) são preconizados seis temas para o ensino de Biologia; a qualidade de vida das populações humanas é um dos seis temas norteadores, e a ênfase nesse caso recai sobre a vida humana. Nesse contexto, os alunos poderão aprofundar seu entendimento sobre as condições de vida e saúde da população, atendendo aos objetivos da disciplina de Biologia Humana, e se preparar para uma ação de intervenção solidária que vise à transformação dessas condições (Brasil, 2002, p. 41).

Dentro da formação ampla e que visa abarcar a Educação em Saúde, é importante, no ensino de Biologia, buscar alternativas e novas ferramentas metodológicas que consigam associar ensino, pesquisa e aprendizado, possibilitando ao estudante contato com temas correlatos à saúde. Desse modo, ao adotar o projeto de pesquisa como estratégia de ensino, busca-se aproximar a realidade vivida pelo aluno fora da escola com o processo de ensino-aprendizagem (Godefroid, 2014).

O presente trabalho está inserido na tríade pesquisa-ensino-aprendizado, contemplando como objetivo final a Educação em Saúde. O modelo possibilita a inserção dos estudantes como protagonistas da pesquisa; a discussão de temas relacionados à saúde, contemplando o ensino, e finalmente a apresentação dos resultados à comunidade escolar – o que permite a difusão dos dados, visando à ação de intervenção solidária como prevista pelo MEC.

Metodologia

Foi realizada uma pesquisa de abordagem epidemiológica descritiva e quantitativa previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAAE: 10621619.9.0000.5147) com o objetivo de identificar a ocorrência de HAS, sobrepeso e de obesidade entre os alunos do Ensino Médio da E. E. Alberto Giovannini, na cidade de Coronel Fabriciano/MG, onde havia, em 2018/2019, cerca de 850 alunos matriculados.

De acordo com o censo demográfico do IBGE (2010), Coronel Fabriciano apresenta uma população de 103.694 indivíduos, sendo 17,6% na faixa etária de 15 a 24 anos, o que representa 18.250 indivíduos. O modelo de pesquisa foi realizado através da elaboração de uma sequência didático-pedagógica apresentada a seguir.

Sequência didática

Durante as aulas de Biologia foi apresentado o tema da pesquisa e feitas perguntas sobre HAS e obesidade. Os alunos expuseram os conhecimentos prévios, com enfoque nos aspectos fisiopatológicos, epidemiológicos, fatores de riscos e prevenção. Logo depois, foi realizada a apresentação do trabalho aos alunos e a oferta para quem desejasse participar de forma voluntária. Os alunos que demonstraram interesse receberam o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e o questionário semiestruturado autoaplicável, adaptado de Figueirinha e Herdy (2017).

Após a devolução do TCLE e do questionário devidamente preenchidos e assinados, cada aluno foi examinado pelo pesquisador com o auxílio de um aluno e uma aluna do próprio grupo de alunos participantes. Um total de 121 alunos participaram do estudo, sendo 74 indivíduos do sexo feminino e 47 do sexo masculino, com idades variando entre 15 e 19 anos. Foram coletados dados de PAS de acordo com o protocolo da VII Diretriz Brasileira de Hipertensão (Malachias et al., 2016). As coletas ocorreram na escola, no horário normal das aulas, em três dias distintos com intervalo entre 7 e 15 dias. Em cada dia ocorreu a mensuração da PAS por três vezes, com intervalo de repouso mínimo de um minuto entre as aferições. Para essa aferição foi utilizado esfigmomanômetro manual, da marca Premium, validado e calibrado de acordo com as orientações do Inmetro (Malachias et al., 2016). Para as medidas de IMC foram utilizados peso e estatura do aluno. O peso foi aferido com os indivíduos descalços, trajando roupas leves, em balança eletrônica portátil da marca Multilaser certificada pelo Inmetro. Para conferência da altura e da CC, foi utilizada fita métrica inelástica com o aluno descalço e em posição ereta (Malachias et al., 2016); as medidas do IMC e da CC foram igualmente coletadas em três dias diferentes. Para obter uma estimativa de percentual de gordura corporal mais precisa, foi utilizado o índice antropométrico que calcula a RFM (Woolcott; Bergman, 2018).

Para a análise estatística dos dados coletados, foi utilizado o teste qui-quadrado (ᵪ2) de Pearson, considerando significância estatística quando p < 0,05.

O trabalho final foi apresentado em formato de aula expositiva e palestra para a comunidade escolar realizada na E. E. Alberto Giovannini, informando os aspectos fisiológicos da PA e fisiopatológicos da HAS, do sobrepeso e da obesidade; os fatores de risco; as formas de controle, prevenção e tratamento.

Ao final, o trabalho de pesquisa foi utilizado como contexto para uma abordagem de transdisciplinaridade entre as disciplinas de Biologia, Matemática, Educação Física, Redação, Inglês e Língua Portuguesa.

Resultados

Os resultados da pesquisa demonstraram que aproximadamente 8,26% dos estudantes têm pré-hipertensão ou hipertensão; em relação aos gêneros, 17% dos estudantes do gênero masculino têm pré-hipertensão ou hipertensão arterial (Tabela 1). Apenas 2,7% do gênero feminino, todavia, foram diagnosticados com pré-hipertensão.

Figura 2: Aferição de PA

Tabela 1: Análise das categorias de PA segundo o gênero (n = 121; 74 do gênero feminino, 47 do gênero masculino)

 

Gênero

 

Pressão arterial sistêmica

Feminino

 

Masculino

Normal

97,3%

 

83,0%

Pré-hipertenso

2,7%

 

12,7%

Hipertenso I

0,0%

 

4,3%

Na Tabela 2, é possível observar que houve diferença estatística quando comparada a ocorrência de HAS entre gêneros; além disso, os estudantes apresentaram uma razão de chance 6,3 vezes maior em desenvolver HAS quando comparado às estudantes (Tabela 3).

Tabela 2: Contingência de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica em relação ao gênero

Hipertensão arterial sistêmica

Gênero

Não

Sim

Total Geral

F

72

2

74

M

39

8*

47

Total geral

111

10

121

* p < 0,05 na comparação entre gêneros

Tabela 3: Razão de chance de HAS entre gêneros

Gênero

Chance de HAS

Razão de chance

F

0,0270

6,297872

M

0,1702

Na avaliação do IMC foi possível observar grande variabilidade, aproximadamente 15% de todos os estudantes encontravam-se abaixo do peso (IMC ≤ 18,4) (Tabela 4); em adição, as estudantes apresentaram praticamente a mesma chance (1,08 vez) de desenvolver baixo peso, quando comparado aos estudantes (Tabela 5). Por outro lado, e de maneira interessante, o sobrepeso e a obesidade tiveram ocorrência em 11 estudantes e foram mais prevalentes no gênero feminino – 12% (Tabela 4). Além disso, as estudantes apresentaram chance 1,69 vez maior de desenvolver excesso de peso quando comparadas aos homens (Tabela 6).

Tabela 4: Análise das categorias de IMC segundo o gênero (n=121; 74 do gênero feminino, 47 do gênero masculino)

Gênero

IMC

Feminino

Masculino

Baixo peso

16,2%

14,9%

Eutrófico

73,0%

 

78,7%

 

Sobrepeso

6,7%

*

6,4%

 

Obesidade I

4,1%

0,0%

 

Obesidade II

0,0%

0,0%

 

* p < 0,05 na comparação entre gêneros

Tabela 5: Razão de chance de baixo peso entre gêneros

Gênero

Chance de baixo peso

Razão de chance

F

0,1622

1,088803

M

0,1489

Tabela 6: Razão de chance de excesso de peso entre gêneros

Gênero

Chance de excesso de peso

Razão de chance

F

0,1081

1,693694

M

0,0638

O IMC apresentou grande variabilidade quando associado à idade dos estudantes (Figuras 3 e 4). Semelhantemente, a pressão arterial média (PAM) também variou com a idade, com ligeira tendência de elevação a partir dos 16 anos de idade (Figura 3 e 4).

Figura 3: Correlação entre média geral do IMC e idade (n=121)

Figura 4: Correlação entre IMC feminino (n = 74) e IMC masculino (n = 47) com a idade

Figura 5: Correlação entre média geral da PA e idade (n=121)

Figura 6: Correlação entre PAM feminino (n = 74) e PAM masculino (n = 47) com a idade

Ao analisar os resultados de obesidade utilizando dados do RFM, 18 alunos foram categorizados como obesos, equivalendo a aproximadamente 14,9% dos alunos no geral, acometendo 21,6% das estudantes e 4,3% dos estudantes. Logo, alunas do gênero feminino apresentam 5,72 mais chances de desenvolver obesidade quando comparado aos alunos do gênero masculino.

Com o objetivo de verificar a correlação dos fatores de risco com o desenvolvimento de hipertensão, sobrepeso e obesidade nos estudantes, verificamos inicialmente a renda familiar, por influenciar o acesso a alimentos saudáveis e à prática de atividade física, além de acompanhamento médico (Vieira; Sichieri, 2008). Percebe-se que a renda das famílias está majoritariamente na faixa até quatro salários mínimos. A distribuição dos alunos com HAS, sobrepeso ou obesidade esparge-se em todas as faixas salariais com leve tendência para maior ocorrência, mas não significativa, nas classes com menor poder aquisitivo (Tabela 7). Apesar de não ser significativa, a razão de chance daqueles alunos com renda familiar inferior a quatro salários é 1,58 vez maior de desenvolver HAS quando comparado aos estudantes de famílias com maior faixa salarial (Tabela 8).

Tabela 7: Perfil da distribuição de renda familiar em salários mínimos correlacionando a alunos diagnosticados com HAS e obesidade (n=121)

Renda familiar

Geral

HAS

Obesidade

≤ 2

42,1%

50,0%

45,5%

2 a 4

40,5%

40,0%

36,3%

> 4

14,1%

10,0%

18,2%

Não responderam

3,3%

0,0%

0,0%

Tabela 8: Razão de chance de HAS conforme a renda familiar

Renda familiar (salário)

Chance de desenvolver HAS

Razão de chance

≤ 4

0,0989

1,5824

> 4

0,0625

Quando avaliada a relação com o histórico familiar, observou-se que 80% dos estudantes com HAS e 72,7% com sobrepeso/obesidade (Tabela 9) apresentavam histórico das morbidades na família. Associando as duas variáveis, foi possível observar que o histórico de obesidade na família foi fator de risco direto para o desenvolvimento HAS (Tabela 10). De maneira surpreendente, o histórico de HAS ou obesidade não se associou respectivamente como fator de risco direto com os estudantes hipertensos e com excesso de peso (p = 0,43 e p = 0,53, respectivamente).

Tabela 9: Correlação de histórico familiar (HAS e/ou Obesidade) em alunos diagnosticados com HAS e a obesidade (n=121)

Histórico familiar

Sobrepeso/obesidade

Hipertensão

Sim

72,7%

80,0%

Não

27,0%

20,0%

Tabela 10: Contingência de histórico familiar de obesidade em relação ao histórico familiar de HAS

Hipertensão arterial sistêmica

Obesidade

Não

Sim

Total Geral

Não

27

31

58

Sim

17

46*

63

Total Geral

44

77

121

* p < 0,05 em comparação histórico familiar de obesidade e histórico familiar de HAS.

Quando avaliada a prática de atividades físicas regulares como variável relacionada ao controle do sobrepeso ou obesidade – conforme IMC – não foi encontrada associação direta, p = 0,62, demonstrando que, apesar de praticarem com regularidade atividades físicas, permaneciam com excesso de peso. Do mesmo modo, não houve relação entre prática física regular ou sedentarismo com HAS nos estudantes, p = 0,30. Porém, ao utilizarmos o RFM, verifica-se que 61% dos alunos com obesidade se declararam como sedentários (Tabela 11).

Tabela 11: Relação de práticas de atividades físicas regulares em pessoas diagnosticadas ao menos em uma das categorias HAS, baixo peso, excesso de peso e obesidade (RFM)

Atividade física

HAS

Baixo peso

Excesso de peso

Obesidade (RFM)

Não

30%

63%

45%

61%

Sim

70%

37%

55%

39%

Total geral

100%

100%

100%

100%

Discussão

A HAS em crianças e adolescentes – entre 8 e 17 anos – nos EUA tem prevalência de 11% (American Heart Association, 2017). No Brasil, a prevalência situa-se entre 0,8% e 9%, com média de 5% (Fausto, 2011); a prevalência atual de HAS na idade pediátrica encontra-se em torno de 3% a 5%, enquanto a de pré-hipertensão atinge 10% a 15% (Malachias et al., 2016). Do mesmo modo, Figueirinha e Herdy (2017) identificaram alterações pressóricas em 10,8% dos estudantes; Silva et al. (2005) identificaram a prevalência de HAS em 7,7% de estudantes. Noutro estudo, realizado por Moura et al. (2004) em estudantes com idade entre 15 e 17 anos, a prevalência de HAS foi de 13,3%. O presente estudo identificou alterações pressóricas, valores que se validam com a variação de prevalência no Brasil. Observou-se, entretanto, diferença estatística quando comparado à ocorrência entre gêneros, com maior razão de chance para estudantes do sexo masculino. Em trabalho publicado em 2011, foi realizado um estudo em adolescentes de escolas públicas e particulares na cidade de Londrina/PR, detectando a prevalência geral de HAS em 11,8% dos adolescentes pesquisados, sendo 13,4% em meninos e 10,2% em meninas (Christofaro et al., 2011). Na cidade de Petrópolis/RJ, em 2015, Figueirinha e Herdy (2017) encontraram a prevalência de HAS em 10,8% de estudantes adolescentes, com valores percentuais de 18,1% e 4,7% em meninos e meninas, respectivamente. Esses dados corroboram o nosso estudo e demonstram também maior prevalência no sexo masculino.

Diversos trabalhos publicados nas últimas décadas têm demonstrado aumento da ocorrência do sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes em idade escolar. Em Salvador/BA, a prevalência da obesidade foi 15,8%. Nesse mesmo estudo, houve significativa diferença quando comparados estudantes de escolas públicas e particulares – 8% e 30% apresentavam obesidade, respectivamente (Leão et al., 2003). De maneira semelhante, Silvério Lopes, Almeida Prado e Colombo (2010) demonstram em estudo realizado em escola pública da cidade de São Paulo/SP a ocorrência de 19,8% e 18,5% de sobrepeso e obesidade, respectivamente. Ainda em São Paulo/SP, a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças matriculadas em oito escolas públicas superou 23,5% (Sotelo; Colugnati; Taddei, 2004). Em nosso estudo, as prevalências de obesidade diagnosticadas nos estudantes nos modelos IMC e RFM, respectivamente, se encontram alinhadas às dos estudos citados.

A prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos acometia, em 2016, 18% das meninas e 19% dos meninos (OMS, 2018). Moura et al. (2004) e Silva et al. (2005) identificaram, nos anos de 2004-2005, ocorrência de excesso de peso em cerca de 14% dos estudantes avaliados. No presente estudo, utilizando o IMC, foram identificados 10,8% e 6,3% das meninas e meninos, respectivamente, com sobrepeso. No RFM, foram diagnosticados com obesidade 21,6% e 4,3% das meninas e meninos, respectivamente. A diferença entre os gêneros foi estatisticamente significativa; em adição, a razão de chance, ao contrário do observado com HAS, foi maior entre as estudantes. Em trabalho nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, no ano de 1997, Abrantes, Lamounier e Colosimo (2002) encontraram em adolescentes a prevalência de sobrepeso de 9,3% e 7,3% em meninas e meninos, respectivamente; em relação à obesidade, a prevalência foi de 3,0% e 2,6% em meninas e meninos, respectivamente, firmando os nossos resultados.

O presente trabalho identificou 15,7% dos estudantes com IMC categorizado como baixo peso, tendo o gênero feminino valores de 16,21%. De acordo com trabalho de Santos et al. (2011), em uma pesquisa de satisfação corporal em estudantes do Ensino Médio, 18,8% das meninas que desejavam reduzir peso encontravam-se com baixo peso. Logo, o padrão de estética corporal pode ser um fator para os valores de baixo peso identificado. De fato, não foi avaliado no questionário semiestruturado o grau de satisfação com o corpo/estética corporal ou designer nutricional dos estudantes, impedindo a associação dos achados. Além disso, não é possível descartar eventuais doenças parasitárias como origem dos baixos pesos encontrados. Araújo Filho et al. (2011), em 2007, em trabalho realizado na cidade de Osasco-SP, avaliou a relação da presença de parasitas intestinais com o estado nutricional das crianças, observando que a média dos escores Z de peso-idade, de estatura-idade e do IMC foi menor nas crianças parasitadas, quando comparadas àquelas sem parasita intestinal.

O histórico familiar, o sedentarismo e os hábitos alimentares são fatores de risco para hipertensão e obesidade. A obesidade e o sobrepeso também são dois fatores de risco para a hipertensão. Devido às mudanças sociais, o processamento de alimentos, o aumento da ingestão de alimentos hipercalóricos, aliados ao sedentarismo, têm colaborado para o aumento mundial do sobrepeso (OMS, 2018). “Nos últimos 30 anos, houve mudança perceptível no padrão alimentar familiar, com o aumento do consumo de fast food e alimentos ricos em gordura, sal e açúcar” (Carvalho et al., 2013). No presente estudo avaliamos a relação entre sedentarismo e práticas físicas regulares como fatores de risco para hipertensão, sobrepeso e obesidade. Não foram encontradas associações diretas entre as variáveis, exceto no modelo RFM, que avalia o percentual de gordura corporal, em que mais da metade dos alunos diagnosticados como obesos possui vida sedentária, indicando este como fator de risco para obesidade.

Alguns estudos recentes têm demonstrado associação direta entre o histórico familiar e o desenvolvimento do excesso de peso e hipertensão. Estudo publicado em 2007 demonstrou que 60% dos indivíduos com histórico familiar de doença hipertensiva apresentavam HAS (Costa, 2007). Em outro estudo foi observada prevalência de HAS superior a 37% em indivíduos com histórico familiar de hipertensão (Carvalho Freitas, 2001). Não observamos associação direta do histórico familiar de obesidade e hipertensão nos estudantes classificados com excesso de peso ou hipertensos. Apesar disso, aqueles que apresentavam histórico de obesidade na família tinham 2,7 vezes maior chance de desenvolver HAS.

Por fim, foi avaliada a renda familiar como fator de risco para excesso de peso ou HAS. Ferreira e Magalhães (2005), em estudos realizados com mulheres na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, relacionaram as condições socioeconômicas com o consumo alimentar, concluindo que na maioria das vezes os preços dos itens definem a escolha dos alimentos, sendo o regime alimentar pouco variável e com grande consumo de grãos, tubérculos, farináceos e eventualmente carne de frango, verduras e frutas. Estudos de Vieira e Sichieri (2008) concluem que o status socioeconômico influencia também a possibilidade de acesso aos alimentos saudáveis e à oportunidade de prática de atividade física. Campos, Leite e Almeida (2006), em estudos realizados no município de Fortaleza/CE, relacionaram o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade à classe social no gênero masculino, fato não observado nas adolescentes. Indivíduos adultos estando doentes e em situação econômica mais desfavorável teriam mais dificuldades de acesso a serviços de saúde, cuidados médicos, tratamentos e conhecimentos em prevenção primária, ficando mais expostos a uma série de fatores de risco que poderiam fazer mal à sua saúde (Lobo et al., 2017). Apesar de não encontrarmos associação estatística entre renda familiar e excesso de peso ou HAS, a razão de chance daqueles alunos com renda familiar inferior a quatro salários é maior que 1 em desenvolver HAS e excesso de peso (modelo IMC), respectivamente.

Figura 7: Medição para cálculo do IMC

A circunferência de cintura (CC), também avaliada no presente estudo, é um marcador antropométrico de síndrome metabólica e índice antropométrico para o cálculo do RFM. Diversos trabalhos têm demonstrado associação entre aumento da CC com o desenvolvimento de resistência à insulina, dislipidemias e doenças cardiovasculares (Pereira et al., 2010; Resende et al., 2014; Ribeiro-Silva, 2014). Dos 121 estudantes pesquisados, onze apresentavam CC acima do normal; deles, dez foram classificados como obesos, segundo o cálculo RFM.

A metodologia didática utilizada possibilitou melhor desenvolvimento da autonomia e do protagonismo dos discentes em seu processo de aprendizagem, pois eles se sentem parte do processo e internalizam a importância de sua participação, o que se reflete diretamente no interesse na disciplina e no desenvolvimento como cidadão, conseguindo dessa forma relacionar o conteúdo de Biologia estudado com a sua realidade e, assim, compartilhar o seu conhecimento com os familiares e a comunidade.

O estudo demonstrou relevância em diagnosticar a ocorrência de HAS e obesidade em escolares, o que, aliado à sequência didática, consolida o processo de Educação em Saúde, podendo ser usado como modelo de orientação para outros profissionais da Educação.

Espera-se que esses resultados possam ser utilizados como fomento para ações de políticas públicas visando à criação de programas de detecção e prevenção de HAS e obesidade em crianças e adolescentes.

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Publicado em 25 de abril de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

ARRUDA, Marcelo Antônio de; SOUZA, Márcio Luís Moreira de; LAUTNER, Roberto Queiroga. Abordagem educacional sobre hipertensão arterial e obesidade em estudantes de uma escola pública de Coronel Fabriciano/MG. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 15, 25 de abril de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/15/abordagem-educacional-sobre-hipertensao-arterial-e-obesidade-em-estudantes-de-uma-escola-publica-de-coronel-fabricianomg

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