Desenvolvimento socioemocional: uma abordagem da Psicologia e das neurociências para identificação e manejo das emoções dos educandos

Isabel Cristina Weisz

Doutoranda em Psicologia da Educação (PUC-SP), licenciada e mestra em Língua Portuguesa (PUC-SP), pedagoga pós-graduada em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem (PUC-RS)

Emoções: conceituação

O objetivo mais específico deste trabalho é apresentar aos educadores as características de duas emoções penosas, tidas pelo senso comum como negativas ou desagradáveis e comumente manifestadas pelas crianças que ingressam à escola: o ciúme e a raiva. Sugerimos, neste texto, algumas formas eficientes de manejo dessas emoções. Os objetivos são divulgar a definição científica do conceito de emoção, seu surgimento na evolução da espécie humana e a sua finalidade como coadjuvante na preservação da vida.

Desse modo, iniciamos nossa explanação pontuando que no campo da Psicologia há diversas abordagens sobre as emoções e elas variam amplamente. Porém, esse fato não nos impede de identificar e conceituar aquelas emoções que são mais cotidianas ou comuns a todos os seres humanos.

Psicólogos, psiquiatras e neurologistas são unânimes ao assumir que as emoções, conforme hoje as conhecemos, são produtos da evolução das espécies, ou seja, surgiram nos mamíferos como uma resposta adaptativa aos estímulos oferecidos pelo meio externo.

O principal foco de tais respostas orgânicas era a preservação da vida. Para entendermos isso basta pensarmos na sensação de medo, desconforto ou mesmo pavor que a maioria das pessoas experimenta ao se deparar abruptamente com uma cobra Surucucu durante uma trilha a pé na floresta ou em um passeio no campo. Nesse caso, em termos bioquímicos, um estímulo visual (a cobra) causou um disparo do sistema nervoso simpático e todo o organismo do indivíduo entrou incontinenti em um estado de extrema urgência na busca por segurança.

Em suma, pode-se dizer que as emoções foram desenvolvidas para nos alertar quanto aos perigos e nos falar sobre nossas necessidades imediatas (Leahy, 2016) sejam elas físicas ou psicológicas.

Por conseguinte, entendemos que não há uma emoção que seja, de fato, boa ou ruim. O que realmente se verifica são emoções que respondem imediatamente a um estímulo. Em tal aspecto, o modelo atual das Neurociências aborda as emoções sob a perspectiva de duas valências: a positiva e a negativa.

Elucidamos essa afirmação demonstrando que, a priori, uma emoção como a da alegria seria considerada positiva e a do medo, negativa. Porém, o contexto no qual se vivencia cada uma dessas emoções deve ser considerado. Em uma pandemia virótica letal, o medo de ter a vida encurtada faz com que uma pessoa não se exponha a perigos como ir a festas em ambientes fechados. Nesse caso, o medo não possui valência negativa.

Prosseguimos assinalando que toda emoção causa alguma alteração momentânea no organismo, mesmo que muitas vezes ela seja imperceptível. Quando um determinado evento possui valor emocional para uma pessoa - como por exemplo, encontrar de maneira inesperada, uma celebridade televisiva a quem ela admira - podem ocorrer mudanças corporais como sudorese, dilatação das pupilas ou aceleração do batimento cardíaco e da respiração. Surge um conjunto de reações comportamentais (comportamento expresso) que inclui desde expressões faciais, vocais, alterações na postura até mesmo movimentações involuntárias. Todas essas reações podem ocorrer simultaneamente (Miguel, 2015)

Sem menoscabar os aspectos fisiológicos e corporais acima retratados, sabemos que o rosto humano é essencialmente expressivo e a maior parte das expressões humanas são facilmente observáveis. Destarte, a partir de seus minuciosos estudos, o psicólogo estadunidense, Paul Ekman (2011), identificou seis emoções que são visivelmente detectadas no rosto humano.

Representadas na figura abaixo, temos alegria (a), medo (b), surpresa (c), tristeza (d) aversão ou nojo (e) e raiva (f).


Figura 1: Emoções
Fonte: Miguel, 2015.

Essas seis emoções se revelaram comuns a seres humanos de todas as culturas, inclusive àquelas que vivem isoladas daquilo o que se entende por civilização, tais como a tribo Fore que, nos idos dos anos de 1960, habitava regiões montanhosas de Papua-Nova Guiné. 

Ekman explica que as emoções são respostas fisiológicas e "cada uma delas gera um padrão único de sensações em nosso corpo" (Ekman, 2011, p. 16). Além disso, o autor argumenta que as emoções duram de alguns segundos a poucos minutos. Sentimentos duradouros como rancor, ódio ou desejo de vingança (que podem persistir durante vários anos ou até mesmo a vida toda) não são classificados como emoções.

Neurologistas e outros cientistas da mente se perguntaram no passado sobre alguns supostos inconvenientes da emoção. Eles figuravam a possibilidade de uma maior eficiência tanto na vida produtiva quanto na social caso as emoções não interferissem nas ações diárias dos seres humanos. Algo como se pudéssemos ser robôs, investidos apenas de lógica.

Em sua obra O erro de Descartes (1996), o neurocientista António Rosa Damásio expõe e disserta sobre casos de pacientes que, em virtude de lesões cerebrais, passaram a apresentar drásticas mudanças em relação às suas emoções e, consequentemente, em seus comportamentos sociais. Esses indivíduos deixaram de sentir/manifestar a maioria das emoções, embora seus campos cognitivos tenham sido preservados.

As repercussões de tais lesões no comportamento cotidiano tornaram essas pessoas incapazes de fazer escolhas produtivas para suas vidas pessoais e profissionais. Com isso, Damásio demonstra que as emoções têm papel determinante nas escolhas racionais que fazemos.

Ainda de acordo com Ekman (2011), além da alegria, tristeza, medo, raiva, aversão e surpresa há outras emoções universais comuns a todos os seres humanos, como o desprezo (sentir-se superior a alguém), a inveja, a vergonha e o ciúme. Uma das principais diferenças dessas 4 últimas mencionadas é o fato de que elas não são imediatamente perceptíveis ou distinguíveis nas expressões faciais (em termos de contração muscular) de quem as experimenta. Isso significa que é possível ocultá-las.

Neste artigo trataremos detalhadamente de apenas duas dessas emoções penosas e mais comumente vivenciadas por crianças de até seis anos de idade, tempo que marca o início oficial do Ensino Fundamental no Brasil. Assim, discorreremos sobre a conceituação e o manejo do ciúme e da raiva em crianças pré-escolares. 

As emoções na primeira infância

Sabemos que os bebês nascem sem controle algum de suas emoções. Ao contrário disso, se expressam livre e intensamente sempre que algo fisiológico (uma dor aguda ou a sensação de fome, por exemplo) ou ambiental (como um barulho brusco e alto) as afeta. 

Por isso, uma das principais tarefas dos pais e cuidadores consiste em identificar e educar a pertinência e a intensidade da expressão das emoções infantis já por volta do primeiro ano de vida. Essa tarefa era exclusiva da família. No entanto, o pós-Segunda Guerra trouxe profundas modificações na vida social e doméstica das pessoas no Ocidente.

Em nosso contexto nacional, principalmente a partir dos anos 80, com a popularização das pré-escolas, creches e berçários no Brasil (fator também atribuído à profissionalização crescente das mulheres), as crianças têm ingressado em instituições escolares cada vez mais cedo. 

Assim, a incumbência de educar as emoções de crianças na primeira infância passou a ser também (e em muitos casos exclusivamente) uma responsabilidade dos educadores profissionais. Nesse ponto, estamos nos referindo a uma mudança de natureza cultural e histórica do início da escolarização.

A realidade do cotidiano mostra que os pequenos ingressam nas escolas maternais (referimo-nos às fases diversas da Educação Infantil) apresentando ataques de fúria, porque suas expectativas foram frustradas. Outras vezes, em tais crises disruptivas, eles se tornam fisicamente agressivos contra algum coleguinha que eventualmente esteja tentando utilizar um brinquedo que pretendiam usar ou que acreditam lhes pertencer, pois ainda não houve tempo de aprenderem em casa, com seus pais, uma mínima noção de autocontrole.

Quanto a esse atual panorama cabe a seguinte reflexão: Que tipo de conteúdo formal e objetivo os educadores receberam em suas graduações para lidar com essas situações emocionais tão corriqueiras em creches e pré-escolas?

Trabalhando competências socioemocionais no Ensino Infantil: o ciúme

Em linhas gerais, o ciúme pode ser definido como a emoção experimentada por alguém que acredita que o seu relacionamento está sendo ameaçado por outra pessoa ou tem um medo difuso de perder algo ou alguém.

O ciúme pode se manifestar em sensações de cólera, ansiedade, tristeza e sentimento de impotência. Ele pode estar associado ao aumento de agressividade da pessoa de quem sente ciúme, o objeto desse sentimento (Leahy, 2021).

O ciúme, per se, não é uma perturbação psicológica. Trata-se de uma emoção inata, isso é, que não é aprendida socialmente. Por essa razão é natural senti-lo.

Cientificamente assume-se que o ciúme tenha se originado na evolução das espécies, pois também é sentido por alguns animais mamíferos. Nos cães domésticos a manifestação de ciúme com relação a seus cuidadores pode, algumas vezes, ser bastante clara conforme foi verificado em experimentos científicos (Cardoso, 2021). Sabe-se atualmente que o ciúme envolve uma variedade de condições e estratégias que fazem parte da competitividade natural dos genes e do investimento parental.

Sendo assim, ele não está limitado às relações românticas, podendo surgir em qualquer relação primária e sendo ativado quando o indivíduo acredita que os recursos e as recompensas que recebe serão perdidos para outra pessoa (Lehary, 2016 op. cit.).

No caso das crianças em relação aos seus cuidadores (que não necessariamente precisam ser seus pais), essa sensação potencial de perda não é real, mas fruto de sua imaginação, pois seus pais, avós, cuidadores, nunca deixarão de amá-la ou transferirão o amor que sentem por ela para outra pessoa.

Segundo Ekman (2011, p. 35), emoções são respostas a questões que parecem muito importantes para o nosso bem-estar. A criança sente ciúme porque a presença de uma outra criança parece ameaçar o status afetivo que ela ocupa junto a seus seres queridos. Em sua interpretação de mundo, isso acarretará a perda dos cuidados e da atenção que ela recebe. Tal circunstância é, de fato, vital para a criança e explica suas atitudes de rejeição e repulsa contra o "intruso".

Nessas condições, podem surgir comportamentos não verbais diversos que vão desde a "birra", a agressão física contra a pessoa que involuntariamente motiva nela tal ciúme, até a busca por isolamento ou pela regressão: a criança volta a pedir mamadeira e a querer usar fraldas. Em alguns casos mais acentuados, essa regressão afeta o controle dos esfíncteres uretrais e a criança volta a urinar de maneira involuntária, principalmente durante o sono.   

Uma boa estratégia, no caso do nascimento de um novo irmão/irmã, é incluir a criança que demonstra ciúmes nos cuidados diários do bebê. Dependendo da idade, podemos pedir para que ela pegue uma fralda ou um produto de higiene pessoal do bebê e traga para o local onde ele será banhado/vestido.

Podemos dizer à criança que todos os bebezinhos nascem sem nada saber. Será ela (irmão/irmã maior que já sabe bastante) que ensinará muitas coisas ao bebê quando ele crescer um pouco. Se alguma exteriorização de ciúme ocorrer em relação a um coleguinha no ambiente escolar que, eventualmente, tenha se destacado na realização de uma atividade, podemos explicar à criança que todos na turma são especiais e que cada um tem uma habilidade, isso é, que ele é "capaz de fazer algo" como cantar, dançar ou contar histórias tão bem que pode despertar a atenção e a admiração de outras pessoas. Então, em alguma outra oportunidade, podemos fazer uma atividade em círculo na qual cada aluno vá ao centro da roda e apresente algum de seus talentos ao grupo. Cada apresentação será finalizada com um aplauso geral.

Trabalhando competências socioemocionais no Ensino Infantil: a raiva

Os autores consultados para a elaboração deste estudo são uníssonos em conceituar a raiva como uma emoção que emerge ao nos depararmos com algo ou alguém que obstaculiza aquilo o que estamos fazendo ou pretendendo fazer. Tal objeto opositor é considerado agressivo. A raiva é mais intensa quando há a percepção de que essa intervenção foi intencional (Miguel, 2015).

Neste aspecto, Ekman (2011) argumenta que

A situação mais efetiva para provocar raiva em bebês — alguns psicólogos do desenvolvimento estudam essa emoção — é a interferência física, é segurar seus braços de modo que ele não consiga se libertar. Essa é uma metáfora para uma das causas mais frequentes da raiva em crianças e adultos: algo interferindo no que temos a intenção de fazer. Se considerarmos que a interferência é deliberada, ou seja, não acidental ou solicitada, se parecer que a pessoa que interfere optou por interferir conosco, nossa raiva pode ser ainda mais intensa. A frustração em relação a alguma coisa, mesmo que seja um objeto inanimado, pode gerar raiva. Podemos até ficar frustrados com uma falha de nossa memória ou capacidade (Ekman, 2011, p. 125).

O autor segue informando que um dos tra ços mais negativos dessa emoção é que ela pode aumentar ainda mais. Dificilmente alguém deixará de reagir a um acesso de raiva de uma outra pessoa, principalmente quando tal raiva parece injustificada.

Ainda que pareça estranho, não é raro que nós, seres humanos, sintamos raiva das pessoas que amamos muito. Basta que elas manifestem algum comportamento que nos desgoste. Podemos sentir raiva de pessoas desconhecidas que tenham opinião contrária à nossa ou que defendam algo que consideramos errado. Assim, Ekman conclui que os sentimentos de frustração causados pela raiva são derivados da interferência de alguém em nossas vidas ou em nossas opiniões. 

Em termos fisiológicos, na emoção da raiva o batimento cardíaco aumenta preparando a pessoa para o movimento, seja de luta ou fuga. A respiração se torna mais intensa (Ekman, 2011). No caso de crianças em idade pré-escolar, a raiva geralmente é proveniente da frustração. Algumas situações mais comuns são brincadeiras que não dão certo, expectativas quebradas, proibição de mexer/brincar com algo perigoso como objetos cortantes, fogo etc. Em seus estudos destinados a descobrir a idade cronológica em que a raiva acompanhada de agressividade começa a ser vivenciada por seres humanos, Ekman (2011) aponta que

é certo dizer que os atos de bater, morder e chutar aparecem muito cedo na vida da maioria dos bebês, mas começam a ficar sob controle aos dois anos de idade, aproximadamente, continuando a declinar nos anos seguintes (...). Nesse caso, então, observaríamos o comportamento danoso somente em crianças que aprendem que ferir uma pessoa é o modo mais bem-sucedido de eliminar o problema. Isso é importante em relação ao que pode acontecer. Se o ato de ferir não estiver incorporado ao sistema de reação da raiva, então seria possível educar as crianças de maneira que o ato de bater ou ferir não faria parte de suas ações quando sentem raiva dos outros (Ekman, 2011, p. 129).

Dessa forma, uma das maneiras pelas quais os professores podem intervir positivamente é conversando com a criança no sentido de ajudá-la a reconhecer a emoção da raiva e desenvolver tolerância à frustração (Leahy, 2016).

Tais intervenções devem ser feitas individualmente com cada criança e em cada contexto em que ela manifeste raiva, auxiliando-a a entender a situação que desencadeou sua fúria e procurando pensar sobre o que pode ser feito para resolver o problema, caso ela realmente tenha sido objeto de algum tipo de ofensa ou injustiça. 

Em atividades frequentes de sala de aula, os educadores que atuam com crianças entre 2 e 6 anos de idade, podem fazer uso de um Carômetro de Emoções para dar início a educação emocional e socioafetiva de seus pequenos alunos. Algumas variações desse carômetro podem fazer uso dos amplamente conhecidos emoticons:

Forma, Círculo

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Figura 2: Carômetro

Com esses recursos produzidos pelo próprio educador ou adquiridos em casas de materiais pedagógicos, os educandos podem identificar e indicar suas emoções predominantes em determinados momentos da aula, como por exemplo, após alguma atividade que suscite algum tipo de emoção, como ouvir a leitura de uma fábula ou um conto de fadas, assistir a algum vídeo divertido ou participar de um jogo.

Outra forma de utilizar o recurso do Carômetro é fazer com os próprios alunos elaborem pequenos trabalhos que representem sua emoção predominante naquele dia ou momento:

Criança com a boca aberta

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Figura 3: Carômetro

Todas as imagens ilustrativas utilizadas na exemplificação dessas atividades com o Carômetro de emoções foram coletadas da web. Elas podem ser adaptadas usando materiais diversos. A função principal desses exercícios é facilitar o reconhecimento das expressões faciais pelas crianças que refletem algumas das emoções mais básicas que explicitamos anteriormente (tristeza, alegria, medo, surpresa, raiva, aversão).

O "mapa" das emoções

Estudos atuais de neuroimagem demonstraram que emoções penosas como a raiva e a irritabilidade são derivadas do trabalho da amígdala cerebral. Em contrapartida, emoções agradáveis como, por exemplo, o prazer de receber uma recompensa, são procedentes das funções do núcleo accumbens (Ledoux, 1998; Lent, 2015). Entendemos assim que essas duas estruturas possuem funções antagônicas.

No diagrama abaixo vemos a localização dessas estruturas na massa encefálica:

Diagrama

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Figura 4: Massa encefálica

Considerações finais

O propósito deste texto foi transmitir conceitos científicos sobre as emoções aos educadores, visando oferecer-lhes fundamentos para um trabalho orientado à autorregulação emocional de crianças em idade pré-escolar.

O termo autorregulação emocional refere-se às formas pelas quais uma pessoa reconhece, se apropria e expressa suas próprias emoções. Esse é um tópico inerente à educação formal, visto que as emoções de um indivíduo constituem um componente crucial de sua aprendizagem conforme demonstrou a Neurociência da Cognição. Por conseguinte, é imprescindível que os educadores saibam o que são emoções e como conduzi-las de modo adequado, a fim de promover experiências eficientes de ensino-aprendizagem.

No enfoque desta apresentação, oferecemos informações e propostas práticas para que profissionais de Educação Infantil sejam capazes de identificar tanto o ciúme como a raiva em seus alunos, ajudando-os a reconhecer e a desenvolver recursos internos que propiciem um equilíbrio emocional capaz de facilitar o convívio escolar e de favorecer a aprendizagem como um todo.

Conforme vimos ao longo deste artigo, as emoções são inatas. Elas fazem parte de nossa vida biológica e são indispensáveis para a manutenção de uma existência normal e saudável. Portanto, não há como deixar de sentir medo, raiva, tristeza e outras emoções penosas. O que efetivamente podemos fazer, de maneira consciente e voluntária, é buscar entender o que são nossas emoções, quais os fatores que as desencadeiam e descobrir maneiras não violentas ou muito dramáticas de externalizá-las.

É significativo ter em mente que os seres humanos aprendem e se desenvolvem a partir das interações. Gostamos de interagir, seja em nossas relações familiares, de amizade, de trabalho ou de estudos. Por esse mesmo motivo é útil e necessário educarmos as manifestações externas (sejam elas verbais ou atitudinais) de nossas emoções. Logo, como resultado do desenvolvimento dessas habilidades socioemocionais, seremos capazes de cultivar interações sociais mais proveitosas e potencialmente menos traumáticas. 

Referências

CARDOSO, R. Pitbull sente ciúmes do tutor e vídeo passa de 10 milhões de visualizações nas redes sociais; confira. G1. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/ma/maranhao/vem-ver-pequeno/noticia/2021/12/09/pitbull-sente-ciumes-do-tutor-e-video-passa-de-10-milhoes-de-visualizacoes-nas-redes-sociais-confira.ghtml. Acesso em: 10 jun. 2022.

DAMASIO, A. R. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

EKMAN, P. A linguagem das emoções. Lisboa: Lua de Papel, 2011.

LEAHY, R. L. Terapia do esquema emocional. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2021.

LEAHY, R. L. Terapia do esquema emocional – manual para o terapeuta. São Paulo: Artmed, 2016.

LEDOUX, J. O cérebro emocional. 5ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.

MIGUEL, F. K. Psicologia das emoções: uma proposta integrativa para compreender a expressão emocional. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n° 1, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pusf/a/FKG4fvfsYGHwtn8C9QnDM4n/?lang=pt. Acesso em: 11 abr. 2022.

Publicado em 05 de setembro de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

WEISZ, Isabel Cristina. Desenvolvimento socioemocional: uma abordagem da Psicologia e das neurociências para identificação e manejo das emoções dos educandos. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 34, 5 de setembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/34/desenvolvimento-socioemocional-uma-abordagem-da-psicologia-e-das-neurociencias-para-identificacao-e-manejo-das-emocoes-dos-educandos

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