Estratégias de aprendizagem para o ensino de Matemática na pré-escola

Keyliane dos Anjos Leitão

Graduanda em Pedagogia (Universidade de Gurupi)

Edna Maria Cruz Pinho

Mestra em Educação, professora do Curso de Pedagogia

O presente trabalho fundamenta-se nas experiências desenvolvidas na prática do estágio supervisionado da Educação Infantil, disciplina obrigatória do curso de Licenciatura em Pedagogia, da Universidade de Gurupi (Unirg), com alunos de 4 anos da pré-escola de um Centro de Educação Municipal Infantil na cidade de Gurupi, em Tocantins. Localizado em um bairro que se encontra longe do Centro, o estabelecimento funciona em uma comunidade pouco escolarizada, de poder aquisitivo baixo, e é composto por 32 funcionários no total, entre os quais, professoras formadas em Pedagogia, servidores pedagógicos e administradores.

De acordo com Godoy e Soares (2014), o estágio supervisionado é parte obrigatória do currículo do curso de Licenciatura em Pedagogia, tratando-se de uma etapa importante à formação do acadêmico para que este possa atuar como professor. Este artigo apresenta a vivência de estágio por meio de relatos, de forma a demonstrar a importâncias de práticas lúdicas no ensino da matemática na pré-escola.

Conforme Santos (2012), a ludicidade é essencial para o desenvolvimento da criança. Por meio desta, o aluno tem liberdade para se expressar e  agir de forma espontânea, mas, para isso, as atividades precisam proporcionar momentos especiais entre as crianças, incentivando a socialização, a criatividade.

 A pré-escola é a última etapa da Educação Infantil nesse período, as crianças já têm entre 4 e 5 anos de idade. Com a Emenda Constitucional  n.º 59/09, a Educação Infantil passa a ser obrigatória dessa faixa etária, sendo assim o fundamento para a escolarização. Essa  fase é o momento em que a criança aprende por si mesma, segundo o seu processo natural de desenvolvimento e períodos sensíveis; cada uma possui o seu ritmo.

Hoje em dia, observa-se a falta de interesse dos alunos pela matemática; esta é uma reclamação constante entre os professores. Para os estudantes, as aulas de Matemática não passam de mera transmissão de fórmulas, definições, conceitos e resultados que não têm o menor significado, embora em conformidade com os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Sendo assim, o lúdico traz uma visão de integração do aluno como agente do processo de aprendizagem, por meio de situações em que o aluno vivencie  de forma prática o que está sendo ensinado e de modo que tudo isso possa contribuir para sua inserção no meio social. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo relatar e refletir sobre algumas experiências desenvolvidas no processo do estágio supervisionado na Educação Infantil, demonstrando a relação da teoria estudada no âmbito acadêmico com as práticas dentro da sala de aula e abordando a importância de metodologias lúdicas na aplicação na disciplina de matemática.

A proposta metodológica para este trabalho é a da pesquisa bibliográfica e fez uso de artigos, sites e livros digitais dos seguintes autores: Córdula; Nascimento (2018), Reis (2006), Vygotsky (1989), entre outros, citados nas referências. Serão destacados os resultados, reflexões e aprendizagens relativos à importância das práticas lúdicas no eixo Matemática na pré-escola e, ainda, a relevância do estágio para a formação do professor.

O lúdico na pré-escola

A palavra lúdico é de origem latina: ludus significa “brincar” e “jogos”. No Minidicionário Aurélio (2001), o vocábulo “lúdico” significa “relativo a jogos, brinquedos e divertimentos”. A forma de trabalhar essa temática vem ganhando grande destaque no cenário atual da educação brasileira e tem chamado a atenção de muitos estudiosos e educadores, principalmente quando estes atuam como professores da Educação Infantil. A utilização da ludicidade torna o espaço da sala de aula agradável e motivador, além de contribuir e enriquecer o desenvolvimento intelectual dos alunos.

A pré-escola é um período de fundamental importância da educação do ser humano. Essa fase de ensino tem características e necessidades específicas, sendo importante valorizar as vivências e o mundo da criança no sentido de promover o seu desenvolvimento integral. Maranhão (2007) afirma que a “a educação infantil tem demonstrado ser uma excelente fonte de desenvolvimento cognitivo para nossas crianças”.

No começo de sua vida, as crianças – a partir de suas ações sobre o mundo social em que vivem – aprendem a jogar e a brincar dentro de um processo histórico construído, de modo que adquirem conhecimento com os outros membros de sua convivência. Segundo Vygotsky (1998), “para entendermos o desenvolvimento da criança, é necessário levarmos em conta as suas necessidades e os estímulos pedagógicos que são eficazes para colocá-las em ação”.

Diante da afirmação, entende-se que é necessário em sala de aula – antes de  a temática ser apresentada – propor primeiro uma atividade de estímulo para a   criança, pois a mesma sente necessidade de gastar energia, de fazer movimentos como: pular, correr, cantar etc. Isso contribui muito para o interesse do aluno nas atividades apresentadas posteriormente.

Com isso, o lúdico é fundamental na pré-escola, pois proporciona momentos especiais entre as crianças, incentivando a socialização, a criatividade, enfim, a construção do conhecimento.

Lúdico: uma estratégia no ensino de Matemática

Muitos alunos não encontram nas aulas de Matemática a satisfação e o prazer em estudá-la. Por isso, é necessário que a apresentação desse conteúdo em sala de aula seja mais dinâmico, principalmente, na pré-escola, explorando, na medida do possível, a ludicidade e despertando a criatividade dos alunos no que diz respeito ao uso dos números. Estas serão suas primeiras noções de Matemática em seu currículo estudantil. Tudo porque a Matemática tem papel fundamental na formação do cidadão. Ela dirige suas ideias e lhe entrega noções básicas para o seu dia a dia.

Pode-se afirmar, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que

o papel que a Matemática desempenha na formação básica do cidadão brasileiro norteia estes Parâmetros. Falar em formação básica para a cidadania significa falar de inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura, no âmbito da sociedade brasileira (Brasil, 1997).

Trabalhar a Matemática é oferecer à criança a oportunidade de agir e, posteriormente, levá-la a refletir acerca de suas ações, ou seja, o modo de pensar. Por isso que, quanto antes esse modo de pensar for trabalhado com as crianças, mais efetivamente os alicerces de uma aprendizagem significativa desta disciplina se solidificarão. A pré-escola é o momento para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos.

Nas palavras de Reis (2006), as noções básicas em Matemática, Lógica e Geometria começam a ser elaboradas a partir dos 4 e 5 anos de idades, pois é vital que haja uma base já sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. Mas é importante lembrar que promover o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar Matemática, é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar.

Nesse sentido, percebe-se a necessidade de se aliar a matemática à ludicidade, sempre tendo em vista proporcionar aos alunos situações de aprendizagem efetivas e significativas. Dentro do contexto escolar, o aluno deve ser percebido como principal agente no processo de construção do saber matemático.

Como confirma Aranão (1997), o conceito de números não pode ser ensinado, pois a criança deve construí-lo por intermédio de suas ações sobre o meio. Cabe ao educador encorajá-la a pensar ativa e automaticamente em todos os tipos de situações, sem se ater a horários rígidos para se aprender matemática. Deve-se aproveitar todos os momentos para enriquecer o processo de construção desse conhecimento. Contudo, a construção dos saberes matemáticos pelas crianças da pré-escola ocorre de maneira diferente numa perspectiva lúdica, fazendo uso de brincadeiras, cantigas, faz de conta e jogos.

Nessa perspectiva, os jogos matemáticos podem ser utilizados como ferramentas para o processo de ensino e aprendizagem, facilitando a compreensão das operações e tornando o ensino aprendizagem mais prazeroso e dinâmico, tanto para o aluno que desenvolve suas habilidades  e aprende, quanto para o professor que nota os resultados de seu trabalho. Sobre a importância dos jogos, de acordo com os PCN: “Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas” (Brasil, 1992).

Cabe ao professor, nesse momento, a capacidade de despertar na criança a curiosidade e os questionamentos acerca dos conteúdos. É essencial, no processo de ensino e aprendizagem dentro da sala de aula, que o profissional possa incentivar seus alunos a enxergar os problemas com outros olhos, a buscar as soluções. Deve, cada vez mais, deve buscar ferramentas e mecanismos que mostrem a seus alunos que é possível aprender Matemática de forma prazerosa e que, mesmo havendo dificuldades, é possível ultrapassá-las em nome do aprendizado e das novas descobertas a serem feitas.

Metodologia

A metodologia escolhida para este trabalho é do tipo relato descritivo de experiência. Considerando o relato de experiência como uma expressão escrita de vivências capaz de contribuir na produção de conhecimentos das mais variadas temáticas, cabe reconhecer sua importância metodológica.

O conhecimento humano está interligado ao saber escolarizado e às aprendizagens advindas das experiências socioculturais. O seu registro por meio da escrita é uma relevante possibilidade para que a sociedade acesse e compreenda questões acerca de vários assuntos, sobretudo pelo meio virtual, uma vez que o contexto contemporâneo informatizado possibilita isso. Desse modo, o conhecimento tem como objetivo a formação dos sujeitos na própria sociedade (Córdula; Nascimento, 2018).

Segundo Barros e Lehfeld (2006), por meio de pesquisas descritivas, procura-se descobrir com que frequência um fenômeno ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações e conexões com outros fenômenos. A unidade escolar que foi palco das experiências vivenciadas encontra-se no setor Campos Belos, na cidade de Gurupi, em Tocantins. Trata-se de uma escola de Educação Infantil que atende 110 crianças, sendo 76 em horário integral.

A prática pedagógica do estágio foi aplicada na sala da pré-escola para 17 alunos, com inicio no dia 23 de agosto de 2021, no período matutino (das 7h às 11h). Para a realização das práticas na escola-campo, estas foram divididas em três momentos: a ambientação, na qual foi apresentada tanto a escola (estrutura física) quanto seu projeto político-pedagógico (PPP); a observação participante, que consistiu em analisar as práticas docentes em sala e os planos de aulas e, por fim, a realização da regência na escola-campo.

Para que as ações de planejamento fossem desenvolvidas, foram utilizados os seguintes materiais: o PPP da escola e os planos mensais das professoras da turma em que se deu início todas às estratégias metodológicas. Em cada regência, foi realizada a análise de todas as ações desenvolvidas, sempre de forma a trabalhar no próximo planejamento de acordo com as dificuldades. Para o desenvolvimento da prática pedagógica, foram utilizados recursos lúdicos como: jogos, brincadeiras, e faz de conta. Com base nas observações, regências e leituras de livros e textos de teóricos que analisam a problemática, realizou-se a análise de todas as ações desenvolvidas. O  estudo foi finalizado com o relato de todas as experiências e seus resultados.

Resultados e discussão

O estágio supervisionando “é um momento do curso de graduação em pedagogia que possibilita o aluno colocar em prática a teoria aprendida em sala de aula” (Fama, 2020). Normalmente, é parte integrante dos cursos de nível superior, com o objetivo de estabelecer o primeiro contato dos estudantes com a realidade e o mercado de trabalho e também de permitir aos acadêmicos refletir sobre as possibilidades de ser educador.

Considerando todas as ações desenvolvidas e analisadas durante a realização do estágio supervisionado na alfabetização do Pré I, no decorrer das aplicações das regências, percebe-se que a forma tradicional de ensinar matemática, mecanizada, para que a criança aprenda de forma decorada, não apresenta nenhuma satisfação. Com o isso, estudo apresenta a utilização das práticas lúdicas no ensino da Matemática.

Conforme estudos de Vygotsky (1989), ao brincar, as crianças passam a reproduzir os aspectos próprios da sociedade e do mundo adulto onde estão inseridas. Essas reproduções que se dão no brincar, nos jogos e na imitação tornam-se, assim, um modo de compreender, através dos processos de simulação, a moral dominante do meio social e cultural a que pertencem. Com isso, percebe-se que, mesmo que o lúdico seja um processo natural para a criança, poderá ser um processo pensado e planejado pelo adulto. No caso especifico deste estudo, pelos professores, de forma que a aprendizagem infantil se concretize de modo satisfatório.

A cada regência, observava-se a alegria de estudar matemática de várias maneiras, seja através de um faz de conta, de uma brincadeira e até mesmo das músicas cantadas quando estavam em roda sentadas. Para a criança, as brincadeiras proporcionam um estado de prazer, o que leva à descontração e, consequentemente, ao surgimento de novas ideias criativas que facilitam a aprendizagem dos conteúdos de forma a favorecer as interações e a confiança em si e no grupo em que está inserida.

No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, a aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. (Vygotsky apud Oliveira, 2002, p. 132).

Para a obtenção de dados, foram utilizadas quatro regências, nas quais foram propostas várias estratégias lúdicas no ensino da matemática. O resultado foi obtido de imediato a partir da primeira regência, a qual se aplicou à metodologia de ensino de matemática com ludicidade.

Lá vem o Padeiro

Nesse dia, foram usadas a frequência escolar e a brincadeira: “O padeiro já passou, quantos pães ele deixou?” Durante a averiguação da quantidade de alunos na sala, a estagiária fez a chamadinha numérica, dando a cada criança um número, os quais escrevia na lousa. Após isso, realizava a contagem usando cada um e fazia a associação visual dos números escritos no quando branco.

O processo da brincadeira foi realizado em roda, com todos sentados no chão da sala. Para isso, foi utilizada uma caixa confeccionada pela estagiária. Esta explicou a brincadeira de modo que, após a fala "O padeiro já passou, quanto pães ele deixou?”,  a criança tinha que dizer um número de 1 a 20 e, em seguida, passar a caixa contando até que parasse no número proposto por ela: se fosse 10, iriam contar até 10. As crianças ficavam muito apreensivas para que a caixa parasse nelas para fazer a contagem.

Contando e cantando

Na segunda regência, ao material utilizado, acrescentou-se a música “Um elefante incomoda muita gente”. Foi anotada a quantidade de crianças presentes na lousa escolar. Nesse dia, estavam presentes sete alunos e a estagiária cantou a música duas vezes para que eles entendessem a o que eles iriam fazer. Percebeu-se que, ao olhar o número na lousa, eles conseguiam acompanhar a repetição quando a palavra “incomoda” se repetia. Com base nesses primeiros dados coletados, constatou-se que

Faz-se necessário, portanto, que os espaços lúdicos onde se desenvolve a Educação Infantil sejam dinâmicos, vivos, brincáveis, exploráveis, transformáveis e acessíveis para todos (Brasil, 2006).

A queda do chapéu

Na terceira regência, a disciplina Matemática foi trabalhada através da dinâmica “A queda do chapéu”. A estagiária explicou como seria e, em seguida, as crianças foram organizadas de pé, em círculo. Cada uma recebeu um número e a educadora se colocou no centro do círculo, segurando um chapéu. A brincadeira começou com esta atirando o chapéu para o alto e chamando um número. A criança chamada correu e pegou o chapéu antes que ele caísse no chão. Se o chapéu caísse no chão, a criança teria que contar de 1 a 10. Se a criança conseguisse pegar o chapéu, iria para o centro do  círculo e a brincadeira continuaria.

Nesse momento, durante a observação, observou-se que eles estavam tão felizes que nem parecia uma aula de Matemática. Tanto que, quando se falou que iríamos encerrar, eles falaram: “Vamos mais duas vezes, tia!” A estagiária não perdeu a oportunidade e perguntou: “Quantos dedos são duas vezes? Quanto é dois?” De imediato, uma criança demonstrou para ela e, mais uma vez, ela falou: “Lá no quadro, ali na frente, qual é o número dois?” e o aluno saiu do seu lugar e apontou com o dedo, demonstrando um bom resultado da proposta lúdica em matemática.

Através desse acontecimento, percebe-se que o professor tem papel importante como organizador dos espaços onde ocorre o processo educacional. Tal trabalho baseia-se na escuta, no diálogo e na observação das necessidades e dos interesses expressos pelas crianças, transformando-se em objetivos pedagógicos.

De acordo com Montessori (1965), o ambiente é fundamental para que ocorra com sucesso o processo de ensino e aprendizagem. Assim como é  importante que o professor prepare o ambiente adequadamente, de forma a propiciar as condições que tornam possível a manifestação dos caracteres naturais da criança.

Ou seja, é imprescindível que,

em primeiro lugar, pense-se em criar um ambiente adequado, onde a criança possa agir tendo em vista uma série de interessantes objetivos, canalizando, assim, dentro da ordem, sua irreprimível atividade, para o próprio aperfeiçoamento (Montessori, 1965).

Contando com os cookies

Para concluir o estudo, foi proposto o dia da alimentação saudável, com o o tema “Contando cookies”, no qual as crianças fizeram cookies de banana e aveia. Nesta atividade, trabalhou-se com a quantidade de ingredientes da receita e dos materiais que seriam utilizados.  Para cada criança, foi entregue um prato, uma colher, duas bananas. Ao se falar como seria o preparo, a estagiária perguntou a quantidade de cada coisa que foi entregue em sua carteira, ao que responderam com exatidão e coerência. Finalizou-se com a brincadeira “Dança das cadeiras”. Ao iniciar a brincadeira, a educadora  perguntou: “Quantas cadeiras tem aqui, agora?”. A cada retirada, ela perguntava e elas iam respondendo. A estagiária falava: “Entendi! Então, antes tinha tanto e agora tem tanto. É isso?”, permitindo que as próprias crianças confirmassem suas respostas.

No entanto, entre as práticas diárias, observou-se que cabe a cada um    estudar seus alunos e oferecer-lhes meios que contribuam com o seu desenvolvimento cognitivo de forma plena, ofertar e esperar melhores rendimentos  e, nesse caso, foi a utilização das práticas lúdicas no ensino de matemática para trabalhar com crianças na pré-escola.

Considerações finais

Através deste estudo podemos confirmar a importância das práticas lúdicas no ensino da matemática no processo de ensino e aprendizagem, pois vários estudos demonstraram que o brincar e o entretenimento são fundamentais para a criança. Através deles, é possível demonstrar sentimentos, emoções, adquirir conhecimentos... Além disso, viu-se que o processo de ensino e aprendizagem de matemática deve ser bem trabalhado nas escolas, para que futuramente os alunos não apresentem dificuldades graves.

Atualmente, o ensino de Matemática apresenta-se na forma decoreba. O aluno é, muitas vezes, um mero espectador, e não um sujeito  participante, de maneira que a maior preocupação dos professores é cumprir o programa. Os conteúdos e a metodologia não se articulam com os objetivos de um ensino que sirva à inserção social das crianças, ao desenvolvimento do seu potencial, de sua expressão e interação com o meio.

A utilização de técnicas lúdicas: jogos, brinquedos e brincadeiras direcionadas pedagogicamente em sala de aula pode estimular os alunos a construir o pensamento lógico-matemático de forma significativa. Cabe, então, descobrir novos jeitos de trabalhar com a Matemática, de modo que as pessoas percebam que pensamos matematicamente o tempo todo. A matemática, portanto, faz parte da vida e pode ser aprendida de uma maneira dinâmica, desafiadora e divertida. E a melhor fase é quando a criança se encontra na pré-escola, momento em que está construindo suas habilidades.

Por fim, considera-se que este trabalho foi fundamental, pois, através dele, foi possível aprofundar sobre o tema e realizar algumas leituras para desenvolvê-lo e para escrever este artigo, sendo este um requisito obrigatório para o término da disciplina de Estágio Supervisionado da Educação Infantil do curso de Pedagogia da Unirg, em Gurupi/TO.

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Publicado em 22 de agosto de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

LEITÃO, Keyliane dos Anjos; PINHO, Edna Maria Cruz. Estratégias de aprendizagem para o ensino de Matemática na pré-escola. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 32, 22 de agosto de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/32/estrategias-de-aprendizagem-para-o-ensino-de-matematica-na-pre-escola

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