A intervenção psicopedagógica na superação das dificuldades de aprendizado no ambiente escolar

Eloá Bartolo Teixeira dos Santos

Licenciada em Letras, graduada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia

A educação, qualquer seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.

Paulo Freire

Este trabalho traz uma abordagem de como acontece o processo de intervenção psicopedagógica no contexto escolar, ressaltando a importância do psicopedagogo, suas funções e a sua forma de intervir no processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais democrático, quando consideradas as particularidades de cada aluno. Ao traçar um plano educacional, têm-se em vista as questões que envolvem o discente e como podem interferir na qualidade do seu aprendizado.

Segundo Bossa (2007, p. 24),

a Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda – o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e evoluiu devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo-se assim, em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem.

O artigo investiga o papel do profissional psicopedagogo, que pautado na melhora do aprendizado do aluno, propõe-se a uma intervenção especificamente individual, que enxerga todo aluno como um ser capaz e único. Desse modo, a intervenção psicopedagógica procura atender o aluno com determinadas dificuldades no aprendizado e investigar, caso a caso, a fim de traçar caminhos para que ele as supere. O psicopedagogo busca descobrir as causas do baixo rendimento e entender como o aluno aprende, ao ser inserido dentro do sistema escolar. Desse modo, a atuação do psicopedagogo é realizada em parceria com a família e a escola, motivando o aluno a enfrentar seus desafios, acolhendo suas famílias e contribuindo, assim, para o seu bom desempenho.

Portanto, tal artigo demonstrará, por um viés investigativo, colhendo informações de estudiosos do tema, a importância da atuação psicopedagógica.

A investigação das causas do baixo rendimento escolar

Antes de analisar as causas da dificuldade do aluno diante do seu aprendizado, é necessário traçar os caminhos pelos quais esse aluno passou, acadêmica e socialmente, a fim de entender a sua vida estudantil. Cabe ao psicopedagogo esta investigação. Entender como foi o ciclo de aprendizagem escolar, quais situações o aluno vivenciou e observar quais foram as influências recebidas na construção desse processo. Reconhecer, prevenir e tratar as alterações na aprendizagem são seus objetivos junto ao estudante. Tal trabalho exige que o profissional resgate as lacunas deixadas ao longo do processo de escolarização, fazendo, assim, um diagnóstico apurado das dificuldades e dos possíveis transtornos no aprendizado.

Para Polity (1998), o termo “dificuldade de aprendizagem” é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) por meio da seguinte afirmação:

Dificuldade de Aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem aparecer de diferentes formas: dificuldades específicas no falar, no escrever, coordenação motora, autocontrole ou atenção. Essas dificuldades abrangem os trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ou da matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em outras áreas da vida (Polity, 1998, p. 73).

Desse modo, intermediados pela observação das vertentes do falar, do escrever e da atenção durante as atividades, podemos aprofundar o olhar sobre o aluno e encontrar uma maneira de trabalhar com ele. Já em um viés terapêutico, o psicopedagogo faz uma intervenção focada nas dificuldades de aprendizagem, por meio de um diagnóstico, com técnicas, orientando os pais, os professores e mediando o contato entre as áreas do saber, com o intuito de desenvolver as potencialidades desse discente da melhor forma. Trabalha-se, portanto, em conjunto com outros profissionais, tais como, fonoaudiólogos e psicomotricistas, pois as dificuldades são multifatoriais e requerem um tratamento de intervenção ampliado, com o psicopedagogo como mediador desse processo, interligando as partes envolvidas.

Sendo assim, para compreender as alterações que ocorrem durante a aprendizagem, devemos considerar os aspectos internos do organismo (aspecto anátomo-funcional e cognitivo), assim como as condições externas, ou os estímulos recebidos do ambiente, fatores que implicam em uma assistência correta e íntegra. Rogers afirma que (1988) “fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade, devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive”. Destaca-se, ainda, segundo Rogers, a necessidade de percepção de todas as influências, positivas ou negativas, que possam sobrecarregar esse aluno, interferindo no seu processo educacional. Fatores que podem influenciar na autoestima do aluno, a saber, o acúmulo dos fracassos e os sentimentos de inferioridade ou incapacidade diante de uma situação específica, geram desinteresse nos estudos, desvio da atenção, falta de concentração e indisciplina, elementos importantes que devem ser observados para a construção do plano de intervenção do psicopedagogo.

Destarte, todas as áreas devem ser investigadas, desde o início do ciclo escolar até a participação do aluno em sala, na interação com os amigos de classe, no seio familiar e, mesmo, no seu comportamento diante dos estímulos que recebe, pois será a partir dessa investigação dos fatores que será traçada a linha de intervenção junto ao educando.

Resgate das lacunas que ocorreram durante o ensino-aprendizagem

Entender os passos do desenvolvimento da criança é uma forma de investigar se o seu crescimento está ocorrendo adequadamente. Então, a partir desse ponto, podemos delinear um resgate da memória de todo processo.

Uma criança começa o seu desenvolvimento ainda quando bebê. De 0 a 3 meses, presta atenção aos sons, acalma-se com a voz da mãe, chora e faz alguns sons, como o riso. Entre 4 e 5 meses, o bebê já procura de onde vêm os sons que ela ouve e, também, faz alguns sons, como se estivesse conversando. De 7 a 11 meses, encontra o lado de onde vem o som que ouve, tenta repetir palavras, bate palmas, aponta o que quer e faz o gesto de “tchau”, com as mãozinhas.

Com um ano, inicia as primeiras palavras, imitando as ações de outras pessoas. Aos 18 meses, pede o que quer, usando uma palavra e já entende algumas outras. Aos dois anos, consegue dizer frases curtas e aumenta o seu repertório vocabular. Aos três anos é possível entender tudo o que a criança fala, mas algumas conjugações verbais podem vir com erros. Com quatro anos, a criança é bastante criativa, podendo contar histórias e compreender regras simples. Aos cinco anos, forma frases completas e fala de forma correta. A partir dos seis anos, a criança aprende a ler e a escrever.

As fases mencionadas correspondem a um crescimento associado ao desenvolvimento cognitivo e motor, podendo variar de criança para criança. Contudo, caso se percebam modificações muito acentuadas dentro das fases mencionadas, é relevante que se inicie um processo de investigação para saber se a criança possui alguma deficiência ou dificuldade específica relacionada ao aprendizado. Weisz e Sanchez (2019) dizem que

De um ponto de vista construtivista, é preciso aceitar a ideia de que nenhum conceito – nem o número, nem a quantidade, nem nada – nasce com o sujeito ou é importado de fora, mas precisa ser construído. A ideia predominante era que o papel do ensino deveria ser o de criar possibilidades para que o aluno pudesse “aprender a aprender”, não importava exatamente o quê.

O papel do ensino é criar possibilidades para que o aluno construa o seu conhecimento como sujeito da aprendizagem. Como diz Vygotsky, o professor para educar, precisa entender as estruturas mentais e os seus mecanismos. Em um ambiente educacional, a escola é o local onde a intervenção pedagógica se faz de modo intencional, com o intuito de promover um aprendizado de qualidade.

Portanto, entender o contexto escolar como parte essencial do desenvolvimento do educando é primordial para que a educação seja transformadora. A pesquisadora argentina, Lerner e Sadovsky, em uma de suas pesquisas, verificaram que as crianças abandonam o sistema numérico escrito a partir de algumas ideias do tipo “o maior é o que tem mais números” ou, no caso de terem o mesmo número de algarismos, “o primeiro número é o que manda”. Fatos perceptíveis quando se realiza uma observação da criança no seu dia a dia. Esse pensamento é complementado pela afirmativa de Weisz e Sanchez (2019):

Esses caminhos de construção de conhecimento acontecem no processo de aquisição do sistema alfabético de escrita, na compreensão de conceitos matemáticos e na aprendizagem de outros conteúdos.

Weisz e Sanchez ressaltam a relevância de se investigar o ciclo de aprendizagem do aluno para compreender quais foram as lacunas do ensino. Muitas vezes, em sala, o professor consegue identificar que algo de errado está acontecendo com o seu aluno. Nesse momento, o educando é encaminhado para o psicopedagogo que poderá trabalhar, de forma mais direcionada, dando a ele a devida atenção. Com isso, consegue entender se há algum déficit na sua aprendizagem. Junto à professora, o psicopedagogo fará um acompanhamento detalhado do caso e, auxiliado por ela e pelo seu relatório, traçará um plano de estudo individualizado, tornando o ensino mais equânime e democrático.

Parceria escola e família

Na contemporaneidade, a família deixou de ser apenas uma instituição que transmite os bens e passa o seu nome, de geração em geração. Atualmente, assume-se outro papel na educação, o de instituição educadora, que constrói um caminho auxiliar para o preparo dos jovens para a vida. Deste modo, o seio familiar ganha um novo rumo, com a função de acolher esse aluno juntamente à escola. Assim, o educando convive sob as normas da primeira instituição, mas precisa se adaptar às regras da segunda, da escola, vista como o seu primeiro ambiente social.

No século XXI, houve transformações sociais advindas do processo de evolução de uma família diferente, com a necessidade de se desenvolver para acompanhar as modificações vigentes, tecnológicas, científicas e sociais, adaptando-se tanto às mudanças, como às exigências de um mundo novo. Tal transformação dos padrões internos, pode fortalecer ou enfraquecer as relações afetivas.

Segundo Vygotsky, pela teoria do aprendizado, o ambiente frequentado é um importante elemento, em termos de desenvolvimento intelectual, para a criança, pois o crescimento se dá de fora para dentro. De acordo com a diretora executiva do Unicef, Henriquetta Fora, "a Educação Infantil é a base educacional de nossas crianças – cada etapa da educação que se segue depende do seu sucesso". A partir desse princípio, pode-se afirmar que é crucial a entrada da criança na escola, no momento certo, tendo uma base familiar que a proporcione segurança.

Seguindo as informações divulgadas pelo Unicef, todos os países com dados disponíveis, as crianças nascidas de mães que concluíram o Ensino Médio ou a Educação Superior têm quase cinco vezes mais probabilidade de frequentar um programa de Educação Infantil do que as crianças cujas mães concluíram apenas o Ensino Fundamental ou não tiveram a oportunidade de uma educação formal.

Conclui-se, assim, que a influência familiar é fator essencial para a análise do desempenho infantil. Por meio da observação das conjunturas, o psicopedagogo pode investigar de que forma os laços afetivos influenciam essa criança e a motivam ou desmotivam ao aprendizado.

Os fatores que implicam dificuldades na aprendizagem, a saber, relações negativas de afeto dentro da estrutura familiar, assim como o contexto social no qual o educando está inserido, incluindo o sistema educacional, devem ser computados no relatório psicopedagógico. De acordo com estudos na área da Psiquiatria, a qualidade dos cuidados familiares atribuídos a uma criança em seus primeiros anos de vida é ponto fundamental na análise infantil, devido a sua importância para sua saúde mental futura.

Bowlby (1989) afirma que as experiências emocionais em estágios precoces da vida mental podem produzir efeitos positivos ou negativos, sempre vitais e duradouros. Estudos do autor esclarecem que, quando uma criança é privada dos cuidados maternos ou privada dos cuidados de um responsável, seu desenvolvimento fica comprometido em todas as áreas (física, intelectual e social).

É no ciclo familiar que a criança aprende os princípios de cooperação. O senso de identidade familiar é construído associado ao contexto escolar, fazendo com que a ela se reconheça nos espaços. Knobel (1992) ressalta a importância do amor e da família para a humanidade:

Assim é que a família representa a célula da sociedade organizada onde o gérmen da própria vida se alberga. A obra dos homens tem uma duração relativa. As de alguns gênios perduram. Mas só, verdadeiramente, a humanidade é que transcende e se perpetua, geração a geração, e não morre nunca porque os filhos dos filhos e seus descendentes continuarão amando e relacionando-se, acasalando-se com amor e aprendendo a aperfeiçoar sua capacidade afetiva geração após geração (Knobel, 1992, p. 20).

Desse modo, pode-se destacar que o conhecimento e o aprendizado não são adquiridos apenas no ambiente escolar, mas construídos pela criança em contato com a família, primeiro vínculo infantil, e contexto no qual se encontra. Os anseios que a família deposita no educando, as expectativas, a projeção sobre o desenvolvimento do filho, influenciam diretamente no comportamento dessa criança, por isso analisar esses fatores é peça crucial para que o psicopedagogo chegue a um diagnóstico.

Conforme Martins (2001, p. 28), “essa problemática gera nos pais sentimentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar de maneira acertada com a situação”. Por isso é fundamental a intervenção psicopedagógica como auxiliar na construção de uma relação saudável e segura entre ambos (pais e filhos). Destarte, um programa de intervenção familiar é fundamental nesse caminho em busca da superação das dificuldades apresentadas pela criança em seu desenvolvimento acadêmico.

Segundo Polity (1998), um trabalho de orientação para os pais desperta a sensibilidade e resgata a participação na vida escolar do filho, pois os estimula a falar dos seus sentimentos e das suas expectativas, além de esclarecer-lhes quanto às necessidades da sua criança, oferecendo-lhes estratégias para ajudarem seus filhos durante a vida escolar.

Plano de intervenção único para o aluno

Na visão de Fagali (2002, p. 10),

trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento.

Desse modo, destaca-se a importância do papel do professor junto ao psicopedagogo, buscando identificar os problemas de aprendizagem, assim como destacando seus potenciais construtivos. Para tanto, ressalta-se o benefício do engajamento de todas as propostas curriculares, promovendo a interdisciplinaridade e a interação entre os professores das diversas áreas de conhecimento. Telma Weisz e Sanchez (2019, p. 52) assinalam que

o registro de uma professora, preocupada em identificar o conhecimento que existe por trás das hipóteses de seus alunos e em organizar boas situações de aprendizagem, revela como a atenção ao que eles dizem e pensam é condição para perceber os desafios de uma intervenção consequente.

Quando necessário, o aluno, por meio do relatório construído em parceria, pode ser encaminhado para outros profissionais, tais como, um psicólogo, um fonoaudiólogo ou um neurologista. Os profissionais, então, podem realizar um diagnóstico especializado e pedir exames complementares, com o objetivo de favorecer a potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Conforme Weisz e Sanchez (2019), “o modelo de ensino atualmente relacionado ao construtivismo chama-se aprendizagem pela resolução de problemas e pressupõe uma intervenção pedagógica de natureza própria”, ou seja, busca desenvolver no aluno a superação das dificuldades por meio da sua valorização pessoal, por meio de uma didática aplicada à construção de um modelo de ensino eficaz, que considere as particularidades daquele aluno e o possibilite praticar o conhecimento construído por meio do seu próprio esforço.

o conhecimento é visto como produto de ação e reflexão do aprendiz – esse aprendiz é compreendido como alguém que sabe algumas coisas e que, diante de novas informações que para ele fazem algum sentido, realiza um esforço para assimilá-las. Ao deparar-se com questões que a ele se colocam como problemas, depara-se também com a necessidade de superação.

A máxima de Weisz e Sanchez infere sobre a intervenção psicopedagógica, pois o apoio desse profissional faz com que o aluno seja conduzido para o seu melhor modo de ser na construção do seu conhecimento, reconhecendo-se um participante ativo no processo de ensino-aprendizagem.

Com base no Projeto de Lei nº 3.124/97 e nas discussões da Comissão de Regulamentação e Cursos da ABPp, definiu-se que, dentro dos espaços de atuação, as competências dos psicopedagogos são: a intervenção psicopedagógica no processo de aprendizagem observando-se as potencialidades e dificuldades do educando, sempre com o enfoque no sujeito, a realização de diagnóstico para a intervenção psicopedagógica, mediante a utilização de instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia com a finalidade da pesquisa, da prevenção e da avaliação relacionadas à aprendizagem, a consultoria e a assessoria psicopedagógica, cujo objetivo é identificar, analisar e, por fim, intervir nos problemas de aprendizagem do aluno.

Solé (2000, p. 29) afirma que:

A intervenção tem um maior alcance quando realizada no ambiente em que o aluno desenvolve suas atividades e por meio das pessoas que, cotidianamente, se relacionam com ele, uma vez que os processos de aprendizagem se relacionam diretamente com a socialização e integração dos alunos no contexto sócio - educacional em que estes estão inseridos.

A afirmação acima ressalta que uma boa intervenção, dentro do contexto educacional, deve ser feita com o acompanhamento da Instituição. Portanto, além da anamnese sobre a relação da criança com sua família e com a escola, é importante que se observe e registre o seu acompanhamento como sujeito da aprendizagem. Esse exercício pode ser feito a partir de atividades lúdicas, tais como, dominó lúdico, bingo de letras ou palavras, cantigas e histórias, jogo da memória, exploração livre de livros, quebra cabeça com palavras, cruzadinhas, parlendas, trava-línguas, adivinhas ou caça palavras, atividades que podem exercitar a cognição e auxiliar no diagnóstico infantil.

Em um plano voltado ao adolescente, cabe o mesmo procedimento, com os devidos ajustes nas atividades lúdicas, pois elas devem atingir este público alvo, em específico, com a participação dos professores, analisando o modo como o aluno compreende e a forma como aprende, amparado e, diretamente acompanhado.

Análise dos resultados

Com base nos estudos sobre a educação e o aprendizado obtidos ao longo do curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional, foi possível obter conhecimentos relevantes que agregam tanto à prática do professor, em sala de aula, como à necessidade de encaminhar o aluno para um psicopedagogo, com o objetivo de superar as suas dificuldades, ressaltando a importância do papel deste profissional no contexto escolar, como abordado neste trabalho.

Em suma, as pesquisas apresentadas evidenciam resultados positivos sobre a importância do psicopedagogo no contexto escolar. Desse modo, o “fracasso”, durante o ensino na escola, pode ser solucionado com a intervenção desse profissional que, ao dedicar-se a uma investigação e a um plano educacional especial para um aluno atendido, pode ajudar no sucesso desse aluno dentro do ambiente escolar.

Assim, como mencionado por Solé no tópico “Plano de intervenção único para o aluno”, a intervenção, quando realizada em seu contexto de desenvolvimento das atividades, junto aos familiares e com o grupo escolar, torna-se bem-sucedida.

Conclusões

Este artigo fez uma análise dos estudos voltados para a área educacional e o papel do psicopedagogo. Descrevemos como este profissional age no contexto institucional e como atua, auxiliando os alunos em suas dificuldades de ensino-aprendizagem, intervindo de forma positiva no caminho do discente, a fim de que ele possa seguir, com êxito, sua jornada estudantil.

O trabalho psicopedagógico considera o aluno como sujeito da aprendizagem, observando-o como um protagonista, com particularidades no seu exercício de aprender. Ele investiga as influências e resgata as lacunas ocorridas durante o processo de desenvolvimento do aluno. A partir disso, elabora formas de tornar o aprendizado mais acessível e viável, mediando o aluno com recursos que lhe permitem observações acuradas para a avaliação constante do processo.

Portanto, o trabalho do psicopedagogo é fundamental no contexto escolar, pois proporciona instrumentos que ajudam na construção de caminhos para sanar dificuldades de aprendizagem ou problemas relacionais, buscando sempre a melhor alternativa para que o aluno as supere, dentro ou fora da escola.

Sendo assim, afirmamos que a atuação de um psicopedagogo no ambiente escolar é essencial para o efetivo ensino e uma relevante aprendizagem, visando, sempre, em primeiro plano, o bem-estar do aluno. 

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Publicado em 07 de fevereiro de 2023

Como citar este artigo (ABNT)

SANTOS, Eloá Bartolo Teixeira dos. A intervenção psicopedagógica na superação das dificuldades de aprendizado no ambiente escolar. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 5, 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/5/a-intervencao-psicopedagogica-na-superacao-das-dificuldades-de-aprendizado-no-ambiente-escolar

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