Tecnologia e educação: a ferramenta digital Google Classroom como facilitadora de aprendizagem em tempos de pandemia da covid-19
Danicy Alves Silva
Licenciada em Letras – Português/Inglês (Ufape)
O presente artigo tem por finalidade analisar a ferramenta digital Google Classroom como instrumento facilitador na aprendizagem em tempos de pandemia da covid-19. As tecnologias foram primordiais no dia a dia de professores e alunos, colaborando para o seu desenvolvimento e aprendizagem.
A ferramenta possui características e funcionalidades que subsidiam os alunos a acompanhar aulas e a realizar atividades, exercícios e monitoria, entre outros afazeres. As reflexões apresentadas trazem embasamento teórico de pesquisadores da área da linguagem, tecnologia e Educação, como Braga (2013), Lévy (1996; 1999), Rojo (2012), Cordeiro (2020) e Castilho (2014).
As plataformas digitais ganharam maior credibilidade durante a pandemia da covid-19, em especial o Google Classroom, uma das mais utilizadas durante o período. Ela se destaca pelo caráter interativo. Também é conhecida como Google Sala de Aula, pois trata-se do local onde são realizados encontros online para aulas a distância. A ferramenta é totalmente gratuita, podendo ser instalada em celulares e em computadores, permitindo criar turma, enviar vídeos, fotos, arquivos, encaminhar e receber tarefas. Para acessá-la são necessários internet ativa e cadastro da conta, prosseguindo com o convite ao grupo por código gerado de compartilhamento ou envio de e-mail.
Assim, o professor ministra suas aulas da forma que quiser, utilizando recursos tecnológicos e midiáticos disponíveis na ferramenta. Durante a quarentena em função do coronavírus, escolas públicas e privadas adotaram a ferramenta para acompanhar seus alunos de forma remota. Estávamos em um momento difícil da pandemia e todos precisavam do isolamento social (decretado pelos governos). Entretanto, reconhecemos nesta pesquisa a grande dificuldade de alunos e pais para adequarem-se à proposta, tendo em vista muitas vezes não possuírem aparelhos eletrônicos ou acesso à internet.
Lecionei durante a pandemia como professora do Ensino Fundamental II do município onde resido e observei essas e outras dificuldades. Contudo, posso destacar pontos positivos durante o processo de aulas remotas enquanto utilizava algumas das ferramentas digitais (WhatsApp, YouTube etc.), entre elas o Google Classroom. Por escolha, aqui, trataremos especificamente dessa plataforma.
Objetivos
Este trabalho tem como finalidade verificar como a ferramenta digital Google Classroom auxilia no processo de aprendizagem do aluno; analisar artigos e sites para avaliar a utilização das tecnologias digitais no ensino-aprendizagem durante momento pandêmico; compreender como o Google Classroom contribuiu para o ensino remoto (ER).
Desenvolvimento
Esta pesquisa se justifica pelo fato de as tecnologias estarem cada vez mais presentes no cotidiano escolar. Elas permitem que se ampliem as metodologias de ensino como suportes às práticas pedagógicas. É notável que também existem dificuldades da parte dos professores na utilização dessas plataformas virtuais.
No período da pandemia, muitas secretarias de Educação, municipais e estaduais, tiveram que oferecer cursos de capacitação profissional e formações continuadas sobre o uso de recursos tecnológicos na ministração de aulas remotas, tendo em vista que muitos professores estavam desatualizados e despreparados para a realidade que se avizinhava. Logo surgiu a obrigatoriedade e a necessidade de utilizar outros métodos para dar continuidade aos trabalhos pedagógicos.
Para Castilho et al. (2014, p. 46), “esses problemas devem ser sanados partindo da gestão escolar, investindo em recursos tecnológicos e capacitações dos docentes para utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem”.
Os professores tiveram que se adaptar às novas formas de ensino, criando seus conteúdos com videoaulas, conferências e apresentações. Esses recursos tecnológicos facilitaram a reprodução de conteúdo, auxiliando no processo de aprendizagem.
O avanço das tecnologias digitais de informação possibilitou a criação de ferramentas que podem ser utilizadas pelos professores em sala de aula, o que permite maior disponibilidade de informação e recursos para o educando, tornando o processo educativo mais dinâmico, eficiente e inovador. Nesse sentido, o uso das ferramentas tecnológicas na educação deve ser visto sob a ótica de uma nova metodologia de ensino, possibilitando a interação digital dos educandos com os conteúdos, isto é, o aluno passa a interagir com diversas ferramentas que o possibilitam a utilizar os seus esquemas mentais a partir do uso racional e mediado da informação (Cordeiro, 2020, p. 4).
Considerando a realidade dos estudantes da rede pública, muitos não podem ser acompanhados pelos pais, porque estes trabalham o dia todo e não têm tempo suficiente para dar assistência aos filhos. Isso acaba por desmotivá-los a se esforçar, tendo que estudar sozinhos.
Tecnologias digitais em sala de aula
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão cada vez mais presentes na sociedade e vêm se destacando na área da educação como parte essencial no ensino-aprendizagem. É notável o avanço da tecnologia digital entre os jovens. Observamos que existem alunos que não gostavam de estudar e começaram a despertar para os estudos com o uso da internet, produzindo vídeos, podcasts, fotos, monitorias online, jornais escolares, redações comentadas e grupos de WhatsApp, tudo pelas redes sociais, por aplicativos e plataformas de ensino.
É comum vermos alunos tirarem selfies e realizarem outros exercícios por meio de uma nova cultura midiática. A cibercultura abrange uma sociedade capitalista, fazendo parte do novo contexto no qual estão inseridos. De acordo com Prensky (2001), são os nativos digitais, pois as tecnologias já fazem parte do seu cotidiano.
Para Oliveira e Campos (2013, p. 51), a integração das TIC aos processos educacionais é uma necessidade da escola para que esteja em sintonia com as demandas geradas pelas mudanças sociais típicas da sociedade contemporânea, da economia globalizada e da cultura mundializada.
A mediação entre professor e aluno atualmente é indissociável da tecnologia. A construção do conhecimento por meio dela adquire outras competências e habilidades, mediante uma relação entre o sujeito e o objeto como forma de interação social.
Compreende-se, então, que a dinâmica das interações entre os sujeitos e com o meio provocam transformações mútuas, uma vez que a mudança de um influencia o outro. Com isto, queremos salientar que a interação que acontece em uma sala ambiente de aprendizagem online já traz imbricado um pensamento de unificação afetivo e cognitivo como um novo modelo de prática educativa em rede (Rocha; Rangel; Souza, 2017, p. 31).
A sala de aula é um campo onde se ampliam conhecimentos por meios diversos, seja em laboratórios, pesquisas, coleta de dados, experiências, informatização ou por vieses como os recursos digitais e virtuais, quando podemos observar o avanço da qualidade do ensino-aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,
as novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano, independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática, entre outras, fizeram com que os homens se aproximassem por imagens e sons de mundos antes inimagináveis. [...] Os sistemas tecnológicos, na sociedade contemporânea, fazem parte do mundo produtivo e da prática social de todos os cidadãos, exercendo um poder de onipresença, uma vez que criam formas de organização e transformação de processos e procedimentos (Brasil, 2000, p. 11-12).
Por essa perspectiva, as práticas pedagógicas obedecem a um sistema nacional, a BNCC, a qual preconiza que as tecnologias devem ser utilizadas no dia a dia e de forma significativa. As tecnologias, sendo utilizadas de forma adequada e planejada, trazem resultados positivos em uma complementação ao ensino presencial. O professor, portanto, é um mediador nesse processo, estimulando o aluno a ser um sujeito produtivo, reflexivo e crítico, não um mero recebedor de conteúdo.
Os recursos multimídia facilitam a aprendizagem à medida que possuem características interativas de sons, imagens, gamificações e vídeos, despertando a curiosidade dos que buscam aprender por meio dessas ferramentas digitais. Os professores, portanto, devem acompanhar o ritmo dos alunos e se familiarizar com esses recursos, buscando se especializar em ambientes tecnológicos, modificando suas práticas de ensino, aprendendo ainda a manusear aparelhos eletrônicos, como datashow, projetores, amplificadores, câmeras, microfones e tablets, entre outros.
Percebemos que, na prática, muitos professores estão estagnados, acomodados e não buscam inovar suas metodologias de ensino. Isso acarreta aulas monótonas, desmotivadoras e, consequentemente, falta de interesse dos alunos.
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), segundo Almeida (2003), são sistemas computacionais que agregam mídias, linguagens e informações, promovendo interações entre os participantes. Com eles é possível melhorar a qualidade do ensino e a motivação dos alunos para o aprendizado dos conteúdos. Os AVA, por sua vez, estão sendo os mais utilizados para aulas EaD, teleconferências e eventos científicos (Tarouco et al., 2006).
Os ambientes de aprendizagem, ou e-learning, se redefinem com a utilização de novas tecnologias e metodologias educacionais que agregam importantes elementos na dinamização do processo de ensino-aprendizagem. O avanço na utilização desses ambientes tem possibilitado a exploração de espaços, culturas e conhecimentos espalhados por todo o mundo e, indubitavelmente, por meio de trabalhos cooperativos entre alunos, professores e instituições, agregam valor na área da Educação. Porém, a aplicação ou utilização dos recursos tecnológicos não deve ser vista apenas como uma mera transposição de ambientes, recursos e metodologias educacionais utilizadas no modelo presencial (Amaral; Amaral, 2008, p. 19).
Esse novo paradigma educacional permite que professores de todas as áreas possam aperfeiçoar seus conhecimentos e adaptar suas aulas não só utilizando o livro didático, mas também os meios digitais. A internet disponibiliza acervos digitais, dicionários eletrônicos, bibliotecas virtuais para subsidiar a construção do conhecimento. Essas experiências virtuais podem fazer com que os alunos desenvolvam sua própria autonomia.
Essas experiências de trocas virtuais bem-sucedidas nos levam a pensar que o aluno de hoje, mais do que de conteúdos, precisa ser educado para o desenvolvimento de olhares críticos e de habilidades e estratégias que lhe permitam discriminar a natureza de problemas práticos, geralmente particulares, a determinados contextos sociais e mutáveis (Braga, 2013, p. 62).
Diante do que já foi retratado em parágrafos anteriores, podemos sintetizar que as ferramentas digitais e os ambientes virtuais proporcionam uma aprendizagem colaborativa, ou seja, que pode ser socializada em grupos e salas virtuais. Para Lévy (1999), acontece uma mudança qualitativa quando integramos, dentro de uma visão inovadora, todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, as lúdicas, entre outras. Nessa perspectiva, podemos correlacionar as ferramentas digitais ao conceito de multimodalidade, pois elas apresentam elementos semióticos que promovem a interação social de forma colaborativa em meio virtual.
Definimos multimodalidade como o uso de diversos modos semióticos na concepção de um produto ou evento semiótico, juntamente com o modo particular segundo o qual esses modos são combinados – podem, por exemplo, reforçar-se mutuamente (dizer a mesma coisa de formas diferentes), desempenhar papéis complementares [...], ser hierarquicamente ordenados, como nos filmes de ação, em que a ação é dominante, com a música acrescentando um toque de cor emotiva, e sincronizar o som de um toque realista “presença” (Kress; Van Leeuwen, 2001, p. 20 apud Melo; Oliveira; Valezi, 2012, p. 151).
Voltamos a ressaltar, mais uma vez, que a ER se caracteriza por práticas pedagógicas mediadas pelas plataformas virtuais. Encarar essa forma de ensino à época não foi tarefa fácil nem para professores nem para pais e alunos, causando grande impacto em todos, gerando dúvidas, incertezas e angústias sobre o processo.
Muitas famílias não tinham como ajudar seus filhos pelo fato de não ter sequer um nível de escolaridade regular. As escolas tiveram que fornecer materiais impressos, cadernos de atividades e kits escolares. As práticas de aulas remotas cresceram; essas foram soluções para dar continuidade às aulas síncronas e assíncronas.
A EaD apenas separa fisicamente o aluno do professor, porém mantém o objetivo. Eles permanecem conectados por meios digitais. Muitos preconceitos foram quebrados sobre o ensino remoto no período pandêmico.
Com a internet e a evolução das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), outro modelo de educação vem sendo desenvolvido em ambientes virtuais, diferenciando-se do tipo de educação a distância em suportes analógicos, transmitido de forma unidirecional. Esta separa emissão e recepção no tempo e espaço, a educação a distância online, desenvolvida em AVA, possibilita a comunicação assíncrona e síncrona (fóruns, chat, wiki, entre outros) proporcionando o estar junto com professores, tutores e estudantes em tempos diferentes, bem como em tempo “real”, numa perspectiva de educação sem distância, alterando, assim, o conceito de distância (Rocha; Rangel; Souza, 2017, p. 15).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) constitui-se como poder público no papel de incentivar “o desenvolvimento [...] de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades [...] e de educação continuada” (Brasil, 1996, s/p). Em conclusão, a modalidade permite que um aprenda com o outro, construindo novas formas de conhecimento recíproco e potencializando as comunicações e a interatividade. Estudar de forma remota não quer dizer que o aluno vá aprender menos. Pensar assim é prejudicial (parece preconceituoso), pois estudar nessa modalidade requer do aluno muito mais atenção e empenho nos estudos, que são mediados por tutores que dão o suporte necessário às suas dúvidas.
Tecnologias na Educação: ensino e aprendizagem em tempos de pandemia
A inclusão digital se fez necessária em período de pandemia, conectando pessoas, alunos e professores por meio de uma comunicação intensificada em lives, chamadas de vídeos e gravações. É notório que as aulas presenciais convencionais não devem ser comparadas ou substituídas por aulas virtuais, exceto no EaD que exclusivamente funciona online. A experiência de conviver em ambiente físico proporciona afeto, trocas de experiências e interatividade. O que seria de nós se não existissem a internet, os aplicativos e as plataformas ajudando em períodos de pandemia? Como seria possível acompanhar os alunos e dar continuidade ao ensino?
O professor, então, buscou se ressignificar, recriando suas metodologias e práticas sociais de ensino remotamente sob o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, que dispõe sobre a regulamentação da educação a distância.
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se Educação a Distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da Educação que estejam em lugares e tempos diversos (Brasil, 2017).
A EaD sempre teve destaque no Ensino Superior e no Ensino Técnico, sendo de caráter complementar na Educação Básica. Dessa forma, a LDB afirma que “o Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”. Então, por essa perspectiva, o mundo adotou a modalidade em uma situação de emergência.
O artigo intitulado “A educação híbrida em tempos de pandemia: algumas considerações”, de Pasini, Carvalho e Almeida (2020), relata uma breve pesquisa com considerações a respeito da educação em tempos de pandemia. Nele é abordado o contexto que vivemos ao longo do período da covid-19. É apresentada uma pesquisa entre docentes realizada para analisar as ferramentas tecnológicas em suas aulas e atividades. Elaborou-se, no texto, um quadro que descreve algumas características e funcionalidades das ferramentas (Pasini, Carvalho e Almeida, 2020, s/p):
Google Classroom - Organização da disciplina e de cursos e aulas online - O Google Sala de aula (Google Classroom) é um serviço grátis para professores e alunos. A turma, depois de conectada, passa a organizar as tarefas online. O programa permite a criação de cursos "online", páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem (grifo do autor).
Algumas outras ferramentas foram utilizadas durante essa experiência; por exemplo, o Google Meet para as videoconferências, o YouTube para transmissão de aulas em tempo real e o Google Drive para armazenamento de arquivos na nuvem.
Metodologia
Esta pesquisa é caracterizada como bibliográfica e tem como metodologia expositiva-qualitativa a observação e a análise de experiências e situações vivenciadas por professores durante a pandemia da covid-19, ocorrida entre 2020 e 2021, tomando como objeto de estudo a ferramenta digital Google Classroom.
Este artigo foi fundamentado em leituras teóricas, conceitos e pesquisas relacionadas ao tema. De acordo com Alcântara, Mendonça e Marques (2018, p. 10-11),
o artigo de revisão apresenta um estudo aprofundado sobre determinado tema, por meio de pesquisa bibliográfica, com o propósito de estabelecer um debate entre as ideias dos autores pesquisados e destas com as do(a) autor(a) do artigo. É uma síntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado tema, mediante a análise e interpretação de dados bibliográficos pertinentes. Estudos sobre temáticas polêmicas e/ou novas: analisam perspectivas divergentes sobre um determinado tema a partir da leitura extensiva de referências e pesquisas já realizadas, porém, não esgotadas.
Durante a pesquisa, observei um site que me chamou a atenção. Nele havia a divulgação de notícias sobre o uso da ferramenta durante a pandemia. No site http://www.educacao.pr.gov.br, da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, foi divulgada uma matéria com a manchete “Google Classroom na rede pública segue tendência mundial de tecnologia no ensino EaD”. A matéria expõe a continuação das aulas de modo não presencial por meio de canais, aplicativos e plataformas, ressaltando que a plataforma Google Classroom foi uma das ferramentas mais eficientes para o EaD, segundo a Coalizão Global da Educação da Unesco durante o período pandêmico. De acordo com a matéria,
estima-se que o número de usuários do aplicativo gratuito da Google dobrou neste período, batendo a marca de 100 milhões de pessoas mundialmente, como reportado em matéria recente do portal de tecnologia Bloomberg. E não são apenas as redes públicas de ensino: instituições particulares de Ensino Médio e Superior também optaram por utilizar o Google Classroom, tanto como substituição das salas de aula na quarentena quanto como suporte principal de aprendizado (www.educacao.pr.gov.br, 2020).
A matéria também relata algumas vantagens do seu uso, como ser gratuita e apresentar a possibilidade de ser usada em celulares e/ou computadores. Segundo a notícia, a rede estadual SEED recebeu uma doação da Google para a plataforma ser usada gratuitamente pelos alunos.
Hoje, o aluno da rede estadual consegue acessar o Classroom por meio do aplicativo Aula Paraná sem consumir seus dados e assim dar continuidade aos seus estudos usufruindo de todos os benefícios da plataforma da Google (www.educacao.pr.gov.br, 2020).
Observei que a ferramenta foi bastante produtiva e que contribuiu de forma significativa para a aprendizagem dos alunos, ajudando mães a acompanhar filhos. Podemos observar pela fala de uma mãe:
Eu entrei em contato com os diretores e pedagogos da escola da minha filha, aprendi a usar o Classroom e passei a acompanhar ela em suas atividades. Foi bem fácil de aprender. No fim, acabei ajudando outras mães de alunos que também estavam com dificuldades (www.educacao.pr.gov.br, 2020).
Pela análise da fala, percebemos que a plataforma foi de grande utilidade e importância na pandemia. Também muitos professores puderam fazer tutoriais para seus alunos, ensinando a como usar a ferramenta, uma vez que eles apresentavam algumas dificuldades para acessar e manusear o programa. Ainda de acordo com a matéria, os professores também contaram com ajuda de grupos de WhatsApp e encontros na própria escola. Por fim, a Secretaria de Educação também conseguiu treinamentos e tutoriais oferecidos pela Google sobre o uso da ferramenta.
Outro site publicou a notícia Google Classroom e WhatsApp são usados por escolas de todo o Brasil. Nesse texto, afirma-se que várias secretarias de Educação adotaram o Google Classroom para dar aulas durante a pandemia (www.tecnoblog.net, 2020). Escolas de vários estados adotaram não só o Google Classroom como também o WhatsApp e o YouTube. Dentre os estados que utilizaram a ferramenta Google Classroom, podemos citar o Rio de Janeiro, que fez dela a plataforma oficial do estado na ministração das aulas. A Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina também participou de um projeto que aderiu à plataforma, criando contas para estudantes e professores a fim de poder socializar suas atividades e conteúdo. Ainda de acordo com a matéria, outros estados do Brasil também fizeram uso recorrente da ferramenta:
no Rio Grande do Sul, escolas da rede estadual vêm se organizando para fornecer educação virtual aos alunos de diferentes formas: mensagens de WhatsApp ou Facebook, arquivos de áudio e vídeo por e-mail e salas virtuais no Google Classroom. No Distrito Federal, o Google Classroom já era utilizado por 44 mil estudantes e 4 mil professores da rede pública dentro do programa Escola em Casa DF; agora, ele se tornou a ferramenta oficial para aulas a distância. O acesso não descontará da franquia de dados, então alunos e docentes poderão usá-lo totalmente de graça. [...] No Ceará, a Seduc (Secretaria da Educação) estabeleceu diretrizes de ensino domiciliar para apoiar estudantes e educadores no uso de plataformas como Aluno Online, Professor Online e Google Classroom. As provas e avaliações poderão ser feitas online ou aplicadas quando os estudantes retornarem às escolas. Em Sergipe, escolas de Ensino Médio vêm usando o Google Classroom para organizar o trabalho dos professores e acompanhar as atividades dos alunos. Além disso, alguns educadores ministram aulas ao vivo através de lives no Instagram, Facebook e YouTube. [...] Em Rondônia, professores da rede estadual coordenam as aulas do Ensino Médio por meio do Google Classroom e oferecem videoaulas em um canal dedicado no YouTube. Além disso, o governo do estado oferece a plataforma Revisa Enem para alunos do terceiro ano. Existem diversas outras iniciativas espalhadas pelo país, como em Santana de Parnaíba/SP, Contagem/MG, Cariacica/ES, Presidente Dutra/MA e Maracaju/MS (www.tecnoblog.net, 2020).
Observa-se que muitos estados, escolas e universidades aderiram à nova forma de uso das TIC para ajudar no ensino remoto. Essas tecnologias tornaram-se parte do fazer docente e do convívio social entre alunos e professores. Desse modo, a pesquisa não se enquadra em dados quantitativos, mas sim como fenômeno, acontecimento e experiência.
Considerações finais
A pandemia da covid-19 ficará marcada na história da humanidade. Os anos de 2020 e 2021 foram marcados por um período de muita tristeza, quando milhares de pessoas perderam amigos, parentes e entes queridos devido à sua alta transmissibilidade, por contato direto ou indireto e por meio de objetos e superfícies contaminados. Com o advento da pandemia, a sociedade teve que se adaptar a grandes mudanças culturais e sociais. A área da educação passou por muitas dificuldades, tendo que romper com as aulas presenciais e aderir ao ensino remoto. O ensino mediado pela internet, por sua vez, permitiu aos docentes que adaptassem suas metodologias, ministrando suas aulas por meio de plataformas virtuais, ferramentas digitais, AVA, redes sociais, videoconferências etc. O Google Classroom foi uma delas. A plataforma contribuiu para o ensino-aprendizagem naquele momento, mas continua servindo como método depois dele.
Nós, seres humanos, temos a capacidade de nos adaptar bem a situações e ambientes sociais vários. A educação, independentemente das circunstâncias, não pode parar. Somos sujeitos críticos, reflexivos, ativos e potencializadores. Com a ajuda dos recursos tecnológicos conseguiremos, certamente, ir além do esperado.
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Publicado em 21 de novembro de 2023
Como citar este artigo (ABNT)
SILVA, Danicy Alves. Tecnologia e educação: a ferramenta digital Google Classroom como facilitadora de aprendizagem em tempos de pandemia da covid-19. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 45, 21 de novembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/45/tecnologia-e-educacao-a-ferramenta-digital-google-classroom-como-facilitadora-de-aprendizagem-em-tempos-de-pandemia-da-covid-19
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