Utilização da saga "Harry Potter" no ensino significativo das Ciências por meio de analogias e ludicidades: uma pesquisa bibliográfica

Pedro Yago da Cunha Brito

Licenciando em Química (UEPA)

Williams da Silva Ribeiro

Doutor, professor e orientador (UEPA/CCSE/DCNA)

O ensino voltado às Ciências da Natureza, por ser muitas vezes complexo ao entendimento e à compreensão, pode gerar “o desinteresse dos alunos. Hoje é um desafio encontrado pelos professores para desenvolver suas práticas pedagógicas em sala de aula” (Ramos, 2012). Segundo Ramos (2012), o que se deve fazer é “buscar instrumentos que sirvam para intervir na prática pedagógica”, pois só assim será possível seduzir os educandos para o ensino. Na rotina da educação, sentem “apatia pelas disciplinas e não gostam de estudar assuntos de âmbito científico, especificamente as disciplinas de Química, Física e Biologia”. Portanto, “cabe ao professor inovar e construir meios capazes de transformar a suas aulas em um ambiente favorável que provoque o interesse e a participação dos alunos” (Ramos, 2012).

As analogias e o lúdico representam métodos essenciais para se trabalhar a imaginação e a fantasia, além de exercerem a “função de organizadores prévios, promovendo a incorporação da nova informação na estrutura cognitiva do aluno” (Duarte, 2005), remetendo os estudantes às interfaces do ensino, ludibriando-os de forma positiva e os atraindo às matérias escolares científicas de forma dinâmica e pedagógica. A utilização das analogias no dia a dia da sala de aula, tem o “objetivo de promover a aprendizagem dos alunos em diferentes temas/conceitos científicos” (Duarte, 2005), pois como recursos do meio social e instrumentos da convivência, permitem aos alunos que se integrem aos conteúdos escolares. Assim, como se dá com a saga de livros da coletânea Harry Potter, tão famosa no meio infantil, jovem e adulto. As obras fazem com que os alunos vejam a Ciência com um olhar de curiosidade. No livro A ciência de Harry Potter, deHighfield (2002), há a exploração de comparações acerca do mundo mágico. A obra de J. K. Rowling traz a magia aliada à Ciência, reconhecendo o tamanho da importância do saber científico, pois a Ciência está em tudo, até mesmo em uma obra de ficção. Desse modo, “a realização de atividades diferentes, dinâmicas e lúdicas também instiga os alunos a uma participação mais efetiva e uma relação mais íntima com os conteúdos escolares, gerando melhores resultados e facilitando o aprendizado” (Wasko et al., 2007).

A literatura feita para o jovem da atualidade está vinculada à arte, isto é, ao mesmo tempo em que traz à tona as discussões de valores sociais, devolve para a sociedade novas maneiras artísticas de discutir e veicular esses valores, seja por meio de múltiplas linguagens, seja por intermédio das atuais formas de suporte para que essa arte seja veiculada (Gregorin Filho, 2011, p. 41).

No cotidiano, "a bruxaria continua sendo vista com olhar de desconfiança" (Gribel, 2018), repercutindo um certo preconceito, em virtude de que “a maioria das ideias que temos em torno da figura da bruxa foram produzidas no passado e estão repletas de estereótipos” (Vieira, 2007). O fato influencia na utilização do universo mágico fantástico em possíveis ensinos didáticos.

De acordo com o misticismo, “os instrumentos utilizados pelas bruxas eram: o átame, a varinha mágica, o caldeirão, um altar, vassoura, incensos, bola de cristal etc.” (Vieira, 2007), o que não é diferente da apresentação do bruxo na saga Harry Potter. A autora também aborda o uso de metais, plantas e ervas para a realização de feitiços. Contudo, esse enredo fictício anuncia uma perspectiva que vai além de suas páginas, retratando a realidade cotidiana, como expressa Vieira (2007), quando articula que “ao realizarem as ditas bruxarias rediscutiam as formas tradicionais de fazer Ciência”. Não obstante, Soares (2009) conceitua a magia e a bruxaria desenvolvidas por Rowling em sua obra:

Sua trama tem forte ligação com as lendas célticas e nórdicas e contém rica mitologia. É um inteligente amálgama de heranças dos tempos primordiais (mitos, arquétipos, processos de iniciação do saber oculto, processos de magia, mistérios da alquimia), fundidas dados reais do nosso mundo contemporâneo (Soares, 2009).

As obras que compõem a coletânea e a franquia Harry Potter, apesar de serem contos mágicos em contextos fictícios, abordam o ramo científico de maneira coesa e eficaz ao utilizarem, para a explicação das leis e das propriedades da magia, a alquimia que realiza a junção de todas as áreas da Ciência como uma coisa só. Essa aplicação direta faz uso de conceitos, leis e pontos de estudos científicos, desde a explicação da história até os conceitos básicos da Ciência. Como exemplos, temos o estudo experimental laboratorial e o estudo da matéria.

A utilização da obra literária da escritora J. K. Rowling como método de abordagem lúdica de ensino fomenta claramente a possibilidade de uso de obras literárias fantásticas como recursos explicativos e didáticos na aplicação das disciplinas de Física, Biologia e Química, como sinaliza Nascimento (2012). Isso desmistifica a ideia de que crianças e adolescentes não se interessam por obras literárias extensas, como afirmado por Filho (2011, p. 44): “Harry Potter, de J. K. Rowling, que apresenta em sua escrita o maravilhoso, passou a ser muito consumido pelos leitores juvenis. Essas leituras combatem a ideia de que o jovem não lê uma quantidade grande de páginas”.

Desse modo, este trabalho tem por objetivo expor o uso de uma abordagem lúdica em disciplinas científicas por intermédio da ficção, aqui em especial auxiliados pela saga Harry Potter, a fim de fomentar no estudante a importância da utilização de analogias, assim como do lúdico, para o ensino científico, como forma de analisar métodos de ensino em Ciências pelos clássicos de Harry Potter, proporcionando assuntos cativantes a serem trabalhados em sala.

Segundo Farias (2006, p. 30), a abordagem dessas obras de cunho fictício e imaginário são de extrema importância para o ensino como instrumentos de desenvolvimento cognitivo:

As histórias são importantes porque ensinam; educam; ampliam o conhecimento; iluminam; provocam reflexões pessoais e coletivas; despertam sentimentos adormecidos; comovem; proporcionam momentos de ludicidade; alimentam a cognição, o espírito e a alma; transmitem valores; recriam a memória; ativam a imaginação; aliviam as dores do coração, auxiliando na transformação pessoal e na cura dos ferimentos psíquicos; mantêm viva a tradição e expandem a linguagem, enriquecendo o vocabulário. Elas permitem, ainda, extrapolar os limites da compreensão lógica sobre o mundo, rompendo, assim, com o nosso modelo de educação escolar (Farias, 2006, p. 30).

Esse método dinâmico de abordagem dos conteúdos científicos, atesta que os "educadores encontraram na ficção [...] um material riquíssimo para a análise de diversos aspectos da sociedade” (Knobel, 2022), pois faz referência e alusão à realidade dos alunos, envolvendo-os nos conteúdos de forma promissora para que despertem pela aprendizagem, visto que “a fantasia é um importante subsídio para a compreensão de mundo” (Zilberman, 2003, p. 49). Essas propostas de um ensino dinâmico e interativo, proporcionam melhor entendimento e compreensão sobre quaisquer assuntos estudados. É certo, porém, que “atividades educativas formais desenvolvidas a partir da ficção científica são viáveis, mas ainda pouquíssimo exploradas no país” (Knobel, 2022).

Materiais e métodos

A investigação desta pesquisa é feita em duas classes: a primeira é uma análise de artigos científicos que discutem o tema proposto e a segunda, uma exploração literária da obra de J. K. Rowling. Dessa forma, a classe 1 e a classe 2 são duas pesquisas distintas e complementares:

  • Classe 1: Harry Potter e o uso de analogias e do lúdico no ensino das Ciências.
  • Classe 2: As referências diretas à Ciência contidas na saga Harry Potter.

Para a busca de dados contidos neste trabalho, realizamos uma pesquisa bibliográfica “desenvolvida exclusivamente a partir de fontes já elaboradas – livros, artigos científicos, publicações periódicas, as chamadas fontes de ‘papel’, cuja vantagem é “cobrir uma ampla gama de fenômenos que o pesquisador não poderia contemplar diretamente”, segundo Alves (2007, p. 55). Com isso, o trabalho se caracteriza como método de exploração bibliográfica que “possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também na definição do quadro conceitual” (Gil, 1994).

Na primeira classe, ou classe 1, há a busca por fontes de pesquisas em plataformas da base de referência de dados, como o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico. Nessas plataformas, buscamos artigos filtrados pelos descritivos: Harry Potter ensino; Harry Potter Ciência; Harry Potter Química; Harry Potter Biologia; Harry Potter Física. Desse modo, assim como está exemplificado na Figura 1, foram encontrados 22 textos relacionados ao assunto estudado, porém em línguas distintas (1 em castelhano, 4 em português, 9 em inglês e 8 em espanhol). Nesse contexto, descartamos artigos disponibilizados em língua estrangeira, visto que o foco está na literatura nacional.

Figura 1: Pesquisa, seleção e descartes dos artigos utilizados como fonte bibliográfica

A classe 2 ocorre pela busca de referências diretas às Ciências e ao contexto científico, a partir do estudo exploratório da coletânea literária de J. K. Rowling, a partir de seus sete livros: Harry Potter e a pedra filosofal (1997), Harry Potter e a câmara secreta (1998), Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (1999), Harry Potter e o cálice de fogo (2000), Harry Potter e a Ordem da Fênix (2003), Harry Potter e o enigma do príncipe (2005) e Harry Potter e as relíquias da morte (2007). Essa análise evidencia a relação da obra ficcional com o estudo das Ciências.

Classe 1: Harry Potter e o uso de analogias e da ludicidade no ensino das Ciências

Após a pesquisa dos materiais que correspondem ao tema proposto, por buscas feitas a publicações realizadas nos últimos 5 anos, foram encontrados apenas 4 artigos disponíveis em Língua Portuguesa. Dessa maneira, a quantidade de publicações voltadas ao ensino das Ciências, por meio da Literatura Fantástica, é atípica, sem muita exploração ou elucidação a respeito.

Na análise, realizada nas publicações selecionadas, elucidamos que no ano de 2018 não houve publicações de artigos voltados ao ensino de Ciências com a saga Harry Potter. Intrigantemente, nos anos posteriores, de 2019 a 2022, o número de artigos encontrados seguiu uma quantidade regular. Dado os fatos das poucas publicações relacionadas diretamente ao tema, pode se afirmar que o uso das referências culturais e literárias da saga Harry Potter, como método de ensino, foi de pouco interesse didático.

Para melhor compreensão da amostra do estudo selecionada, o Quadro 1 apresenta as produções a partir das datas de publicação, título, nome do autor e os periódicos de publicação.

Quadro 1: Lista de artigos que discutem o ensino com a utilização da saga Harry Potter

 

Ano

Título do artigo

Autor(es)

Periódicos

1

2019

As dobras e os movimentos da aprendizagem criativa nos Centros Juvenis de Ciência e Cultura

SOUZA, Elmara Pereira de;

RUBIM, Iuri Oliveira.

Revista Eletrônica: Tecnologias, Sociedade e Conhecimento,

v. 6, n. 2

2

2020

Alquimia em Hogwarts: A Magia e o Ensino de Química

COSTA, Bruno C. A. et al.

Quím. Nova Esc., v. 42, n. 2, p. 121-128.

3

2021

Uso da literatura fantástica no ensino de história da química: Harry Potter e a pedra filosofal

SANTOS, Murilo R. et al.

Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e54110313674.

4

2022

Jogo De Aprendizagem no Processo de Avaliação: O universo fantástico de Harry Potter e a aprendizagem significativa

OLIVEIRA, Fellype S. et al.

Revista Docentes, v. 7, n. 18, p. 10-18.

Esses artigos postos para a análise, discutem o ensino das Ciências com a utilização da coletânea Harry Potter, mesmo que não esteja claramente evidenciado no seu título, como é o caso do artigo 1: “As dobras e os movimentos da aprendizagem criativa nos Centros Juvenis de Ciência e Cultura”. Em seu contexto de pesquisa, ele dialoga com a obra de Rowling e suas metodologias.

Posteriormente a seleção dos artigos, efetuou-se uma síntese, a fim de evidenciar o foco principal de cada um deles, além dos tipos de pesquisas utilizadas, de acordo com seus respectivos métodos, objetivos e resultados (Quadro 2).

Quadro 2: Síntese dos artigos selecionados, evidenciando suas principais informações

 

Título do artigo

Autor(es) e ano

Objetivo

Tipo de pesquisa

Resultados

1

As dobras e os movimentos da aprendizagem criativa nos Centros Juvenis de Ciência e Cultura

SOUZA, Elmara Pereira de;

RUBIM, Iuri Oliveira.

(2019)

Instigar a criação de iniciativas que consigam favorecer a aprendizagem e, simultaneamente, aumentar o interesse dos estudantes pelo seu percurso formativo.

Relato de Experiência

É possível desenvolver propostas educacionais com foco nos interesses e escolhas dos estudantes, possibilitando a autoria e o protagonismo juvenil.

2

Alquimia em Hogwarts: A Magia e o Ensino de Química

COSTA, Bruno C. A.et al.

(2020)

Identificar os conteúdos relativos à Alquimia no livro Harry Potter e a Pedra Filosofal e utilizar o livro de divulgação científica A Ciência de Harry Potter para compreender cientificamente esse conteúdo.

Análises literárias.

Relacionar fatos aparentemente fantasiosos com a Ciência, a partir da magia de Harry Potter que atrai o público jovem, podendo o professor fazer relações com a realidade e abordar conteúdos de Química a partir da Alquimia.

3

Uso da literatura fantástica no ensino de história da química: Harry Potter e a pedra filosofal

SANTOS, Murilo R. et al.

(2021)

Trazer os livros paradidáticos de literatura como ferramenta pedagógica a ser utilizada pelos professores de Química no Ensino Médio, utilizando os fatos e mitos presentes nos livros de fantasia, facilitando a forma de transmitir conteúdos e evidenciando a seus discentes como ocorrem as descobertas científicas.

Pesquisa Literária Qualitativa

Embora a saga de livros Harry Potter seja uma saga com mais de vinte anos, o conteúdo no interior de suas páginas com potencial pedagógico passa, muitas vezes, despercebido. Os benefícios do uso da literatura como uma ferramenta pedagógica no ensino de ciências são diversos, visto que uma linguagem aceita pelos jovens, moderna e atual, o potencial pedagógico se torna eficaz.

4

Jogo De Aprendizagem no Processo de Avaliação: O universo fantástico de Harry Potter e a aprendizagem significativa

OLIVEIRA, Fellype S. et al.

(2022)

Propor intervenção pedagógica, utilizando o jogo de aprendizagem como instrumento de avaliação em vistas à construção de indícios de aprendizagem significativa.

Pesquisa Quali-quantitativa.

Depreende uma excelente possibilidade de avaliação, por meio de jogos, com intenção de reorientar à aprendizagem e trabalhando a coletividade, acertos dos itens avaliados nas disciplinas de Biologia, Física e Química, através do tema de ambientação desta pesquisa, no caso, Harry Potter

Como é possível observar, as pesquisas apresentadas no Quadro 2 dispõem de uma variabilidade de métodos e técnicas de produção, assim como o artigo 4, que no mesmo estudo se utilizou de duas técnicas de pesquisa. Desses 4 artigos, três sucederam de método quantitativo e um quali-quantitativo, de modo que os estudos se desenvolveram por meios de questionários, levantamentos bibliográficos, leitura exploratória e pesquisa documental.

Após a leitura e a análise dos artigos, observamos que os autores Souza e Rubim (2019), Costa et al. (2020), Santos et al. (2021) e Oliveira et al. (2022) evidenciam o diálogo sobre os interesses e as motivações dos alunos acerca do ensino das Ciências, trazendo como proposta a utilização de métodos lúdicos e didáticos, tendo como fonte imaginária a saga Harry Potter. Esses autores, usufruem da obra de J. K. Rowling como peça principal do enredo de discussão, utilizando-a como artifício principal de suas pesquisas. Porém, cada um faz a sua apresentação própria, individual e particular, usando a série Harry Potter de maneira única e inovadora.

O estudo conduzido por Souza e Rubim (2019) foca na inovação metodológica criativa de aprendizagem, a partir de oficinas realizadas em Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC) que possibilitam uma educação mais dinâmica, com a “possibilidade de proporcionar aos alunos do ensino médio um espaço no qual possam aprender a partir do desenvolvimento de projetos e criação de novos produtos, participando de oficinas mão na massa, em contexto que faça sentido para os jovens”, consistindo em atividades “elaboradas tendo como ponto de partida os universos ficcionais afetivos dos estudantes” (Souza; Rubim, 2019).

Souza e Rubim (2019), Costa et al. (2020), Santos et al. (2021) e Oliveira et al. (2022) ainda exploram e impulsionam a aprendizagem por meio da literatura fantástica, além de expressarem a importância do cotidiano para o ensino científico. Costa et al. (2020) compreendem “a importância de um ensino de ciências que busque relações com o cotidiano do aluno e que possibilite aos mesmos pensarem, refletirem e questionarem sobre os fenômenos da Natureza”. Contribuindo com esse pensamento, Santos et al. (2021) defende:

A ciência e a literatura são áreas que quando juntas se complementam, isso se deve às mais diferenciadas formas que a leitura sobre ciência permite ser realizada, isto se justifica com o fato de a ciência estar ligada ao dia a dia, proporcionando assim uma bagagem de conhecimento sólida e não fragmentada.

Enquanto Costa et al. (2020) e Santos et al. (2021) defendem suas propostas de um ensino científico mais satisfatório, com levantamentos documentais, Souza, Rubim (2019) e Oliveira et al. (2022) desenvolvem uma abordagem de metodologia ainda mais atrativa, “através de atividades práticas, mão na massa” (Souza; Rubim, 2019), que envolve mais o aluno na didática, com uma proposta imersiva.

As oficinas desenvolvidas por Souza e Rubim (2019) almejam que os alunos aprendam por intermédio de um ensino prático, de forma significativa e atrativa. Com isso, buscou-se a literatura fantástica como inspiração, pois eles afirmam que “produções como Harry Potter [...] impulsionam a aprendizagem de conteúdos de História, Literatura, Química, Línguas Estrangeiras, entre outras”. Já Oliveira et al. (2022) apostaram na aplicação de jogos de aprendizagem, destacando a prática como ferramenta principal de ensino no campo da Ciência, chegando a assegurar que “os jogos são ferramentas muito valiosas para se utilizar nesse processo de construção do conhecimento”. Desse modo, Oliveira et al. (2022) produziram um projeto de gamificação da Ciência, incorporando a literatura fantástica da obra ficcional de J. K. Rowling em seus jogos, trazendo aspectos lúdicos da saga Harry Potter.

Com base nos resultados obtidos em seus estudos e mediante suas pesquisas bibliográficas, Costa et al. (2020) e Santos et al. (2021), concluem positivamente a relação da fantasia de Harry Potter com a Ciência, afirmando o despertar do interesse dos alunos, pois “a partir da magia de Harry Potter que atrai o público jovem, o professor pode fazer relações com a realidade” (Costa et al. 2020), dada a utilização e a exploração da literatura fantástica, “uma ferramenta facilitadora que os ajude a passar conhecimento de forma dinâmica e divertida a seus alunos” (Santos et al., 2021).

Assim sendo, Oliveira et al. (2022) garantem que o emprego de analogias e das ludicidades do mundo fantástico de Harry Potter, “se faz, bem-sucedido, [...] nas disciplinas de Biologia, Química e Física”, por meio da aplicação de jogos e práticas interativas, como explicam Souza e Rubim (2019).

Classe 2: as referências diretas às ciências, contidas na coletânea Harry Potter

Composta por sete livros, publicados entre os anos de 1997 e 2007, a coletânea Harry Potter apresenta, no interior de suas inúmeras páginas, um mundo fantasioso e mágico. Dessa forma, pressupomos que se trata de contos ficcionais que vão além da realidade e da imaginação, o que não revela uma inverdade. Porém, para tornar a experiência literária mais real e aproximá-la do público, a autora J. K. Rowling fez uso de leis e conceitos científicos para explicar e aprofundar o modo como funciona a magia empregada em sua obra.

A partir da leitura exploratória da saga Harry Potter, identificamos a relação entre a Ciência e a ficção, realizada pela autora, pelas matérias mágicas lecionadas em Hogwarts, o colégio do bruxo existente na história. Essas matérias das bruxas se referem diretamente às áreas de estudo das Ciências da Natureza, como é possível observar a seguir:

Figura 2: Relação entre a Ciência e a ficção em Harry Potter

Analisando a Figura 2, observamos as relações realizadas entre a História, a Química e a Alquimia, o Estudo da Matéria, com o estudo de Transfiguração/Transmutação, da Biologia com Herbologia e do Estudo Experimental com o Preparo de Poções.

Seguidamente, como é possível observar no Quadro 3, depois de minuciosa análise, foram extraídos (dos livros que compõem a saga Harry Potter) trechos importantes relacionados às práticas do estudo da magia, como abordadas nas tramas.

Quadro 3: Referências à Ciência obtidas pela análise da saga Harry Potter

 

Referências importantes

Alquimia

“O antigo estudo da alquimia preocupava-se com a produção da Pedra Filosofal, uma substância lendária com poderes fantásticos. A pedra pode transformar qualquer metal em ouro puro. Produz também o Elixir da Vida, que torna quem o bebe imortal.” (Rowling, 2000, p. 123).

“O Prof. Dumbledore é particularmente famoso por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel.” (Rowling, 2000, p. 122-123).

“Falou-se muito da Pedra Filosofal durante séculos, mas a única Pedra que existe presentemente pertence ao Sr. Nicolau Flamel, o famoso alquimista e amante da ópera.” (Rowling, 2000, p. 123).

“O Sr. Flamel, que comemorou o seu sexcentésimo quinto aniversário no ano passado, leva uma vida tranquila em Devon, com sua mulher, Perenelle (seiscentos e cinquenta e oito anos)” (Rowling, 2000, p. 123).

“-O cachorro deve estar guardando a Pedra Filosofal de Flamel!”. (Rowling, 2000, p. 123).

Transfiguração/ Transmutação

“Ah, ela recebeu uma carta igual a essa e desapareceu, foi para aquela... aquela escola... e voltava para casa nas férias com os bolsos cheios de ovas de sapo, transformando xícaras em ratos. (Rowling, 2000, p. 35).

“[...]tem tanta coisa para a gente aprender, estou muito interessada em Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em outra, claro, dizem que é muito difícil; a pessoa começa aos poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.” (Rowling, 2000, p. 73).

“A transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vamos aprender em Hogwarts.” (Rowling, 2000, p. 78).

“Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa." (Rowling, 2000, p. 78).

“A Profa. Minerva observou-os transformarem um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes.” (Rowling, 2000, p. 146).

“McGonagall transfigurou as peças de xadrez para lhes dar vida.” (Rowling, 2000, p. 146).

Herbologia

“Mas não quero que vocês fiquem com a ideia de que sou melhor do que ela em Herbologia! Por acaso encontrei várias dessas plantas exóticas nas minhas viagens...” (Rowling, 2000, p. 78).

“Três vezes por semana iam para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Profa. Sprout, com quem aprendem como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobriram para que eram usados.” (Rowling, 2000, p. 78).

Preparo de poções

“Hagrid não deixou Harry comprar um caldeirão de ouro maciço, tampouco (“Diz estanho na sua lista”), mas compraram uma balança bonita para pesar os ingredientes das poções.” (Rowling, 2000, p. 50).

“Enquanto Hagrid pedia ao homem atrás do balcão um conjunto de ingredientes básicos para preparar poções para Harry, o próprio Harry examinava chifres de prata de unicórnios, a vinte e um galeões cada, e minúsculos olhos faiscantes de besouros (cinco nuques uma concha)". (Rowling, 2000, p. 50).

“[...] A ciência sutil e a arte exata do preparo de poções.’’ (Rowling, 2000, p. 79)

“[...] a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos.” (Rowling, 2000, p. 80).

“Ele, Rony e Hermione ficavam sozinhos, trabalhavam até tarde da noite, tentando lembrar os ingredientes das complicadas poções, aprender os feitiços e encantamentos de cor [...]." (Rowling, 2000, p. 138).

Esses trechos foram selecionados a fim de demonstrar a utilização de conceitos científicos de forma direta ou indireta. Para aprofundar a análise, podemos identificar que no primeiro livro e filme da saga, o âmbito científico fica evidenciado logo no título da trama, “Pedra Filosofal”, considerado o maior símbolo da elevação e evolução da Ciência.

Na história da Química, os alquimistas tinham alguns objetivos, entre eles transformar o metal em ouro, a chamada transmutação, o segredo de produzir o “elixir da vida”, que permitiria a imortalidade e a produção da Pedra Filosofal (Nascimento; Neto, 2012). Já na trama é fomentada a criação da pedra filosofal e a sua função de “realizar a transmutação dos metais em ouro e sintetizar o elixir da longa vida” (Custódio, 2022), capaz de levar qualquer um à longevidade e à imortalidade.

Embora historicamente nunca tenha sido comprovado o sucesso desse projeto alquímico, “o francês Nicolas Flamel teria descoberto a fórmula mágica para a criação da pedra filosofal” (Custódio, 2022). Já no enredo ficcional da obra de J. K. Rowling, Flamel é apresentado como um estimado bruxo do mundo mágico, bastante sábio e ancião devido aos seus sucessos e feitos com relação à magia. Com isso, a Alquimia, como berço da Ciência, pode servir como curiosidade introdutória para as aulas de Química, abordando a comparação da ficção com a realidade.

Muitos alunos estudam a disciplina sem qualquer conhecimento prévio. Para outros, pode ser o primeiro contato com esse ramo das Ciências, como por exemplo, nas aulas do Ensino Fundamental. Descobrir didaticamente que “História da Pedra Filosofal e o Elixir da Vida”, assim como todo o seu processo de fabricação, não foi apenas ficcional, pode acender um maior interesse pela Química, tanto em termos teóricos quanto em termos experimentais.

A transfiguração ou transmutação retrata e explica as propriedades da matéria que consiste nas partículas de formação de corpos que ocupam o espaço. Na magia de Harry Potter, a chamada transfiguração ou transmutação, se dá no estudo da alteração da forma e do aspecto de um ser ou um objeto em outro ser ou objeto, como por exemplo a metamorfose de um humano em doninha, uma avelã em uma abelha ou, como comentando anteriormente, realizar “a transmutação de alguns metais, como estanho, chumbo, cobre e mercúrio, em ouro” (Custódio, 2022). Esse determinado ramo da magia, utiliza termos químicos e físicos para explicar a sua prática. Desse modo, o processo de transfiguração transcorre a partir da transformação da matéria, ou seja, da desestruturação e da reestruturação dos átomos. Outra explicação vigente é que o processo de transfigurar algo não acontece do nada, como a prática que permite fazer com que um objeto apareça, como por exemplo, “Hermione, ergueu a varinha, fez um círculo no ar e, diante dos seus olhos, fez brotar uma coroa de heléboros” (Rowling, 2007, p. 162) ou até mesmo a prática contrária, permitindo com que algo desapareça. Esse processo se dá pela transmutação de átomos do objeto sólido em átomos que não são visíveis a olho nu, como os gases que compõem o ar, por exemplo. Dessa forma, um objeto transfigurado não desaparece, pois ele ainda está lá, porém não é possível vê-lo.

Entender que tudo que pode estar ao seu redor é Ciência é complexo. Assim, usar a explicação mágica, decorrente do processo de transmutação ou transfiguração, pode ser algo mais dinâmico e compreensível. Para Bizzocchi (2009), “toda matéria é formada de moléculas, que são grupamentos de átomos”. Em seu estado físico líquido, gasoso ou sólido, sua composição é inteiramente química, mesmo que não se consiga enxergar, pois os átomos estão lá presentes.

O ensino da Herbologia no mundo bruxo, assim como da Biologia, estuda os organismos vivos como a “reprodução e morfologia geral das estruturas das plantas” (Sousa K., 2018) e suas anatomias, espécies, evolução e cultivo, focando-se na Botânica. Esse âmbito de estudo, além da Biologia, pode também ser comparado com a Educação Ambiental, pois visa à preservação da flora, da fauna e de todo o ecossistema.

A Herbologia se configura no mundo bruxo como “duas disciplinas biológicas que são: a ‘Herbologia’ que estuda as propriedades e as características das plantas e dos fungos mágicos em geral e o ‘Trato das Criaturas Mágicas’, que estuda como tratar as criaturas mágicas, dentre elas os animais fantásticos” (Sousa K., 2018), servindo de preparação às poções, tal como acontece na indústria farmacêutica do mundo dos humanos, com a utilização das ervas para a produção de remédios.

Contudo, as referências ao ensino da Biologia não se limitam apenas à Herbologia. A Zoologia é caracterizada por estudar especificamente as criaturas mágicas e qualquer organismo do reino animália na história fantástica. O preparo das poções aborda a prática de experiências laboratoriais com misturas, soluções e reações, a fim de se conseguir produtos e resultados desejáveis, focados na Ciência alquímica, como relata Rowling (2000, p. 80), exprimindo que o preparo de poções pode “ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glória”.

No mundo “trouxa”, como é chamado o mundo não bruxo, essas poções são feitas apenas com ervas usadas para tratamentos de doenças com outras infinidades, como remédios produzidos no mundo humano pelos “curandeiros, benzedeiras, pajés, rezadeiras – termos utilizados para designar os “especialistas” das comunidades tradicionais que detêm o conhecimento sobre o uso de plantas e ervas para práticas medicinais e ou preparo de poções mágicas” (Eloy et al., 2014). No mundo mágico, todas as poções têm como passo principal a utilização da magia para se obter sucesso. Muitos de seus ingredientes e componentes são do ramo da Herbologia, tais como plantas e raízes.

O estudo das poções é um estudo prático da alquimia e não se limita à criação de substâncias líquidas, mas muitos outros tipos de experiências e composições são possíveis, com a utilização de uma infinidade de ingredientes, como minérios, restos de animais e soluções variadas.

Conclusão

As propostas de estudo analisadas utilizando a obra Harry Potter, de J. K. Rowling, evidenciam a construção de um ensino didático-pedagógico que se sustenta pela participação e pela colaboração do aluno na prática do ensino. De acordo com Amarilha (2004, p. 18), “a história lida ou contada, desempenha uma função catalisadora de interesse e prazer”. Com isso, podemos afirmar que a saga Harry Potter é rica pela contextualização científica, se tornando eficaz como proposta de ensino lúdico, trabalhando a Ciência por meio da imaginação fantástica. Isso faz com que o ensino seja mais prazeroso, portanto, mais satisfatório ao aluno.

Essa saga literária fantástica engloba o contexto científico de forma coesa, aproximando o estudante dos estudos das Ciências Naturais, pois “os mundos encantados e recheados de fantasia e magia são locais familiares, e por isso, refletem os aspectos internos de cada um, a profundidade da nossa alma” (Soares, 2009).

Desse modo, as técnicas das alusões e das analogias às Ciências, acabam melhorando o desempenho cognitivo, participativo e avaliativo do aluno, proporcionando a ele uma vida acadêmica bem-sucedida, motivada a considerar, no futuro, o ramo científico como uma possível área profissional.

Referências

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Publicado em 16 de maio de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

BRITO, Pedro Yago da Cunha; RIBEIRO, Williams da Silva. Utilização da saga "Harry Potter" no ensino significativo das Ciências por meio de analogias e ludicidades: uma pesquisa bibliográfica. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 18, 16 de maio de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/18/utilizacao-da-saga-harry-potter-no-ensino-significativo-das-ciencias-por-meio-de-analogias-e-ludicidades-uma-pesquisa-bibliografica

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