O pensamento estudantil sobre racismo estrutural movido por imagens de redes complexas hologramáticas

Wesley Andrade Costa

Mestrando em Educação, Ensino e Formação de professores (UFES)

Marcos Vogel

Professor do Departamento de Físico-Química da UFES

Edivaldo José Bortoleto

Professor do Departamento de Filosofia da UFES

O Brasil é um país que foi construído por mãos negras e, depois de séculos de evolução tecnológica e científica no mundo, o negro no Brasil ainda sofre exclusão, garantido a sua permanência sem acesso à educação, sem acesso à saúde e sem sua cultura valorizada. Apesar da abolição da escravidão, em 1988 os negros foram excluídos dos benefícios da cidadania plena. Foi negado a eles o acesso a recursos e a oportunidades, resultando em profundas desigualdades sociais e tristezas oriundas das disputas entre negros e brancos no país (Mbembe, 2016). O racismo estrutural se manifesta em várias áreas da vida, incluindo educação, emprego, saúde, segurança pública e representação política.

Na educação, percebe-se que as escolas reproduzem padrões de exclusão e discriminação racial. Os negros têm menos acesso à educação de qualidade, enfrentam altas taxas de evasão escolar e são sub-representados em instituições de Ensino Superior. No mercado de trabalho, os negros enfrentam dificuldades para conseguir empregos formais e bem remunerados, sendo mais propensos ao desemprego e à subocupação (Nogueira; Seixas; Alves, 2019).

No Brasil, além de subjugado em relação aos acessos de garantias de direitos, o negro se vê perseguido pela figura do policial, homem nomeado pela segurança pública que deveria garantir proteção e segurança, mas que promove, tantas vezes, uma caça aos homens e às mulheres negras, sobretudo aos jovens negros que a cada minuto morrem no país (Mbembe, 2016).

O racismo estrutural no Brasil

O racismo estrutural no Brasil é um fenômeno complexo e arraigado na estrutura da sociedade cujas raízes históricas estão na construção do país. Essas construções representacionais da imagem do negro no Brasil são resultadas de séculos de segregação e humilhação em que a imagem estereotipada da população se pautou em uma exteriorização eurocêntrica da população, concretizando a ideia de cristalização mental do homem brasileiro como homem branco, fato conhecido como ‘branqueamento da população’. Isso trouxe muita dor para o povo negro que já vivia à margem da sociedade, ocupando as periferias e as favelas do país. Como se não bastasse, a maioria da população de encarcerados nas prisões brasileiras é negra e, infelizmente, também uma maioria que prefigura estar historicamente fora da escola.

O racismo no Brasil foi naturalizado, por isso a ideia de racismo estrutural. Na medida em que “está tudo normal”, o negro está sendo preso, na mesa do negro não tem comida, o negro está fora da escola, mas “está tudo bem” se a polícia matou três ou quatro jovens negros por confundir seus celulares com armas. O biopoder exercido pelo Estado é a garantia de morte desses jovens pretos ou a garantia da impunidade dos assassinatos. O que fica? O que resta? Nada demais! Porque nada aconteceu. Foram apenas 20 tiros ali, na subida do Dendê e quatro corpos pretos caindo, um após o outro, com tiros certeiros na cabeça. Um acidente.

O que dói nesses relatos é que eles representam centenas de recortes reais, em que relatórios policiais naturalizam a morte do jovem preto em favelas e ruas brasileiras. O fato se repete dia após dia do ano. Vale lembrar que as estatísticas afirmam que hoje há uma mãe negra chorando a morte de um filho pelas mãos do Estado.

O presente trabalho tem por objetivo decolonizar o pensamento de jovens estudantes do Ensino Médio por meio de imagens-pensamentos, imagens que colocam o pensamento em movimento para subtrair desse agir as representações “multissingulares” do racismo estruturado no Brasil.

A motivação principal do trabalho é o fato de o primeiro autor do artigo ser o único professor negro em regime estatutário (concursado) numa escola com mais de 90 professores; por ter estudado nessa mesma escola e não se ver representado na figura do professor na instituição, vieram os questionamentos: será que os estudantes pretos se vêm representados nas instituições dominantes na sociedade?; será que esses jovens negros e os jovens brancos percebem a microfísica do poder representado na estruturação racista da sociedade brasileira?

Na tentativa de levar esses jovens a uma reflexão sobre a situação do negro no Brasil, trouxemos essa proposta de trabalho no intuito de causar reflexão, questionamento e principalmente decolonizar o pensamento desses estudantes, fazendo-os pensar a respeito de uma época em que era “lícito” escravizar crianças, mulheres e homens pretos pelo simples fato de “não possuírem alma”.

Pensamentos como esse deram suporte para a escravidão no Brasil, todavia, nos dias de hoje, é impensável ouvir tal barbárie. No entanto, ideias sujas ainda tentam se desprender de representações mudas de mentes racistas que mascaram seu sentimento de superioridade frente ao povo negro. 

Para contribuir com esses questionamentos, destacamos que o jovem negro não se vê representado na escola, fato que aumenta a curiosidade e a motivação de realizar o ensaio proposto, já que representatividade é um aspecto crucial para que os indivíduos se sintam valorizados e empoderados em suas atividades, experiências e identidades. Na escola, a ausência de discussões e conteúdos que versem sobre o povo negro, enfrentam resistência até de outros professores. Isso limita a capacidade dos jovens negros de se enxergarem como protagonistas de suas vidas e de suas próprias histórias.

Referencial teórico

O construto teórico-metodológico que usamos nesta proposta é a Teoria das Representações Sociais (TRS), buscando entender como se comporta um objeto socialmente valorizado por um grupo. A TRS tem a função de valorizar o conhecimento socialmente compartilhado que se situa no reino consensual, pois são conhecimentos que circulam no cotidiano. Por meio da interação entre os indivíduos, as RS têm como princípio cientificar a sociedade e popularizar a Ciência (Moscovici, 1978).

Apesar de nos ancorarmos nessa construção teórica para diversos trabalhos anteriores, como o de Costa e Vogel (2023), chegamos a um momento de evolução metacognitiva em que entendemos que um objeto não é socialmente representado, pois a construção da representação não termina com a objetivação do objeto, como afirma Serge Moscovici (1978). Ressalta-se que para Moscovici (1961; 1978; 2003) a representação social é construída a partir de dois processos formadores de representação: ancoragem e objetivação.

No processo de ancoragem, o sujeito internaliza um conhecimento estranho associando esse conhecimento a um conhecimento já existente, o que ele chama de conhecimento familiar. O sistema cognitivo do sujeito vai trabalhar esse conceito e produzir um novo conhecimento. Na objetivação, o sujeito vai pegar o conhecimento novo, recentemente construído, e atribuir-lhe uma imagem, um signo. Esse processo de atribuir um significado é externalizado para o social no processo que Moscovici chama de objetivação.

O presente trabalho possui um caráter teórico-conceitual cujo objetivo é detalhar a construção do pensamento social a partir da subjetividade do sujeito, trazendo alguns fatores presentes nesse processo que influenciam diretamente na apropriação teórica do racismo dentro de um grupo. Além disso, propõe uma abordagem empírica qualitativa que torna possível que o pesquisador se aproprie experimentalmente da construção do objeto de estudo.

Para nós, a construção de um conhecimento é singular, própria do sujeito que olha, observa e constrói. No entanto, as forças que cortam o espaço social em que o sujeito está inserido influenciam diretamente nessa construção. Os outros sujeitos que estão inseridos no mesmo grupo social, também são atravessados e influenciados por essas emergências. Esses sujeitos, ao se “tocarem”, também persuadem a construção metacognitiva do conhecimento. A construção do conhecimento se dá de forma metacognitiva-single-sociomaquínea-semântica.

O modo com que nomeamos essa forma de construção do conhecimento que, audaciosamente, conceituamos de Teoria das Representações Multissingulares (TRM) é importante para compreender o que pretendemos anunciar. Cremos estar distante de um conceito paradigmático da Psicologia Social, em que o indivíduo terá uma oportunidade coerente de construir a sua subjetividade.

A estruturação desse novo pensamento coloca o conceito de ancoragem como o único conceito possível para as representações sociais de Moscovici. Dessa forma, nas representações multissingulares muda-se tudo e, no lugar da objetivação, surge um processo que favorece à reflexão do grupo. O sujeito vai subjetivar o novo conhecimento, ou seja, vai exteriorizar o que é imanente ao próprio sujeito, exteriorizando uma construção independente, única, a fim de valorizar o conhecimento oriundo da subjetividade e não da coletividade.

O termo metacognitivo é aclamado aqui na medida em que a construção do conhecimento nas representações multissingulares vai além do cognitivo; é muito mais que uma simples recognição e ocorre em um lugar metafísico em que conceituamos de sistema metacognitivo, dividido em dois subsistemas que recebem o nome de sistema ancocognitivo e sistema subcognitivo. Esses sistemas são representados graficamente na Figura 1.

Figura 1: Representação metacognitiva do conhecimento

Nas representações multissingulares, o sistema metacognitivo é formado pelo sistema ancocognitivo onde ocorre a ancoragem, onde ocorre a internalização de um conhecimento estranho, associado ao conhecimento estático (ordenado) já presente no indivíduo. Essa associação segue para o outro subsistema chamado de sistema subcognitivo, onde se dá o processo de subjetivação, local em que ocorrera uma entropia cognitiva entre os dois conhecimentos na construção singular do novo conhecimento. Esse novo conhecimento será internalizado no processo de subjetivação.

Aproveitamos a oportunidade para discordar de Serge Moscovici (1961; 1978) em relação aos processos formadores de representação na construção da abordagem das representações multissingulares. Salientamos que foi uma escolha trazer a abordagem nesse importantíssimo objeto social que é o racismo estrutural para colaborar com a hipótese de que ninguém nasce racista.

Continuando a explicação do conceito metacognitivo-single-sociomaquíneo-semântico, detalhamos que introduzimos o termo single nas representações multissingulares por considerarmos que toda construção de conhecimento é singular em cada sujeito. Ao ancorar um conhecimento estranho com que se tem contato, nós o subjetivamos, construindo um novo objeto, diferente do que se viu antes, único.

Tomamos por empréstimo o termo sociomaquíneo ao nos apropriamos do conceito de sociedade maquínica que Felix Guattari traz no seu livro Caosmose (1992). Consideramos a participação da sociedade maquínica de Guattari importantíssima no processo de subjetivação do indivíduo.

Finalmente, ao dizer que as representações multissingulares também se dão pela significação semântica, concordarmos com Charles Sanders Pierce (2005) e com Serge Moscovici (1961; 1978), pois o sujeito constrói um significado linguístico produzindo signos associados ao objeto representado. O termo linguístico aqui chamaremos de metalinguística, porque se trata de um processo que se dá além da Linguística e da comunicação humana.

Na perspectiva das representações sociais, um indivíduo racista é racista simplesmente por espelhar um pensamento de fora, o que acreditamos estar errado, sobretudo pela força maquínica da sociedade. O grupo que o rodeia vai influenciá-lo se o sujeito se encontrar num grupo fechado, sem informação, com mais pessoas. Todos esses processos irão influenciar essa construção, mas o que prevalece é a construção singular do sujeito.

Moscovici (1978, p. 112) se preocupa em explicar a desvinculação do conhecimento científico do conhecimento de massa, conceituando esse conhecimento produzido em sociedade como senso comum. Esse conhecimento é o resultado do processo de objetivação, que representa a etapa de exteriorização da imagem de um objeto por meio de duas operações: naturalizar e classificar. Para o autor, naturalizar é a operação que dá um símbolo real para o objeto ao grupo, ou seja, associa uma imagem ao objeto; já classificar é a operação que organiza o objeto, de acordo com seus atributos associados pelo grupo.

Ao analisar a forma reducionista e contraditória com que Moscovici pormenoriza o seu conceito de objetivação, percebemos que ele ainda está preso num objeto produzido por representações coletivas de Durkheim (1970), em que o indivíduo representa a depender da significação social que o meio lhe concede, desconsiderando a subjetividade de cada ser e sem levar em conta a força imanente de cada um ou as forças que atravessam o meio social que colidem com as forças já presente no sujeito.

Segundo Nietzsche (2019), cada sujeito vai produzir uma potência ao ser atravessado por forças presentes no meio em que vive e com o qual se relaciona. Sendo encontrado por forças ativas, o indivíduo vai ser potencializado positivamente e produzirá algo novo, fecundo. Quando tomado por forças reativas, o indivíduo tende a limitar a ação do pensamento, retardando o pleno conhecimento científico. Acreditamos que todo esse processo de atravessamento vai influenciar diretamente na construção da subjetividade de cada sujeito na subjetivação. Dessa forma, nos apropriamos dessas forças nietzschianas para reconhecer que as representações multissingulares se darão muito por esses encontros ativos e reativos que impactarão diretamente no sistema metacognitivo dos indivíduos ao construírem o seu próprio conhecimento científico.

Acreditamos que vários indivíduos, ao construírem individualmente o seu próprio conhecimento, não podem gerar uma imagem estática do objeto que seria um retrato, propriamente dito, de uma realidade. Ou seja, gerar um único significado a respeito de um objeto, e do momento no tempo e no espaço em que está fixo, uma única possibilidade da realidade. Arriscamos então a dizer que o processo de subjetivação é contínuo e não estático. O sujeito produz film frames para associar uma imagem dinâmica ao objeto.

O conceito de film frames vem da indústria cinematográfica. Observamos por meio dele a junção de cada imagem estática do objeto, organizada em quadros, por segundos, que se movem no tempo e no espaço, proporcionando uma possibilidade audiovisual do objeto ser construído no sistema metacognitivo de cada sujeito. Dessa forma, o pesquisador poderá se apropriar empiricamente das várias realidades possíveis, produzidas por cada indivíduo dentro de um grupo, tendo como resultado a junção de milhares de film frames que resultaria na formação de um fotossociograma do objeto com infinitas possibilidades de analisar o objeto por vários autores de um grupo social.

Não traremos um método experimental para a construção do fotossociograma neste trabalho. O conceito filosófico nos permite visualizar a singularidade de cada indivíduo ao significar um objeto em um grupo social de forma multissingular. Desse modo, nomeamos nossa representação como “representações multissingulares”.

O fotossociograma é uma possibilidade de visualização de um objeto subjetivamente construído, com infinitas possibilidades da realidade, pluralmente representado com uma associação cinemática de significados que se movem no tempo e no espaço e decoloniza o pensamento de quem vê.

Sistemas complexos não são rizomas

Uma explanação conceitual de redes complexas se faz necessária já que usaremos a fundamentação teórica como método de análise e compreensão dessa complexidade que se forma nas redes reais. As redes complexas não são rizomas, assim como os rizomas não representam as redes relacionais do mundo real. As redes complexas se caracterizam por possuírem centralidade enrijecida e os rizomas são flexíveis, dinâmicos e sem ordem de entrada.

As representações multissingulares podem ser vistas e analisadas empiricamente por um pesquisador por meio da produção e das análises de grafos e subgrafos sobrepostos, o que se conhece como redes complexas. Essas redes são formadas por vértices ou pontos atravessados por linhas duras e linhas flexíveis, como as linhas conceituadas por Félix Guattari e Gilles Deleuze (1995) na conceituação de rizomas.

Aprofundando os conceitos de redes complexas de Barbais e Albert (1999), produzimos alguns ensaios com redes reais de interação no ambiente escolar. Analisando essas redes, concordamos com os autores que afirmam que a maioria das redes do mundo real são redes complexas. Dessa forma, as redes reais possuem hubs, vértices que têm preferência de entrada na adição de novos vértices à rede. Além disso, a presença desses vértices na rede é o primeiro indício de complexidade.

O conceito de rizoma dado por Deleuze e Guattari (1995) soa muito familiar aos ouvidos de pesquisadores de redes complexas. Parece até familiar a ouvidos desatentos. Mas não se enganem. Esses conceitos são antagônicos, pois uma rede para ser complexa necessariamente possui a presença de hubs. Esses vértices ocupam um local de destaque em redes complexas, com centralidades, tendo preferência de entrada de novos vértices e de informação no sistema. Nos rizomas, o processo é não hierárquico, dinâmico e fluido.

Todo esforço para diferenciar rizoma e redes complexas é para justificar a proposta empírica de apropriação das centralidades de uma representação multissingular, pois os vértices centrais são os principais objetos de estudo a serem representados. Por meio dessas centralidades da rede, nos apropriaremos das representações multissingulares do sujeito e das multiplicidades de pensamento no grupo que, em algum momento, se repetem no grupo. Fazem-se necessários esses detalhamentos para evitar confusões teóricas com os rizomas, já que nos apropriamos dos conceitos de linhas duras, flexíveis e linhas de fuga.

As redes complexas nos ajudaram em investigações recentes a encontrar, experimentalmente, o núcleo central de uma representação social. A Teoria do Núcleo Central (TNC) foi proposta por Jean-Claude Abric (2001) como forma de encontrar o núcleo central de uma representação social. Todavia, o núcleo central foi criado como abordagem experimental para as representações de Moscovici. Com isso, não usaremos essa abordagem metodológica, mas proporemos a teoria dos pontos fixos e voláteis.

A TNC foi complementada pelos estudos de Flament (2001) que propõem a existência de um sistema periférico que protege o núcleo central de uma representação social, servindo de para-choques do NC. Esse sistema é volátil, maleável, flexível e sensível a mudanças, ressalta-se que tudo isso é para que o NC não mude, ou seja, esse sistema periférico forma a resistência do NC. É importante sinalizar que o sistema periférico representa o pensamento individual dos sujeitos dentro do grupo (Flament, 2001).

Um fator que sempre nos chamou a atenção nas representações sociais é como os indivíduos aprendem um novo conceito que rompa com o pensamento central constituído pelo grupo. No entanto, a explicação de como o sujeito rompe com o núcleo central de uma representação social para possibilitar que os vértices da periferia passem a ser centrais é inexistente.

Nesse viés, as representações sociais não trazem uma explicação lógica de como um aluno racista pode deixar de ser racista, já que na representação social o sujeito simplesmente vai objetivar a sua construção do conhecimento. Assim, se o grupo em que ele está inserido é racista, o sujeito continuaria racista, o que acreditamos ser um grande erro, pois essa representação é multissingular, ou seja, se dá de sujeito a sujeito, com um start. Num viés deleuziano, se dá de forma molecular, de molécula em molécula até se tornar molar.

Justificamos a solução para essa problematização ao propor que as mudanças conceituais se dão por meio da subjetivação de um novo conceito pelo indivíduo. Cada indivíduo, singularmente, sofre mudanças que seguem das pequenas partes (molecular) para as maiores partes(molar). Não se entenda aqui maiores partes como o todo, pois acreditamos que o pensamento social não tende a ser único, mas repleto de multiplicidades.

A perda de forças dos pontos fixos tem início na subversividade individual que desterritorializa os pensamentos do indivíduo com as linhas de fuga – a depender da intensidade e da potência de cada sujeito para transformar as linhas duras em linhas flexíveis, mudando o significado e o símbolo do objeto representado de forma singular, fazendo com que os pontos fixos da rede se transformem em pontos voláteis na ruptura de significado.

Metodologia

Para nos apropriarmos das representações multissingulares, fizemos um ensaio com 113 alunos do Ensino Médio de uma escola estadual no interior do Estado do Espírito Santo, todos na faixa etária entre 14 e 22 anos. Lançamos mão do conceito de imagens-pensamento, pois concordamos com Etienne Samain (2012) em que as imagens são ricas em memórias e focos de emoções e de sensações. O autor também afirma que as imagens gostam de caçar as memórias na escuridão do pensamento.

Sendo assim, nos apoiamos nas forças ativas dessas imagens que pensam e movimentam o conhecimento a fim de promover o decolonizar do pensamento de alunos quando analisam imagens de pessoas negras em condições de subjugo.

O método usado foi inspirado na Teoria de Associação Livre de Palavras (TALP). Na TALP usa-se um termo indutor, em que os participantes escrevem entre quatro e seis palavras, as primeiras que logo vêm à mente quando pensam ou ouvem um termo indutor.

Inspirados no conceito de TALP, inauguramos uma abordagem parecida que chamaremos de Teoria da Análise Cognitivo-Semântica de Imagens (TACSI). Os alunos participantes foram convidados a escrever as seis primeiras palavras que logo vinham à mente, enquanto analisavam as imagens apresentadas.

Foram propostas duas imagens aos alunos para uma análise cognitiva.

Figura 2: Imagem ferramenta 1

Fonte: cce.fiocruz.br.

Figura 3: Imagem ferramenta 2

Fonte: geledes.org.

Cada imagem foi disponibilizada aos participantes em uma mesma folha A4, em tamanho de 7,5cm x 8,0cm. Junto com as imagens, os participantes receberam um questionário em folha A4.

O questionário foi composto por três atividades. Na primeira foi pedido aos participantes que analisassem as duas imagens e que, durante a análise, escrevessem seis palavras. Na segunda atividade foi pedido aos estudantes que hierarquizassem as palavras escritas de acordo com sua importância, sendo a sexta palavra a menos importante e a primeira a mais importante. Por fim, os participantes deveriam justificar suas escolhas, de acordo com a associação simbólica da palavra.

A abordagem metodológica aqui proposta possui caráter qualitativo e ganha vida a partir das linhas duras, linhas flexíveis e as linhas de fuga de Deleuze e Guattari (1995). Para conceituar a construção de um holograma formado por pontos ou vértices ligados por linhas que atravessam os sujeitos e a sociedade, influenciando diretamente a construção da ferramenta (que conceitualmente é um grafo complexo), a função analítica experimental dessas linhas de força é contribuir na fixação do significado semântico do objeto por cada indivíduo dentro da rede.

Os vértices são os pontos da rede que podem ser fixos ou voláteis, ligados por linhas gráficas que ganham espessura de acordo com a força com que perpassam pelo grupo social, formando um grafo complexo, o qual chamaremos de holograma semântico de palavras. A construção do holograma se dá por metacognição-single-sociomaquíneo-semântico; todas as características de formação da rede são importantes na geração de novas representações e métodos qualitativos de análises.

Esse holograma pode ser plotado por vários softwares de geração e manipulação da rede complexa. Usamos o Gephi@, que plota o grafo complexo, permitindo a leitura e o tratamento dos dados, sendo uma ferramenta muito útil ao pesquisador para a análise da rede social, de redes complexas, de redes semânticas e de redes de cliques, além de possibilitar a varredura analítica de cada vértice da rede, examinando a sua importância cartográfica.

Após a coleta e a tabulação, essas informações sofreram ainda outro tratamento: a indexação manual de palavras. Esse é um processo feito por meio da mediação semântica (aproximação semântica) que consiste em solucionar e transcrever palavras que possuem o mesmo significado ou substituem a palavra evocada por uma forma mais abreviada, na qual o participante apresentou mesma ideia (Borges; Santos Maculan; Oliveira Lima, 2008; Lancaste, 1993).

Para investigar a representação multissingular desse grupo de alunos, o presente trabalho considerou esse grupo como sendo uma rede social. Estudos pioneiros no ramo da Psicologia Social datam do final do século XIX, porém o primeiro registro é da década de 1930, com o psiquiatra latino-americano radicado nos Estados Unidos da América, Jacob Moreno, que estudou a interação social de um grupo de pessoas. Esse trabalho foi um dos primeiros estudos verdadeiros a respeito das redes sociais, sendo publicado numa conferência médica em 1933 (Newman, 2010). No entanto, Moreno chamou seus diagramas como sociogramas, o que mais tarde se tornaria um campo de estudo chamado Sociometria. Hoje, o estudo dessas interações humanas é chamado de redes sociais.

Redes sociais são propensões dinâmicas de organizações complexas, compostas por indivíduos com insights semelhantes, objetivos e/ou valores em comum, conectadas de forma horizontal e descentralizadas (Duarte; Souza; Quant, 2008; Newman, 2010), O estudo da análise das redes sociais tem sido uma importante ferramenta para várias áreas do conhecimento, especialmente para psicólogos, psiquiatras e sociólogos. Esses grupos têm feito uma análise focada na estrutural social da rede, especialmente nos dados relacionais, os quais demandam métodos distintos de tratamento, diferentes dos métodos normalmente observados na análise de redes sociais. Leva-se em conta os principais fundamentos de uma rede social que são graus de formalidade, densidade e centralidade dos indivíduos na rede (Duarte; Souza; Quant, 2008).

Na tentativa de identificar as representações multissingulares desse grupo de alunos, o presente trabalho volta seus olhares para os pontos fixos, bem como aos pontos voláteis que possam vir a compor sua periferia, apontada (mostrada) pela centralidade da rede a ser estudada. Para tanto será produzida a análise, utilizando as redes complexas.

Diante do exposto, as centralidades que pretendemos analisar são redes de cliques que se fundamentam na teoria de grafos. Dessa forma, grafo consiste em um conjunto de arestas |E| que se conectam aos pares de vértice (ou a nós) |V|. Quando dois vértices são conectados diretamente por uma aresta, eles são adjacentes. Uma medida muito importante no estudo de grafos e redes é o grau de um nó que é uma soma de vértices ligados a um determinado vértice (Freeman, 1978).

Com a intenção de analisar a rede social formada por esse grupo de alunos, o presente trabalho considerou que as palavras evocadas pelos participantes formam uma rede semântica de palavra. Dessa forma, essas evocações representam os vértices da rede e as arestas conectam essas palavras. Portanto, cada palavra evocada por um mesmo participante é ligada automaticamente por uma aresta, formando uma sentença (pequeno grupo de palavra) e cada sentença forma um subgrafo que aqui chamaremos de ‘clique’. Nesse caso, um clique maximal é a maior clique de um grafo, onde os vértices são todos conectados reciprocamente (Pereira; Fadigas, 2013; Lopes et al., 2013; Rosa et al., 2012).

Resultados e discussões

De posse dos dados estatísticos básicos, foi factível caracterizar a rede quanto à sua topologia. Foi possível também perceber que a rede possui semelhanças com uma rede small word. A rede semântica em estudo apresentou condições necessárias para o fato de ser classificada como uma rede do tipo small word, o que facilita a comunicação dentro da rede social, em estudo, por apresentar um pequeno caminho médio (uma das características necessárias de uma rede de mundo pequeno), quando aplicado o método de Watts (1999).

Foi possível também atestar que a rede pode ser classificada como small word, no entanto, ela sinalizou ser também uma rede de escala livre (scale free) complexa, por possuir grau médio entre os vértices igual a 3,963 e com coeficiente de clusterização médio de 0,541, muito próximo de uma rede de Barabási e Albert, possuindo condições necessárias para também receber essa classificação (Costa et al., 2007).

Além disso, analisando a estrutura topológica física da rede, observamos que a rede de cliques em estudo apresenta encadeamento do tipo estrela. Esse tipo de topologia é organizado de forma que os vértices se conectam fortemente á vértices com alta conectividade, ou seja, com alto grau de centralidade. Dessa maneira, os grupos de palavras que formaram os cliques da rede tendem a se conectarem aos vértices que representam os pontos fixos.

Quadro 1: Análise métrica da rede

Grafo

Rede

semântica

Não dirigido

Evocações

163

323

3,963

0,024

0,541

2,843

5

Analisando o Quadro 1, observamos que o coeficiente de clusterização médio (Cws) teve importância de 54,1%, demonstrando boa conectividade entre as palavras semântica na rede (Nascimento et al., 2018). O valor obtido do diâmetro da rede (D) é 6 e a densidade ( ) encontrada foi da ordem de 2,4%. Para Pereira e Fadigas (2013), esse parâmetro indica o nível de coesão entre as palavras evocadas. Já o caminho médio da rede (L) apresentado (2,843), indica que as palavras evocadas estão a menos de três arestas de se conectarem, o que para Metz (2007) é uma propriedade de small word que facilita a propagação de uma informação dentro da rede social. No nosso caso foi bem menor que o valor de referência, que é 5. O valor de grau médio da rede foi de 3,963, como já discutido aqui, dando um resultado dentro dos valores de <3 – 4>, preconizado nas redes complexas de Barabási (Barabási, 2009).

A Figura 4 mostra a rede semântica de palavras produzida no software Gephi@.

Figura 4: Plotagem da rede semântica da representação multissingular em holograma

Ao fazer uma análise dos pontos mais fixos da rede complexa, observa-se que os pensamentos se cristalizam a partir das imagens analisadas: escravidão e racismo. Essas palavras foram as que tiveram mais valor semântico para o grupo de alunos, visto que foram a fragmentação com maior frequência dentro da multissingularidade. São, de fato, os pontos de maior relevância, pois são mais atravessados por linhas duras em relação ao objeto em análise.

Os pontos voláteis merecem uma atenção dentro da representação. Destacamos os termos: raiva, injustiça, preconceito, escravidão infantil, desumano e dor, pois esses pontos foram muito expressivos demonstrando a revolta da maioria dos jovens negros. Na perspectiva de Nietzsche (2019), os jovens brancos sentiram vergonha por suas imagens serem representadas negativamente.

Apesar das representações sociais olharem mais para o núcleo central que seria o nosso ponto fixo, atravessadas por linhas duras, faz-se necessário que se olhe para os pontos voláteis com igual importância, já que trabalhamos com a filosofia da diferença. Temos que ter atenção sobretudo nas justificativas, pois nelas as singularidades são ressaltadas na diferença de cada indivíduo, sem contar que ainda corremos o risco de termos representações mudas. As representações mudas se destacam quando trabalhamos com temas sensíveis, como: racismo, xenofobia e multiplicidade de gênero.

A seguir está a Figura 5, na qual o holograma é plotado em 3D com o algoritmo force atlas + network splitter 3D (Z,max=2, Zdist=5,Zscal=70 e alfa=100).

Figura 5: Representação hologramática das representações multissingulares do racismo

A técnica de plotagem da rede em 3D foi um achado valioso para o nosso trabalho, visto que ela facilita uma análise mais limpa. Vendo agora em 3D, nota-se que mesmo o termo escravidão sendo o de maior frequência dentro da fragmentação da diferença, o termo racismo teve maior valor simbólico para o grupo, sendo valorado como o primeiro pensamento, ganhando maior destaque na rede de significados para os participantes.

Foi possível observar que o grupo de participantes, mesmo sendo de jovens, sofreu intensa tristeza e sofrimento na análise das imagens-pensamento. Outros termos ganharam destaque: desigualdade, raiva e injustiça. O termo desigualdade foi um sentimento de destaque dentro do cluster.

Considerações finais

Os resultados mostram que o uso da rede semântica de palavras – quando analisadas para identificar os pontos fixos e voláteis de uma representação multissingular de um grupo com o apoio concomitante da teoria dos grafos e das redes complexas a partir de suas centralidades – foi uma estratégia possível.

As centralidades nas redes de cliques, a presença de hubs, assim como o coeficiente médio de aglomeração e o grau médio dos vértices, mostraram que a rede funciona, respeitando a lei de potência. Ou seja, a entrada de novos vértices não vai se dar de forma aleatória, mas caracterizando-a como uma rede scale free, mostrando assim que se novas palavras forem adicionadas à rede, elas irão se conectar preferencialmente aos hubs (escravidão e racismo). Eles representam os pontos fixos da representação multissingular, aumentando ainda mais a proteção dessa representação.

Foi possível concluir que a plotagem da rede em 3D facilitou a identificação do termo evocado, racismo, como o ponto mais fixo dessa multissingularidade. Ou seja, o ponto com mais linhas duras, atravessado por esse grupo. Isso é bom, já que o grupo reconhece o que é racismo e sabe que o racismo estrutural no país é fruto desse processo de escravidão. Isso se confirma na justificativa dos estudantes: 61% das evocações de racismo escreveram que esse ponto está presente na estrutura da sociedade brasileira. Apesar de ser um número alto, pode ser mais satisfatório, reforçando a necessidade desses conteúdos continuarem a ser trabalhados nas escolas públicas e privadas.

Por fim, pudemos ter certeza experimental de que as imagens pensam e decolonizam o pensamento para um outro lugar. Esse movimento pode trazer aprendizagem. Sugerimos, assim, como dica para os leitores deste trabalho que explorem o poder das imagens para desterritorializar, por meio de linhas de fuga, os aprendizes para que vejam um novo mundo, intermediados pela aprendizagem.

Referências

ABRIC, J. C. Representações sociais: o estudo experimental das representações sociais. E. UERJ, Rio de Janeiro, 2001.

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Publicado em 16 de julho de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

COSTA, Wesley Andrade; VOGEL, Marcos; BORTOLETO, Edivaldo José. O pensamento estudantil sobre racismo estrutural movido por imagens de redes complexas hologramáticas. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 25, 16 de julho de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/25/o-pensamento-estudantil-sobre-racismo-estrutural-movido-por-imagens-de-redes-complexas-hologramaticas

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