A influência do meio escolar sobre a saúde do professor de Educação Física: um diagnóstico situacional em municípios do sertão
Raniere de Carvalho Almeida
Mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável (UFCA), professor de Educação Física, Letras e coordenador
Ézio Carlos Alves Calaça
Licenciado em Educação Física (Univasf), professor e diretor municipal de Esportes
Maria Daniela Alves da Silva
Licenciada em Educação Física (URCA), professora municipal e tutora EaD
Francisco Demétrius Luciano de Caldas
Mestre em Educação Física (Univasf), professor de Educação Física
A educação tem como principal fundamento formar cidadãos para o enfrentamento da vida a partir da construção de conhecimentos e saberes válidos que alicercem o desenvolvimento do seu discernimento e senso crítico, tornando-os sujeitos conscientes dos seus direitos e deveres frente à sociedade da qual são parte integrante.
Segundo Witter (2003), professor e aluno são os principais sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, tendo o apoio de outros que indiretamente integram a dinâmica educativa. É comum o ambiente escolar ser composto por uma quantidade expressiva de discentes, público maior que se desloca diariamente e ocupa todos os seus espaços.
A quantidade de docentes que integram os recursos humanos das escolas é sempre em menor proporção que o de discentes. O professor, notadamente, é o profissional que passa o maior tempo na escola, atuando entre os seus turnos diariamente, incidindo sobre ele uma série de situações como doenças e agravos.
É notório que sobre o professor, a sobrecarga de trabalho com seus impactos negativos incida em maior proporção, já que ele está completamente exposto a uma série de fatores de risco. Trata-se de uma das profissões mais influenciadas pelo fator saúde-doença. O estresse, problema mundial de saúde biopsicossocial, é uma das complicações vivenciadas pelo professor, sendo hoje objeto de pesquisas descritivas e funcionais (Witter, 2003).
O ato de lecionar não é o problema em si, mas a forte exposição que os docentes de Educação Física enfrentam em sala de aula, ao passar por diferentes séries/turmas, com número expressivo de alunos (até 50), assim como a demanda socioemocional que enfrentam no dia a dia, podem afetar o seu bem-estar (Marques et al., 2019).
A literatura nacional e a internacional apontam para uma série de questões enfrentadas pelo professor em sua rotina: cansaço, transtorno mental, sintomas vocais, relacionamento desfavorável com alunos, indisciplina, desrespeito, salas inadequadas, ritmo de trabalho acelerado, desempenho de atividades sem materiais disponíveis, dentre outras (Brito; Athayde, 2003).
A pesquisa científica tem como missão encontrar respostas que envolvam os sujeitos no exercício dos seus papéis, visando alcançar mudanças a curto e a médio prazos. Seu objetivo é analisar os fatores intrínsecos à escola que levam os professores, especificamente os de Educação Física, ao adoecimento. Assim, buscamos responder a seguinte problemática: o que tem acarretado o adoecimento dos professores de Educação Física e quais as suas principais ocorrências? Este estudo aborda uma realidade vivenciada há décadas na Educação Básica, destacando-se o profissional da Educação Física pela sua especificidade, pois apesar de ser um profissional ligado à saúde, vem sofrendo com o exercício da profissão e a ausência de tempo e disposição para a prática de atividades físicas.
O fator saúde-doença, relativo ao exercício da docência em Educação Física, representa uma lacuna na literatura que carece de ser explorada com maior afinco, sendo esta pesquisa uma contribuição à temática, tendo em vista que a maior parte dos estudos mais recentes abordam a realidade vivenciada pelo professor em sentido amplo, trazendo um julgamento global, sem analisar as particularidades de cada docente e componente curricular trabalhado.
A escolha da temática partiu da observação de uma situação comum entre professores de Educação Física: seu afastamento da sala de aula ou da profissão para outras funções em decorrência de problemas de saúde. É uma situação pouco discutida pela Ciência e/ou reportada pela mídia, o que dificulta a sensibilização da sociedade e dos seus governantes. Essa realidade instiga e ao mesmo tempo suscita o desejo pela pesquisa em busca de respostas.
A docência em Educação Física e seus reflexos sobre a saúde
O professor é um dos principais responsáveis pelo processo ensino-aprendizagem junto aos alunos nas escolas. Essa ação ocorre diariamente e sempre direcionada a uma quantidade elevada de discentes por sala, gerando sobrecarga emocional ao educador.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é caracterizada pelo bem-estar físico, psíquico e social, não sendo apenas uma ausência de doença. É necessário verificar que existe uma relação do indivíduo com os diversos setores autopoiéticos da sociedade, assim como existe uma relação entre os elementos físicos do ambiente de trabalho e os fatores emocionais (Webber; Vergani, 2010).
O estado de saúde do professor tende a ser comprometido não só por fatores externos, mas internos, pois ele está constantemente exposto a situações de risco como o profissional que mais interage com outros sujeitos.
Segundo Parkes (1990),
as relações entre percepções do ambiente de trabalho e autorrelato de saúde mental e física estão amplamente documentadas na literatura. Muitas das pesquisas nesta área são de correlação de partes e, consequentemente, não permitem inferência causal, mas resultados empíricos de estudos longitudinais apoiam a perspectiva de que o ambiente de trabalho exerce uma influência causal na saúde física e mental, incluindo tanto resultados a curto como a longo prazo, afetando a saúde, particularmente no que concerne às doenças cardiovasculares (Parkes, 1990, p. 399).
Não há entre as profissões uma que atenda tantas pessoas, ao mesmo tempo e frente a frente, como a profissão do educador em sala de aula. Não é comum ver, por exemplo, médicos atendendo a mais de um paciente por vez, assim como fisioterapeutas e assistentes sociais. Só o docente carrega a incumbência de levar o conhecimento a um maior número de sujeitos no dia a dia. Assim, por dia, é comum o professor entrar em várias salas de aulas, dependendo da sua carga horária.
Segundo Webber e Vergani (2010),
além dos fatores relacionados diretamente ao corpo, como a ergonomia inadequada e o uso da voz, há os fatores externos e psicológicos, que vão desde os problemas que o aluno enfrenta em sua casa e leva para a sala de aula, até a violência urbana. Isso, além de todas as exigências sobre a atividade docente impostas pelas mudanças e atual organização do ensino no Brasil. Tudo isso se mistura e desemboca na sala de aula, afetando o meio ambiente de trabalho (Webber; Vergani, 2010, s/p).
A escola, especialmente a pública, ainda é carente de programas assistenciais destinados aos docentes e aos discentes, tanto no que tange à saúde física e mental como em relação à sua promoção. A família do aluno também não tem cumprido com eficiência o seu papel de educar. Isso faz com que seus filhos se dirijam à escola carregando uma série de problemas os quais podem ser disseminados entre os sujeitos com que se relacionam, a exemplo dos seus professores.
Um estudo sobre o esgotamento (burnout) concluiu que docentes estressados compõem três grupos distintos quanto aos estressores: alunos, colegas e escola de um modo geral. Os estressores não afetam igualmente todos os docentes, uns são mais afetados pelos colegas, outros pelos alunos e outros pela escola de uma forma global (Taris et al., 2001).
Os professores de Educação Física que prezam pela saúde, conforme a Resolução nº 218/97 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), são submetidos a situações adversas em diferentes ambientes de contato direto com grande quantidade de sujeitos. Professores com sujeitos que podem, inclusive, estar ou não infectados por alguma doença. Em laboratórios, por exemplo, não possuem nem utilizam equipamentos de proteção individual (EPI) e não são gratificados pelos riscos enfrentados.
Para Webber e Vergani (2010),
alguns fatores que podem causar riscos ambientais são os agentes físicos, como: ruído, vibrações, pressões anormais, iluminação, temperaturas extremas, radiações etc.; os agentes químicos, como: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores que podem ser absorvidos por via respiratória ou através da pele etc.; e, os agentes biológicos, como: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Riscos ergonômicos são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais (Webber; Vergani, 2010, s/p).
O impacto sobre a voz do professor é um problema de saúde recorrente não só no Brasil como em outros países. Segundo Roy et al. (2004), um estudo realizado nos Estados Unidos (2004) detectou que a prevalência de problemas vocais é maior em professores (11%) do que em não professores (6,2%). A profissão lidera na ocorrência de problemas vocais em relação a outras profissões, em decorrência da necessidade frequente do uso da voz. “O aparelho fonoaudiológico, o sistema responsável pela reprodução da voz, ainda é o mais afetado no professor. Seu desgaste tende a ser muito maior do que em qualquer outra profissão” (Marques, 2009, p. 140).
Os aspectos ambientais também devem ser considerados na discussão sobre a saúde ocupacional dos professores, uma vez que eles comumente reclamam do excesso de ruído nas escolas, que também se configura como um fator de risco para a “disfonia”, gerando uma espécie de competição sonora. A NBR 10152 determina que o nível de ruído em uma escola não seja superior a 45 dBA, o que na prática não se efetiva (ABNT, 1987).
Segundo Dartora (2009, p. 59), “as síndromes são decorrentes desse labor constante e prejudicial”. Nesse sentido, ressalta-se que o indivíduo é obrigado a despender um esforço além da sua capacidade. “Como consequência, vários problemas de saúde relacionados à exploração da mão de obra”. A autora destaca ainda várias síndromes decorrentes de tal exploração: síndrome do impacto no ombro, síndrome do ombro doloroso, síndrome de dor nas pernas, síndrome da coluna lombar e dermatoses ocupacionais.
A saúde do professor de Educação Física está sujeita a esses fatores mencionados. As dificuldades são muitas: instalações precárias da escola, falta de reconhecimento e valorização profissional, ausência de equipamentos de proteção, recursos materiais, relações conturbadas entre alunos e gestores, jornadas de trabalho extensas e exaustivas, além de exigências criadas pelos projetos governamentais (Schimid, 2010).
Condições de trabalho x saúde do professor de Educação Física
Para Schimid (2010, p. 17), “a saúde está sendo afetada pelas mudanças no mundo do trabalho como reestruturação produtiva, adoção de novos métodos gerenciais, implementação de tecnologias, terceirização, automação e precarização das relações trabalhistas”. O professor de Educação Física se insere nesse contexto por manter uma carga horária de trabalho elevada, lecionando em todas as turmas e atuando em mais de uma escola. Além disso, muitos são pesquisadores e continuam estudando; planejam suas aulas, elaboram e corrigem atividades e avaliações. Outros ainda atendem a comunidade escolar, desenvolvendo aulas de reforço e apostilas, como na pandemia recentemente enfrentada. Estão inseridos na lógica do capital ao ocuparem seu “tempo livre” com afazeres escolares, caracterizando assim a cobrança e a correria desenfreada pela produção na luta de classes (Marx, 2004).
É uma espécie de “efeito dominó” que poucos são capazes de enxergar. O trabalho do professor deveria ser visualizado e enquadrado como de risco e/ou penoso, devido às influências negativas na maioria das vezes sofridas quanto à estrutura precária na qual está institucionalmente inserido. O profissional de Educação Física sofre com problemas ocupacionais inerentes a sua prática, como o desgaste físico-motor e a ocorrência de acidentes, entre os problemas de saúde de ordem física que os acometem, incluindo a lesão por esforço repetitivo (LER), considerada o problema do século. Para Michel (2001, p. 262), ela é conceituada como uma “doença ocupacional comum e grave, cujos sintomas apresentados são inflamação dos músculos, dos tendões, dos nervos e articulações dos membros superiores, causada pelo esforço repetitivo exigido na atividade laboral”. Associados às doenças infectocontagiosas, fisiológicas e psicossociais, somam-se ainda o sedentarismo, a ansiedade e a depressão. A saúde mental dos professores não pode ser enxergada como a ausência de angústias ou algo constantemente uniforme, confortável. Traduz-se, essencialmente, na esperança, nas metas, nos objetivos planejados e alcançáveis. Emerge quando há a vontade de fazer, mas esse desejo não é mais alcançável (Dejours et al., 1993).
A violência física e psicológica, dentro e/ou fora da sala de aula, é outro fator negativo e preocupante para a saúde dos docentes, evidenciada na sociedade contemporânea em forma de casos quando professores sofrem agressões de diferentes ordens, sejam promovidas por alunos e/ou familiares insatisfeitos. Um estudo realizado com professores de 9 escolas estaduais de São Paulo, demonstrou as suas condições de trabalho e o perfil sociodemográfico. Em dados, foi exposta a sobrecarga de trabalho que alcança mais da metade dos docentes (53%), revelando que trabalham em mais de uma unidade escolar com uma jornada elevada, devido à necessidade de complementar sua renda familiar. Parte desse trabalho extra é executado em áreas distintas do ensino (Vedovato; Monteiro, 2008).
No Quadro 1, podemos observar muitas situações enfrentadas pelo professor na atualidade, frutos das mudanças no mundo do trabalho, inerentes à reestruturação produtiva no que se refere à sua precarização e aos processos históricos, como a terceirização da mão de obra, tornando a atividade mais barata para o governo e os empresários, assim como os contratos temporários (Schimid, 2010).
Quadro 1: Situações enfrentadas pelos professores de Educação Física
Ordem |
Situações |
Profissional |
Impossibilidade de realização pessoal, baixos salários, violência, indisciplina em sala de aula |
Social |
Falta de reconhecimento profissional, demandas dos pais e alunos, pressão dos superiores, cobrança da comunidade ou responsáveis pelos alunos |
Relacional |
Problemas ou dificuldade de relacionamento interpessoal, profissional ou familiar |
Pessoal |
Risco à segurança individual, familiar e moral, ambiental, de saúde física, mental e o desgaste. |
Fonte: Elaboração com base em Penã (2013).
Segundo Vasconcellos (1997, p. 20), a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1983) classificou os professores como a segunda categoria profissional a portar doenças de caráter ocupacional, incluindo reações alérgicas a giz, distúrbios vocais, gastrite e esquizofrenia.
Arantes (2008) confirma que
alguns trabalhadores estão mais expostos a riscos de doenças em razão do trabalho. Assim ocorre com os bancários, com os professores e empregados no setor da educação. São categorias consideradas, hoje, dentre as que mais expõem ao risco de doença ocupacional, em razão do trabalho que executam (Arantes, 2008, p. 21).
O Decreto Federal nº 53.831/64 avaliou a função de professor como penosa. Seu Art. 2º afirma que “para os efeitos da concessão da aposentadoria especial, serão considerados serviços insalubres, perigosos ou penosos, [...] em que se estabelece a correspondência com os prazos referidos no Art. 31 da citada Lei” (Brasil, 1964).
Para Freudenthal (2000, p. 38), trabalho penoso é "aquele que causa desgaste, tanto físico quanto psicológico, acima do que se entende por normal”. O exercício da docência em sala de aula se enquadra nessa situação. Entretanto, com a política neoliberal, reducionista de direitos trabalhistas, a profissão de professor deixou de ser considerada especial, se igualando às demais, sem justificativa plausível. Os professores já tinham direitos garantidos relacionados às gratificações específicas como “pó de giz”, quinquênios, plano de saúde, redução da jornada, conforme o tempo de serviço e a aposentadoria especial, que reduzia em 5 anos a idade e o período de contribuição em relação às demais categorias. Com as Reformas Trabalhista e Previdenciária ocorridas entre os anos de 2018 e 2019, a profissão foi praticamente equiparada às demais, não sendo consideradas as suas particularidades.
Para Santos (2013), a crise da razão moderna traz indagações à sociedade contemporânea sobre o clima de incertezas, frustrações e desafios relativos à educação. A crença na transformação e no progresso mundial por meio da Ciência tem sofrido um golpe, onde falharam as teorias, os conceitos e os modelos de fazer o desenvolvimento da sociedade. Prova disso é que a Ciência ainda não é capaz de responder a problemas básicos da humanidade.
De acordo com Araújo et al. (2019),
a análise da atividade docente revela um processo marcante de intensificação do trabalho. Tal característica relaciona-se ao processo de precarização social do trabalho, que envolve precarização econômica (condições salariais, jornada de trabalho, contrato) e precarização das condições de trabalho (mudanças na organização e processo produtivo com o uso de novas ferramentas e modelos de gestão flexível que alteram as rotinas laborais e as formas de controle) (Araújo et al., 2019, p. 5).
A realidade dos professores, portanto, vem sofrendo mudanças drásticas desde o início da profissão, tanto de cunho pedagógico como político e ideológico. No passado, esses profissionais eram mais respeitados e admirados pela sociedade. Na atualidade (século XXI), eles sofrem com o desrespeito, a desvalorização e a repressão policial quando lutam pela manutenção dos seus direitos.
Procedimentos metodológicos
Para a realização desta pesquisa foi adotado o estudo de caso de caráter exploratório-descritivo, visando ao aprofundamento da prática profissional do professor de Educação Física, a partir de revisão literária associada à pesquisa de opinião e observação. Esse método explora e/ou descreve um fenômeno contemporâneo, por meio da pesquisa empírica de caráter qualitativo (Yin, 2015).
Ao todo, participaram voluntariamente dezesseis docentes que ensinam e praticam junto aos seus alunos a Educação Física no âmbito escolar, os quais representam 100% do público pesquisado. Todos concordaram com as condições descritas no TCLE, resguardando os princípios éticos, a segurança sanitária e a identidade dos participantes.
Os dados primários e secundários foram coletados remotamente, passando por critérios de inclusão e exclusão, considerando-se o seu alinhamento ao tema da pesquisa e o tempo de publicação não superior a quinze anos, exceto as obras clássicas, a legislação vigente e outros documentos necessários. Para a análise, a avaliação e a escrita final deste artigo, adotou-se o estudo de conteúdo.
Aspectos sociais e econômicos de docentes que lecionam Educação Física
O público participante da pesquisa representa quatro diferentes faixas etárias: 50% entre 26 e 35 anos, 26% entre 36 e 45 anos, 18,8% entre 18 e 25 anos e 5,2% acima dos 46 anos. Isso demonstra que a maioria dos docentes se encontra numa faixa etária jovem, em início de carreira, com maior energia e resistência para enfrentar o dia a dia da sala de aula e as atividades práticas de Educação Física. Esses, provavelmente, ainda não apresentam problemas de saúde relacionados à profissão. No tocante ao sexo dos participantes da pesquisa, o masculino (68,8) reinou sobre o público feminino (31,2%). Isso demonstra que a profissão de Educação Física, concentra mais profissionais homens que mulheres, mesmo no âmbito escolar, pois a imagem masculina é comumente publicizada nas academias de ginástica e nos esportes, inclusive nos coletivos, como símbolo de força, resistência, vitalidade e destreza, algo que carece ser ressignificado a partir de uma maior inserção da mulher nesse cenário. Segundo Puchta (2007), a Educação Física entre os homens era compreendida como um complemento intelectual e moral, um recurso higiênico e de aperfeiçoamento da sua espécie, tornando-o poderoso e robusto para o enfrentamento de guerras. Esse pensamento imperou durante séculos na área militar e desportiva, restringindo a prática de exercícios e esportes apenas ao público masculino, fato ainda com fortes resquícios mesmo na contemporaneidade.
Os homens são vistos, em geral, como uma categoria de referência. Estudos relacionando à docência e à saúde se caracterizam pela ausência de avaliação assimétrica de gênero, marcada pelas atribuições diferenciadas de poder, valorização social e alocação do tempo. Esses aspectos têm impactado em diferentes dimensões da vida (Araújo et al., 2019). Sobre a raça dos participantes, as declarações se subdividiram entre pardo (56,3%), branco (31,3%), negro (6,2%) e outras (6,2%).
Os dados confirmam que a maior parte da população sertaneja é produto da miscigenação de raças. O fato de os negros serem vistos como minorias étnicas pela sociedade reforça sua luta por espaço e reconhecimento social, tanto na Educação Física escolar como nos esportes. Com a aprovação da nova Base Comum Curricular (BNCC) conteúdos referentes à cultura afro-brasileira, a exemplo da capoeira, passaram a compor o currículo escolar, dando maior visibilidade a esse público, contribuindo para a superação de estereótipos que ainda circundam a profissão (Brasil, 2018).
A Educação Física, desde seus primórdios, preza pelo aprimoramento da raça humana, a partir do desenvolvimento de corpos fortes, sadios, vigorosos e do estabelecimento da ordem social. Todos esses aspectos eram vistos como seus principais objetivos. Inicialmente, ministrada por professores do sexo masculino, a obrigatoriedade era ser acompanhada por alunos homens com bom aspecto físico, algo que vem sendo ressignificado com o passar dos anos (Puchta, 2019). Quanto à classe social dos participantes deste estudo, 75% pertencem à classe média e 25% à baixa, não havendo nenhum participante da classe alta. Esses dados refletem uma melhoria econômica dos brasileiros, inclusive dos sertanejos, decorrente do avanço das políticas educacionais, pois a maior oferta de cursos técnicos e superiores têm proporcionado um novo patamar socioeconômico, reforçado por programas sociais, cujos reflexos são visíveis na Educação Física.
A aprovação da Lei do Piso Nacional do Magistério (11.738/08) pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe novas perspectivas para a educação brasileira no que tange à valorização financeira dos professores da rede pública (Brasil, 2008). A valorização salarial dos docentes, apesar dessa lei, ainda está aquém da sua relevância social. Outro ponto levantado pela pesquisa se refere à formação em Educação Física dos professores de Penaforte e Terra Nova: 50% com licenciatura realizada em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação, 31,3% com dupla titulação (Licenciado e Bacharel) ou com Licenciatura Plena, seguido de 12,5% com outra formação superior e 6,2% com o antigo Normal Médio, Pedagogia ou provisionado (ex-atleta). Esses dados indicam um avanço da disciplina nos últimos anos, pois poucos eram os docentes que possuíam uma formação superior na área.
Hoje, a maioria (81,3%) tende a se qualificar ao trabalho dentro e fora de sala. Em termos de pós-graduação, aperfeiçoamento, mestrado ou doutorado, 62,5% possuem curso de especialização em Educação Física ou equivalente, enquanto 31,3% dos docentes não possuem nenhuma pós-graduação e 6,2% somente curso de aperfeiçoamento. Não há nenhum docente com mestrado e/ou doutorado na disciplina ou área correlata. Percebe-se que a oferta/procura por pós-graduação avançou nos últimos anos, possibilitando o aprimoramento de 68,7% do público pesquisado.
De acordo com Saviani (2010), nas duas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) ocorreu certo nível de investimento nas universidades federais, promovendo a sua expansão a partir da criação de novas instituições e ampliação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), além de estimular a iniciativa privada com a ampliação de vagas e criação de bolsas para o Programa Universidade para Todos (ProUni).
Os participantes da pesquisa opinaram sobre o tipo de escola onde lecionam, na qual desenvolvem seu trabalho. Verificando os resultados, a maioria (68,8%) leciona Educação Física em escolas públicas, enquanto uma parte (18,7%) atua na rede particular, gerida por empresários e uma minoria (12,5%), tanto na pública quanto na rede privada. Nas cidades onde a pesquisa foi realizada, nenhum docente leciona Educação Física em instituições filantrópicas, casas de apoio e/ou associações.
Em relação à rede de ensino à qual pertencem os docentes pesquisados, 37,5% integram a rede municipal de Penaforte e Terra Nova, 31,3% a estadual do Ceará e Pernambuco e 31,2% outras. Nenhum integra o quadro de duas redes ao mesmo tempo. Esses dados mostram o avanço da educação pública na última década com uma maior oferta de concursos públicos de provas e/ou provas e títulos, além da busca dos docentes pela estabilidade, com tendência a contribuir para uma melhor qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Para Santos (2013),
nos últimos 15 anos, o Brasil tem realizado significativas reformas e mudanças em todos os níveis de ensino. Tais como, avanços na ampliação do acesso; na redução das desigualdades sociais de acesso; na permanência, com a elevação da quantidade de alunos que concluem o Ensino Médio; na ampliação do número de profissionais da educação e da escolarização dos mesmos; na criação de um sistema de avaliação estruturado e tecnicamente sólido; [...] descentralização da gestão (Santos, 2013, p. 2).
Esses dados também demonstram um salto da educação pública brasileira em relação à privada no século atual (XXI). No passado, quem mais empregava e pagava os melhores salários era o setor particular. Hoje, os papéis se inverteram, graças ao avanço da política de educação, decorrente dos movimentos populares em defesa da escola pública.
Quanto ao vínculo empregatício dos professores da Educação Básica, participantes da pesquisa: 50% são efetivos na rede pública de ensino (ingressos no serviço público por concurso) e 50% temporários (seleções curriculares para fins de contratação não estável). Não há docente atuando como bolsista. Isso demonstra equilíbrio entre os regimes de admissão efetivo e temporário de docentes nos municípios pesquisados.
Aspectos pessoais e profissionais da atuação docente em Educação Física
Os professores que lecionam Educação Física nos municípios de Penaforte/CE e Terra Nova/PE foram indagados sobre seu tempo de atuação docente: 56,3% entre 1 e 5 anos, 18,7% entre 6 e 10 anos, 12,5% entre 11 e 15 anos e 12,5% acima de 16 anos. Percebe-se que a maioria (56,3%) possui menos de uma década de atuação em sala de aula, um tempo considerável, mas insuficiente para notar problemas expressivos decorrentes do exercício da profissão.
Conforme Peixoto (2010), a era Lula trouxe altos índices de emprego:
Com uma taxa de desemprego de 5,7% em novembro - o melhor resultado desde 2002 – e um crescimento previsto de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao fim de seu mandato com uma coleção de indicadores econômicos positivos [..] Economistas apontam o mercado de trabalho como uma das principais faces da expansão econômica da Era Lula. Além do recorde no emprego, a renda do trabalhador vem crescendo a uma média de 5% ao ano, já descontada a inflação (Peixoto, 2010, p. 1).
Esses dados denotam ainda que a maioria dos docentes pesquisados alcançou sua independência financeira na última década do século atual, motivada por maior geração de emprego e renda em diferentes setores da sociedade brasileira como a educação, o que contribui de forma indireta para uma possível melhora na qualidade de vida e manutenção da saúde dos sujeitos.
Quanto à carga horária semanal exercida pelos docentes pesquisados, 50% dos docentes lecionam entre 1 e 20 horas, seguidos de 25% entre 21 e 40 horas, 18,8% entre 41 e 60 horas e 6,2% entre 61 e 80 horas. Esses dados traduzem um equilíbrio entre a carga horária desejável e a praticada em boa parte das escolas brasileiras, onde ainda podem ocorrer excessos. Metade dos pesquisados atua até 20 horas semanais, enquanto a outra metade acima desta carga horária, o que tende a desencadear um maior desgaste físico-emocional e, consequentemente, problemas de saúde no decurso dos anos.
Para Santos et al. (2012), a carga de trabalho do professor tem sido apontada como um dos principais fatores de precarização do seu trabalho e de surgimento de problemas diversos, inclusive, relacionados à saúde ocupacional. Em decorrência disso, encontramos o seu adoecimento, que se reflete no seu lar, sobre o seu espaço doméstico, afetando o seu tempo “livre” destinado ao lazer com a família e os amigos.
Quanto ao estilo das aulas de Educação Física, todos os docentes pesquisados (100%) afirmam que são planejadas e executadas de forma integrada e interdisciplinar, alinhadas ao currículo escolar, característica peculiar de professores organizados que cumprem suas atribuições. Isso tende a reduzir problemas relacionados à saúde mental, uma vez que a desorganização acarreta falhas, atrasos, cobranças e outras ocorrências negativas, impactando o psicológico desse profissional.
O planejamento e a execução das aulas são uma prerrogativa especialmente dos professores de Educação Física. Esses docentes se diferem por trabalharem em todas as turmas, tendo certo desgaste físico devido às repetições de movimentos empreendidos junto aos alunos, tanto em sala quanto em outros espaços. Porém, um bom planejamento tende a minimizar os impactos da sua prática sobre a saúde, algo garantido pela Lei do Piso Nacional do Magistério, com a previsão de 1/3 de tempo a ser utilizado em atividades extraclasse (Brasil, 2008).
Na aplicação da pesquisa de opinião, docentes foram questionados sobre a ocorrência de doenças no ambiente escolar: 87,5% dos pesquisados ainda não desenvolveram doença/agravo no espaço onde atuam, mas 12,5% sim. Estudos nesse sentido já demonstram o quanto o processo laboral pode influenciar e/ou afetar a saúde dos docentes (Santos et al., 2012).
Segundo Araújo et al. (2019, p. 5), sintomas de adoecimento são negados ou minimizados. Apenas quando um problema atinge um patamar de severidade é que se atenta para a sua existência. Em geral, a doença segue vivenciada como um processo exclusivamente individual ou como uma inadequação pessoal.
As doenças ocupacionais que afetam o professor têm início na escola. Mas sua evolução não é logo percebida. Há casos em que seu efeito é visível, como no caso das gripes, rinites, alergias, da rouquidão, das crises de ansiedade e do pânico. Para Parkes (1990), os resultados da atuação docente sobre a saúde no ambiente laboral podem acontecer em curto ou longo prazos, inclusive em relação a doenças cardiovasculares, aquelas que afetam o coração e o sistema circulatório.
Figura 1: Problemas decorrentes da atuação profissional entre os pesquisados
Quanto à ocorrência de problemas de saúde decorrentes da atuação em Educação Física, a Figura 1 trata de percentuais de doenças conforme as respostas apresentadas pelos pesquisados: 81,3% dos entrevistados ainda não desenvolveram problemas de saúde, 18,8% apresentam doenças vocais como perda da voz, rouquidão e fenda, 12,5% problemas mentais como ansiedade, síndrome do pânico e depressão e 6,3% doenças físicas nas articulações, nos músculos e nas vértebras. A despeito de serem comuns, nenhum pesquisado indicou questões visuais e/ou auditivas. Apesar da maioria dos pesquisados não ter desenvolvido algo, é preciso considerar que 37,6% já desenvolveu problemas que podem comprometer a sua atuação e a sua vida. Na atuação docente são observados movimentos repetitivos e viciosos, como levantamento e transporte manual de pesos, trabalho em pé, esforço físico, postura inadequada, controle rígido e desconforto acústico e térmico (Webber; Vergani, 2010).
Outra questão considerada na pesquisa foi a influência da saúde do discente sobre o docente nas aulas de Educação Física. Metade dos professores pesquisados (50%) prefere não opinar, mas o restante do público, 25%, afirma haver uma relação parcial, enquanto 12,5% integral e para 12,5% não existe influência. Ou seja, a maioria dos respondentes (37,5%) confirma que o elo entre aluno e professor impacta na saúde, podendo ser algo mais ou menos representativo.
As doenças infectocontagiosas, por exemplo, podem atingir mais aqueles que têm contato direto com o portador. Estudos têm mostrado a influência de tais condições sobre o desempenho dos professores. Turmas muito numerosas têm sido uma queixa frequente dos docentes. Acredita-se que classes com menor número de alunos permitam melhores condições de trabalho e resultados, sobretudo, na Educação Infantil e no Ensino Básico e Fundamental (Santos et al., 2012).
Em relação à estrutura para a prática de atividades de Educação Física nas escolas, 43,8% dos docentes afirmam que mesmo dispondo de quadras e espaços poliesportivos não há materiais suficientes para as aulas práticas, enquanto 31,3% desses afirmam que as instituições possuem quadra e materiais suficientes para as aulas práticas. Somente 18,8% dos docentes não possuem quadra, ginásio ou materiais e 6,1% disseram que a escola não tem quadra nem ginásio, mas materiais em quantidade e variedade suficientes.
Referente à situação estrutural das escolas, observa-se que a maioria é carente, principalmente, de recursos materiais para a realização das aulas práticas em Educação Física, recaindo o peso da responsabilidade sobre os ombros dos professores, que precisam adaptar as aulas e muitas vezes arcar com suas despesas. Esse é mais um fator que pode prejudicar a saúde física e mental dos docentes. Essa triste realidade não é isolada, mas é a realidade de boa parte das escolas brasileiras, onde a Educação Física ainda não é levada a sério, requerendo mais atenção por parte dos gestores e da própria categoria.
Figura 2: Apoio em saúde oferecido aos docentes
Outro aspecto abordado entre os participantes diz respeito ao apoio em saúde. Na Figura 2 podemos observar os dados referentes ao apoio aos docentes nas escolas pesquisadas. 50% dos educadores afirmam não existir esse apoio em nenhuma das escolas, 31,3% deles diz ser oferecido um apoio social e 25%, um psicológico. Estes apoios estão presentes nas secretarias e gerências de educação, mas não nas escolas. Já existe lei federal tratando do apoio psicossocial nas escolas, porém ela ainda não foi regulamentada, com raras exceções. Foi apontado por 6,3% que há apoio médico escolar, algo não visualizado pelos pesquisadores. Os docentes respondentes desse quesito consideraram como apoio em saúde a rede de atenção básica existente em cada município, não nas escolas. É comum as secretarias de saúde manterem parceria com as escolas, facilitando os encaminhamentos. A questão apontou ainda que os docentes não contam com qualquer apoio terapêutico. Enfim, a maioria diz não existir apoio em saúde destinado aos docentes.
A existência de ações de promoção da saúde no meio escolar direcionadas aos professores de Educação Física é de suma importância tanto para a manutenção da sua saúde como para a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Apesar da sua relevância e da aprovação da Lei nº 13.935/19 (que trata da inserção de psicólogos e assistentes sociais nas escolas), poucas instituições dispõem desses profissionais, aguardando a sanção do decreto presidencial (Brasil, 2019).
Quanto à condição do trabalho docente do profissional de Educação Física, 93,8% dos professores disseram ser boa, enquanto 6,2% afirmaram ser deficitária. Se faltam, por exemplo, recursos materiais nas escolas, a atuação docente dificilmente atingirá a qualidade desejada. Por mais que os professores se esforcem, restarão queixas e críticas decorrentes da sua logística precária. Todas as dificuldades com as quais se deparam os docentes interferem na sua saúde e no seu desempenho profissional. O ideal é oferecer condições mais justas de trabalho. “O trabalho docente é reconhecido como ocupação altamente estressante, com repercussões na saúde física e mental e no desempenho profissional” (Araújo et al., 2019, p. 6).
O último quesito contemplado na pesquisa tratou do estado de saúde atual dos professores de Educação Física dos municípios de Penaforte e Terra Nova: 56,3% dos docentes disseram ser bom e 43,7% ótimo. Observa-se que a maioria se encontra em um nível de saúde regular, levando a crer que sua situação profissional ainda não é a ideal. Por outro lado, vê-se um significativo contingente que se encontra em condição adequada, talvez por ainda não terem sido impactados pelo desgaste decorrente da prática profissional que tem levado milhares de docentes ao adoecimento, segundo a literatura.
O estado de saúde do professor tende a refletir sobre a sua qualidade de vida e do processo de ensino-aprendizagem. Quando um docente adoece, ele se ausenta do trabalho elevando as taxas de absenteísmo. Outro problema decorrente do fator saúde/doença é a antecipação da sua aposentadoria, geralmente, por inaptidão ao trabalho (Santos et al., 2012). São necessárias, assim, políticas de promoção da saúde junto aos docentes.
Considerações finais
Esta pesquisa apontou tanto pela teoria quanto pela prática, que as condições de trabalho do professor de Educação Física estão aquém das exigências legais e das necessidades de docentes e discentes. Nos municípios de Terra Nova-PE e Penaforte-CE faltam materiais e equipamentos para o desenvolvimento das aulas, desencadeando problemas que recaem sobre o professor, impactando a sua saúde.
A limitação estrutural presente nas escolas dos municípios analisados faz com que o professor procure adaptar meios para a execução das suas aulas, aumentando assim o seu trabalho e seu desgaste físico e emocional, desencadeando processos de adoecimento. Às vezes, nem mesmo os docentes percebem essa relação devido à sobrecarga, a ponto de não associarem o fator saúde-doença ao aspecto laboral.
A pesquisa demonstrou que o estado de saúde dos alunos influencia no quadro de saúde do professor de Educação Física, podendo lhe ocasionar problemas no decorrer da sua vida profissional. É notório que um discente portador de alguma doença crônica e/ou infectocontagiosa afeta o docente com o qual mantém contato diário, conforme ocorreu com a pandemia da covid-19.
Foi verificado o desgaste sofrido pelos professores de Educação Física em relação à carga horária de trabalho, os baixos salários e a desvalorização profissional, além de problemas mentais, físicos e vocais, levando-os à procura de serviços de saúde ao longo da vida profissional. Constatou-se que além dos docentes não serem valorizados, há ausência de estrutura e materiais para a realização do trabalho nas escolas, desencadeando problemas de todas as ordens, colocando em risco a produtividade dessa profissional e requerendo dos governantes maior atenção quanto à importância desse componente curricular. Sugere-se, desse modo, uma continuidade desse estudo a fim de que se construa um paralelo entre diferentes contextos, discutindo ainda a reestruturação da disciplina nas escolas na promoção de uma educação para a saúde e o bem-estar dos professores de Educação Física.
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Publicado em 19 de setembro de 2023
Como citar este artigo (ABNT)
ALMEIDA, Raniere de Carvalho; CALAÇA, Ézio Carlos Alves; SILVA, Maria Daniela Alves da; CALDAS, Francisco Demétrius Luciano de. A influência do meio escolar sobre a saúde do professor de Educação Física: um diagnóstico situacional em municípios do sertão. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 36, 19 de setembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/36/a-influencia-do-meio-escolar-sobre-a-saude-do-professor-de-educacao-fisica-um-diagnostico-situacional-em-municipios-do-sertao
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