Elaboração e avaliação de sequência didática permeada por tecnologias digitais para estudantes com dificuldades ou barreiras de aprendizagem

Cristina Weissmann Seabra Salles

Mestra em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), docente do Colégio Pedro II

Alessandro Jatobá

Doutor, pesquisador da Fiocruz, docente do Mestrado em Novas Tecnologias Digitais na Educação na UniCarioca

Ana Paula Legey de Siqueira

Doutora em Ciências (Fiocruz) coordenadora adjunta do Mestrado em Novas Tecnologias Digitais na Educação da UniCarioca

Os conteúdos de Matemática têm sido considerados difíceis por muitos alunos, que acabam por apresentar baixo rendimento nessa disciplina em diferentes momentos na escolarização. Observamos estudantes do 6º ano com atrasos nos processos matemáticos, podendo atrapalhar a conquista de novos conteúdos.

O mau desempenho escolar é definido por Siqueira e Giannetti (2011, p. 80) “como um rendimento escolar abaixo do esperado para determinada idade, habilidades cognitivas e escolaridade”. Temos várias explicações para um mau desempenho escolar e podemos dividir em dois grupos de fatores: ambientais ou individuais.

Como fatores ambientais que provocam dificuldades de aprendizagem destacamos a inadequação pedagógica e condições socioculturais pouco favoráveis e desestimuladoras. Em relação aos fatores individuais, temos as condições de origem neurobiológica, os transtornos de aprendizagem (como discalculia e dislexia), os de desenvolvimento de coordenação (TDC), do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e outros transtornos neuropsiquiátricos que também afetam o desempenho escolar.

Destacamos a discalculia neste momento, pois a sequência didática (SD) a ser apresentada neste artigo aborda o estudo de frações. Segundo o Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM –V), a discalculia é um transtorno especifico de aprendizagem com prejuízo na Matemática envolvendo um ou mais dos seguintes itens: senso numérico, memorização de fatos aritméticos, precisão ou fluência de cálculo, precisão do raciocínio matemático.

É importante detectar a discalculia em um aluno o quanto antes, sugerem Bernardi e Stobäus (2011), com a finalidade de minimizar os prejuízos na aprendizagem e facilitar o processo de intervenção. Na Educação Infantil, é possível identificar crianças discalcúlicas, pois, segundo Ávila e Lara (2017), elas aparecem com dificuldades em conceitos matemáticos como antes e depois, mais e menos, pouco e muito, na contagem e na relação de tempo e espaço.

As dificuldades em Matemática têm diferentes origens, mas é certo que, quando não se entende certo assunto, isso posteriormente poderá atrapalhar a aprendizagem de um novo tópico. O programa do 6º ano revisa conteúdo do Ensino Fundamental I e adiciona novos para assimilar. Um tópico relevante iniciado no EF I é o estudo dos números racionais e suas diversas representações. Para alguns alunos, certas dificuldades com frações perduram ao longo do Ensino Fundamental II, inclusive atrapalhando a compreensão de outros assuntos.

Segundo Santos et al. (2019), a educação visa formar sujeitos críticos para atuar na sociedade. A Matemática fornece os conhecimentos básicos para nosso dia a dia, como diferenciar valores de mercadorias e realizar tarefas de diversas complexidades. A preocupação com a aquisição do raciocínio numérico não se limita ao desempenho escolar, pois chega à autoestima do aluno e seu futuro profissional.

Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados das pesquisas realizadas para elaboração e avaliação de uma sequência didática permeada com novas recursos tecnológicos. A SD – sobre números racionais e suas diversas representações – é direcionada aos estudantes do 6º ano com dificuldades e/ou transtornos de aprendizagem.

Tecnologia na Educação

Torna-se necessário reformular o papel da educação na nova sociedade, visando adequá-la às mudanças socioculturais. Palfrey e Gasser (2011) chamam de nativos digitais o grupo de pessoas nascidas depois de 1980, quando as tecnologias digitais chegaram online; todos têm não só acesso a essas tecnologias, mas também “todos têm habilidades para usar essas tecnologias” (Palfrey; Gasser, 2011, p. 11). É uma geração diferente: “eles estudam, trabalham, escrevem e interagem um com o outro de maneiras diferentes das suas quando você era da idade deles” (Palfrey; Gasser, 2011, p. 12). É relevante destacar que, infelizmente, no nosso mundo, nem todos têm habilidades e acesso às novas tecnologias digitais.

A utilização da tecnologia no ambiente escolar pode auxiliar a aprendizagem, pois o docente, de acordo com suas propostas pedagógicas, pode desenvolver os conteúdos de maneira agradável, incentivando a participação dos estudantes. Segundo Almeida (2016), jogos matemáticos em celulares e tablets podem contribuir para a construção de conceitos matemáticos, para o desenvolvimento da coordenação viso-motora e do raciocínio lógico de forma mais atraente.

Atividades lúdicas, intervenções, jogos

Para Nascimento et al. (2016), as atividades lúdicas proporcionam o desenvolvimento da autonomia nas atitudes e pensamentos dos estudantes e no convívio social. As aulas criativas e dinâmicas promovem prazer e equilíbrio emocional fundamentais para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. O estudo de frações é subjetivo e complexo; incluir jogos para aprender esse conteúdo propicia a compreensão do conceito e a capacidade de abstração dos alunos.

A importância dos jogos também é destacada nos PCN:

Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que eles sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções, propiciam a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações, possibilitam uma atitude positiva perante os erros, uma vez que as situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas (Brasil, 1998, p  46).

Para se obter bom resultado, Cezarotto e Battaiola (2017) relatam que os jogos digitais educacionais devam atender alguns requisitos de qualidade e necessidades dos usuários agregados à obtenção do conhecimento.O sucesso do jogo educacional vai além da realização das atividades; o software deve promover entretenimento, ser esteticamente agradável, funcional e fácil de utilizar, de forma que o seu público-alvo sinta satisfação ao passar pela experiência.

Guering (2016) aponta que, no software educacional, os jovens e as crianças se sentem mais motivados ao realizar tarefas e resolver problemas, pois o feedback é imediato, o que possibilita o engajamento para exercitar e automatizar os fatos numéricos. A tecnologia pode contribuir para o sucesso da intervenção pedagógica, porém não substitui o educador e sim favorece a aproximação do docente com o discente na busca de uma nova forma de ensino e aprendizagem.

Os resultados das pesquisas de Bernardi e Stobäus (2011) mostram que crianças com discalculia podem elevar suas habilidades matemáticas, melhorar sua autoestima e ficar mais dispostas a aprender após intervenções psicopedagógicas lúdicas.

Sequências didáticas

Sequência didática (SD) é um conjunto de atividades organizadas e encadeadas com grau crescente de complexidade para a aprendizagem de um conteúdo. Existem diversas linhas de pesquisa de SD, as propostas têm elementos em comum, como a preocupação com os conhecimentos prévios dos alunos, organização dos conteúdos de forma significativa, aplicação e avaliação. Destacamos duas linhas de propostas de SD: Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 96) consideram “uma sequência didática como um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”. Segundo Zabala (1998, p. 18), uma sequência didática é “um conjunto de atividades ordenadas, articuladas e estruturadas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores quanto pelos alunos‘’.

Procedimentos metodológicos

Inicialmente, foi feita uma pesquisa exploratória junto aos docentes de Matemática um colégio da rede federal. Para a coleta de dados, utilizamos o questionário online Google Formulário para facilitar o envio para os professores dos diversos campi. O questionário constava de quatro partes:

  • Conhecer o perfil do professor em relação à sua experiência em lecionar, e seu nível de formação.
  • Conferir se os estudantes costumam apresentar dificuldades em relação aos números racionais e frações. Selecionamos quatro objetos de conhecimento da BNCC e oito habilidades do 6º ano relacionadas aos números racionais e frações para fazer a análise. É fundamental que o aluno domine o conteúdo do 6º ano para seguir seus estudos com base. Para verificar o nível de concordância ou discordância dos entrevistados acerca das afirmativas sobre os objetos do conhecimento e habilidades, empregamos a escala Likert. Essa escala é um método de medição utilizado por pesquisadores com o objetivo de avaliar o grau de conformidade do entrevistado em relação a uma afirmação.
  • Solicitar propostas de intervenções com aplicação das novas tecnologias digitais (atividades lúdicas, jogos, sites etc.) para reduzir as dificuldades com frações e suas diferentes representações.
  • Indagar se o docente conhece a proposta de uma sequência didática (SD) e convidar para construir uma SD de forma colaborativa. Se houver interesse, deixar o e-mail para contato posterior.

Para apresentar e analisar os resultados, foram utilizados diferentes gráficos.O Google Formulário, dependendo do tipo de pergunta (múltipla escolha ou caixa de seleção), fornece gráficos diferentes para apresentar as respostas obtidas. Em perguntas em que o entrevistado poderia responder mais de uma opção (caixa de seleção), as respostas foram apresentadas em forma de gráfico de barras, em que podemos comparar os dados por categorias; no nosso caso, anos e séries escolares.

Quando utilizamos a escala de Likert (múltipla escolha), são apresentados os gráficos de setores, ou de pizza; os dados também são representados por categorias, porém são partes de um todo, é a porcentagem de cada categoria e não uma quantidade absoluta, como no gráfico de barras (Marciano, 2020).

Robbins e Heiberger (2011) revisaram e criticaram várias formas de gráficos de apresentação de resultados de estudos usando escalas de classificação. No momento em que temos vários gráficos de pizza, eles não se comunicam bem; comparar o tamanho das “fatias” de pizza em diferentes gráficos é difícil e não é recomendado. Para proporcionar um claro confronto de respostas, utilizamos os gráficos de barras empilhadas.

Como as sugestões de intervenções foram em forma de respostas abertas, elas foram organizadas em quadros para propiciar melhor análise. Em seguida, foi feita curadoria, ou seja, busca e classificação das sugestões. A ideia de fazer uma curadoria dos aplicativos, sites e jogos surgiu da necessidade de organizar as inúmeras sugestões recebidas para posteriormente escolher as mais adequadas à nossa proposta. A curadoria poderá auxiliar outros professores na procura de atividades com recursos tecnológicos.

Os professores que disponibilizaram seus e-mails participaram de encontros para desenvolver a sequência didática. Após a SD estar finalizada, foi encaminhada por e-mail aos professores de Matemática do colégio com outro Google Formulário para submetê-la a validação. Solicitamos uma avaliação pedagógica da SD e uma avaliação técnica apoiada nos critérios de avaliação de produtos da Capes: aplicabilidade, impacto, inovação, aderência, complexidade e interface. A seguir trazemos a descrição de cada categoria de análise.

Avaliação pedagógica: verificar se os recursos e metodologias estão colaborando para a aprendizagem do aluno.

Avaliação técnica – aplicabilidade: verificar a facilidade de aplicação da SD e sua possibilidade de replicabilidade em outros ambientes.

Impacto: analisar as mudanças causadas pela introdução da SD no espaço escolar.

Inovação: analisar o uso de conhecimento inédito na criação da SD.

Aderência: apresentar o vínculo da SD à linha de pesquisa.

Complexidade: verificar os conhecimentos necessários ao desenvolvimento da SD.

Interface: verificar a forma como os elementos gráficos estão agrupados e organizados de maneira que seja dinâmica e interativa ao público.

Pesquisa exploratória inicial

Um total de 25 professores participaram da pesquisa. De acordo com o Gráfico 1, somente dois professores têm experiência com o 1º segmento do Ensino Fundamental (EF I), provavelmente porque o foco é o EF II.

Em relação ao perfil dos professores (Gráfico 2), aproximadamente 70% têm mais experiência com as turmas do 9º ano do EF e 1ª e 2ª séries do Ensino Médio (EM). Sobre os anos/séries em que os entrevistados lecionaram nos últimos três anos, a maior porcentagem se mantém no 9º ano do EF, 1ª e 2ª séries do EM. Como muitos docentes acompanham estudantes das turmas mais adiantadas, podem observar melhor as possíveis lacunas que permaneceram ao longo dos anos anteriores.

Gráfico 1: Anos/séries em que o professor tem mais experiência

Gráfico 2: Anos/séries em que o professor lecionou nos últimos três anos

O Gráfico 3 aponta o tempo de magistério e o Gráfico 4, o nível de formação dos professores, o que permitiu inferir que o público respondente tem bastante tempo de experiência na Educação Básica e a maioria cursou o Mestrado, o que permitiu respostas provavelmente mais fundamentadas.

Gráfico 3: Tempo de escola

Gráfico 4: Nível de formação

No que se refere aos objetos de conhecimento e habilidades da BNCC (Quadro 1), grande parte dos entrevistados concordou que as dificuldades nesses assuntos são recorrentes e que, permanecendo, poderão causar impactos nas séries seguintes. Os resultados estão organizados em gráfico de barras empilhadas (Gráficos 5 e 6).

Quadro 1: Habilidades da BNCC

Habilidades da BNCC

EF06MA01 e 02

Números racionais em sua representação decimal

EF06MA15

Problemas de partilha de partes desiguais, razão entre as partes e entre uma das partes e o todo

EF06MA07

Significados de frações

EF06MA08

Diferentes representações dos números racionais

EF06MA09 e 10

Resolver e elaborar problemas de cálculo de uma fração de um número natural e adição e subtração de frações

EF06MA11

Resolução e elaboração de problemas envolvendo as quatro operações fundamentais e potenciação

Gráfico 5: A dificuldade é recorrente

Gráfico 6: Dificuldade permanece causa impacto

Pouco professores indicaram sugestões de intervenções com auxílio das novas tecnologias digitais (Gráfico 7).

Gráfico 7: Sugestão de intervenções

Solicitamos sugestões de intervenção em formato de pergunta aberta; elas estão organizadas no Quadro 2. Com a intenção de manter os respondentes anônimos, eles foram identificados pelo número da tabela de respostas do Google Formulário.

Quadro 2: Sugestões de intervenções para minimizar dificuldades com frações

Respondentes

Sugestões

R.7

https://umlivroaberto.org/producoes/ensino -fundamental/

R.10

O uso do GeoGebra é geralmente associado ao estudo da Geometria, mas pode ser adaptado a qualquer objeto de conhecimento matemático. Portanto, acredito que pode ser uma ótima ferramenta para trabalhar com os objetos mencionados.

R.12

Simulador Phet Colorado, atividades elaboradas no GeoGebra, Desmos, etc. Materiais concretos (em formato virtual), jogos do tipo quiz (elaboração possível pelo Kahoot!, Wordwall, por exemplo).

R.14

Vários apps ou sites que trabalham de maneira interativa com essas habilidades (vários do GeoGebra, materiais online, portal da OBMEP, CDME-UFF, Unicamp Digital, e apps Android/iOS). Metodologias como o livro aberto de frações para formação de professores. Problemas mais voltados à contextos de vivência do aluno em sua faixa etária, e não contextos do mundo adulto.

R.20

Existem sites da internet que propõem diferentes simulações envolvendo a comparação de frações, o que é ótimo para tratar de ordenação e de frações equivalentes.

R.23

Site Mathigon, Calculadora Específica, aplicativo Kahoot!, jogo Senha com Decimal etc.

R.24

Dominós, uso de calculadora, avaliações diversificadas.

R.25

Procuro sempre trabalhar com materiais concretos e jogos que facilitam a compreensão e estimulam o conhecimento. Mas acabamos sempre nas folhinhas abstratas, com números maiores, difíceis de representar graficamente, e aí algumas crianças, geralmente uns 30% da turma, demonstram dificuldade.

R.26

Há umas duas décadas, o foco do ensino de Matemática era trabalhar as ações operacionais (calcule, calcule x, resolva etc.). Percebeu-se o exagero, mas tal prática, hoje, foi quase completamente descartada, o que constitui outro exagero. Muito para o leste, já é oeste. Passamos do ponto e precisamos repensar isso. Precisamos dar atenção às enormes dificuldades operacionais que nossos estudantes apresentam. Isso contribui muito para a paradoxal aversão a uma disciplina tão naturalmente lúdica. As tecnologias podem ser um caminho.

Dos professores, 68% conhecem o que vem a ser uma SD (Gráfico 8) e 20% se mostraram interessados em desenvolver uma SD de forma colaborativa (Gráfico 9).

Gráfico 8: Conhece sequência didática?

Gráfico 9: Interesse em construir uma SD

Foi solicitado que os interessados em construir a SD enviassem o e-mail para haver contato posterior. Recebemos seis endereços eletrônicos, porém apenas quatro professores puderam participar dos encontros. Após a conclusão da SD, com o intuito de analisar se as atividades têm potencial para melhorar o desempenho dos alunos com dificuldades, nova pesquisa foi realizada para avaliar a sequência didática. A SD foi avaliada positivamente sob o olhar pedagógico dos professores (Quadro 3), cuja análise pode ser identificada no Gráfico 10.

Quadro 3: Critérios da avaliação pedagógica

1. A SD está de acordo com a BNCC

2. Os objetivos da SD podem ser alcançados com as atividades propostas

3. A estratégia pedagógica atende à faixa etária (6º ano do EF)

4. As atividades de introdução inserem os alunos no estudo das frações

5. As atividades significativas estão de acordo com a realidade dos estudantes

6. As atividades de fixação lúdicas estimulam os alunos na execução dos exercícios

7. As avaliações relacionam tudo ao longo da SD

Gráfico 10: Avaliação pedagógica

Foi destinado um espaço para comentários, pontos positivos, negativos e/ou sugestões de atividades na sequência didática (Quadro 4),com o objetivo de identificar outras possibilidades de aplicação do conteúdo. A sugestão do respondente 1 foi considerada e, em relação à dúvida do respondente 3, não consideramos um grande problema, pois é um jogo intuitivo para crianças e adolescentes.

Quadro 4: Comentários, pontos positivos, negativos e/ou sugestões

Respondente

Comentários, pontos positivos, negativos e/ou sugestões

R.1

Sugiro um olhar detalhado a algumas propostas, como por exemplo a questão das 3 maçãs para 4 pessoas. Sugiro que fique claro que se pretende distribuir a mesma quantidade para todos e sugiro ressaltar que estamos considerando (dentro do possível) 3 maçãs idênticas.

R.3

Jogo do labirinto não diz o que tem que ser feito. Eu não soube fazer.

R.4

A sequência didática conseguiu organizar o conteúdo com o auxílio de jogos e atividades lúdicas que potencializam o entendimento das frações.

Em relação aos critérios técnicos (Quadro 5), a grande maioria também aprova a SD (Gráfico 11).

Quadro 5: Critérios – Avaliação técnica

Aplicabilidade

1. Os links das atividades são de fácil acesso

2. As instruções de como aplicar a SD estão claras

3. Existe dificuldade de aplicar a SD no Napne

4. É possível aplicar essa SD em sala de aula

Impacto

5. SD tem potencial para despertar o interesse das crianças

6. SD atende às demandas dos nativos digitais

Inovação

7. SD tem forma inédita de atingir as habilidades da BNCC

8. SD com novas tecnologias digitais é inovadora

Aderência

9. SD está de acordo com os objetivos da pesquisa

Complexidade

10. Presença de conhecimentos de Matemática

11. Presença de conhecimentos de tecnologia

Interface

12. Os softwares educacionais atendem ao tema

13. Estudantes se identificam com a interface

Gráfico 11: Avaliação técnica

Considerações finais

A presente pesquisa apresentou uma estratégia com auxílio das tecnologias digitais para aprimorar o rendimento matemático dos alunos do 6º ano com dificuldades de aprendizagem e/ou transtornos em relação aos números racionais e suas diversas representações. Esperamos que as atividades propostas contribuam para minimizar as dificuldades de aprendizagem dos alunos em relação aos números racionais, de forma a promover melhores resultados acadêmicos e emocionais e, além disso, contribuir para ampliar o debate sobre as dificuldades em Matemática e possíveis intervenções.

É importante ressaltar que este trabalho foi desenvolvido durante a pandemia, que foi um momento em que percebemos que, cada vez mais, as novas tecnologias fazem parte do nosso cotidiano. Sem computador, internet e a enorme complexidade e variedade de softwares, não teria sido possível realizar as pesquisas.

A SD foi divulgada através de um e-book após sua avaliação. E a sequência didática Frações: significados (parte/todo, quociente), equivalência e comparação está disponível na Plataforma Proximal da UniCarioca (https://proximal.unicarioca.edu.br).

Referências

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Publicado em 26 de setembro de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

SALLES, Cristina Weissmann Seabra; JATOBÁ, Alessandro; SIQUEIRA, Ana Paula Legey de. Elaboração e avaliação de sequência didática permeada por tecnologias digitais para estudantes com dificuldades ou barreiras de aprendizagem. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 37, 26 de setembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/37/elaboracao-e-avaliacao-de-sequencia-didatica-permeada-por-tecnologias-digitais-para-estudantes-com-dificuldades-ou-barreiras-de-aprendizagem

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