Estado da arte: a importância do uso das TDIC como auxílio no processo de ensino-aprendizagem no conteúdo de modelos atômicos de Química

Luana Sousa Lima

Graduanda do curso de Química (UEPA)

Rayani Barbosa Lima

Graduanda do curso de Química (UEPA)

Milta Mariane da Mata Martins

Doutora em Educação (Unesp), mestra em Geoquímica de Superfície e Ambiental, licenciada em Química (UFPA), professora da UEPA

O grande desenvolvimento tecnológico que tem acontecido na sociedade vem gerando muitas mudanças em alguns ambientes, principalmente no âmbito escolar, onde é possível utilizar as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) para contribuir com o processo de ensino-aprendizagem. A tecnologia é, sem dúvidas, uma das maiores aliadas dos professores e estudantes; dessa forma, o sistema educacional tem feito uso dos meios tecnológicos como ferramenta metodológica de grande importância em sala de aula. Logo, os professores devem se adaptar ao uso dos meios tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem.

Os docentes devem planejar e desenvolver atividades que não se limitem à sala de aula, criando oportunidades de aprendizagens emancipatórias. Utilizando técnicas de ensino mais presentes na realidade do educando, pretende-se propiciar a ele a possibilidade de se tornar o protagonista do seu crescimento educacional.

Freire (2002, p. 34) menciona que nunca foi apreciador da tecnologia, destacando que não diaboliza nem a idealiza. Por esse motivo, sempre esteve em paz para lidar com ela. Dessa forma, o autor reflete: "Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial de estímulos e desafios à curiosidade que a tecnologia põe a serviço das crianças e dos adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas”.

Diante desse contexto, surge a seguinte questão de pesquisa: quais os principais recursos didáticos que estão sendo utilizados com o auxílio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) no Ensino Médio?

Os meios tecnológicos são ferramentas utilizadas no meio social de extrema importância, contribuindo com a melhoria de vida das pessoas. Por esse motivo é fundamental o uso dos meios tecnológicos dentro do sistema educacional como forma de facilitar o processo de ensino-aprendizagem; dessa forma, as chamadas TDIC propõem ao educador uma forma de ensino mais diversificada, a qual possibilita melhor compreensão das disciplinas, especificamente a “Química”, intitulada por muitos alunos como uma disciplina com um nível elevado de dificuldade.

A compreensão dessa temática está voltada para o aprofundamento teórico de pesquisas que buscam respostas sobre a maneira como as tecnologias de informação e comunicação são cruciais para despertar no aluno o interesse de aprender Química de forma mais simples e eficaz.

Sem dúvidas, o desenvolvimento da pesquisa pode apresentar resultados de grande relevância, pois traz para a discussão a importância de compreender a forma como os professores da área das Ciências da Natureza estão desenvolvendo ou não esses meios tecnológicos como recursos didáticos de ensino nas aulas de Química, ressaltando as principais contribuições significativas para o ensino-aprendizagem.

As TDIC são as mais promissoras metodologias de aprendizagem do novo milênio; alguns sistemas de ensino já fazem uso desses mecanismos para ensinar seus alunos a manusear computadores e meios tecnológicos, bem como produzir videoaulas, transmissões ao vivo, exercícios online, para criar aplicativos educativos e outras utilidades. Todo esse esforço se faz para que os alunos possam encontrar facilidade na compreensão dos assuntos que são ensinados diariamente em sala de aula, principalmente na área de Ciências da Natureza e suas tecnologias, a qual é composta por Química, Física e Biologia.

A escolha da temática foi feita durante o percurso acadêmico, em razão de vivenciar experiências nos estágios, quando observou-se que muitos professores de Química do Ensino Médio demonstraram ter dificuldades de trabalhar com tecnologias em sala de aula. A partir disso, surgem algumas inquietações em pesquisar estudos produzidos sobre a utilização das TDIC no ensino de Química entre 2017 e 2021.

Nesse contexto, buscou-se através deste trabalho fazer um levantamento de pesquisas desenvolvidas numa janela temporal entre os anos de 2017 a 2021 que fazem uso de recursos didáticos com auxílio das tecnologias digitais de informação e comunicação no ensino de Química, mais especificamente conteúdos relacionados aos modelos atômicos, em sala de aula.

Referenciais teóricos

A Química é uma ciência experimental que está diretamente conectada com a nossa vida cotidiana; pode ser encontrada em todos os lugares, desde a produção do pão até a digestão dos alimentos; além disso, remédios e combustíveis, cimento, a borracha do tênis, as tintas utilizadas para pintura, os tecidos das roupas, a atmosfera de Marte, a natureza e os viventes e não viventes que habitam nela, sendo que a vida e a morte estão também ligadas de modo direto ou indireto ao imenso cosmo químico (Borges; Alves, 2017).

Para tanto, a Química participa do progresso científico-tecnológico com contribuições específicas significativas, cujos resultados têm abrangência social, política e econômica. Desse modo, a sociedade e os cidadãos interagem com o entendimento químico por diversos meios, visto que a tradição cultural dos saberes é fundamentada por meio do ponto de vista químico, científico ou embasada em algum tipo de crença popular (Brasil, 2000).

Vale ressaltar que a Química é uma forte colaboradora para o sentido da vida; dessa maneira, ela se torna uma das responsáveis diretas de grande importância, a qual vem contribuir com o aumento da perspectiva de vida do homem moderno. Além do mais, com esse grande reconhecimento da projeção e da sua importância, a Química chega aos fins educacionais e aos meios de comunicação e informação. Essa realidade possibilita o surgimento de “Inovações em todos os segmentos sociais e no planejamento escolar, que apontam novos e modernos rumos voltados para uma nova forma de ensinar Química" (Sousa; Moita; Carvalho; 2011, p. 132).

Todavia a Química como disciplina de aprendizagem no Ensino Médio apresenta conteúdos generalizados e de difícil entendimento, segundo a perspectiva de muitos estudantes; além disso, é uma área da ciência que abrange linguagens, cultura científica, desenvolvimento tecnológico; em análise, a Química está em constante ligação com o nosso cotidiano e desempenha diversos papéis importantes no meio social, contribuindo com a melhoria de vida dos indivíduos (Paz et al., 2017).

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da área de Ciências da Natureza e suas tecnologias sugere estender e sistematizar os ensinamentos primordiais desempenhados até a classe do 9º ano do Ensino Fundamental. Inicialmente, essa abordagem significa que é preciso focalizar na compreensão de acontecimentos naturais e métodos tecnológicos de maneira a ocasionar aos alunos a adequação de conceitos, metodologias e conceitos dos diferentes campos das Ciências da Natureza (Brasil, 2018).

Assim, segundo a BNCC,

aprender Ciências da Natureza vai além do aprendizado de seus conteúdos conceituais. Nessa perspectiva, a BNCC da área de Ciências da Natureza e suas tecnologias – por meio de um olhar articulado da Biologia, da Física e da Química – define competências e habilidades que permitem a ampliação e a sistematização das aprendizagens essenciais desenvolvidas no Ensino Fundamental no que se refere: aos conhecimentos conceituais da área; à contextualização social, cultural, ambiental e histórica desses conhecimentos; aos processos e práticas de investigação; e às linguagens das Ciências da Natureza (Brasil, 2018, p. 547).

A área de Ciências da Natureza na Educação Básica deve cooperar com a construção de uma base de aprendizagem contextualizada, a qual proporciona uma formação aos estudantes baseada na sua autonomia, em que sejam capazes de fazer julgamentos, tomar decisões, formular argumentos e demonstrar proposições temáticas, como também fazer uso sensato de inúmeras tecnologias. Dessa forma, o desempenho dessas práticas e a comunicação com as outras áreas do conhecimento, facilitando os debates relacionados às pressuposições éticas, políticas, econômicas e socioculturais os quais estão relacionados a temas referentes a Ciências da Natureza (Brasil, 2018).

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, os conhecimentos apresentados no ensino da disciplina de Química no contexto escolar devem possibilitar a formação de uma visão de mundo mais estruturada e menos segmentada, para que possam despertar no indivíduo o sentimento de pertencimento, ou seja, que ele se sinta participante de um mundo em constante mudança. Entretanto, esses conhecimentos devem consistir em competências e habilidades afetivas e cognitivas, para que assim possam ser classificadas como competências em sua plenitude (Brasil, 2000).

O aprendizado de Química pelos estudantes de Ensino Médio implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. Esse aprendizado deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. Tal é a importância da presença da Química em um Ensino Médio compreendido na perspectiva de uma Educação Básica (Brasil, 2000, p. 31).

Nesse contexto, quando falamos sobre o ensino de Química nos deparamos com diversos paradigmas sobre as exigências que a disciplina apresenta aos estudantes: os cálculos, as formas, as nomenclaturas são coisas com que alunos do 1° ano do Ensino Médio não estão acostumados, pois nessa nova fase de Ensino Médio o aumento na grade curricular e o surgimento de novas disciplinas específicas podem ser, para muitos alunos, uma dificuldade que acaba gerando concepções negativas sobre a disciplina (Rocha; Vasconcelos, 2016).

O ensino de Química transformou-se em preocupação premente nos últimos anos, tendo em vista que hoje, além das dificuldades apresentadas pelos alunos em aprender Química, muitos não sabem o motivo pelo qual estudam essa disciplina, visto que nem sempre esse conhecimento é transmitido de maneira que o aluno possa entender a sua importância (Paz et al., 2017).

Com base nesses pressupostos, Sousa, Moita e Carvalho (2011, p. 134), em seu livro Tecnologias digitais na educação, destacam que hoje em dia a Química que circula tem alguns dos seus fundamentos negligenciados ao ser ensinada no ambiente escolar; de acordo com o ponto de vista dos autores, a Química é ensinada de forma superficial, desprezando toda a sua abrangência. No entanto, se o ensino de Química for implantado de forma planejada, pode vir a contribuir com um conjunto de práticas predeterminadas, com o propósito de ajudar os alunos a apropriar questões culturais e sociais de forma crítica e positiva.

Vale ressaltar que um dos fatores que dificulta o desenvolvimento educacional no ensino de Química reflete sobre o ensino tradicional, que mantém a disciplina atrelada ao modelo de ensino em que o professor é o ator principal e que o aluno deve apenas absorver o conhecimento como receptor de informações. Para eficácia do aprendizado, o aluno deve ser protagonista e a troca de experiências e haver inserção de metodologias interdisciplinares capazes de relacionar o cotidiano do aluno com a disciplina ministrada (Paz et al., 2017, p. 4).

O professor e o ensino de Química

O professor tem importante papel no processo de ensino-aprendizagem; dessa forma, ele deve ser um conciliador entre a utilização dos meios eletrônicos e os estudantes, visto que, apesar da grande flexibilidade de informações pela internet, existe diferença entre informação e conhecimento, o qual é estruturado através daquela, pois o professor precisa saber ensinar os educandos de modo que possa juntar educação e tecnologia, sendo um guia que possibilite que eles encontrem a forma mais precisa para obter a informação desejada, visando aspectos centrados em como tratá-la e utilizá-la (Barrera, 2018).

Em outra análise, o aprendizado em Química demonstra apresentar dificuldades de entendimento e também complexidade aos estudantes do Ensino Médio; por esse motivo, busca-se utilizar meios que facilitem esse processo para ensinar as reações químicas, os modelos atômicos, a reatividade das substâncias e outros conceitos na disciplina de Química.

Além disso, mesmo vivendo em uma era tecnológica, grande parte dos profissionais do ensino de Química ainda preza por um ensino tradicional, trazendo conteúdos descontextualizados e fragmentados, deixando de possibilitar ao aluno uma aprendizagem significativa que contribua para uma visão clara do papel da Química no cotidiano desse aluno.

O ensino da Química muitas vezes tem sido baseado em fórmulas, cálculos e memorização de elementos da tabela periódica; sem dúvidas, essas metodologias tradicionais influenciam na aprendizagem, as quais em muitos casos acabam distanciando os alunos de uma educação prazerosa e significativa. Essas questões são visualizadas em todas as etapas de ensino e deve ser de suma importância que os profissionais da Educação estejam capacitados para esse processo (Dionizio, 2019). Dessa forma,

a utilização da tecnologia não é novidade para os jovens, eles nasceram já tendo contato com computadores, smartphones, tablets, e a procura por vídeos na internet é um hábito que adquirem desde criança, na procura por desenhos animados, por exemplo. Estudos vêm demonstrando que os estudantes de hoje em dia já utilizam a tecnologia como uma prática de estudo em diversas disciplinas, principalmente em se tratando de temas das ciências – Química, Física e Biologia. Estudantes recorrem ao uso da tecnologia, principalmente vídeos, para esclarecer dúvidas sobre o conteúdo trabalhado em sala de aula ou até mesmo para recuperar o conteúdo de aulas a que tenham faltado. Muitos ainda utilizam esses recursos por não se sentir à vontade para esclarecer dúvidas em frente aos colegas, na sala de aula (Barrera, 2018, p. 16).

Diante dessa perspectiva, não restam dúvidas de que a tecnologia é um instrumento de grande relevância que pode facilitar a aprendizagem e estimular o conhecimento de professores e alunos, pela grande influência de alcance e por causa da facilidade que a tecnologia tem em entrar em nossa vida e até nas residências mais distantes do mundo. Nesse sentido, “podemos definir tecnologia como sendo o conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam à resolução de problemas” (Ferreira et al., 2019, p. 3).

Metodologia

A metodologia utilizada no trabalho foi quanti-qualitativa de caráter exploratório, visando à análise e o mapeamento de produções acadêmicas, mediante o método do “estado da arte”; dessa forma, foram estabelecidos alguns critérios de inclusão na busca de estabelecer um padrão na seleção das pesquisas: pesquisas escritas em língua portuguesa, publicações feitas nos anos de 2017 a 2021 e que estejam de acordo com a temática. A partir disso, foi feito o levantamento das pesquisas na base de dados Google Acadêmico, de acordo com critérios de inclusão citados acima e com a ajuda das palavras-chave (Quadro 1) que contribuíram para filtrar as pesquisas que mais se encaixavam com o tema.

Quadro 1: Palavras-chave para seleção

TDIC

Ensino de Química

Modelos atômicos

Professor

Dessa maneira, depois da realização do levantamento de dados e da escolha das pesquisas conforme as palavras-chave, sucedeu-se uma leitura atenta em resumos e metodologia, com a finalidade de filtrar trabalhos que pertenciam ou não à temática, resultando em 30 artigos. Foram excluídos os trabalhos que não estavam disponíveis na íntegra, os que não abordavam a temática, bem como os trabalhos publicados em outro idioma. Assim, todos os trabalhos selecionados foram revisados e organizados, conforme o Quadro 2.

Quadro 2: Caracterização dos artigos acerca das TDIC no ensino de Química sobre modelos atômicos, de acordo com ano de publicação, revista ourepositório, título, tipo de pesquisa e recursos utilizados

Ano

Revista ou repositório

Título do trabalho / após leitura

Tipo de pesquisa

TDIC/recursos

2020

Encitec - Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista

Tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICS) como estratégia no ensino de química: blog, uma ferramenta para potencializar o conhecimento químico.

Pesquisa ação

 Blog

Wordpress

2021

Repositório Institucional da Unesp

Gamificação no ensino de Química: a utilização da plataforma Kahoot! Para o ensino de modelos atômicos

Análise mista

Jogo na plataforma Kahoot!

2021

Brazilian Journal of Development

Educação híbrida aplicada na recuperação em ensino de química.

Pesquisa - ação

YouTube

Ferramentas Google

2020

Dissertação

A construção de histórias em quadrinhos na evolução dos modelos atômicos: uma proposta de aprendizagem significativa

Estudo de caso

 Mapas mentais

2020

Repositório Institucional da Unesp

A implementação de uma unidade didática multiestratégica sobre modelos atômicos no Ensino Médio: desafios e potencialidades do ensino fundamentado em modelagem

Análise textual

 Cadernetas

2021

Revista Educação e Ensino

Produção e uso do aplicativo Quimilol como recurso tecnológico educacional no ensino de Química

Pesquisa-ação

Aplicativo

Quimilol

2021

Instituto Federal de Goiás

Materiais didáticos digitais (MDD) no ensino de Química: aplicabilidade de metodologias ativas de aprendizagem

Análise textual

Jogos/aplicativos

2018

UnB -

Universidade de Brasília

ARG (Alternate Reality Game) como estratégia alternativa no ensino de Química

Análise mista

Jogo ARG Alternate Reality Game

2021

Revista de Ciência e Tecnologia

Simulações computacionais: uma proposta de transposição didática no ensino de Química

Pesquisa-ação

Questionário

2020

Repositório

Institucional da

Unesp

Modelos atômicos e tabela periódica: o uso da abordagem histórica como facilitadora da aprendizagem significativa

Pesquisa-ação

Questionário de

Minicurso

2019

Repositório

Lume Digital

A utilização da metodologia de resolução de problemas para o ensino do modelo atômico de Bohr

Análise textual discursiva

Questionário

2019

Repositório

Institucional da UFPB

O jogo Trilha do QR Code como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Química

Oficina

Jogos

2021

Brazilian Journal of Development

Gamificando as aulas de Química: uma análise prospectiva das propostas de licenciandos em Química

Estudo de caso

Google Formulários

2021

Revista de Estudo e Pesquisa sobre Tecnologia

Aplicativos de realidade virtual e realidade aumentada para o ensino de Química

Pesquisa-ação

Questionário

2021

Revista de Produtos Educacionais e Pesquisas em Ensino

Um produto educacional para auxiliar na aprendizagem de fórmulas, equações e modelos matemáticos aplicados na química: o caso do aplicativo FOQ 1 Química

Estudo de dados

Plataforma Ionic

2020

Repositório Institucional da UFPB

Avaliação do uso de jogos didáticos e aplicativo no ensino de estrutura atômica

Estudo de caso

Jogos didáticos

2019

Repositório da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

O uso de smartphones (TDIC) como forma alternativa de atividades avaliativas de Química para o Ensino Médio

Pesquisa-ação

Aplicativo Lady Quiz

2018

Ciet

Enped

Principais aplicativos para smartphones no ensino de Química

Pesquisa-ação

Aplicativos

2020

Universidade do Vale do Sapucaí - Mestrado em Educação

Tecnologias digitais em aulas de Química no Ensino Médio

Pesquisa-ação

Aplicativos

Molculator

2021

Experiências em Ensino de Ciência

Ensino híbrido gamificado na Química: o modelo de rotação por estações no ensino de radioatividade

Estudo de caso

Jogos didáticos

2021

Ritecima -

Revista de Investigação em Educação em Ciência e Matemática

Tempo e tecnologia no processo de visualização em Química

Oficina

Jogos - Dominó

2021

IF Goiás

A Educação Inclusiva no ensino de Química: uma análise bibliográfica acerca da ludicidade na construção de metodologias ativas baseada em apresentações realizadas no ENEQ

Análise mista

Jogos

2021

Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Ciência

Relato de experiência: uso das TIC no processo de ensino-aprendizagem na Química em uma escola integral

Pesquisa-ação

Blogs e homepages

2019

Repositório da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – RIUT

Simuladores como elementos tecnológicos no ensino de Química

Pesquisa-ação

Recursos digitais phet (phet interactive simulations)

2019

BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

Uso de aplicativos em Ciências e Química - experiência nos Ensinos Fundamental e Médio

Pesquisa-ação

Periodic Table

2021

Repositório da

Unicamp

A formação de professores nos institutos federais e a aprendizagem da docência na prática como componente curricular

Análise mista

Jogos

2019

Repositório da

UFC

Desenvolvimento de aplicativos por estudantes do Ensino Médio com o uso de metodologias ativas para promover aprendizagem significativa

Pesquisa-ação

Plataforma MIT app inventor 2

2018

Repositório da

UFMG

Expansão das fronteiras da sala de aula: uso de uma rede social educativa no contexto do ensino híbrido na Educação Básica

Estudo de caso

Blog

2020

Instituto Federal do Amazonas

Uma proposta para o ensino de conceitos da Física Moderna por meio da aprendizagem baseada em problemas

Análise mista

Jogos

2021

BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

Sala de aula invertida, aulas remotas e avaliações através de explicações em vídeos: o uso de práticas experimentais no ensino dos processos de eletrização

Análise de dados

Vídeos

Conforme o quadro demonstra, os anos em que mais foram publicados artigos na base de dados correspondem a 2020, com sete artigos, e 2021 com catorze trabalhos; observou-se que o tipo de pesquisa mais utilizado pelos pesquisadores foi a pesquisa-ação.

Resultados e discussões

A partir da revisão dos artigos, foram identificados nos trabalhos os recursos didáticos de tecnologias digitais de informação e comunicação que são utilizados pelos professores como auxílio no processo de ensino-aprendizagem do conteúdo de modelos atômicos na disciplina de Química, de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1: TDIC/recursos conforme o número de artigos por ano

TDIC/recursos

2017

2018

2019

2020

2021

Total

Aplicativos/plataformas

-

1

4

1

3

9

 Blogs

-

1

-

1

1

3

 Cadernetas

-

-

-

1

-

1

Jogos didáticos

-

1

1

2

6

10

 Mapas mentais

-

-

-

1

-

1

 Questionários

-

-

1

1

2

4

 Vídeos/YouTube

-

-

-

-

2

2

Total por ano

-

3

6

7

14

30

De acordo com a Tabela 1, as tecnologias digitais de informação e comunicação citadas nos trabalhos correspondem a: aplicativos/plataformas, blogs, cadernetas, jogos didáticos, mapas mentais, questionários, vídeos/YouTube; dentre esses artigos, os recursos que mais se destacaram durante a leitura das pesquisas foram os jogos didáticos e aplicativos/ plataformas, que têm papel importante na contribuição do conhecimento dos alunos, para que eles possam compreender os conteúdos de Química, especificamente no que se refere a modelos atômicos.

Diehl (2019) discute as diversas dificuldades encontradas pelos professores e alunos em aprender modelos atômicos; muitos professores ainda encontram obstáculos em desenvolver metodologias eficazes que garantam bom rendimento no processo de aprendizagem do aluno, já os alunos possuem muitas vezes dificuldade de compreender assuntos referentes aos modelos atômicos.

Todavia, o ensino de modelos atômicos pode se dar de diversas formas. Para isso, é de grande necessidade que o professor empregue metodologias que saem da tradição de produções textuais e proporcionem a participação dos alunos no processo da formação de seu saber (Sá, 2020).

Segundo Dias (2019), utilizar recursos didáticos digitais no processo de ensino-aprendizagem tem sido de extrema relevância para a educação do aluno, pois contribui na assimilação do conteúdo trabalhado, proporcionando o desenvolvimento da sua criatividade, bem como coordenação motora, trabalhando as habilidades de manusear objetos diversos que são utilizados em sala de aula.

Leite (2020, p. 330) vem reafirmar que o uso de recursos didáticos digitais se tornou de grande relevância para o processo de ensino-aprendizagem de Química. Destaca que os recursos didáticos digitais “são ferramentas que permitem a passagem de diversas formas de linguagem (texto, imagens, sons etc.), facilitando a construção do conhecimento por parte do aprendiz, contudo respeitando a individualidade cognitiva de cada indivíduo”.

As TDIC são metodologias ativas na Educação, elas permitem uma compreensão mais acessível em comparação ao ensino tradicional; dessa forma, existem vários pontos positivos que esses recursos podem trazer aos estudantes, como promover a autonomia e a participação ativa dos alunos com os conteúdos ensinados (Lopes, 2021).

Diante dessas reflexões, a BNCC (2018) destaca a importância de compreender, criar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de uma forma significativa, reflexiva, crítica e ética nas inúmeras práticas sociais (incluindo as escolares) como meio para disseminar informações, produzir conhecimentos, comunicar, acessar e solucionar problemas, bem como executar protagonismo e autoria na vida coletiva e pessoal.

Em outra vertente, o uso de jogos como recurso didático nas aulas de Química contribui para complementar e reforçar a aprendizagem do aluno, levando-o a pensar, interagir e revisar os conteúdos aprendidos; com isso, é possível que ele aprenda significativamente os conteúdos ensinados, desenvolvendo seu raciocínio. O jogo em sala de aula traz ao aluno uma nova oportunidade de aprender o conteúdo abordado de maneira lúdica e interativa (Alberton, 2019). Além disso, o jogo desenvolve no estudante habilidades cognitivas que sejam importantes para a aprendizagem (raciocínio rápido, resolução de problemas, criatividade, percepção etc.) e, se for aplicado dentro do âmbito escolar, ele pode ser considerado educativo.

Nesse viés, as tecnologias digitais de informação e comunicação que estão sendo utilizadas pelos professores em sala de aula influenciam a qualidade do ensino, pois o uso dessas ferramentas auxilia na compreensão de assuntos com nível de dificuldade elevado e desperta nos alunos motivação em estudar, pois são tecnologias que fazem parte do seu cotidiano.

De maneira geral, a importância de discutir os recursos didáticos digitais no ramo da educação é fundamental para aproximar docentes e estudantes, contribuindo com o melhoramento da convivência e da aprendizagem, visto que essa pratica acontece devido ao papel do docente em utilizar plataformas tecnológicas e meios de que os alunos têm conhecimento, o que facilita na busca de resultados significativos.

Nessa perspectiva, compreende-se que os recursos digitais podem ser de grande eficácia para o processo de ensino de Química, pelo fato de possuir em sua estrutura a capacidade de construir uma metodologia que facilitará e proporcionará conhecimento significativo para os alunos do Ensino Médio.

Por fim, conclui-se que os resultados encontrados durante o desenvolvimento da análise das pesquisas demonstraram um número relativamente pequeno de pesquisas produzidas com a temática “importância do uso das TDIC como auxílio no processo de ensino-aprendizagem no conteúdo da disciplina de Química”; por esse motivo, torna-se primordial, criar pesquisas voltadas para essa área.

Considerações finais

A tecnologia hoje é uma realidade no meio social; não há como desconsiderar a sua importância na Educação, dessa feita torna-se necessário para os educadores apoderar-se dos novos recursos didáticos tecnológicos que estão disponíveis na atualidade para ter maior êxito no processo de ensino-aprendizagem.

Todavia, o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem é instrumento de grande relevância, visto que os alunos se sentem com maior pertencimento ao cotidiano escolar quando fazem uso dessas tecnologias.

Com base nos estudos analisados durante o desenvolvimento da pesquisa, conclui-se que os recursos didáticos digitais mais utilizados pelos professores atualmente para auxiliar nas aulas referentes a modelos atômicos são os jogos digitais e os aplicativos para celular e computadores; além disso, a pesquisa possibilitou compreender a importância de valorizar as TDIC como recurso didático digital que vem proporcionar inúmeros benefícios para a educação, exemplo disso é a capacidade de absorver conhecimento de conteúdos concretos como modelos atômicos.

Por outro lado, foi possível constatar que o professor como sujeito ativo no processo de ensino deve buscar como aliadas as tecnologias digitais de informação e comunicação como forma de facilitar a sua metodologia de ensino, que proporcione ao seu aluno uma aprendizagem eficaz.

Referências

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Publicado em 20 de junho de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

LIMA, Luana Sousa; LIMA, Rayani Barbosa; MARTINS, Milta Mariane da Mata. Estado da arte: a importância do uso das TDIC como auxílio no processo de ensino-aprendizagem no conteúdo de modelos atômicos de Química. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 23, 20 de junho de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/23/estado-da-arte-a-importancia-do-uso-das-tdic-como-auxilio-no-processo-de-ensino-aprendizagem-no-conteudo-de-modelos-atomicos-de-quimica

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