Metodologias ativas e suas potencialidades para a Educação a Distância, ensino remoto e híbrido
Eliani Behenck Santos Turci
Mestre em Ensino de Ciências da Natureza (UNIR), licenciada em Química (Facimed), pós-graduada em Metodologia e Didática do Ensino Superior (Farol)
Camila Vanin
Mestre em Ensino de Ciências da Natureza (PPGECN/UNIR), licenciada em Química (Facimed), pós-graduada em Química Industrial (Facimed)
Humberto Hissashi Takeda
Doutor em Ciência com ênfase em Química Analítica (UFSCar), bacharel em Química (UEM), mestre em Ciência e Engenharia de Materiais (EESC/USP), professor associado da UNIR
A elaboração deste artigo surgiu de necessidades e obstáculos que os professores enfrentaram ao trabalhar no modelo de ensino remoto, fazendo necessariamente o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) para elaboração e aplicação de suas aulas. Pode-se citar como exemplo dificuldades relacionadas ao planejamento das aulas, haja vista o pouco desenvolvimento de competências digitais e acesso à internet (Oliveira; Oliveira, 2020).
Essa nova modalidade de ensino, que ficou conhecida como ensino remoto emergencial (ERE), teve sua aprovação inicial com a Portaria MEC nº 473, de 12 de maio de 2020. O modelo ERE é resultado de uma reestruturação educacional que houve em consequência do avanço da pandemia da covid-19; a partir dessa necessidade emergente, deu-se a mudança do método educacional presencial para o online.
Ao observar os contratempos e adversidades encontrados na forma de lecionar através da internet, surgiu o interesse de investigar metodologias educacionais que viessem a contribuir com essa modalidade de ensino a distância.
Diante disso, as metodologias ativas podem ser abordagens interessantes de inserir nesse contexto de ensino-aprendizagem no qual professores e estudantes não se encontram presencialmente, visto que em sua maioria já fazem uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC), assim como estimulam o desenvolvimento de estudantes autônomos, o que é extremamente significativo para as necessidades da sociedade atual.
É importante evidenciar que as metodologias ativas vêm ganhando destaque no contexto educacional nos últimos anos, principalmente pela sua forma de apontar o estudante como protagonista e estimular o seu desenvolvimento cognitivo pela autonomia (Bacich; Moran, 2018; Paiva et al., 2016; Berbel, 2011; Diesel; Baldez; Martins, 2017). "As metodologias ativas dão ênfase ao papel protagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo, experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor" (Bacich; Moran, 2018, p. 4).
Por conseguinte, é importante ressaltar também que as metodologias ativas têm didáticas significativas e podem vir a ser uma grande aliada nesse contexto, pois estimulam e desenvolvem estudantes com participação ativa na construção da sua aprendizagem, ou seja, desenvolvem estudantes autônomos (Diesel; Baldez; Martins, 2017).
De acordo com Bacich e Moran (2018, p. 27), "as metodologias ativas constituem alternativas pedagógicas que colocam o foco do processo de ensino e de aprendizagem no aprendiz, envolvendo-o na aprendizagem por descoberta, investigação ou resolução de problemas". Essas são características importantes para desenvolver nos estudantes, principalmente em momentos que fazem o uso do ensino a distância.
Outrossim, fazer uso de metodologias ativas que têm como aliadas as tecnologias de informação e comunicação tem grande potencial para ser utilizadas de maneira eficaz e que possa contribuir positivamente para esse modelo de ensino que utiliza as TIC. "O acesso fácil e as competências digitais são fundamentais para implementar propostas educacionais atuais, motivadoras e inovadoras" (Bacich; Moran, 2018, p. 11). Esse tipo de metodologia pode vir a nortear alguns professores e auxiliar em suas didáticas, bem como favorecer os estudantes em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento na busca e construção de seus conhecimentos.
Dessa forma, o presente artigo tem como objetivo realizar uma breve revisão bibliográfica acerca de duas metodologias ativas hodiernas e suas potencialidades para o ensino contemporâneo, pois podem vir a contribuir com o processo educacional via modalidade remota, ensino a distância, assim como para o ensino híbrido.
Sala de aula invertida para o ensino online
A sala de aula invertida (do inglês flipped classroom) é uma metodologia que teve sua disseminação em 2007 nos Estados Unidos por dois professores de Química de uma escola rural. Esses dois professores, Jonathan Bergmann e Aaron Sams, foram os pioneiros e proponentes ostensivos dessa metodologia (Bergmann; Sams; 2018).
Na ocasião, eles enfrentavam problemas relativos às faltas frequentes de alguns alunos; devido a isso, tiveram a ideia de gravar suas aulas para que os alunos faltosos pudessem ter acesso ao conteúdo. Contudo, eles observaram que os vídeos estavam sendo bem vistos, inclusive pelos alunos que eram assíduos em suas aulas; surgiu então a ideia de "inverter a sala de aula", que, em suma, é inverter a metodologia utilizada nas aulas. "O que tradicionalmente é feito em sala de aula agora é executado em casa, e o que tradicionalmente é feito como trabalho de casa agora é realizado em sala de aula" (Bergmann; Sams; 2018 p. 11).
Essa é uma metodologia ativa que, em essência, é muito eficaz na modalidade híbrida de ensino, ou seja, alternando o método presencial com o online. Segundo Bacich e Moran (2018), a sala de aula invertida é uma estratégia de ensino ativa dentro do modelo híbrido que otimiza o tempo da aprendizagem e do professor. Todavia, embora seja uma metodologia pensada a priori para o ensino híbrido, ela tem a tendência de ser muito eficaz também no ensino a distância e/ou no ensino remoto por possuir uma abordagem que estimula no aluno a autonomia em buscar o conhecimento prévio. "Os alunos são motivados a aprender, em vez de apenas realizar os trabalhos pela memória" (Bergmann; Sams, 2019, p. 14). Além do mais, segundo Bergmann e Sams (2019, p. 10), "todo professor que optar pela inversão terá uma maneira distinta de colocá-la em prática", o que leva a inferir que pode ser adaptada de acordo com as necessidades e modalidades de ensino.
Na abordagem da sala de aula invertida, o estudante precisa buscar o conteúdo e instruções antes das aulas, em ambientes virtuais de aprendizagem (Bacich; Moran, 2018). O professor informa qual conteúdo será estudado na aula seguinte; em geral são disponibilizados vídeos e pode haver material de apoio em pdf, sugestões de leituras para aprofundamento do conteúdo; tudo isso de acordo com a abordagem que o professor optar em seguir. Desse modo, "os alunos interagem com o material introdutório em casa antes de ir para a sala de aula" (Bergmann, 2018, p. 11).
Para a modalidade de ensino a distância ou ensino remoto, a sala de aula invertida tende a ter resultados satisfatórios, pois a sua metodologia já tem como sustentação a utilização das TIC. Dessa forma, é mais favorável fazer apenas adaptações para que seja colocada em prática essa abordagem no método remoto.
O professor poderá produzir seus próprios vídeos ou utilizar plataformas gratuitas online e selecionar vídeos, de preferência com tempo curto, disponibilizar para os alunos assistirem antes do encontro ao vivo com o professor. Assim como na sala de aula invertida tradicional, no momento em que os alunos se reunirem com o professor de forma online poderão ser disparadas perguntas para iniciar discussões relativas ao assunto e ao aprendizado dos estudantes, assim como é o momento dos estudantes sanarem suas dúvidas.
Este modelo se torna atraente também porque, como já mencionado, possui como ponto positivo desenvolver a autonomia do estudante, uma vez que eles podem buscar as informações consideradas essenciais sobre o conteúdo acessando a internet, lendo textos ou assistindo a vídeos, conforme detectarem suas necessidades e a maneira mais fácil para assimilar o conteúdo. De acordo com Berbel (2011), essas são características fundamentais para o exercício da autonomia do estudante:
O engajamento do aluno em relação a novas aprendizagens, pela compreensão, pela escolha e pelo interesse, é condição essencial para ampliar suas possibilidades de exercitar a liberdade e a autonomia na tomada de decisões em diferentes momentos do processo que vivencia, preparando-se para o exercício profissional futuro (Berbel, 2011, p. 29).
Alguns estudos já realizados sobre a sala de aula invertida apontam resultados positivos, destacando que todas as pesquisas foram realizadas a partir do método tradicional de ensino presencial. Lima-Junior et al. (2017) afirmam que os resultados obtidos a partir da aplicação da metodologia da sala de aula invertida foram satisfatórios, visto que,
a partir das atividades desenvolvidas, foi possível constatar que ao utilizar-se a metodologia da sala de aula invertida houve uma participação mais ativa dos alunos nas atividades em sala de aula, os quais, ao lerem os textos presentes na plataforma online, assistirem às videoaulas e responderem os quizzes, antes da aula presencial, passaram a fazer colocações mais fundamentadas, críticas e argumentativas nas discussões em sala de aula (Lima-Junior et al., 2017, p. 137).
De acordo com as pesquisas de Pereira e Silva (2018) referentes às revisões bibliográficas de dissertações sobre a sala de aula invertida, é destacado o fundamental papel da tecnologia nesse processo; os autores afirmam que o papel do professor passa a ser o de mediador do processo.
Silva, Pesce e Neto (2018), em seus estudos, também afirmam que obtiveram respostas positivas quanto ao uso das metodologias ativas mediadas pelas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) na abordagem de sala de aula invertida para a realização das atividades fora do ambiente escolar.
Embora as pesquisas tenham sido realizadas no método de ensino convencional, todas elas afirmam a necessidade do uso das TIC no desenvolver da didática, o que se infere que pela sua essência de utilizar as tecnologias; essa metodologia pode ser adaptada e tende a ter eficácia também para o modelo de ensino remoto.
Outrossim, é importante ressaltar que a sociedade enfrentou uma situação grave de distanciamento social devido à pandemia, e, embora a educação tenha passado por momentos difíceis, ela não foi interrompida: "a educação, mesmo em tempos difíceis, não pode parar" (Moreira et al., 2020, p. 6.283). Dessa forma, é necessário encontrar meios e soluções que venham contribuir de forma positiva para a aprendizagem dos estudantes.
Nesse contexto, destacam-se as benesses que a sala de aula invertida pode oferecer para uma educação caracterizada pelo ensino a distância, uma vez que propicia ao estudante a possibilidade de organizar seus estudos de acordo com o horário que julgar mais adequado, podendo assistir aos vídeos onde e quando quiser.
Diversas estratégias podem ser utilizadas pelo professor para manter o estudante estimulado e comprometido com os estudos. É possível que sejam realizados quizzes com questões relacionadas ao tema proposto, destacando-se ainda a devolutiva que o professor pode realizar para o estudante, informando-o do total de acertos e incentivando-o a continuar estudando. Esse tipo de estratégia costuma aproximar o professor do estudante; além do mais, torna o ensino mais interessante e atraente.
Em vista disso, cabe ao professor encontrar a melhor forma de adaptação, bem como didáticas que estimulem os estudantes a buscar seus próprios conhecimentos e organizar-se para obter o máximo de benefícios dessas metodologias ativas para a formação de seus alunos (Berbel, 2011). Do mesmo modo, "o aluno precisa ser um sujeito ativo no seu processo de aprendizagem, capaz de relacionar e reelaborar seus conhecimentos a partir do que aprende nas disciplinas escolares, realizando a reflexão crítica sobre as situações reais que constituem a sociedade" (Santos et al., 2020, p. 15).
Por fim, em se tratando de situações educacionais adversas que podem ocorrer, é necessária a busca constante por diferentes metodologias e didáticas que venham contribuir positivamente no processo de construção de conhecimento do estudante. Nesse mesmo sentido, a sala de aula invertida apresenta resultados efetivos, sendo uma metodologia que vale a pena ser testada, com o propósito de encontrar melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem do educando.
Aprendizagem baseada em problemas (ABP) para o ensino online
A aprendizagem baseada em problemas (ABP), do inglês problem based learning (PBL), é uma metodologia ativa que vem ganhando espaço nos últimos tempos no contexto educacional, principalmente pela sua abordagem metodológica que insere o estudante no seu processo de aprendizagem com mais autonomia, desenvolvendo assim novas habilidades e responsabilidade para estudar por conta própria.
Embora esta seja uma metodologia testada no ensino convencional, com aulas presenciais, ela se apresenta atualmente como uma didática interessante também de ser aplicada no ensino a distância/remoto ou híbrido, naturalmente com algumas adaptações. Isso se justifica pela abordagem que estimula no estudante a busca por solucionar problemas, em que ele deixará de ser apenas receptor e passará a ter postura ativa na busca por soluções de problemas.
Segundo Bacich e Moran (2018, p. 16), "é uma metodologia de aprendizagem em que os alunos se envolvem com as tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com sua vida fora da sala de aula".
A ABP teve sua primeira sistematização em 1960, na escola de Medicina da Universidade McMaster, no Canadá; segundo Ribeiro (2008, p. 24),
sua concepção partiu da constatação por parte de seus administradores e docentes de que os egressos de sua escola de Medicina deixavam o curso com capacidade insuficiente para a aplicação dos conteúdos conceituais ensinados na obtenção de um diagnóstico e poucas habilidades e atitudes profissionais desejáveis à prática.
No Brasil, a aprendizagem baseada em problemas (ABP) chegou via Faculdade de Medicina de Marília (SP) e da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no Paraná. A partir daí, começou a ser adaptada ao ensino de muitas áreas de conhecimento.
De acordo com Souza e Dourado (2015, p. 184), "a aprendizagem baseada em problemas é um método de aprendizagem que, nos últimos anos, tem conquistado espaço em inúmeras instituições educacionais de Ensino Superior (nos cursos de Graduação e Pós-Graduação) e no Ensino Básico em diversas disciplinas". Nela, o processo de ensino-aprendizagem é centrado no aluno, em que se exige do estudante criatividade, liderança, espírito investigativo, relacionamento interpessoal e expressão escrita e oral em muitas etapas. Os alunos, sob a supervisão de um tutor (por exemplo, o professor), são estimulados a assumir a responsabilidade pela sua própria aprendizagem (Antonio Neto, 2013, p. 28).
Na literatura, existem várias reflexões referentes à ABP como sendo um método de ensino-aprendizagem que utiliza problemas da vida real para motivar a aprendizagem de teorias, habilidades e atitudes, acreditando que o conhecimento é construído, e não apenas memorizado e acumulado. O método ABP traz uma dinâmica que aproxima o aluno da prática (Frezatti et al., 2018). Na concepção de Barrows (1986 apud Souza; Dourado, 2015 p. 184),
a ABP representa um método de aprendizagem que tem por base a utilização de problemas como ponto de partida para a aquisição e integração de novos conhecimentos. Em essência, promove uma aprendizagem centrada no aluno, sendo os professores meros facilitadores do processo de produção do conhecimento. Nesse processo, os problemas são um estímulo para a aprendizagem e para o desenvolvimento das habilidades de resolução.
Os problemas na ABP devem ser condizentes com o nível cognitivo/motor/afetivo dos alunos. Isto é, devem ser concebidos de forma a desafiar a capacidade intelectual/emocional e a destreza dos alunos, mas sem frustrar sua capacidade de resolvê-los (Escrivão Filho; Ribeiro, 2008), gerando assim, um produto concreto que acaba facilitando sua apreciação pelos educandos.
Para o ensino remoto ou híbrido, a aplicação da ABP deve ser adaptada de acordo com as necessidades e a realidade da escola, dos professores e principalmente dos estudantes, que serão instigados a resolver problemas que tenham ligação com seu cotidiano. "Assim, um problema ideal para ter a aplicação da ABP deve ser relevante para a aprendizagem dos vários assuntos relacionados ao conhecimento que o aluno deve adquirir para a sua formação" (Guisso, 2019, p. 25).
Na aplicação da metodologia, o professor deverá conhecer um pouco da realidade dos seus alunos para então decidir por qual conteúdo empregar em forma de problema no contexto de aprendizagem, de forma que possa instigar o aluno na busca e construção de seu conhecimento. Para Ribeiro et al. (2008, p. 24),
a aprendizagem não é um processo de recepção passiva e acumulação de informações, mas de construção de conhecimentos. Para que informações se tornem conhecimento, é preciso ativar conceitos e estruturas cognitivas existentes a respeito do assunto, permitir aos alunos que as elaborem e as ressignifiquem.
Interessante ainda observar que, segundo Carvalho (2009, p.35 apud Souza; Dourado, 2015 p. 188), "se por um lado a ABP tem como objetivo estimular os alunos a buscar soluções para os problemas apresentados, por outro lado os alunos acabam motivados a assumir mais responsabilidade pela própria aprendizagem". De fato, essas são características muito interessantes que sejam desenvolvidas em alunos que estão tendo que se adaptar e estudar de forma online.
O ensino pela resolução de problemas pode ser organizado em pelo menos quatro fases:
- Seleção do contexto problemático;
- Formulação do problema a ser resolvido;
- Resolução dos problemas; e,
- por fim, discussão dos resultados e determinação da solução que melhor se encaixa para resolver o problema apresentado.
A primeira fase é desenvolvida pelo professor e as demais, pelos alunos; a última fase pode ser realizada de forma online. Em síntese, o que faz essa metodologia ser interessante para aplicabilidade no ensino remoto é que, apesar de ter alguns aspectos em comum com outras metodologias de ensino, de acordo com Escrivão Filho e Ribeiro (2008, p. 24),
a principal característica que difere a ABP de outros métodos ativos, é o emprego de problemas para iniciar, enfocar e motivar a aprendizagem de conteúdo específicos e para promover o desenvolvimento de habilidades e atitudes profissional e socialmente desejáveis.
Outrossim, essas são características que podem vir a contribuir positivamente dentro do modelo de ensino realizado por meio da internet, uma vez que se observa ainda hoje que há dificuldades tanto na forma como os objetos de estudo estão sendo apresentados quanto na compreensão do educando.
Dessa forma, é de extrema importância a busca por novos métodos de ensino que contribuam com situações dentro de um ensino online. Sendo assim, a ABP vem envolver mais ativamente o aluno no seu processo de aprendizagem, desenvolvendo melhores habilidades, diminuindo a distância entre a teoria e a prática e colocando o estudante como protagonista no processo decisório da escolha dentre as alternativas que surgirão ao longo de sua jornada, tanto acadêmica quanto cotidiana.
Considerações
As discussões e exposições alavancadas nesta produção evidenciam a importância de buscar métodos que venham auxiliar na melhora no processo de ensino-aprendizagem do estudante, principalmente em situações emergenciais que necessitam de estratégias rápidas e eficazes.
A escola é um local de aprendizagem, e a aprendizagem ocorre de maneira ativa, para Bacich e Moran (2018, p. 2): "aprendemos ativamente desde que nascemos e ao longo da vida [...]. A vida é um processo de aprendizagem ativa".
É importante ressaltar que este artigo tem como intuito apresentar ideias de metodologias ativas alternativas para serem trabalhadas em sala, bem como estimular os profissionais da Educação a buscar didáticas que sejam eficazes dentro do modelo vigente.
As alternativas apresentadas neste artigo traz uma aproximação das metodologias ativas já utilizadas e testadas com a forma de preleção utilizada atualmente, podendo vir a contribuir positivamente com os professores e com o processo de aprendizagem dos estudantes executado a distância. A utilização dessas abordagens tende a apresentar muitas vantagens, uma vez que em seu âmago busca desenvolver estudantes que busquem seu próprio conhecimento, o que é de extrema importância para a sociedade atual.
Referências
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Publicado em 05 de setembro de 2023
Como citar este artigo (ABNT)
TURCI, Eliani Behenck Santos; VANIN, Camila; TAKEDA, Humberto Hissashi. Metodologias ativas e suas potencialidades para a Educação a Distância, ensino remoto e híbrido. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 34, 5 de setembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/34/metodologias-ativas-e-suas-potencialidades-para-a-educacao-a-distancia-ensino-remoto-e-hibrido
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