Dieta sem glúten e sem caseína para crianças com TEA: revisão literária

Igor Pires Reis

Doutor em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (PPGECB/UESC)

Crislaine Palmeira Barbosa de Oliveira

Mestra e doutora em Zootecnia (PPGZOO/UFBA)

Luiz Augusto Ferreira de Campos Viana

Coordenador do curso de bacharelado em Engenharia Mecânica (IFMG – Câmpus Arcos)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo é uma síndrome presente desde o nascimento que se manifesta antes dos três anos de idade, exibindo como características respostas anormais a estímulos auditivos ou visuais e dificuldades na compreensão da linguagem (Campello et al., 2021). O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição complexa e diversificada, cuja etiologia está relacionada principalmente a fatores genéticos, apresentando ampla variedade de sintomas que afetam interação social, comunicação, comportamento e processamento sensorial (An; Claudianos, 2016).

Devido à grande variabilidade das manifestações sintomatológicas, até o momento não foi possível determinar qualquer aspecto biológico, ambiental ou da interação entre ambos que contribua de forma decisiva para a manifestação do transtorno (Silva; Mulick, 2009). O diagnóstico é feito com as avaliações clínicas de cada paciente, sendo desconhecidos exames laboratoriais específicos para identificar esse distúrbio. Por isso, as pesquisas relacionadas ao autismo e sua origem foram aumentadas (Wing; Gould; Gillberg, 2011).

A literatura científica recente tem mostrado que existem relações indiretas do autismo com as funções gastrointestinais, principalmente a microbiota intestinal, que parece exercer papel nas desordens do espectro autista, intercalando com o sistema imunológico e a interação intestino-cérebro (Barbosa; Figueiró, 2021; Chaves Dias et al., 2018). Esses estudos demonstram que os sintomas gastrointestinais em crianças com autismo são comuns, mas a gravidade dos sintomas varia. São eles: dores abdominais e diarreia com desconforto, que podem induzir problemas no comportamento e diminuição da capacidade de aprender como usar o banheiro adequadamente, resultando em frustações. Isso pode ter relações, segundo cientistas, com o uso excessivo de antibióticos que possam estar alterando a flora intestinal e, com isso, a perda da flora bacteriana normal presente no intestino, que é substituída pela flora bacteriana intestinal patogênica, que por sua vez pode causar diversos problemas gastrointestinais, como a disbiose (Krajmalnik-Brown et al., 2015).

A mudança da microbiota intestinal das crianças autistas também pode estar relacionada a seu hábito alimentar e sua dieta nutricional, uma vez que crianças com transtorno possuem seletividade alimentar muito grande; isso ocasiona deficiência nutricional e, consequentemente, distúrbio metabólico. De acordo com Adams et al. (2011), pacientes autistas em dieta livre de caseína e glúten tiveram permeabilidade intestinal significativamente menor quando comparados às pessoas sem o distúrbio. De acordo com Whiteley et al. (2012), alguns estudos prévios demostram efeitos positivos de uma dieta sem glúten e caseína, como melhora em comunicação, utilização da linguagem, atenção e concentração, coordenação motora, hiperatividade e integração social, assim como redução da agressividade e do comportamento autodestrutivo, melhora na sociabilidade, atenção, fala e estereotipias (Francis, 2005).

Todavia, essa dieta é amplamente questionada devido às deficiências nutricionais desenvolvidas e à falta de comprovação científica de que ela continuará tendo efeitos benéficos após um tempo de inclusão de alimentos sem glúten e sem caseína. Esses alimentos lácteos geralmente contêm cálcio e são importantes para a saúde óssea. Por isso, ao aderir à dieta sem glúten e sem caseína recomenda-se que seja feita suplementação de vitaminas B6 e magnésio, além de avaliar a necessidade de adicionar outros itens importantes, como cálcio (Carvalho et al., 2012). Mas, de forma geral, estudos identificaram que uma dieta livre de caseína e glúten leva à melhora significativa no comportamento cognitivo das crianças autistas (Audisio et al., 2013; Whiteley et al., 2012).

Tratamento com uma dieta sem glúten e caseína tem sido relatado como positivo por Araújo; Neves (2011), Whiteley et al. (2012) e Audisio et al. (2013), amenizando os sintomas gastrointestinais e refletindo em melhoras comportamentais em crianças com TEA (Whiteley et al., 2012). Logo, se faz necessário supervisionar no ambiente escolar crianças com TEA em que a família ou o responsável tiveram preferência em aderir a essa dieta diariamente. Este trabalho tem como objetivo fornecer informações para os pais e demais profissionais de escola pública regular que lidam com essa situação específica. De forma geral, acredita-se que há certo desconhecimento somado à falta de estratégias pedagógicas especificas; sendo assim, este estudo almeja orientá-los sobre como lidar com crianças com TEA num ambiente escolar sem glúten e sem caseína e fornece aos cuidadores, professores e funcionários da escola detalhes da interpretação de sintomas e controle nutricionais.

Objetivos

A presente revisão de literatura tem como objetivo descrever e revisar produções científicas atuais com a temática de nutrição com dieta sem glúten e sem caseína (proteína do leite), chamada dieta SGSC, para crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Adicionalmente, visa informar e orientar profissionais da Educação, cuidadores, pais e responsáveis para atendimento educacional adequado na nutrição de crianças com TEA no período escolar.

Metodologia

Este estudo é uma revisão de literatura na qual foi realizada busca e seleção de artigos científicos que abordam a dieta SGSC em crianças com TEA e suas consequências nutricionais em ambiente escolar na plataforma de busca Google Acadêmico. A busca exploratória foi realizada em português e com a seguinte sequência de palavras: “autismo”, “glúten”, “caseína”, “escola” e “orientações”. Com isso, foram obtidos 102 resultados durante o mês de abril a agosto de 2022. As publicações foram selecionadas por meio de leitura exploratória de todo o material pesquisado, selecionando apenas artigos completos em português e publicadas em periódicos. Por fim, selecionaram-se nove artigos completos que atendiam aos critérios de inclusão definidos previamente. A seguir, foi realizada leitura analítica com finalidade de ordenar e sumarizar as informações contidas nos periódicos selecionados, de forma que elas possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa.

Quadro 1: Artigos científicos encontrados em nosso estudo

Autor/Ano

Método

Objetivos

Conclusões

Martins, 2015

Trabalho feito com base em Gestalt-terapia e revisão bibliográfica

Compartilhar visão para ajudar outros psicólogos que lidem com pais (ou responsáveis) de crianças que têm autismo.

O tratamento biomédico precisa ser seguido à risca e isso pode ser muito difícil em alguns casos, pois há crianças que não podem comer glúten e caseína e frequentam a escola e diversos outros ambientes.

Menezes; Santos, 2017

Pesquisa bibliográfica realizada em fontes secundárias: artigos, textos publicados na internet e livros

Analisar como o uso da nutrição em pacientes autistas pode contribuir no tratamento e reabilitação dos sintomas.

Analisa que a conduta nutricional como uma dieta livre de caseína e glúten e rica em alimentos naturais orgânicos, além de suplementações de vitaminas, é método positivo para o autista, contribuindo para melhoria da sintomatologia clínica e da qualidade de vida do indivíduo.

Cordeiro; Silva, 2017

Concepção metodológica da pesquisa-ação e as etapas para sua execução consistiram em convidar instituições que atendem pessoas com autismo para participar do projeto, levantar dados e demandas dos envolvidos

Construir estratégias para implementação de condutas nutricionais, caracterizando-as como terapia
coadjuvante no tratamento do transtorno do espectro autista.

Considera a importância da construção de um guia de condutas nutricionais para o tratamento de pessoas com o transtorno autístico.

Candido; Araóz, 2019

A realização da pesquisa se deu com abordagem quantitativa no município de Ji-Paraná/RO

Buscou informações com um grupo de pais de autistas acerca das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) utilizadas por eles para tratar os sintomas do autismo para avaliar a percepção deles a respeito dos sintomas do autismo.

As intervenções dietéticas demonstraram afetar positivamente os autistas, tendo em vista o grande percentual de pais que notaram melhoras em seus filhos com o uso de dietas especiais, como a SGSC.

Goularte et al., 2020

Estudo transversal realizado por meio da aplicação de questionário em um centro educacional para portadores do transtorno do espectro autista, na cidade de Pelotas/RS

Caracterizar o perfil nutricional e identificar a ocorrência de sintomas gastrointestinais na presença de hipersensibilidade alimentar de crianças e adolescentes com TEA atendidos em um centro de referência no sul do Brasil.

Destaca-se a importância de um suporte nutricional adequado para esse público, uma vez que a maioria da amostra está com risco ou excesso de peso, além da presença de hipersensibilidade alimentar.

Paiva; Gonçalves, 2020

Pesquisa bibliográfica realizada em fontes secundárias: artigos, textos publicados na internet e livros

Artigo busca trazer reflexão a respeito de como a intervenção nutricional no tratamento de crianças autistas pode ser benéfica e promissora para trabalhar com esse público.

O autismo é uma condição complexa, na qual a educação nutricional vai desempenhar papel fundamental na melhoria da qualidade de vida tanto das crianças com TEA quanto de sua família, por meio da modificação do hábito alimentar.

Moreira; Brum, 2021

Pesquisa bibliográfica realizada em fontes secundárias: artigos, textos publicados na internet e livros

Revisar a literatura disponível sobre comportamento alimentar e nutricional de crianças portadoras de transtorno do espectro autista (TEA).

Os estudos pesquisados, em sua maioria, indicaram que mudanças positivas aconteceram nos sintomas de TEA quando houve intervenção dietética.

Magagnin et al., 2021

Pesquisa de abordagem qualitativa do tipo exploratória e descritiva em escola de Educação Especial especializada na educação de pessoas com TEA localizada em uma cidade do extremo sul catarinense

Compreender os hábitos, as dificuldades e as estratégias alimentares de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA).

As crianças e adolescentes com TEA apresentam alimentação diversificada, com tendência a hábitos alimentares disfuncionais e significativo comprometimento nas atividades sensoriais que dificultam a obtenção e o estabelecimento de uma alimentação saudável.

Anderle; Mello, 2018

Revisão bibliográfica de artigos publicados nos cinco anos anteriores

O objetivo da revisão de literatura é avaliar se a dieta SGSC, que é a mais divulgada e adotada ultimamente, é realmente efetiva e quais são suas consequências nutricionais.

A dieta SGSC parece melhorar o comportamento e os transtornos gastrointestinais de crianças com TEA.

Dentre os resultados apresentados no Quadro 1, podemos constatar que, por sua pesquisa-ação, Cordeiro e Silva (2017) concluíram que, para prover melhoria de qualidade de vida e contribuir com efeitos preventivos de novos casos de crianças com TEA, é necessário que haja intervenções para uma nutrição adequada e eficaz na primeira infância, levando em consideração os distúrbios alimentares e gastrointestinais que esse público apresenta. Para isso, os autores evidenciam a importância da capacitação de profissionais de Nutrição e de pais, responsáveis e educadores no ambiente escolar.

Adicionalmente, Cordeiro e Silva (2017) mostraram que a alimentação de pessoas com TEA tem como característica marcante a seletividade, recusa e indisciplina alimentar. Segundo esses autores, no processo de alimentação adequada é necessário o envolvimento de pais e responsáveis e profissionais da Nutrição e Educação. Em adição, é necessária a implementação de guias de conduta nutricionais para o tratamento de pessoas com TEA. Portanto, uma intervenção alimentar adequada contribui para a redução de comportamentos que possam ser desencadeados devido à carência de nutrientes nesses indivíduos.

Em seu estudo, Magagnin et al. (2021) demonstraram que, devido a padrões alimentares próprios de recusa e seletividade alimentar, indivíduos com TEA apresentam padrões alimentares restritivos. Aliado a isso há o desconhecimento dos pais e responsáveis acerca da existência e o objetivo das atividades sensoriais, o que reflete a dificuldade de aceitação de novos alimentos e de uma alimentação saudável de crianças com TEA. Diante do exposto, os autores relatam a importância da uma atenção qualificada no tratamento alimentar e nutricional com a intervenção multiprofissional.

Além disso, é válido ressaltar que outro resultado significativo, apresentado por Paiva e Gonçalves (2020), adiciona uma perspectiva enriquecedora a essa discussão. Esses pesquisadores demonstraram uma transformação de paradigmas com o intuito de manter a continuidade do atendimento a crianças com TEA e seus familiares durante a pandemia de covid-19 no Brasil. Para enfrentar esse desafio, eles adotaram ferramentas digitais como métodos para o desenvolvimento de atividades e atendimento virtual, o que não apenas permitiu romper barreiras geográficas e socioculturais, mas também se estabeleceu como intervenção nutricional de fácil utilização e com eficácia comprovada no tratamento de crianças com TEA.

Essa abordagem inovadora não só proporcionou um meio prático de superar obstáculos durante a pandemia como também ressaltou a importância atemporal dos ensinamentos e instruções destinados a mulheres no período pré e pós-parto. Esses insights influenciam diretamente o tipo de alimentação das crianças e desempenham papel crucial na redução da seletividade alimentar, prevenindo assim potenciais distúrbios alimentares. Essa dualidade de foco, tanto na resposta a desafios emergentes quanto na consideração de aspectos perenes da nutrição, destaca a complexidade e a abrangência das estratégias de intervenção no contexto do TEA.

Estudos prévios têm demostrado que, de todas as dietas usadas no tratamento do TEA, dietas SGSC geram resultados benéficos em crianças autistas quando acompanhadas por profissionais da área de Nutrição (Anderle; Mello, 2018). Atualmente temos informações de que a flora intestinal da criança autista é afetada pela disbiose intestinal, e por isso não possui renovação adequada dos enterócitos, células que recobrem o epitélio intestinal e que são responsáveis por quebrar o alimento e proporcionar nutrição ao organismo. Isso desencadeia um “envelhecimento precoce” dos enterócitos e o comprometimento da produção das enzimas responsáveis pela quebra de peptídeos, como a enzima DPP IV, que é a enzima que quebra os peptídeos de glúten e caseína; assim, a sua diminuição pode estar correlacionada ao aumento de peptídeos opioides circulantes que atuam no sistema nervoso central (SNC), podendo levar ao agravamento da síndrome (Cies̈lińska et al., 2015).

Existem indícios de que os peptídeos derivados de caseína e glúten têm a capacidade de transpor a barreira sangue-cérebro; entretanto, as relações causais entre esses peptídeos e os neurorreceptores opioides foram estabelecidas apenas em modelos animais (Johnson et al., 2011). Nesse contexto, sugere-se ou acredita-se que a exclusão de glúten e caseína da dieta das crianças pode exercer impacto significativo em sua nutrição.

Por exemplo, a eliminação do glúten pode resultar em redução do consumo de produtos enriquecidos com grãos, vitaminas do complexo B e fibras para as crianças. Já a supressão de produtos lácteos pode diminuir a ingestão de cálcio e vitamina D, que normalmente já é inferior às recomendações mesmo sem restrições alimentares das crianças (Hyman et al., 2016). Apesar da possibilidade de utilizar suplementos dietéticos vitamínicos para influenciar o comportamento de crianças com autismo, é importante ressaltar que esses suplementos frequentemente não conseguem corrigir completamente os déficits observados (Marko et al., 2015).

A incorporação da dieta SGSC revela benefícios substanciais não apenas no âmbito comportamental, mas também na mitigação de sintomas no sistema gastrointestinal. No entanto, é crucial destacar a relevância do tempo de adesão à dieta para alcançar esses resultados. Adicionalmente, fatores individuais ainda não totalmente compreendidos podem influenciar o desempenho da dieta. Vale ressaltar que crianças autistas que seguem a exclusão da dieta SGSC correm o risco de enfrentar deficiências nutricionais, as quais, em muitos casos, não são adequadamente supridas por meio de suplementos alimentares (Anderle; Mello, 2018).

É relevante investigar se as famílias têm ciência de seus direitos e se buscam efetivamente os atendimentos disponíveis. Além disso, é fundamental analisar se o acesso a esses serviços ocorre em tempo hábil para aqueles que os procuram. No contexto brasileiro, é crucial destacar que os indivíduos com TEA têm direito ao cuidado e ao acesso a serviços e informações por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) (Oliveira et al., 2017). Contudo, mesmo com o suporte oferecido pelo SUS, é necessário estabelecer políticas públicas que fortaleçam estratégias de saúde alimentar e educação para crianças com TEA (Magagnin et al., 2021). Essas políticas não apenas reforçariam os direitos já estabelecidos como também aprimorariam a eficácia e a abrangência desses serviços, garantindo que sejam acessíveis a todos que deles necessitam de maneira oportuna.

A inclusão educacional escolar no Brasil é uma ação política, cultural, social e pedagógica que visa garantir o direito de todos os alunos de estar juntos compartilhando aprendizagens e participando de atividades em grupo (Nunes; Azevedo; Schimidt, 2013). A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (Brasil, 2008) estabelece que os alunos com TEA devem ser inseridos na rede regular de ensino, recebendo atendimento educacional especializado (AEE) no contraturno.

Diversas estratégias nutricionais têm sido sugeridas aos pais de crianças autistas, incluindo restrição a certos alimentos, uso de probióticos, adesão a dietas isentas de glúten e caseína, além da incorporação de alguns suplementos alimentares (Chaves Dias et al., 2018). Essas abordagens visam otimizar a saúde nutricional dessas crianças, oferecendo opções variadas para atender às necessidades específicas de cada caso.

Outro aspecto relevante é a constatação de deficiência nutricional em crianças autistas relacionada a aminoácidos específicos, como triptofano e tirosina, fundamentais como precursores de neurotransmissores (Dias, 2016). Esse achado destaca a importância de uma abordagem nutricional personalizada, considerando as necessidades individuais, para promover um equilíbrio adequado na saúde mental e física dessas crianças.

Além das considerações nutricionais, é essencial reconhecer que indivíduos com TEA frequentemente enfrentam distúrbios gastrointestinais, como regurgitação, dor abdominal, flatulência, perda de peso, diarreia crônica, intolerâncias e vômitos (McCracken et al., 2002). Essas manifestações gastrointestinais, conforme discutido por diversos autores, podem impactar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos.

De acordo com Helena e Tostes (2012) e Panksepp (1979), certos alimentos, como cevada, centeio, glúten, aveia e caseína, podem gerar exorfinas (opioides) prejudiciais ao organismo. Segundo esses estudiosos, essas substâncias podem desencadear efeitos adversos no sistema nervoso, contribuindo para sintomas associados ao TEA. Pesquisadores como Reichelt et al. (1991) indicam que esses alimentos e seus derivados têm o potencial de formar ligantes que interferem na neurorregulação durante o desenvolvimento do cérebro. Gillberg e Wahlström (1985) também encontraram níveis excessivos de exorfinas no líquido cefalorraquidiano de autistas, reforçando a associação entre a dieta e a resposta neurológica em casos de TEA. Esses achados sustentam a necessidade de considerar a dieta como parte integrante das estratégias de intervenção para crianças com TEA.

Ainda há muito pouco na literatura sobre a ingestão desses alimentos relacionados ao comportamento do autista. Há artigos que relatam sintomas gastrointestinais decorrentes dessa ingestão, porém nem sempre enfatizam se eles podem interferir no comportamento de pessoas com TEA. Mais estudos precisam ser conduzidos para definir a relação entre nutrição e o transtorno do espectro autista.

As pesquisas com maior aceitabilidade são as que relataram que de fato o trato gastrointestinal e a microbiota intestinal apresentam correlação com o autismo. Entretanto, as alterações gastrointestinais em indivíduos podem ser adquiridas por algum fator externo, como alimentação, pelo fato de serem extremamente seletivos, quanto a cor, odor e aspectos de alguns alimentos e pelo fato de estudos comprovarem que alimentos que possuem glúten e caseína podem vir a interferir no comportamento neuronal do indivíduo autista. Diversas estratégias nutricionais têm sido sugeridas aos pais de crianças autistas, sendo incluídos a restrição de alérgenos alimentares, probióticos, dietas SGSC e alguns suplementos alimentares (Chaves Dias et al., 2018).

Em seus resultados, Goularte et al. (2020) demostram que a minoria dos participantes de seu estudo faz acompanhamento nutricional. Tal fato é relevante, visto que essas crianças e adolescentes com TEA possuíam excesso de peso, alergia ou intolerância alimentar, necessitando de um suporte nutricional adequado. Segundo esses autores, destacou-se a restrição de lactose, apesar de escassos os estudos na literatura sobre dieta de exclusão; são necessários mais estudos que resultem em orientações nutricionais, sendo relevante maior atenção ao consumo alimentar de crianças e adolescentes autistas.

É evidenciado o efeito positivo de intervenções dietéticas de crianças e adolescentes com TEA. A maioria dos pais, responsáveis e pesquisadores relata melhoras significativas nos sintomas do TEA com o uso de dietas especiais (Candido; Araóz, 2019). Em adição, esses autores em seus resultados ressaltam a importância do acompanhamento e do suporte nutricional adequado, visando a melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes autistas.

Em seu estudo, Moreira e Brum (2021) relatam que os trabalhos científicos existentes na literatura sobre alimentação de autista são inconclusivos. No entanto, apesar de não existir consenso entre pesquisadores, os estudos têm ajudado pais, responsáveis e cuidadores na alimentação de autistas, indicando mudanças positivas nos sintomas do TEA. Segundo esses autores, dietas de exclusão podem desenvolver deficiência nutricional, mesmo quando há aporte de suplementação alimentar.

Um indivíduo não deixará de ser autista por meio da inclusão ou exclusão de determinado alimento. No entanto, um organismo que está submetido a grande desordem metabólica, gastrointestinal, imunológica e neurológica tem chances de ajuste fisiológico e redução sintomática quando há modificação nas condições alimentares.

Em muitos casos, intervenções nutricionais e dietéticas e suplementação vitamínica fazem parte do tratamento biomédico adequado de crianças com autismo. O tratamento biomédico deve ser seguido de maneira precisa e literal, o que geralmente é dificultoso, pois há crianças que têm restrições alimentares e não podem ingerir glúten e caseína, por exemplo, e no ambiente escolar, na maioria dos casos, a alimentação livre de glúten e caseína não é respeitada (Martins, 2015).

Tendo em vista os aspectos relativos à alimentação escolar de crianças e adolescentes com necessidade especial que possuem dificuldades ao se alimentar refletindo em piora do seu estado de saúde, é imprescindível que professores e cuidadores das escolas especializadas se conscientizem da importância do acompanhamento adequado de acordo com a necessidade de cada indivíduo, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida (Reis; Pereira; Almeida, 2013).

O modo de se alimentar requer sequência metódica, desde a escolha do alimento até sua entrada na cavidade bucal, mastigação e deglutição. Os indivíduos com necessidade especiais físicas ou mentais desviam-se dessa sequência, podendo existir comprometimento do padrão da alimentação. Verificar a qualidade da alimentação e do estado nutricional é primordial para a assistência a pessoas com necessidades especiais, principalmente as crianças autistas que fazem a dieta SGSC, uma vez que as características pertinentes à sua condição podem complicar o processo de alimentação, refletindo em piora da sua condição de saúde (Volkmar; McPartland, 2014).

Em relação à alimentação das crianças, principalmente na hora da refeição, três aspectos mais marcantes são registrados: seletividade (que limita a variedade de alimentos, podendo levar a carências nutricionais); recusa – mesmo ocorrendo a seletividade, é frequente a não aceitação do alimento selecionado, o que pode levar a um quadro de desnutrição calórico proteica –; e a indisciplina, que também contribui para a inadequação alimentar. A má alimentação e a falta de balanceamento energético são motivos especiais de preocupação, pois a ingestão de micronutriente está estreitamente relacionada à ingestão de energia (Carvalho et al., 2012). Sabe-se que crianças autistas são muito seletivas e resistentes ao novo, fazendo bloqueio a novas experiências alimentares. Logo, deve-se ter o cuidado de não as deixar ingerir alimentos que não sejam saudáveis. O comportamento repetitivo e o interesse restrito podem ter papel importante na seletividade dietética (Carvalho et al., 2012; Silva; Mulick, 2009).

Por último, a proposta do presente trabalho descreveu e revisou produções científicas atuais com a temática de nutrição de uma dieta SGSC para crianças autistas no Brasil, o que foi transparecido durante o texto com informações atuais da temática, como proposta de informar o público, principalmente profissionais e cuidadores no ambiente escolar regular que possuem atendimento educacional especializado.

Em seguida, este trabalho divulga orientações apresentadas por Flavia Anastácio de Paula, professora, mãe de celíacos e autora da cartilha Criança celíaca indo para a Escola, de 2011, e Claudia Marcelino, mãe de um rapaz com autismo, moderadora de vários grupos de discussão sobre autismo e autora do livro Autismo: esperança pela nutrição, tendo como público-alvo pais e responsáveis, cuidadores e professores.

O texto apresentado pelas autoras pressupõe que pais, professores e cuidadores já tenham orientações básicas de como viver com um autista numa dieta sem glúten e sem leite, principalmente pais que lidam com isso em casa. Sendo assim, o foco do texto seria o ambiente escolar. Recomendam-se, dessa forma, três atitudes básicas:

  1. Apresentar à escola o laudo médico da criança e o pedido médico para o estabelecimento total da dieta;
  2. Conversar detalhadamente sobre a gravidade do transtorno do espectro autista para que nunca seja subestimada pelos professores ou cuidadores;
  3. Estar sempre junto da escola ao longo do ano para auxiliar com informações, receitas e passeios, entre outras atividades, e para mostrar que está alerta e monitorando de perto as reações da criança.

As autoras recomendam explicar a situação da criança à escola por escrito. Assim ficará claro que a responsabilidade está sendo transferida para a escola (no período em que o estudante estiver lá) e, além disso, qualquer dúvida que a equipe escolar tenha sobre a condição do controle dos sintomas de TEA pela alimentação poderá ser resolvida por consulta ao material disponibilizado por escrito. Com as orientações, a equipe da escola se sentirá aliviada sobre a habilidade de entender a criança autista e como ajudá-la. Deve ser esclarecido que o controle da alimentação é um dos tratamentos disponíveis para o controle de sintomas do TEA e que, além da alimentação, existem outras orientações pedagógicas. Muitos pais poderão se sentir menos apreensivos ao mandar seus filhos para a escola após terem se encontrado previamente com a equipe escolar e explicado a situação por escrito (Paula, 2011). Outras orientações podem ser consultadas na cartilha Crianças celíacas indo para a Escola, de Flavia Anastácio de Paula (2011), atualizada em 2015.

Considerações finais

A nutrição desempenha papel crucial na melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes com TEA. A terapia nutricional emerge como um dos principais métodos, revelando resultados significativos que são prontamente relatados por pais, responsáveis e cuidadores, especialmente no que diz respeito a aspectos comportamentais e funções cognitivas. Os estudos em curso contribuem de maneira substancial para o progresso nutricional e para a redução de sintomas em indivíduos com TEA. Hábitos alimentares, incluindo dietas SGSC, aliados à suplementação vitamínica e ao consumo de alimentos naturais, trazem melhorias significativas no desenvolvimento desses indivíduos. No entanto, é crucial destacar que dietas de exclusão podem acarretar deficiências nutricionais, mesmo quando sujeitas a suplementação alimentar. A literatura atual apresenta lacunas e conclusões insuficientes acerca da ingestão de dietas SGSC, pois as características individuais exercem influência nos resultados encontrados.

Os estudos ainda não conseguiram determinar um tratamento ideal que abranja o contexto nutricional, controle comportamental, medicação, aspectos físicos e educacionais. Essa lacuna destaca a necessidade premente de mais pesquisas para definir a relação entre nutrição e TEA.

O conhecimento dos profissionais e cuidadores no ambiente escolar sobre as práticas alimentares discutidas neste trabalho é de extrema importância. Isso possibilita a implementação de práticas nutricionais adequadas tanto no ambiente escolar regular quanto no atendimento educacional especializado para indivíduos com TEA. Tal abordagem visa promover melhorias significativas na qualidade de vida de crianças e adolescentes autistas. Além disso, é imperativo que crianças e adolescentes com TEA, especialmente aqueles propensos a riscos nutricionais, sejam acompanhados por profissionais que possuam o conhecimento e a informação necessários para orientar pais, responsáveis e cuidadores, visando aprimorar a vida desses indivíduos.

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Publicado em 18 de junho de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

REIS, Igor Pires; OLIVEIRA, Crislaine Palmeira Barbosa de; VIANA, Luiz Augusto Ferreira de Campos. Dieta sem glúten e sem caseína para crianças com TEA: revisão literária. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 21, 18 de junho de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/21/dieta-sem-gluten-e-sem-caseina-para-criancas-com-tea-revisao-literaria

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