Relatos de experiência docente no curso de Condutor de Turismo Esportivo da Faetec/RJ: empregabilidade e inclusão social

Carlos Henrique de Vasconcellos Ribeiro

Doutor em Educação Física (UGF), docente do curso de Condutor de Turismo Esportivo da Rede Faetec/RJ

O objetivo deste artigo é fazer um relato de experiência docente sobre o curso de Condutor de Turismo Esportivo da Rede Faetec na Cidade do Rio de Janeiro.

Criado no ano de 2016, logo após os Jogos Olímpicos do Rio, o curso de Condutor de Turismo Esportivo (CTE) tem qualificado pessoas nessa área específica do turismo. Refletir sobre turismo esportivo é uma oportunidade de discutir temas transversais caros para a sociedade brasileira, entre eles saúde, qualidade de vida e estilos de vida através da prática esportiva que está atrelada ao turismo.

Além disso, o potencial econômico dos eventos da área nem sempre é compreendido pelos agentes que atuam cotidianamente em diversos campos do turismo longe do viés esportivo. Eles promovem a cultura esportiva em cidades como o Rio de Janeiro, que ainda estão em vias de inclusão social e onde o esporte é, infelizmente, uma das últimas questões a serem priorizadas, visto que temas básicos como alimentação, moradia e segurança são prementes para a população.

Lançado como um curso na área de Formação Inicial e Continuada (FIC), o CTE é capaz de receber gratuitamente pessoas que se interessem pela temática e busquem qualificação profissional na área. O curso tem recebido boa aceitação de público ao longo de sua existência. Como área de capacitação, se encaixa na demanda de formação técnica para atender o mercado de trabalho, preenchendo as lacunas atentas às necessidades das prestações de serviços do setor. Silva (2020) reforça a necessidade de aumentar investigações sobre a qualificação profissional no setor de turismo. O autor traça esta cronologia:

Com a instituição do Ministério do Turismo (MTur) em 2003, o setor passou a receber também políticas públicas de qualificação especificamente para o turismo. O primeiro Plano Nacional de Turismo (PNT) do MTur já incluía a qualificação profissional em um de seus macroprogramas, embora de forma incipiente (MTur, 2003). O plano seguinte (PNT 2007-2010) possibilitou a qualificação com programas específicos e locais (MTur, 2007). O PNT 2013-2017 ampliou o alcance do ministério, instituindo um programa nacional para a qualificação profissional, o Pronatec Turismo (MTur, 2013). E, a partir de 2015, o MTur passou a realizar pesquisas e a publicar novos documentos – como as Diretrizes Nacionais para Qualificação Profissional em Turismo (DNQT) e a Política Nacional de Qualificação Profissional em Turismo (PNQT) (Silva, 2020, p. 95).

Porém, do ponto de vista profissional, apenas os cursos de guias de turismo podem formar profissionais capazes de atuar em ambientes onde existe o guiamento. Assim, o condutor de turismo esportivo é de caráter associativo ao guia de turismo esportivo, não habilitando o estudante a capacidade de, sozinho, realizar a prestação de serviços de guiamento pelos pontos turísticos nas cidades, conforme a legislação existente. É preciso ressaltar que a única profissão de turismo regulamentada é a de guia de turismo (Brasil, 1993; 2014; 2021).

Santos e Tomazzoni (2020) discutem a formação profissional dos guias de turismo e ressaltam que, apesar de o aparato legal sobre a regulamentação ter acontecido no ano de 1994, apenas em 1999 as primeiras publicações começaram a surgir, demonstrando o fato de que ainda é recente o reconhecimento público da necessidade de formação dessa área para a devida atuação no setor. O curso de Condutor de Turismo Esportivo contribui com essa informação na medida em que dá publicidade à necessidade de se vir a realizar a formação específica regulamentada no País.

O CTE formou dezenas de pessoas ao longo desse tempo. Refletir sobre essa formação e qualificação é um passo para sua melhoria e ajustes. As próximas páginas referem-se às minhas impressões e experiências na docência nesse curso. Escolhi o modelo de artigo acadêmico porque é por essa forma de divulgação que se realizam os registros e a produção de conhecimento que pode ser consultada, analisada e criticada pelos pares. Além disso, queremos contribuir especificamente na área de turismo esportivo, que nos parece recente, mesmo depois da passagem dos dois maiores eventos esportivos no País, quando houve oportunidade de investigações sobre o setor de turismo encontrando o movimento esportivo. Dessa forma, pergunta-se: como o curso de CTE pode contribuir para a formação e qualificação profissional de pessoas que venham a atuar no segmento do turismo esportivo?

Do interesse à matrícula: o que os estudantes procuram

Ao longo de mais de duas décadas de existência, a Rede Faetec do Rio de Janeiro destina esforços para formar pessoas que necessitam entrar no mercado de trabalho de forma mais dinâmica, atual e capaz de oferecer empregabilidade aos que não procuram uma ocupação ou realocação no mercado de trabalho. Uma das estratégias para esse objetivo é a oferta anual de centenas de vagas em cursos técnicos denominados FIC. Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), em 1996, há preocupação com o oferecimento de cursos de Educação Profissional e Tecnológica na esfera da formação inicial ou continuada ou na qualificação profissional, área onde essa rede de ensino atua.

Há um aparato legal para a realização e certificação desses cursos, que é conduzido pelo Ministério da Educação (Brasil, 1996; 2004; 2014). É nessa condição de ofertas que o CTE foi lançado logo após a passagem dos megaeventos esportivos que o Estado e a Cidade do Rio de Janeiro realizaram.

Unir formação de obra qualificada que atuou em diversos eventos-teste, como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, dois megaeventos (2014 e 2016) com diversas intervenções urbanísticas que ficaram para a população pode ser uma estratégia interessante para que a ocupação do espaço público ofereça oportunidades de geração de renda e melhoria da prestação de serviços nos setores de esporte e turismo.

Urbanismo, tráfego aéreo e rodoviário, setor hoteleiro, segurança pública e midiático são exemplos de que é possível formar pessoas e construir ambientes para receber pessoas do mundo inteiro, tendo como principal objetivo a realização de grandes eventos – dentre eles, espetáculos esportivos.

O exemplo de Barcelona surge aqui como grande modelo de inspiração. A ida deste autor no ano a essa cidade espanhola para discussão de parceria entre pesquisadores da Universidade Aberta de Barcelona (UAB) e a extinta Universidade Gama Filho (UGF) no ano de 2012 foi um dos aspectos que impulsionou a criação do CTE. Assim, eventos e publicações que avaliam os impactos econômicos e sociais dos megaeventos esportivos estão bem documentados (Miragaya et al., 2017; Costa, 2008).

O objeto de atenção do turismo esportivo está relacionado às viagens ao redor do mundo em que pessoas se interessam em participar desses eventos na forma de praticantes – as maratonas ao redor do mundo são um bom exemplo –, como espectadores – finais de campeonatos de futebol – ou visitam atrações associadas ao espetáculo esportivo – os museus de clubes esportivos (Bezerra et al., 2019).

Seja para praticar, assistir a um evento ou visitar um local, a literatura da área demonstra que há incremento em estudos que verifiquem os impactos desses tipos de viagens ao redor do mundo (Ribeiro, 2014; Ross, 2001; Carvalhedo, 2003).

Entre o lançamento do curso para a população e as experiências depois de mais seis anos de funcionamento, é razoável afirmar que houve acertos e erros, além de mudanças de planejamento e adequação entre a necessidade de formação e expectativa do público interessado em realizar o curso. Assim, logo nas primeiras aulas, os estudantes são instigados a apontar o que os levou a se inscrever no sítio da Faetec, aguardar o sorteio e efetivar a matrícula em Turismo Esportivo. As razões são diversas. Mais à frente estão algumas percepções sobre os estudantes que se interessam por esse curso.

Uma das recorrentes é que a unidade da rede em que gostariam de se inscrever não oferecia nada muito interessante. Turismo Esportivo lhes parecia conveniente – perto de casa ou não muito distante dela e sem necessidade de custos altos para transporte e alimentação. Espalhadas por todo o Estado do Rio de Janeiro, as unidades da Faetec procuram atender a demanda das cidades – capital, Grande Rio e Interior. Assim, o curso de turismo esportivo já foi oferecido nas unidades de Quintino, na zona norte do Rio de Janeiro, entre 2016 (segundo semestre, com duas turmas distintas nesse ano) e 2019 (primeiro semestre, uma única turma); Rocinha, na Zona Sul da capital, no segundo semestre de 2019 (com duas turmas nesse semestre). Atualmente está sendo oferecido na unidade Ipanema, também na Zona Sul. Entre os anos de 2020 e 2021 (primeiro semestre) foi oferecido de forma remota. A partir do segundo semestre de 2021 até o momento atual, tem sido oferecido de forma presencial na comunidade do Cantagalo, em Ipanema.

A segunda questão é sobre a habilitação em Turismo, conforme escrevemos nas páginas iniciais deste artigo. Muitos não têm condições de investir valores financeiros e tempo para conseguir seu diploma de guia de turismo, única condição que os permite solicitar o registro e a emissão da carteira com o número de cadastro no Ministério do Turismo. Por isso, em um primeiro momento, o curso de Condutor de Turismo Esportivo lhes aparece como uma das formas mais rápidas e menos custosas para obtenção do diploma de guia na área. Assim, ao longo das semanas em que vão se sucedendo as atividades, percebe-se que a evasão se inicia quando os cursistas descobrem que o curso de Condutor de Turismo Esportivo não oferecerá a habilitação desejada e necessária para que os interessados possam estar regularizados na instância governamental certificadora.

A terceira é sobre a experiência, já que muitos já trabalham com guiamento com Cadastur – essa é a forma comum para diferenciar quem está regular na atuação profissional na área dos que não estão. Porém, em sua atuação regular com guiamento não havia o esporte como tema. Os que procuram o turismo esportivo parecem assim o fazer por necessidade mercadológica de conhecer a área e depois incluir rotas, eventos e equipamentos públicos que tenham o esporte como interesse, e um serviço diferenciado ao turista.

A quarta razão – e que surpreendeu de início – é que muitos interessados em trabalhar em turismo gostariam de conhecer, de fato, o que é o setor de turismo. Conforme as turmas se sucediam, foi sendo possível observar que diversos estudantes começam a observar a complexidade e a interessante área de trabalho com o turismo. Demandas sobre oportunidades de geração de renda e emprego foram observadas a partir desse momento.

A quinta razão, que também ocorre frequentemente, é a utilização do curso como carga horária complementar de outros cursos de Turismo espalhados pelo Rio de Janeiro. Como o curso tem a carga horária total de 160 horas, muitas instituições de ensino estimulam que os seus estudantes realizem atividades, cursos e palestras que façam referência ao turismo.

O que fazer, onde visitar: turismo esportivo na prática

Algumas das atividades que estimula a presença dos estudantes no curso é a programação de visitas técnicas e o sair da sala de aula regular e partir para o ambiente externo, onde a aula é o exemplo que correlaciona teoria e prática e onde a prestação de serviços esportivos pode ser mostrada com desdobramentos turísticos.

Em relação às visitas técnicas, a pesquisa concorda com os estudos de Kiyotani et al. (2022), em que há discussão sobre a importância pedagógica das ações fora das salas de aula para os estudantes na área do Turismo. Trabalhosas do ponto de vista de estratégias, organização e implementação, custosas na questão temporal e financeira, ainda assim é necessário transpor os muros dos espaços de ensino, levando os estudantes a frequentar outros ambientes de aprendizagem. Os estudantes do curso de Turismo Esportivo passam por essa experiência das visitas técnicas. Os autores consideram que

a visita de campo é componente curricular e recurso pedagógico de vários cursos, inclusive de Turismo. Sua riqueza reside em seu caráter, que reúne ensino, pesquisa e extensão em um só instrumento pedagógico, pois ir a campo pressupõe uma teoria prévia, dada em sala de aula; a pesquisa in loco por meio da programação e do planejamento das atividades empíricas; e, de certa forma, o intercâmbio cultural e social que a visita embute nesse encontro, que pode semear também um estado de cooperação (Kiyotani, 2022, p. 3).

O público que se matricula é heterogêneo do ponto de vista de idade, classe social, gênero e escolarização. Vindos de diversas partes da cidade, identificamos que há algumas características variadas entre o oferecimento do curso quando era realizado em Quintino (Zona Norte) e Rocinha e Ipanema (Zona Sul). Falar de turismo em uma área da Zona Norte nos pareceu mais complexo do que falar sobre o mesmo tema na Zona Sul. Assim, há um abismo de identificação, oferta e percepção sobre turismo em uma área da cidade em que quase não há circulação de turistas e onde os equipamentos públicos são escassos até mesmo do ponto de vista da prática esportiva. Turismo esportivo nessa realidade parece algo distante. Por isso, mais do que uma visita técnica com objetivo de verificar os potenciais turísticos de locais onde a prática esportiva acontece, os estudantes de algumas áreas do Rio e Grande Rio precisavam conhecer pontos sua própria cidade.

Um pouco diferente é a experiência da docência nas unidades da Rocinha e Ipanema. Ao menos a população local tem alguma experiência da presença de turistas nacionais e estrangeiros próximos às suas moradias. Não são tão necessárias as discussões sobre os potenciais econômicos do turismo e seus desdobramentos para o aspecto social, visto que os moradores têm na memória os guias que realizam essas atividades, os locais mais visitados e até mesmo a experiência de terem ajudado algum turista perdido em suas comunidades.

Há ainda uma questão estratégica de circulação na cidade: se os estudantes eram da Zona Norte, os passeios na própria região e na Zona Oeste – incluídos aí a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes – tinham mais adesão do que na Zona Sul, por exemplo. É um pouco diferente das visitas técnicas realizadas pelos estudantes da Rocinha e Ipanema, em que os equipamentos públicos dessa região da cidade são facilmente identificados e com maior adesão. Levar para a Zona Norte ou a Zona Oeste os estudantes dessas unidades é algo que normalmente precisa ter um convencimento maior.

As visitas técnicas também precisam estar conjugadas com o complexo e até mesmo caótico sistema de transportes da cidade. Quanto mais próximo do modal metroviário, maior a adesão e pontualidade. Claro que as referências aqui são equivalentes às necessidades de outros moradores e trabalhadores. Se incluirmos que a maioria dos matriculados em Turismo Esportivo está procurando uma ocupação e muitos contam com a ajuda de familiares para circular pela cidade para conhecer os locais agendados, então temos que ter compreensão de que nem todos podem estar presentes ou até mesmo não têm condições de realizar sua formação de forma adequada.

E mais, uma das razões para ausências às visitas ou até mesmo de desistência do Turismo Esportivo são as oportunidades de trabalho surgidas durante o curso. Não raro, um estudante consegue alguma atividade remunerada por apenas um dia ou ocupação remunerada permanente, que o impossibilita de frequentar as aulas.

As visitas acontecem, em sua maioria, em espaços abertos. A listagem é profícua e ao mesmo tempo limitada. Sabemos que há muitos locais ainda por visitar e dependendo de uma série de fatores, tais como:

  • questões financeiras dos estudantes;
  • tempo de deslocamento;
  • distância de moradia dos estudantes ao local de visitação;
  • intempérie;
  • calendário escolar;
  • obtenção ou não de ingresso para locais onde são cobrados valores para visitação.

A seguir descrevemos os locais onde os estudantes do curso de Condutor de Turismo Esportivo da Faetec realizam visitas técnicas:

  • Praia de São Conrado, na pista de pouso das asas delta e parapentes;
  • Praia de Copacabana na altura do Posto 6, onde se encontra a maioria das escolas de stand up paddle da cidade;
  • Pista Cláudio Coutinho, no bairro da Urca. Lá é possível acessar a trilha do Bem-Te-Vi, que dá acesso ao Morro da Urca, onde estão localizados os principais pontos de visitação do famoso bondinho;
  • Centro da cidade; desde a Praça XV até a Vila Olímpica da Gamboa. Essa visitação é realizada de bicicleta;
  • Museu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); localizado na Barra da Tijuca, tem acervo sobre a história das seleções masculina e feminina dessa modalidade esportiva;
  • Museu Olímpico, no bairro de Engenho de Dentro; ao lado do estádio olímpico de futebol Nilton Santos, nesse museu se concentra o acervo da cidade do Rio de Janeiro com a história das Olímpiadas Rio 2016, tendo objetos e curiosidades desse megaevento na cidade;
  • Parque Olímpico. Localizado no Recreio dos Bandeirantes, o espaço é um legado olímpico com três arenas;
  • Parque de Madureira. Instalado na Zona Norte do Rio de Janeiro, é uma área de mais de três quilômetros de extensão. A obra é um legado olímpico e um espaço incentivador de práticas esportivas e de lazer. Concentra competições esportivas de skate;
  • Parque Radical de Deodoro. Ainda pouco conhecido até mesmo dos cariocas e moradores das cidades próximas, o espaço contém piscina pública e espaços para passeios de bicicleta, além de abrigar a floresta dos atletas, plantada durante a Rio 2016;
  • Aterro do Flamengo. Local onde é realizada a maioria das corridas de rua da cidade, é inclusive local de chegada das provas de maratona e meia maratona da cidade;
  • Museus dos clubes – Club de Regatas Vasco da Gama, Clube de Regatas Flamengo; Botafogo de Futebol e Regatas e Fluminense Football Club. Devido ao grande interesse, as visitas a esses clubes são precedidas de expectativa. Cabe ressaltar que esses clubes estão reformulando e melhorando suas experiências de visita. Leis de incentivo e uma percepção de que outros clubes estrangeiros realizam com profissionalismo essas atividades têm sido um impulsionador para a melhoria desses serviços;
  • Visita ao Estádio Mário Filho, o Maracanã. É também local de grande interesse por parte dos estudantes de Turismo Esportivo. Aliás, esse é um dos locais sobre o qual os estudantes logo perguntam nos dias iniciais das atividades do curso;
  • Volta da Lagoa Rodrigo de Freitas. Localizada na Zona Sul da cidade, tem aproximadamente sete quilômetros de extensão; ao fazer o circuito, é possível passar por diversos clubes sociais e esportivos da cidade. Normalmente o passeio é realizado de bicicleta;
  • Experiências de esportes de areia na praia de Ipanema – o objetivo dessas atividades é apresentar as modalidades que acontecem na orla. Vôlei de praia, beach tennis, futevôlei e altinha são apresentados como novidade, mas fazem parte da cultura esportiva da cidade do Rio de Janeiro e são pouco lembradas como experiências que os turistas podem realizar e estão disponíveis na Zona Sul da cidade.

O CTE também tem promovido a troca de experiências de diversos segmentos do setor turístico ao longo do tempo. Em palestras e seminários, recebemos empresas que atuam no setor, bem como órgãos das esferas estadual e municipal responsáveis por suas políticas públicas. Estas são algumas empresas que generosamente mostraram sua expertise aos estudantes do CTE:

  • Tembici – empresa de compartilhamento de bicicletas;
  • Spiridon – empresa responsável por corridas de rua, entre elas a Maratona da Cidade do Rio de Janeiro;
  • Secretaria de Estado do Esporte – órgão público que fomenta o esporte no Estado do Rio de Janeiro, sobretudo as solicitações de projetos esportivos incentivados pela Lei de Renúncia Fiscal do ICMS;
  • HotéisRio, associação do mercado hoteleiro da cidade do Rio de Janeiro;
  • Femerj, Federação de Esportes de Montanha da Cidade do Rio de Janeiro;
  • CDURP, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro, empresa responsável pela chancela de diversos eventos esportivos nessa região, como eventos de corrida de rua, bicicleta e skate.

Considerações finais

As oportunidades do turismo esportivo em cidades como o Rio de Janeiro são desafiadoras. O objetivo do CTE esportivo é capacitar pessoas no segmento de Turismo Esportivo. Talvez a maior contribuição desse curso esteja em apresentar à população carioca a cultura esportiva que muitos, infelizmente, não têm acesso para praticar. Deseja-se que os estudantes sejam capazes de construir roteiros turísticos que incluam serviços de prática esportiva – tais como corridas de rua, esportes aquáticos e de praia –, aumentando a visibilidade e reforçando a cultura esportiva. A valorização e o reconhecimento dos espaços públicos e serviços acontecem quando as pessoas conhecem tais práticas.

Espera-se que o CTE contribua para a produção de conhecimento no ensino do turismo, tendo como referência o potencial econômico e social da prestação de serviços esportivos.

Problemas concretos precisam estar pautados em soluções práticas. Nesse aspecto, a formação e a qualificação na área podem ajudar. Além disso, um canal de comunicação tem sido aberto com o setor privado e o público que têm visitado a unidade para conversar com os estudantes.

Para finalizar, após a criação desse curso no ano de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, houve a implantação do mesmo curso na cidade de Petrópolis. Outra região, outra topografia e outra cultura, além de outros docentes e estudantes. Há de se estudarem características, atividades e impactos do turismo esportivo em uma região de serra, onde necessidades distintas levam a realizações também distintas das encontradas em cidades praianas como o Rio de Janeiro.

Referências

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Publicado em 28 de novembro de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

RIBEIRO, Carlos Henrique de Vasconcellos. Relatos de experiência docente no curso de Condutor de Turismo Esportivo da Faetec/RJ: empregabilidade e inclusão social. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 46, 28 de novembro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/46/relatos-de-experiencia-docente-no-curso-de-condutor-de-turismo-esportivo-da-faetecrj-empregabilidade-e-inclusao-social

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