Interface entre a UNEB e a ONG Central da Cidadania no estágio supervisionado em Língua Espanhola

Núbia da Silva Cruz

UNEB

Na atualidade, um dos maiores desafios da formação docente é conseguir responder de forma eficaz e satisfatória às exigências sociais que se impõem ao processo de ensino-aprendizagem, cuja forma multifacetada exige reinvenção constante na construção do conhecimento, desnudando-nos de conceitos e práticas educacionais que não dão conta das injunções atuais requeridas para a formação profissional dos sujeitos. Por essa razão, os cursos de licenciatura têm buscado adequar seus currículos, a fim de alinharem-se para dialogar com as múltiplas mudanças que a sociedade vem passando, buscando formar profissionais mais autônomos, críticos e reflexivos, capazes de contribuir de forma significativa para a transformação social.

Considerando esse aspecto, o Curso de Letras - Espanhol e suas Respectivas Literaturas tem buscado, por meio de seu projeto pedagógico, contribuir para a formação de professores comprometidos com os desafios educacionais da atualidade, conscientes do seu papel social. Por isso, têm primado por uma formação reflexiva e teórico-prática sólida, atenta à tríade ensino, investigação e extensão. Nela, o professor em formação é produtor de conhecimento, a partir da análise e da reflexão da sua própria prática, encontrando no exercício do estágio um lócus propício e privilegiado para a sua realização.

No poema de Pessoa, travessia significa processo de ruptura de paradigmas, o abandono dos moldes e das posturas, percurso que nos conduz pelas mesmas rotas e estradas, dando-nos a pseudossensação de ter caminhado e realizado o esperado deslocamento. Assim, sem correr o risco da travessia, sem realizar o desnudamento de nossos padrões culturais cristalizados e maneiras de pensar arraigadas, viveremos a estagnação de nossos processos humanos.

Dessa forma, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência e as aprendizagens de uma professora universitária do curso de Letras - Espanhol da UNEB, campus I, durante a supervisão do Estágio II de uma de suas alunas do 6° período, realizado na modalidade de oficinas didáticas na ONG Central da Cidadania, localizada no município de Salvador, bairro de Pernambués, entre outubro e dezembro de 2019. Por meio desse relato, queremos refletir a respeito das suas contribuições e dos impactos para o contexto social no qual se realizou, bem como acerca do papel do estágio na formação docente, como um instrumento de inclusão e transformação social.

A articulação entre o estágio e a sociedade tem cada vez mais nos desafiado a fazer travessias, desbravar novos territórios, ampliando a perspectiva de atuação profissional e contribuindo para uma educação mais democrática e dialógica, na medida em que ultrapassa os “muros” da universidade para interagir com as escolas, com as organizações não governamentais (ONG) e com as associações.

Trata-se de um relato que se ampara nos pressupostos da abordagem qualitativa, em que há a prevalência do significado que é dado pelos sujeitos às experiências vividas no mundo social do qual participam. Nessa abordagem, o investigador é consciente de que o relevante é o processo e os sentidos atribuídos que se encontram na descrição de um modo singular e significativo em registrar as vivências e seus impactos nos participantes envolvidos. Esse tipo de pesquisa “exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo” (Bogdan; Biklen, 1994, p. 49).

Considerando a provocação do autor de que a abordagem qualitativa pressupõe que o mundo seja analisado a partir de uma nova perspectiva, pensar as interfaces entre a universidade e a sociedade, por intermédio do estágio, constitui-se um grande desafio. Para amparar esse relato, contamos com as contribuições teóricas de autores como Pimenta e Lucena (2009), Buriolla (1995), Mendes (2008) e Freire (2016). 

É inegável que o estágio é uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de ações que envolvam diferentes sujeitos, mas também é sabido que os desafios são muitos e diversificados para se articular universidade e setores da sociedade, pois cada um se organiza a partir de um calendário próprio de atividades, tendo normas, objetivos e estatutos próprios. No entanto, sem desconsiderar esses fatores, deve-se ter em conta a relevância, a potencialidade e o significado das parcerias em um componente curricular estruturante e determinante para a identificação do sujeito com a profissão.

Portanto, é impossível negar que “o estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente” (Buriolla, 1995, p. 13). De acordo com a autora, o estágio tem grande relevância na construção da identidade, tendo como finalidade o desenvolvimento de ações que fortaleçam a vivência dos estagiários, oferecendo-lhes a reflexão e o olhar crítico sobre a realidade na qual estão imersos.

A ampliação da concepção do estágio nas licenciaturas tem revelado a necessidade de estabelecer parcerias com outros setores da sociedade, a fim de possibilitar uma formação mais enriquecedora e dialógica não só com a escola, mas com espaços não formais de educação, dando início a uma interação entre universidade e sociedade. Isso se constitui, na atualidade, como um elemento essencial e extremamente transformador para o desenvolvimento de qualquer profissional.

É preciso, desse modo, investir em uma formação docente com um olhar multifacetado para o processo educacional para que se tenha acesso a outros espaços de aprendizagem da profissão. Nesse sentido, o estágio precisa vincular-se aos mais variados contextos sociais, possibilitando ao professor em formação compreender que seu campo de atuação é amplo.

As atividades do estágio curricular supervisionado desenvolvidas no curso de Língua Espanhola e Literaturas da UNEB – câmpus I têm como base legal o estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n° 9.394/96) e na Resolução CNE/CP nº 2, de 01 de julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação continuada. No Regimento Geral da Universidade do Estado da Bahia são as referidas leis que fundamentam o Regulamento do Estágio da instituição. Ele estabelece as diretrizes para que o estágio seja realizado.

O estágio como campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de formação de professores possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente (Pimenta; Lucena, 2009, p. 61).

As autoras reconhecem o estágio como um eixo da formação docente, propiciador de aprendizagens e apropriações de conhecimentos, além de atributos extremamente significativos para o trabalho do professor.

Interface entre a universidade e as instituições parceiras no estágio em Língua Espanhola: contextualização das oficinas didáticas

As atividades desenvolvidas no Estágio II são baseadas no projeto didático elaborado pelos discentes no Estágio I, quando são planejadas dez aulas de duas horas a serem ministradas pelos estagiários nas escolas públicas, ONG e associações, com as quais geralmente se firma a parceria no semestre anterior. No entanto, embora se planeje dessa forma, tudo depende muito da disponibilidade de horários da instituição parceira, acolhedora do estágio.

Esse estágio organiza-se em grupos que planejam e executam as atividades docentes por meio de oficinas, visando à preparação para a prática docente. É um componente curricular com carga horária de 100 horas, podendo ser realizado em espaços formais e/ou não formais, a depender da disponibilidade de cada instituição. Esse tipo de estágio é uma significativa oportunidade de aprendizagem da profissão docente no desafio de articular teoria e prática.

Antes da realização do referido estágio, contatos são realizados com escolas, ONGs, Universidade Aberta à Terceira Idade, associações, entre outras parceiras, para o conhecimento da sua realidade, bem como para a proposição de uma relação positiva entre a universidade e a instituição.

Vale destacar que, ao mesmo tempo que são feitos contatos com espaços que ofertam a Língua Espanhola na grade curricular, também contatamos outros locais que não apresentam a mesma realidade para ofertar o conhecimento do idioma a pessoas nos bairros de Salvador e imediações.

Após contato e visitação, os diretores ou coordenadores têm acesso ao projeto-descrição do Estágio que apresenta os objetivos, as ações e o cronograma de atividades do componente curricular. De posse do conhecimento da proposta, ocorrem os encontros entre o professor orientador, o diretor(a) e os graduandos, para esclarecimentos sobre as atividades a serem realizadas e a responsabilidade de cada ator.

Com a parceria firmada, os estagiários organizam-se conforme a disponibilidade de horários das instituições parceiras em atividades para a matrícula dos estudantes e sua participação nas oficinas de Língua Espanhola. Trata-se de um momento especial em que o futuro professor tem a oportunidade de circular pelo local de realização das oficinas, conhecer a cultura estudantil, seus objetivos e interesses em relação à aprendizagem da Língua Espanhola, estabelecendo um vínculo maior com a comunidade local.

Depois dessa etapa, os graduandos iniciam suas atividades nas oficinas em dez encontros de duas horas, que se realizam de acordo com a disponibilidade das instituições parceiras e em diálogo com os estagiários. Após os encontros, realizamos rodas de conversas para que relatem suas impressões, inquietações, experiências e aprendizados a respeito das vivências de cada dia. São momentos bastante significativos, pois possibilitam a troca de experiências entre os colegas e entre o professor orientador do Estágio e seus estagiários. Além dessas interações, fazemos reflexões nas salas de aula da universidade, de modo que todos têm a oportunidade de socializar suas experiências na prática docente.

Ao final das oficinas, os participantes recebem um certificado, emitido pela coordenação do curso de Letras - Língua Espanhola e suas Literaturas. Também é feita uma culminância em que é apresentado algo produzido por eles ao longo do curso, geralmente por meio da linguagem teatral, musical, poética quando expressam aspectos culturais, linguísticos e literários, aprendidos no idioma Espanhol.

É um momento bastante participativo no qual a comunidade prestigia os talentos e os saberes de seus estudantes, reconhecendo o significativo trabalho da universidade e a necessidade da interação entre esses diferentes universos de conhecimentos.

O estágio traz uma aproximação efetiva do contexto, possibilitando ao estagiário conhecer mais de perto a rotina do seu futuro campo de atuação profissional, fortalecendo a sua identidade profissional. A atuação exige do estagiário tomada de decisões na condução das oficinas. Aos estagiários se dá protagonismo e liberdade para que realizem modificações nos planos de aula e/ou nas atividades propostas, assim como a possibilidade de crescimento cultural.

É pertinente ressaltar que o Estágio II tem em sua programação a leitura e a discussão de textos cujo mote é o processo de ensino-aprendizagem no atual contexto. Esse compreende tratar de políticas públicas para a formação de professores, a articulação entre teoria e prática e a reflexão acerca das atuais abordagens para o ensino de línguas estrangeiras, centrando-se mais especificamente na Língua e na Cultura Espanhola.

A reflexão sobre os referidos temas configura-se como extremamente pertinente e significativa para o processo formativo do futuro professor de Língua Espanhola. Além da leitura e da discussão dos textos, o Estágio na modalidade oficina também se desenvolve pelas atividades de orientação, revisão, ajustes dos planos de aula, também pelos procedimentos pedagógicos (que levam em consideração as necessidades dos aprendizes e as possibilidades da escola onde são executadas as oficinas, quanto aos recursos didáticos, estrutura física) e pelos desencontros do calendário das instituições acolhedoras junto ao acadêmico.

Relato de experiência: aprendizagens e apreensões

O conhecimento não está preso nem ao tempo nem ao espaço. Por isso é cada vez mais necessário desconstruir a ideia de que os espaços formais são os únicos lugares onde a aprendizagem acontece. A educação se dá e nasce nos diversos contextos sociais, conforme a diversidade de experiências dos sujeitos que produzem conhecimentos. Da mesma forma, o acesso à cultura de uma língua estrangeira não pode ficar reduzido a instituições e espaços formais de educação. Pelo contrário, deve chegar a diferentes lugares e sujeitos, tornando democrático o seu conhecimento.

É considerando a relevância desses aspectos para a democratização da aprendizagem da Língua Espanhola que será feito um breve relato de experiência que nos permite compreender as contribuições da vinculação entre universidade e sociedade, tanto para professores em formação, quanto para sujeitos que participaram das oficinas de Língua Espanhola realizadas na ONG Central da Cidadania, localizada em Pernambués.

Os primeiros contatos com a instituição se deram no mês de agosto, por e-mail. Isso possibilitou o agendamento de uma reunião com a coordenadora e uma funcionária, prestadora de serviços voluntários. Assim, realizamos a apresentação e a entrega do projeto do Estágio na modalidade oficinas.

A proposta foi muito bem aceita pela coordenadora. Então fui convidada, no mesmo dia da reunião, a conhecer a estrutura física da instituição. Fiquei entusiasmada com a possibilidade de as oficinas acontecerem naquele espaço, tendo em vista a sua simplicidade e a escassez dos recursos disponíveis. O desafio estava posto!

Conversamos ainda sobre a programação das oficinas e o processo de matrícula. As fichas foram enviadas por e-mail e a coordenadora se encarregou de fazê-las chegarem aos que desejassem participar. A ONG realiza cursos profissionalizantes gratuitos e dá assistência a pessoas de diferentes idades, desde crianças até idosos, com público composto, em sua maioria, de pessoas pretas.

Inicialmente foram matriculados 25 alunos, mas com o passar do tempo o grupo ficou reduzido a uma turma de dezessete participantes bastante diversificada quanto à faixa etária, um grande desafio à estagiária, pois ela precisou se reinventar a cada aula, a fim de atender a demanda. Importante compreender que “na formação docente, não é a repetição mecânica dos gestos, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do modo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem” (Freire, 2016, p. 45).

Assim, a estagiária precisou usar de sua criatividade, flexibilidade e afetividade, já que para muitos era a primeira vez que estavam tendo contato com a Língua Espanhola. Por isso, entendemos que as oficinas ultrapassam o sentido da técnica a ser aplicada, pois se convertem em instrumento de inclusão social, transformador de vidas, levando muitos a repensarem sua vida e identidade ao aprenderem sobre outras culturas. Em um projeto com dimensão intercultural é necessário “que os aprendizes sejam incentivados a assumir uma postura que favoreça a abertura, o diálogo, o respeito às diferenças, assim como a avaliarem criticamente os seus posicionamentos e atitudes durante o desenvolvimento do processo de aprendizagem” (Mendes, 2008, p. 63).

O projeto elaborado pela estagiária tinha como tema central o uso de canções como ferramenta pedagógica para a aprendizagem da Língua Espanhola. Foram realizados dez encontros de duas horas cada, às quintas-feiras, das 9h às 11h. Como todos costumavam chegar cedo às aulas por virem de bairros distantes, a estagiária resolveu levar lanche para todos os dias do encontro, criando assim um grato momento de interação entre eles.

No grupo havia estudantes, aposentados e desempregados que viam nas oficinas a oportunidade de melhorar sua qualificação profissional, além de crescer culturalmente. Com uma metodologia bastante interativa, os alunos aprendiam os conteúdos básicos da língua intermediados por canções de diferentes ritmos.

Os alunos participavam ativamente, lançando-se ao desafio de se expressar em outro idioma, mas sobretudo de refletir sobre suas vidas, fazendo associações e relatos de suas experiências. Desse modo, “esse sentimento de reconhecer o outro em mim é que me faz querer me colocar na situação dele, ou seja, compartilhar um sentido através da compreensão da nossa existência comum” (Mendes, 2008, p. 67).

Na metade do curso, os alunos foram se organizando em grupos para a culminância do projeto. O fechamento consistia na elaboração de uma apresentação aberta para pessoas vinculadas à ONG. A elaboração das apresentações foi mediada pela estagiária que auxiliava os estudantes em relação ao uso do Espanhol. Um dia extremamente significativo, que possibilitou aos estudantes colocarem em prática seus saberes linguísticos, elevando sua autoestima. Todos se sentiram capazes de se apresentarem oralmente em outra língua. Primou-se, portanto, pelo protagonismo dos participantes. Em meio a muita emoção e criatividade, aconteceram as apresentações: expressão teatral, espontaneidade, pequenos lapsos de nervosismo, mas também muita beleza de quem se lançou à proposta, sem medo de aprender uma língua estrangeira. Com a entrega dos certificados, essa autovalorização se elevou mais ainda, devido à alegria de terem chegado até aquela etapa.

Considerando os aspectos mencionados, sobretudo o relato de experiência, é pertinente afirmar a importância da articulação universidade e sociedade para o desenvolvimento do professor em formação, ultrapassando os espaços formais de educação. É preciso dialogar e criar pontes com outros setores da sociedade, a fim de se experienciar saberes acadêmicos, considerando as particularidades e os desafios de cada contexto social.

Não poderia terminar este relato sem destacar a importância dessa experiência para o meu crescimento pessoal e profissional, mesmo com os desafios e deslocamentos que precisei fazer, dentre outras situações que não cabem aqui, seguimos até o fim, ressignificando tudo. Segundo Larrosa Bondía (2002, p. 2), “experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca”. Desse modo, por meio da definição desse autor, a experiência é o que nos afeta, nos alcança, desde a dimensão interior. Portanto, não existe experiência se não a compreendo de dentro para fora, a fim de que ganhe um significado próprio.

Considerações finais

Esta experiência possibilitou fortalecer ainda mais a ideia de que a vinculação entre universidade e sociedade é extremamente necessária para a formação docente, especificamente para o professor de Língua Espanhola, protagonista das ações realizadas e socializadas neste trabalho. Essa interface é potencializadora de novas aprendizagens que transcendem o espaço escolar, exigindo um olhar mais amplo e sensível, compreendendo a dimensão multifacetada do campo profissional na contemporaneidade.

O diálogo entre a UNEB e a ONG Central da Cidadania foi, sem dúvida, uma parceria notadamente enriquecedora para a formação do professor e para a sociedade, pois promoveu o intercâmbio de saberes, experiências e conhecimentos entre diferentes sujeitos. Confesso que quando fui visitar a instituição percebi que o desafio seria grande, pois a infraestrutura era totalmente diferente do que eu sempre tive diante dos meus olhos nas escolas já parceiras de estágio.

Por outro lado, a experiência alargou a minha visão profissional e eu fui imergindo naquele contexto novo de atuação, onde minha subjetividade foi sendo mexida, revirada a cada encontro, pois os sujeitos, mesmo em condições desfavoráveis, estavam ali com entusiasmo, ânimo e curiosidade para aprenderem a respeito da cultura e da Língua Hispânicas. De fato, uma experiência única que me permitiu ressignificar o papel e significado do estágio.

Não se pode deixar de mencionar os ganhos que se obtêm quando a universidade “ultrapassa seus muros” e adentra outros universos. No contexto da ONG mencionada acessamos outros saberes, quando percebemos os impactos das atividades desenvolvidas pela estagiária, por meio do qual se pode colocar em contato com novas possibilidades de ver o mundo, sujeitos de universos culturais diferentes. Foi notório perceber o quanto as oficinas modificaram os participantes. Foi uma experiência transformadora poder acompanhar o desenvolvimento do Estágio, pois mesmo com todos os desafios iniciais, tudo foi transformador.

Vale ressaltar o quando a experiência foi enriquecedora para minha vida profissional, como orientadora do componente, pois pude vivenciar momentos prazerosos e de crescimento pessoal, ao ver a alegria dos alunos em cada encontro e, principalmente, da estagiária que os acompanhava, pois posso afirmar que do “chão” da ONG Central da Cidadania vi nascer uma professora. O entusiasmo da graduanda e sua preocupação com o outro demonstraram o nascimento de uma docente, que aprende a ressignificar a sua prática todos os dias.

Referências

BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação. Trad. Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto: Porto, 1994.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

BURIOLLA, Marta A. Freiten. O estágio supervisionado. São Paulo: Cortez, 1995.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.

LARROSA BONDÍA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n° 19, p. 1-12, abr. 2002.

MENDES, Edleise. Língua, cultura e formação de professores: por uma abordagem de ensino intercultural. In: MENDES, Edleise; CASTRO, Maria Lucia Souza (orgs.). Saberes em Português: ensino e formação docente. São Paulo: Pontes, 2008.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2009.

Publicado em 02 de maio de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

CRUZ, Núbia da Silva. Interface entre a UNEB e a ONG Central da Cidadania no estágio supervisionado em Língua Espanhola. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 16, 2 de maio de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/16/interface-entre-a-uneb-e-a-ong-central-da-cidadania-no-estagio-supervisionado-em-lingua-espanhola

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