Automedicação: análise do conhecimento de alunos de um colégio do Rio de Janeiro/RJ

Vanessa de Almeida Batista

Bióloga, mestra em Ciências Ambientais (UEPA)

Luciana Cristina do Carmo Silva Carvalho

Bióloga, mestra em Tecnologia Ambiental (UFF)

Marcelo Coelho Simões

Biólogo, mestre em Ciências Ambientais (UEPA)

A automedicação é um fenômeno que cresce continuamente no Brasil e no mundo (Iuras et al., 2016); o uso indiscriminado de medicamentos é uma prática que pode causar sérios riscos à saúde (Domingues et al., 2017). Em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em abril de 2019, foi alertado que o uso excessivo de medicamentos resulta em resistência microbiana e pode levar à morte até 10 milhões de pessoas todos os anos até 2050. No Brasil, um estudo realizado em 2018 pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) mostrou que 79% das pessoas com mais de 16 anos assumem que tomam medicamentos sem orientação médica ou farmacêutica e, numa pesquisa recente, feita em 2020 no contexto da pandemia do novo coronavírus, o índice de automedicação aumentou para 81% (Ribeiro, 2020). Esses dados revelam que a automedicação é um problema preocupante.

Os motivos que levam as pessoas a se automedicar são diversos, desde falta de tempo, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, falta de recursos econômicos, prévia experiência com o medicamento, levando o indivíduo a reutilizar receitas médicas, a publicidade e a facilidade para comprar medicamentos – o que induz as pessoas a pensar que são produtos que não fazem mal à saúde (Matos et al., 2018). Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) considere que a automedicação racional seja necessária, os riscos envolvidos nessa prática são diversos, como a mencionada resistência microbiana, e a possibilidade de ocorrerem reações adversas ao medicamento, interações medicamentosas, mascarar doenças em estado evolutivo e gerar custos adicionais ao sistema de saúde (Iuras et al., 2016; Gama; Secoli, 2017).

No Brasil, os sintomas mais comuns associados à automedicação são: dor de cabeça, febre e resfriado; os medicamentos mais utilizados são analgésicos e anti-inflamatórios. É importante destacar que parte representativa da população que faz uso desses medicamentos por conta própria possui maior grau de instrução e nível econômico (ICTQ, 2018). A disponibilidade de medicamentos essenciais tem grande importância para assegurar saúde para a população, sendo considerada um direito humano fundamental (Bermudez, 2017). No entanto, esses medicamentos essenciais são exatamente os mais utilizados na prática de automedicação; são conhecidos como medicamentos isentos de prescrição ou de venda livre (MIP), estando disponíveis para venda sem receita médica; são eficazes para tratar doenças e sintomas considerados menores (Freitas et al., 2017).

Levando em conta toda a problemática envolvida no uso de medicamentos sem prescrição médica, além dos prejuízos à saúde advindos dessa prática, é possível observar que adolescentes são indivíduos que estão mais vulneráveis à automedicação, por ser uma fase em que começam a fazer uso de anticoncepcionais, remédios para perda de peso e outros medicamentos que estão relacionados ao padrão corporal exigido pela sociedade (Matos et al., 2018).

Saúde é um dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN); por isso, é um assunto que deve ser abordado em sala de aula. Além disso, esse tema permeia todo o documento que define o conjunto de aprendizagens que os alunos devem desenvolver – a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta que os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental devem estar aptos a compreender questões de funcionamento e autocuidado com o seu corpo (Brasil, 2018). A Educação em Saúde é ferramenta importante na sensibilização de jovens sobre o uso racional de medicamentos (Brasil, 1996), visto que os adolescentes estão em processo de formação de experiência de vida e de saberes capazes de se transformarem em instrumento de disseminação de conhecimentos para seus pares, familiares e sociedade sobre o uso consciente de medicamentos (Silva et al., 2011).

Com isso, o objetivo deste artigo foi analisar os conhecimentos sobre automedicação e os riscos para a saúde, por meio de pesquisa realizada com alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Estadual Rio de Janeiro, em Volta Redonda/RJ.

Metodologia

Foi realizado um estudo transversal de caráter descritivo, conduzido com pesquisa quali-quantitativa, buscando trazer mais credibilidade aos resultados encontrados (Souza; Kerbauy, 2017). O estudo foi realizado na cidade de Volta Redonda, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental no turno vespertino e no 1º e 3º anos do Ensino Médio do turno diurno do colégio citado, nos dias 10 e 17 de agosto de 2015. A pesquisa contou com a participação voluntária de 141 alunos com faixa etária entre 12 e 29 anos. Como critério de inclusão, foram considerados o desejo de participar e o preenchimento completo e correto do questionário; como critério de exclusão, foram considerados a não vontade do respondente de participar da pesquisa e o preenchimento errado ou incompleto do questionário.

Após autorização concedida pela direção da escola para realização do estudo, ocorreu a coleta de dados, utilizando um questionário com quinze perguntas de caráter fechado, que foi respondido de maneira anônima. As perguntas foram divididas em dois blocos: o primeiro, de variáveis sociodemográficas dos respondentes, como nível escolar, sexo, faixa etária e escolaridade de pai ou mãe, e o segundo com variáveis comportamentais e de conhecimentos sobre a automedicação. Algumas perguntas permitiam a escolha de apenas uma alternativa; outras permitiam a escolha de mais opções.

Os questionários foram entregues aos respondentes e dadas instruções para seu preenchimento correto; foi estabelecido um prazo para que todos pudessem preencher e assim que terminassem deveriam entregar ao aplicador. Todos os questionários foram respondidos completamente, s dados foram tabulados em programa Microsoft Excel 2010. Para a análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva para demonstrar frequências relativas e absolutas e a construção de tabelas.

Resultados

Dos 141 respondentes, 39% (n=55) eram do Ensino Fundamental e 61% (n=86) eram do Ensino Médio. Desse total 52% (n=73) eram do sexo feminino e 48% (n=68) eram do sexo masculino. A faixa etária mais prevalente entre os respondentes foi de 15 a 18 anos, com 76% (n=107); em seguida, a faixa etária de 12-14 anos, com 22% (n=31); por último, a faixa etária de 19 a 23, com 1,3% (n=2), e de 24 a 29, com 0,7% (n=1). No que diz respeito à escolaridade de pai ou mãe, o Ensino Médio foi o mais citado, com 43% (n=61), seguido do Ensino Superior, com 25% (n=34) do total; 21% (n=30) dos respondentes não souberam informar a escolaridade de pai/mãe; 11% (n=16) estudaram até o Ensino Fundamental e a opção “não estudou” não foi assinalada. Os dados estão agrupados na Tabela 1.

Tabela 1: Distribuição de alunos de acordo com etapa da educação, sexo, faixa etária e escolaridade do pai/mãe

Variáveis

Total

 n

 %

Etapa da educação

Ensino Fundamental

 55

 39

Ensino Médio

 86

 61

Sexo

Masculino

 68

 48

Feminino

 73

 51

Faixa etária

12 a 14 anos

 31

 22

15 a 18 anos

 107

 76

19 a 23 anos

 2

 1,3

24 a 29 anos

 1

 0,7

Nível de escolaridade de pai/mãe

Não estudou

 0

 -

Ensino Fundamental

 16

 11

Ensino Médio

 61

 43

Ensino superior

 34

 25

Não sei

 30

 21

No questionário aplicado no segundo bloco foram feitas perguntas aos alunos e definido o percentual para cada alternativa de resposta. Algumas perguntas poderiam ter mais de uma resposta. A primeira pergunta foi se eles sabiam a finalidade dos medicamentos; a segunda, se eles tinham o hábito de fazer uso de medicamentos por conta própria, se seguiam as instruções da bula. Também foi perguntado quais os sintomas que os levam a usar medicamentos sem orientação médica, bem como a pessoa que incentiva o uso e os motivos que levam alguém a utilizar medicamentos sem prescrição médica. Foi levantado também o questionamento se eles acreditavam que as mídias sociais exerciam alguma influência na automedicação, se essa pratica poderia ter efeitos colaterais e se podia ser prejudicial à saúde (Tabela 2).

Tabela 2: Perguntas feitas no segundo bloco do questionário aplicado aos alunos

Variáveis

Total

N

%

Para curar doenças

48

34

Para acabar com sintomas de alguma doença

70

49

Para prevenção de doenças

49

35

Desconheço suas finalidades

7

5

2 - Você costuma fazer uso de medicamentos por conta própria?

Frequentemente

26

18

Às vezes

79

56

Nunca

36

26

3 - Você segue as instruções da bula?

Frequentemente

40

28

Às vezes

38

27

Nunca

63

45

4 - Quais sintomas motivaram você a fazer uso de medicamentos sem prescrição médica?

Dor de cabeça

85

60

Cólicas

43

31

Dor muscular

48

34

Gripe/resfriado

70

50

Dor de garganta

53

38

Outros/Não faço uso

28

20

5 - Quem incentivou você a fazer uso de medicamentos sem prescrição médica?

Nenhum incentivo

0

0

Mãe/Pai

93

66

Outros parentes

25

18

Amigos/Vizinhos

16

10

Farmacêutico/Balconista

10

8

Decisão própria

48

34

6 - Por que as pessoas tomam remédios sem prescrição médica?

Já conhecem o medicamento

97

69

Indicação de algum amigo ou parente

52

37

Falta de conhecimento ou orientação

15

11

Influência da TV, internet etc.

14

10

Dificuldade de atendimento pelo SUS

23

16

Por acharem que não é necessário

29

20

Para melhorar o mais rápido possível

39

28

Por ser um hábito

26

18

Outros

3

2

7 - Você acredita que as mídias podem exercer algum tipo de influência na automedicação?

Sim

106

75

Não

35

25

8 – O uso de medicamentos sem prescrição médica pode ter algum efeito colateral?

Sim

127

90

Não

14

10

     

Quando perguntados sobre a finalidade dos medicamentos, 49% (n=70) responderam que servem para acabar com os sintomas de alguma doença; quando se fala sobre o costume de utilizar medicamentos por conta própria, 56% (n=79) confirmaram fazer uso eventualmente. No entanto, 45% (n=63) relataram nunca seguir as recomendações da bula. Os sintomas que mais levaram os respondentes a fazer uso de medicamentos por conta própria foram dor de cabeça, com 60% (n=85), e gripe/resfriado, com 50% (n=70).

Quando se questiona o incentivo ao uso de medicamentos sem prescrição médica, mãe/pai são os maiores incentivadores, com 63% (n=93); depois, a decisão própria, com 34% (n=48). Ao serem questionados sobre o que leva as pessoas a tomar medicamentos por conta própria, o motivo mais citado foi já conhecerem o fármaco, com 69% (n=97), e em seguida a indicação de algum amigo ou parente, com 37% (n=52). Para 75% (n=106) dos respondentes, as mídias sociais podem exercer algum tipo de influência na prática da automedicação; 90% (n=127) acham que o uso de medicamentos sem prescrição pode ter algum efeito colateral e 80% (n=113) acreditam que seja prejudicial o uso de medicamentos por conta própria.

Discussão

As frequências observadas na variável “sexo” possuem distribuição semelhante; ao analisar a variável “faixa etária” dos respondentes, observa-se que a maior faixa de variação se encontra entre 15 a 18 anos, faixa que representa 76% (n=107), em sua maioria alunos que estão cursando o 1º e 3º ano do Ensino Médio; em seguida, a faixa de maior variação de idade é de 12 a 14 anos, representada por 22% dos alunos (n=31), aqueles que estão cursando o 9º ano do Ensino Fundamental. Alguns poucos alunos se encontram nas faixas etárias acima dos 18 anos: apenas 1,3% (n=2) dos alunos alegou ter de 19 a 23 anos, e 0,7% (n=1) dos alunos afirmaram ter entre 24 e 29 anos.

Quando se observa a variável que trata da escolaridade do pai ou da mãe, é possível identificar que a maioria possui Ensino Médio; em seguida, Ensino Superior. Estudos realizados em outras regiões também relacionam o aumento da prevalência da automedicação com maior nível de escolaridade e socioeconômico. Uma vez que têm acesso ao sistema privado de saúde, possivelmente têm experiências prévias com medicamentos e maior acesso à informação, o que os torna mais confiantes para se automedicar (Arrais et al., 2016; Abrahão; Godoy; Halpern, 2013).

No segundo bloco de perguntas, foram analisadas as variáveis relacionadas aos conhecimentos e comportamentos perante à pratica de automedicação. A primeira questão era referente à finalidade dos medicamentos; os respondentes poderiam assinalar mais de uma resposta. A resposta mais indicada pelos alunos foi de que a finalidade dos medicamentos era acabar com os sintomas de alguma doença. No entanto, as três primeiras opções estavam corretas, uma vez que a Resolução RDC nº 17, de 16 de abril de 2010, informa que medicamento é o “produto farmacêutico com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico” (Brasil, 2010).

Os alunos relataram que faziam uso eventual de medicamentos sem prescrição médica, possivelmente por se tratar de adolescentes não tenham acesso irrestrito a fármacos. Entretanto, quando se trata do público adulto, que tem mais facilidade de acesso a medicamentos, a automedicação se torna um hábito de 77% dos brasileiros, segundo a pesquisa realizada no ano de 2019 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha; esses dados dimensionam o tamanho do problema a ser enfrentado, uma vez que fármacos são uma das maiores causas de intoxicação no país (CFF, 2019). Outro fator que pode contribuir é o armazenamento de sobras de medicamentos receitados anteriormente, que podem ser reutilizados mesmo que a receita não esteja mais válida (Braz et al., 2019).

Quando se trata de seguir as instruções da bula, 45% (n=63) afirmaram nunca o fazer. Deve-se levar em consideração que a bula é um documento técnico-cientifico que tem por objetivo fazer uma descrição do medicamento, e sua compreensão não é das tarefas mais fáceis para a população em geral, especialmente para jovens em idade escolar (Fujita; Machado; Teixeira, 2014). E, mesmo sem ter o hábito de ler as indicações de uso da bula, os sintomas que mais levaram os respondentes a se automedicar foram dor de cabeça, com 60% (n=85), e gripe/resfriado, com 50% (n=70), resultado que também foi encontrado no estudo realizado por Oliveira et al. (2016) em uma população no Nordeste do país e no estudo realizado por Matos et al. (2018) com adolescentes em uma escola pública, o que indica que, ao fazer uso de medicamentos sem prescrição médica, muitos não levam em consideração os possíveis malefícios.

Quanto a quem incentiva a automedicação, as respostas foram diversificadas, mas a maioria relatou que era principalmente o pai ou mãe quem incentivava tal hábito, com 66% (n=93) das opções. Isto também é observado em outros estudos realizados: a dificuldade de acesso à saúde, a praticidade e a necessidade de alívio rápido de sintomas como dor, gripe ou resfriado; somada a isso, é importante citar a experiência prévia com a medicação (Pereira et al., 2007; Silva et al., 2011; Pardo et al., 2013; Matos et al., 2018). Em seguida, 34% (n=48) dos respondentes afirmaram que o incentivo para o uso de medicamentos sem prescrição médica vinha de decisão própria, o que também pode estar relacionado ao costume de usar medicamentos conhecidos quando surgem sintomas que já tiveram antes (Abrahão; Godoy; Halpern, 2013; Rossi; Santos; Crisci, 2014).

O principal motivo que levou os alunos a se automedicar foi por já conhecerem o medicamento, com 69% (n=97) das respostas; essa é uma das alegações mais comuns quando se trata de automedicação. A indicação de amigos e parentes no presente estudo representou 37% (n=52) das respostas; outras razões, como já possuírem o hábito de se automedicar, a dificuldade de atendimento médico e a necessidade de melhorar o mais rápido possível, também são apontadas no estudo realizado na década de 1990 por Arrais et al. (1997) e por Naves et al. (2010). Todavia observa-se que não houve mudanças relevantes no decorrer desses anos e que muitos fármacos continuam sendo consumidos de forma livre.

O consumo excessivo de medicamentos pode estar relacionado às mídias e propagandas massivas que produzem imagem inofensiva deles, ideia refletida também nas respostas dos alunos, em que 76% (n=106) assinalaram que acreditam que as mídias exercem influência na pratica de automedicação. No Brasil, de acordo com a Resolução RDC nº 96, de 17 de dezembro de 2008, as propagandas são permitidas apenas para os medicamentos isentos de prescrição, conhecidos como MIP; dessa forma, é possível observar que a mídia tem influência no ato da compra, o que pode levar ao uso indiscriminado por passar a impressão de que são medicamentos livres de riscos e efeitos colaterais para a saúde (Aquino; Barros; Silva, 2010; Gimenes et al., 2019).

É reconhecido na literatura que o uso da automedicação pode incorrer em efeitos adversos, sejam eles interações medicamentosas, como já mencionado, reações anafiláticas e até mesmo intoxicação, que é a maior preocupação relacionada a esse problema. Tendo em vista as questões mencionadas, mesmo os alunos confirmando que fazem uso de medicamentos sem prescrição médica, 90% (n=127) deles reconhecem que podem sofrer algum efeito colateral decorrente dessa prática. Essa situação pode representar um grave problema de saúde pública, uma vez que a população estudada ainda está em processo de formação escolar e de vida, muitas vezes ainda não possuindo conhecimentos acerca de medicamentos, suas indicações e efeitos colaterais resultantes do mau uso (Bispo et al., 2017).

As informações apresentadas neste estudo demonstram a importância de contemplar os temas transversais, competências e habilidades apontadas na BNCC nos currículos e propostas pedagógicas relacionadas à Educação em Saúde. Isso tem o intuito de promover nos alunos aprendizagem e mudanças de hábitos realmente efetivas. São ocasiões propícias para priorizar o entendimento sobre saúde física e mental e como hábitos saudáveis são importantes para a sua manutenção. A abordagem educativa desses temas de maneira contextualizada e contemporânea são premissas na promoção de uma Educação em Saúde transformadora, aumentando a chance de os alunos tomarem melhores decisões relacionadas à saúde (Brasil, 2018).

Conclusões

A automedicação, sendo comum no Brasil, é considerada um problema de saúde pública que necessita de maior atenção dos órgãos públicos. É uma prática desejável quando feita de maneira responsável. Sabe-se que as propagandas e as mídias em geral podem influenciar as pessoas a se automedicar, e, embora exista regulamentação de propagandas de medicamentos, ela não atua na prevenção do uso indiscriminado. Os respondentes à pesquisa demonstraram não conhecer muito sobre esse assunto, sendo importante agir na promoção da Educação em Saúde nas escolas o quanto antes, uma vez que faz em parte dos temas transversais que devem ser abordados, visto que a automedicação é uma prática consolidada na sociedade e quando se promove a Educação em Saúde na escola há maior possibilidade de compreensão dos alunos quanto aos riscos envolvidos ao buscar fazer uso consciente de medicamentos no cotidiano, minimizando desse modo os efeitos negativos à saúde, como interações medicamentosas e intoxicações.

Logo, discutir Educação em Saúde dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais pode ser uma estratégia para trabalhar a transversalidade do tema.

Referências

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Publicado em 30 de abril de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

BATISTA, Vanessa de Almeida; CARVALHO, Luciana Cristina do Carmo Silva; SIMÕES, Marcelo Coelho. Automedicação: análise do conhecimento de alunos de um colégio do Rio de Janeiro/RJ. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 14, 30 de abril de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/14/automedicacao-analise-do-conhecimento-de-alunos-de-um-colegio-do-rio-de-janeirorj

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