Práticas de letramento na Educação de Jovens e Adultos: a importância da mediação docente

Consuelo Almeida

Licenciada em Pedagogia (Universidade de Vassouras)

Gilberto da Silva Santiago

Mestre em Linguística Aplicada (Unitau), docente da Universidade de Vassouras, membro do grupo de pesquisa Linforpro/IFRN/Cefet-MG

Geraldo Generoso Ferreira

Pós-doutorando em Letras (PUCRS), doutor em Letras (UFPE), mestre em Linguística Aplicada (Unitau), técnico em Assuntos Educacionais no IFRN/Cefet-MG, líder do grupo de pesquisa Linforpro/IFRN/Cefet-MG

A EJA é uma modalidade de ensino destinada a jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de concluir o Ensino Médio em tempo determinado. Trata-se da possibilidade de serem alfabetizados de forma gratuita, tendo o necessário fornecido pelo Estado. Todo esse esforço se dá por meio de medidas não só em âmbito federal, mas estadual e municipal.

A Constituição Federal de 1988 garante o acesso à educação a todos. Assim, hoje é possível a construção do conhecimento e o letramento para jovens e adultos, triangulando com os letramentos sociais e os conhecimentos adquiridos pelos alunos na sociedade, tornando a aprendizagem eficaz sem um caráter engessado. É de suma importância destacar a prática docente no processo de aprendizagem, pois o professor da EJA possui a figura de mediador entre o conhecimento sistemático-científico e o educando, sendo necessário que o docente conheça, também, o contexto social particular no qual o aluno está inserido.

Para o embasamento teórico desta pesquisa, realizamos um estudo legislativo e bibliográfico para definir quais as bases legais, os marcos históricos e a reverberação social do letramento, com enfoque específico à EJA, buscando entender sua gênese, suas raízes históricas e seu progresso. A primeira seção, intitulada EJA: Um Breve Histórico, apresenta uma abordagem histórica sobre a educação no Brasil, desde a sua implantação até a sua estruturação. O segundo tópico, Letramento na EJA, trata da diferença entre o que é o processo de alfabetização e o processo de letramento sob o ponto de vista de Marcuschi (2007), Freire (1996), Mortatti (2004), Kleiman (1995), Rojo (2009) e Soares (1998). A terceira parte deste trabalho, Prática Docente, aborda o papel do professor como mediador de aprendizagem na EJA. Na parte final estão sintetizadas as considerações finais, em uma reflexão sobre o resultado alcançado, apontando a necessidade de novos estudos no campo temático.

EJA: um breve histórico

A modalidade de Educação de Jovens e Adultos é uma das mais recentes modificações na história da Educação ao longo da história do Brasil. Com o advento do descobrimento do país pelo império português, sociedade teocrática, houve a necessidade por parte dos descobridores de ensinar a sua religião ao povo da terra. Então, os jesuítas receberam essa missão. A catequização era um sistema de ensino da religião, direcionado a toda a comunidade indígena, dos mais jovens aos mais velhos. Esse é o primeiro relato histórico de uma educação abrangente a jovens e adultos, na fase pré-colonial.

Aconteceu de forma gradual a colonização do país. Para que houvesse desenvolvimento, colonos foram enviados por Portugal. A educação passou a ser focada nas pessoas da elite e nos portugueses residentes no Brasil. A educação primária era realizada por professores vindos de Portugal para lecionar e a formação superior, realizada em faculdades na capital do império. Toda a fase colonial seguiu os mesmos parâmetros.

Depois, na fase imperialista, com a primeira Constituição Nacional (1824), passou-se a priorizar a educação primária como sendo um direito a todos da população e dado de forma gratuita. Pela redação do Art. 179, item 13, “A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos” (Brasil, 1824). Entretanto, a prática de tal direito não era comum, pois apenas as pessoas mais abastadas na sociedade tinham acesso e possuíam cidadania, além do fato da responsabilidade de prestar esse serviço às províncias que possuíam poucos recursos para disseminar a educação entre a população local.

Com a Revolução Industrial, em 1889, já havia no Brasil 636 indústrias e 54 mil operários (Decca, 1991, p. 24). A forma como era conduzida a educação no país só passou a ser um problema em 1870, já no período republicano. Com o avanço industrial, houve a necessidade de especialização da mão de obra. Pessoas jovens não possuíam os conhecimentos básicos necessários ao desempenho de suas funções e a maioria dos adultos não sabia sequer ler ou escrever. Entre os anos de 1907 e 1920, o número de indústrias, basicamente, quadruplicou, tendo cerca de 275.512 operários (Decca, 1991, p. 24). 

Após um lapso temporal, em 1934, o governo criou o Plano Nacional de Educação (PNA), que estabeleceu a educação como dever do Estado, com o Ensino Primário integral, gratuito e de frequência obrigatória, extensiva para adultos como direito constitucional (Friedrich et al., 2010, p. 389-410).

A educação de adultos era tratada de forma equivalente à difusão da educação elementar (básica) na ditadura getulista e só passou a ser observada como um problema separado e crescente na década de 40, pelo censo do governo de Teixeira de Freitas, cuja população possuía um alto índice de analfabetismo.

Sua relevância para o cenário é destacada pela criação do Fundo Nacional do Ensino Primário, criado em 1942, que destinava 25% de sua verba para a educação de adultos. Entretanto seu funcionamento foi iniciado apenas em 1946. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), efetivou-se a aplicação do fundo para que, por meio da educação, os ideais democráticos fossem difundidos à população.

A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), disfarçada de uma iniciativa educacional, foi um plano para a qualificação da mão de obra nas cidades. Tinha como um de seus projetos estar presente no campo para alfabetizar os adultos, integrando os imigrantes e melhorando a posição do Brasil em rankings educacionais internacionais. Tinha o objetivo de passar o conteúdo de forma a alcançar o maior contingente de pessoas e ensinar de forma aprofundada (Paiva, 2015, p. 207). Entretanto, havia em suas iniciativas um objetivo político. Os analfabetos ficaram marginalizados por consequência de sua condição, logo enquadrá-los socialmente por meio da alfabetização os daria a compreensão para que se efetivasse o progresso social buscado à época, trazendo desenvolvimento econômico e mais avanço industrial. Em 1947 foi convocado o 1º Congresso Nacional de Educação de Jovens e Adultos pelo Ministério da Educação para debaterem sobre os impasses da CEAA, marcando o início da campanha. Foi unânime a decisão da necessidade do letramento dos adultos para a manutenção do sistema democrático. O congresso sugeriu a criação de uma Lei Orgânica de Educação dos Adultos, visando não só a alfabetização dos adultos, mas outras extensões de ensino, com a continuação e o aperfeiçoamento educacional, como a criação de Universidades populares.

O 2º Congresso Nacional de Educação de Adultos, realizado em 1958 no Rio de Janeiro, foi a tentativa de contornar o resultado insatisfatório da CEAA, por meio do debate científico entre profissionais da educação. As críticas direcionadas à campanha foram relativas à sua ineficiência em alfabetizar, sua função era mais do que ensinar a assinar o próprio nome. A conclusão foi de que os programas e projetos vigentes não eram suficientes para dar continuidade e suprir a necessidade, para que novas diretrizes sobre a educação fossem promulgadas.

O PNA (Plano Nacional de Alfabetização) foi um programa criado por intermédio do decreto nº 53.465/64 (Brasil, 1964) após pressões de intelectuais e estudantes universitários interessados na problemática da educação de adultos. O plano possuía embasamento na prática freiriana, porém era focado na quantidade. O plano foi extinto pelo Art. 1º do Decreto nº 53.886/64 (Brasil, 1964).

Em 1964, todo o país passou por mudanças devido à intervenção dos militares no governo. Nesse período, duas medidas para a educação dos adultos foram retomadas. A cruzada ABC (Ação Básica Cristã), realizada no nordeste do país, tinha como característica minar os ideais culturais ensinados em consonância à educação pelos projetos anteriores. A outra medida foi o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), órgão executor do Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada de Adolescentes e Adultos, criado pela Lei 5.379/67 (Brasil, 1967), um órgão criado para auxiliar o Ministério da Educação no que tangia à alfabetização dos adultos e sua educação continuada, visando promover a descentralização dessas medidas. Segundo as palavras de Paiva (2015):

Ao Mobral incumbiria a promover a educação dos adultos analfabetos; financiar 1/3 do seu custo; cooperar com movimentos isolados de iniciativa privada; financiar e orientar tecnicamente cursos de 9 meses para analfabetos entre 15 e 30 anos, com prioridade aos municípios com maiores possibilidades de desenvolvimento socioeconômico (Paiva, 2015, p. 321).

Ainda nesse período, a Lei nº 5.692/71 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) passou a legislar sobre a matéria da EJA, tendo não só o interesse em alfabetizar, mas também se preocupando em ampliá-la por outros meios, tais como cursos e provas (Salgado; Barbosa, 2008, p. 1).

Com o fim da ditadura militar, foi promulgada a nova Constituição Federal, de 1988, com o objetivo de firmar os ideais cidadãos e os direitos humanos. Sobre a EJA, a Carta Magna firma:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (Brasil, 1988).

Essa disposição legislativa abre a possibilidade para a nova sociedade, instituída pela nova constituição, para que se criem medidas assegurando a alfabetização a quem não a teve. A Lei n º 9394/96, de 1996, formulada já sob ideais democráticos, reafirma o dever de a educação ser oferecida de forma gratuita pelo Estado, garantindo acesso e permanência (Brasil, 1996).

Em 2000, as Diretrizes Curriculares Nacionais trouxeram à EJA o encaminhamento necessário para que ela fosse, enfim, desenvolvida (Brasil, 2002). Até então, ela não possuía um documento que lhe atribuísse autonomia e fosse diretamente escrito para a sua aplicação, porque estava subjugada às diretrizes da educação comum adaptada à realidade da alfabetização de adultos. Logo, pela primeira vez, houve a possibilidade do desenvolvimento de uma proposta pedagógica na EJA.

Em 2003 foi criada a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, que lançou o Programa Brasil Alfabetizado, abarcando o Projeto Escola de Fábrica, o Projovem e o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio para Jovens e Adultos, Proeja (Vieira, 2004, p. 310). Em 2007, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) criou o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para atender todas as modalidades de ensino, inclusive a EJA, destinando recursos financeiros à educação (Brasil, 2007), com nova regulamentação pela Lei nº 14.113, promulgada em 2020 (Brasil, 2020).

Ao longo de toda história da Educação para o público jovem e adulto no Brasil, houve problemas em oferecer continuidade dos projetos e em estabelecer metas reais e alcançáveis. A população marginalizada por motivo do analfabetismo, não pode ser enxergada como um somatório à base eleitoral do país ou como mão de obra especializada apenas, mas também como agente transformador da sociedade, integrado à sociedade.

Letramento na EJA

É de suma importância diferenciar o que significa alfabetização e letramento para melhor compreensão de sua aplicabilidade e relevância na modalidade de ensino EJA. Por vezes, utilizados erroneamente como sinônimos, embora sejam procedimentos que se complementam. Na prática, contudo, não podem ser confundidas. Para que ocorra o letramento não é necessário que antes aconteça a alfabetização (Soares, 1998, p. 27).

Para significação e qualificação desses diferentes termos, há diferentes posicionamentos de escritores. Segundo Marcuschi (2007, p. 15-47), “a alfabetização é um aprendizado que envolve o domínio sistemático das habilidades de leitura e escrita, que ocorre mediante o ensino e até mesmo à margem da instituição escola”. O processo de letramento é “decorrente de um processo social e histórico de aprendizagem da leitura e da escrita nos diferentes contextos e de acordo com as necessidades” (Marcuschi, 2007, p. 15-47).

Paulo Freire (1996) qualifica a alfabetização como um processo necessário para que o aluno letrado possa exercer a cidadania.

A aquisição da língua escrita, por um processo de construção do conhecimento, que se dá num contexto discursivo de interlocução e interação, através do desvelamento crítico da realidade, como uma das condições necessárias ao exercício da plena cidadania: exercer seus direitos e deveres frente à sociedade global (Freire, 1996, p. 59).

Mortatti (2004, p. 98) afirma que “o letramento está diretamente relacionado com a língua escrita, seu lugar, suas funções e seus usos nas sociedades letradas”. Kleiman (1995), por sua vez, define letramento como

um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos. As práticas específicas da escola, que forneciam o parâmetro de prática social segundo a qual o letramento era definido, e segundo a qual os sujeitos eram classificados ao longo da dicotomia alfabetizada ou não alfabetizada, passam a ser, em função dessa definição, apenas um tipo de prática – de fato, dominante – que desenvolve alguns tipos de habilidades, mas não outros, e que determina uma forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. (Kleiman, 1995, p. 19).

Nas palavras de Rojo (2009), o alfabetismo é um conjunto de capacidades e competências acadêmicas. Já o letramento, a capacidade de utilização das técnicas sociais da linguagem, para ler a sociedade e compreendê-la, não sendo necessárias para o processo as competências meramente acadêmicas.

Segundo Soares (1998), essa distinção entre os conceitos é necessária, visto tratar-se de processos distintos. Considera que a alfabetização tem um significado mais específico, todavia, “a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele” (Soares, 1998, p. 90).

Pelos entendimentos desses escritores, aprende-se que a alfabetização é o conjunto de habilidades técnicas exercidas em prol da leitura e da escrita e o letramento a capacidade de utilizar as técnicas da alfabetização, a aptidão de trazer a matéria técnica da alfabetização para a sua realidade, na disposição para uma prática assídua da leitura e da escrita para diversos fins, com um sentido mais profundo, o qual impacta a forma com que o aluno observa a sociedade a sua volta.

Para Soares (1998), para que o letramento se concretize, são necessárias duas condições: que seja fornecido ao aluno uma oportunidade de escolarização e que exista material de leitura de fácil acesso para uma constante prática da leitura. Ideia corroborada por Ribeiro (2001) que afirma “para aprender a escrever é preciso escrever, e ele vale para a leitura. Na interação com este objeto de conhecimento – o texto – e com a ajuda do professor, o aluno poderá realizar essas aprendizagens” (Ribeiro, 2001, p. 55).

Vê-se, assim, a necessidade de que a prática de leitura e escrita textual, que articula a alfabetização ao letramento, sendo necessário o incentivo por parte do professor e a adequação da prática discente para que o indivíduo utilize o que foi aprendido no letramento em sua vida cotidiana. Com a articulação do conhecimento adquirido na EJA, somado ao conhecimento que o aluno já possui, ele sai da posição de descrédito social pela falta do letramento.

Apesar de as pessoas pouco letradas possuírem muitos conhecimentos válidos e úteis, elas estão excluídas de outras muitas possibilidades que a nossa cultura oferece. A exclusão do conhecimento que se adquire na escola marca essas pessoas profundamente pela imagem que fazem de si e pelo estigma que a sociedade lhes impõe (Ribeiro, 2001, p. 40).

Segundo Rojo (2009), existem diferentes perspectivas a respeito do letramento, sendo elas:

  • o letramento multissemiótico, dominante na atualidade, que dispõe de vários elementos e semioses na integralidade do texto, havendo a necessidade de uma leitura multidisciplinar;
  • o letramento multicultural ou multiletramento, uma triangulação do saber entre as culturas de todo o mundo, para que o aluno seja um ser “democrático e crítico”; e
  • o letramento sobre o enfoque crítico, em que a função do professor é dissertar sobre o conteúdo apresentado no texto de modo a incentivar o aluno a agir da mesma forma crítica em outras situações (Rojo, 2009, p. 119).

Há também quem trate de letramento ideológico que, nas palavras de Street (1993), é o modelo presente na literatura acadêmica, o qual valoriza a prática da norma culta, relacionada à modernidade e ao progresso.

Embora haja um grande enfoque educacional no letramento acadêmico, esse não é o único enfoque existente. A saber, o letramento acadêmico é definido por Soares (1998) como “habilidades e práticas adquiridas através de uma escolarização burocraticamente organizada e traduzida nos itens de testes e provas de leitura e de escrita” (Soares, 1998, p. 85), o que exclui o que muitos denominam letramento, embora possa ser entendido como um incentivo por parte do professor em âmbito escolar. O que foi apreendido com a alfabetização deve ser praticado cotidianamente pelo educando.

Prática docente

Nesta unidade serão abordados dois pontos fundamentais para este trabalho. Em um primeiro momento, o papel do professor como mediador da aprendizagem na EJA. Em seguida, uma sequência didática para a inserção de alunos da EJA em práticas letradas, esperando-se, assim, despertar no docente que atua no seguimento uma reflexão acerca do cuidado e da importância de práticas de letramento para um público tão específico.

É fundamental ponderar que, antes de mediar a construção do letramento em aula, o docente passa pela formação em uma instituição de Ensino Superior, tendo em vista que a formação que o professor recebe interfere em sua prática profissional. É necessária uma boa formação docente para que se efetive uma mediação de qualidade.

Para boa formação profissional do docente, deve existir comprometimento com a formação dos profissionais da educação, pois segundo Ferro e Moura (2012, p. 196), “a referida modalidade requer um compromisso maior por parte dos órgãos responsáveis pelas políticas de formação, por parte dos gestores, dos professores e dos formadores de professores para o efetivo desencadeamento de ações adequadas”.

Na perspectiva nacional da educação, em geral, é fácil concluir que a proposta curricular é pautada na Ciência. As características técnicas do currículo não apresentam grandes dificuldades no ensino para crianças, porém ao fragmentar o conhecimento, implementando metodologias inadequadas à prática docente na EJA, o proponente engessa a aprendizagem, condicionando o adulto a aprender de forma científica um assunto que nunca será colocado em prática na sua vida (Oliveira, 2007, p. 86). A cientificidade do ensino afasta o conhecimento que pelo educando foi absorvido ao longo de sua vida em sociedade.

O que percebemos é que os critérios e modos de seleção e organização curricular não buscam dialogar nem com os saberes nem com os desejos e expectativas dos jovens a que se destinam, permanecendo enclausurados nas certezas de uma “ciência” que, em nome das suas supostas objetividade e neutralidade, abdica de se comunicar com o mundo das pessoas. [...] Além disso, na imensa maioria das propostas curriculares, a própria organização e seleção de conteúdos não segue em nenhum momento a complexidade do estar no mundo, da vida cotidiana e das aprendizagens que nela ocorrem (Oliveira, 2007, p. 91).

O professor deve conhecer a sociedade em que o aluno está inserido. Somente assim saberá utilizar seus conhecimentos prévios para a construção do conhecimento que lhe é necessário para o seu efetivo letramento. Antes do retorno do educando à escola, uma bagagem social e cultural é formada no ambiente escolar. Assim, a prática pedagógica do docente não pode ignorar todo esse conhecimento. Segundo Veiga (2006, p. 24), “para o professor concretizar seu ato de ensinar de forma satisfatória, o vínculo afetivo é uma dimensão indispensável, uma vez que as emoções, interesses pessoais, sonhos permeiam toda a relação pedagógica”.

Há a necessidade de o professor estar aberto a aprender com as experiências dos alunos em sala de aula, colocando-se em uma posição de aluno e não em uma posição superior de alguém que detém todos os conhecimentos, ignorando os seus saberes aprendidos fora do ambiente escolar. A prática docente não pode estar afastada da realidade dos educandos, mas corrobora para a sua participação social de forma efetiva.

Nessa perspectiva, infere-se que a formação do docente reflete na efetividade do que será desenvolvido na prática em aula, as propostas curriculares devem seguir aliadas à Ciência, com a observação da sociedade e do conhecimento prévio do educando, tendo em vista que a afeição gera aproximação, desencadeando maior reconhecimento entre professor e aluno e facilitando o processo de aprendizagem.

Proposta de sequência didática

O professor da EJA está sempre em busca de novas maneiras para diversificar as aulas, pois a prática é uma parte muito importante para os alunos no processo de aprendizagem. Além disso, com o avanço das tecnologias, o uso das ferramentas digitais é uma forma de fazer com que os alunos se envolvam no mundo digital. Sendo assim, as sequências didáticas são uma opção que leva o professor a explorar conteúdos diversos com atividades diferentes a partir de uma temática.

Segundo Fonseca (2013, p. 61), “sequência didática são atividades ordenadas e articuladas para trabalhar e/ou aprimorar conteúdos específicos que o professor avalia como importantes e necessários para a aprendizagem do seu grupo”. Ela permite em sua metodologia que o professor consiga explorar todas as áreas de conhecimentos que são necessários na educação de jovens e adultos, dentro de um planejamento. Assim, o professor, ao selecionar uma temática para trabalhar determinados conteúdos, pode desenvolver atividades diversificadas entre uma sequência e outra, permitindo que os alunos tenham uma visão mais ampla dos conteúdos, observando o desenvolvimento de cada aluno e suas fragilidades.

A pesquisa apresenta uma sequência didática voltada para a EJA baseada em situações da vida cotidiana. A escolha do tema foi feita de forma aleatória para demonstrar como é possível desenvolver diversos conteúdos e atividades a partir de contextos vivenciados pelos alunos, sequenciando-os de forma coerente para que haja compreensão e assimilação por parte do aluno.

A seguir, propomos um exemplo de sequência didática para a EJA.

Quadro 1: Resumo da sequência didática

Disciplina: Língua Portuguesa            Turma: 4º ano
Temática: Energia elétrica (análise da conta de energia elétrica)
Tempo de duração: 5 aulas
Unidade temática: Leitura/Escuta (compartilhada e autônoma)
Objetivos do conhecimento: Compreensão de leitura
Competências e habilidades objetivadas: Ler e compreender, com autonomia, boletos, faturas e carnês, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do género (campos, itens elencados, medidas de consumo, códigos de barras) e considerando a situação comunicativa e a finalidade do texto.

1ª aula

  • Roda de conversa: Apresentação aos alunos de imagens relacionadas a períodos em que não existia energia elétrica nas residências, fazendo-os refletir sobre como era a vida sem eletricidade.

Figura 1: Velas

Fonte: Ovka; 2015.

Questionamentos para os alunos:
- Qual a importância da eletricidade na sua vida?
- Como a eletricidade é gerada?
- Quais equipamentos elétricos você tem em sua casa?

  • Atividade em grupo: Análise da conta de energia elétrica. Em grupo e com o auxílio do professor os alunos irão analisar quais são as partes da conta de energia elétrica, como endereço, CEP, nome, gráfico de consumo, além das demais informações presentes nela e o que elas significam.

Figura 2: Conta de luz

Questionamentos para os alunos:
- Qual o seu nome completo?
- Qual o seu endereço?
- O que significa cep? Qual o CEP de sua casa?
- Qual o nome da sua rua?
- Qual o nome do seu bairro? Qual o nome da sua cidade?
- Qual o nome do seu estado? Qual o nome do seu país?

2ª aula

Para essa aula, cada aluno levará a sua conta de energia elétrica. Roda de conversa para análise da conta: dados pessoais (endereço, CEP, nome). Comparar se algum aluno reside na mesma rua e bairro e identificar se a conta de energia elétrica está no nome do aluno ou de outra pessoa da família. 

  • Atividade: História do nome. Em uma roda de conversa, cada aluno explicará sobre a história do seu nome. O professor falará, então, sobre o substantivo próprio.
  • Atividade: Listar substantivos próprios no caderno. Leitura dos substantivos listados.

3ª aula

Observação e comparação da taxa de iluminação pública de cada conta de energia elétrica. Observação dos tipos de lâmpadas: o professor levará para a sala de aula três tipos diferentes de lâmpadas: incandescente, fluorescente e LED.

Figura 3: Três tipos de lâmpadas

Questionamentos aos alunos:
- Qual tipo de lâmpada você usa em sua residência?
- Você realizou alguma troca e observou diferença no valor da conta de energia elétrica?
- Você já observou qual tipo de lâmpada é utilizada em sua rua, na iluminação pública?

  • Atividade: leitura e interpretação de reportagem sobre iluminação pública.

Figura 4: Reportagem

Fonte: G1, 2021.

Interpretação da reportagem

1 - O que você entendeu sobre essa reportagem?

2 - Quais os benefícios das lâmpadas de LED?

4ª aula

Os alunos levarão para a aula suas contas de energia elétrica.

  • Atividade: Análise e construção de gráfico. Cada aluno irá observar em sua conta de energia elétrica as informações referentes ao consumo mensal em KWh e observar no gráfico qual mês houve o maior consumo de energia elétrica. Após a análise, os alunos, em comum acordo, escolherão um mês do ano que consta no gráfico para ser realizada a atividade de construção do gráfico. Após os alunos escolherem o mês, será montado um cartaz com o gráfico de consumo em KWh da turma do 4º ano da EJA, como no exemplo a seguir:

Figura 5: Gráfico de consumo

  • Atividade: interpretação do gráfico

- Qual aluno consumiu mais energia elétrica no mês base do gráfico?
- Qual aluno consumiu menos energia elétrica no mês base do gráfico?
- Converse com os dois alunos das perguntas acima para analisar por que um consumiu mais energia que o outro, quais equipamentos elétricos eles possuem e com qual frequência utilizam, qual tipo de lâmpada há na residência e faça um texto a partir dessa análise, explicando os possíveis motivos do maior consumo de energia elétrica, dando dicas para diminuir este consumo.
- Leitura dos textos para a turma. 

5ª Aula

Inicia-se a aula retomando a temática “eletricidade no cotidiano”. Após relembrar acontecimentos citados nas aulas anteriores, os estudantes são convidados a assistir ao vídeo “mudança na iluminação pública”, no canal Andreia PNAIC, do Youtube, que conta a história da iluminação pública no Brasil. O vídeo tem duração de aproximadamente 5 minutos. O conteúdo apresenta uma linha histórica da evolução pública.

  • Discussão: Nesse momento, o professor inicia uma discussão em relação ao vídeo apresentado, relacionando a evolução da iluminação pública com as lâmpadas atuais. Como síntese, apresenta-se abaixo um quadro-resumo das propostas abordadas nos parágrafos anteriores desta seção:

Quadro 2: Resumo das propostas

Etapas

Descrição

1ª Etapa: Apresentação

A professora apresentará como proposta o assunto energia elétrica, e em uma roda de conversa os alunos verão imagens relacionadas a períodos em que não existia energia elétrica nas residências, fazendo com que reflitam sobre como era a vida sem eletricidade. Por meio de questionamentos, os alunos falarão sobre a importância da eletricidade em sua vida, como é gerada e quais são os equipamentos elétricos que possuem em sua casa. A professora proporá uma atividade em grupo, fazendo uma análise da conta de energia elétrica. Ela auxiliará os alunos a analisar quais são as partes da conta de energia elétrica, como: endereço, cep, nome, gráfico de consumo etc. e o que elas significam. Em outro momento, falarão sobre a história do nome e a professora explicará o substantivo próprio. Os alunos listarão os substantivos próprios no caderno.

(EF04LP09) Ler e compreender, com autonomia, boletos, faturas e carnês, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero (campos, itens elencados, medidas de consumo, código de barras) e considerando a situação comunicativa e a finalidade do texto.

Em uma roda de conversa, os alunos refletirão e discutirão sobre o assunto citado, percebendo a importância de compreender, de ler e de escrever.

2ª Etapa: Desenvolvimento

A professora e os alunos farão uma observação e comparação da taxa de iluminação pública de cada conta de energia elétrica. A professora levará para a sala de aula três tipos de lâmpada: incandescente, fluorescente e led. Será feito um questionamento para os alunos sobre o tipo de lâmpada que usam na sua residência, se realizaram a troca de lâmpada e de equipamentos eletrônicos e se observaram uma diferença no valor da conta de energia elétrica. Também, se eles já observaram o tipo de lâmpada que é utilizada na iluminação pública. Falando sobre iluminação pública, será apresentada uma reportagem para que possam ler e interpretar. Essa reportagem abordará a respeito das lâmpadas de iluminação pública que seriam trocadas por lâmpadas de led. Após a leitura, a professora os questionará sobre o que entenderam e sobre os benefícios da lâmpada de LED.

(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.

O trabalho aqui desenvolvido fará com que os alunos aprendam a comparar e a interpretar.

3ª Etapa: Avaliação

Os alunos levarão suas contas de energia elétrica com a finalidade de analisar e construir um gráfico. Os alunos irão analisar o consumo mensal em KW/h e observar no gráfico em qual mês houve o maior consumo de energia elétrica. Após escolherem o mês, será montado um gráfico de consumo em KW/h da turma do 4º ano da EJA em cartaz. Assim, será feita a interpretação do gráfico e identificado quem consumiu mais energia elétrica no mês base do gráfico e quem consumiu menos. Desse modo, será proposta uma roda de conversa, analisando por que um consome mais energia do que o outro, e quais equipamentos elétricos possuem e com qual frequência os utilizam, qual tipo de lâmpada têm na residência. A partir dessa análise, explicarão em um texto os possíveis motivos para o maior consumo de energia elétrica e poderão dar dicas para diminuir esse consumo. Nessa aula, cada aluno fará a leitura do seu texto. Na aula seguinte, retomando a temática eletricidade no cotidiano, os alunos assistirão a um vídeo sobre "mudanças na iluminação”. Após assistirem ao vídeo, haverá uma discussão sobre o que foi apresentado durante a semana, a fim de que relacionem a evolução da iluminação pública às lâmpadas atuais.

(EF04LP20) Reconhecer a função de gráficos, diagramas e tabelas em texto, como forma de apresentação de dados e informações.

Em um trabalho coletivo, os alunos elaborarão um gráfico e por meio da leitura farão comparações. Assistirão a um vídeo que reforça a evolução da energia elétrica.

No que tange às propostas apresentadas acima, é importante destacar que são apenas algumas sugestões de atividades que podem e devem ser adaptadas às realidades das inúmeras turmas de EJA que existem no Brasil, mas o que não se pode abdicar é da oportunidade de inserção dos alunos em práticas letradas para que não se torne uma “atividade não planejada”, mas algo capaz de inserir esse aluno em práticas reais e significativas de uso da língua, tendo em vista que eles fazem parte de uma sociedade grafocêntrica.

Considerações finais

Desde a sua constituição, a EJA se caracterizou como um desafio, pois objetivou a construção de uma sociedade igualitária que permitia que jovens e adultos, por meio da frequência nesse segmento, se tornassem sujeitos letrados e se percebessem como cidadãos.

Pelo que foi depreendido na realização desta pesquisa, a EJA como projeto governamental é completa em si, tendo em vista que possui toda a estrutura normativa necessária. Todavia é necessário maior incentivo para que o ensino dos futuros professores seja mais amplo para a possibilidade da docência na EJA. O conteúdo que será abordado em sala de aula é primeiro aprendido nos cursos de formação, ou seja, conhecimento constrói conhecimento.

Desse modo, importa antes o preparo docente para a especificidade da faixa etária da EJA, tendo em vista que a formação reflete na efetividade do que será desenvolvido. Assim, na prática docente, as propostas curriculares devem seguir aliadas à Ciência, com a observação da sociedade e com o conhecimento prévio do educando. O professor deve estar apto a triangular o letramento social ao letramento acadêmico, levando o aluno a questionar a sociedade, sendo agente de transformação social.

Também observa-se a necessidade de além da continuidade de incentivos para a EJA, que haja esforço nacional para reduzir a evasão escolar. Com as medidas somadas, toda a população brasileira será letrada, elevando não só índices internacionais de educação, mas também índices de desenvolvimento nacional. Por meio da educação, as pessoas sairão da margem da sociedade e haverá equidade.

Observa-se, portanto, que, no contexto da EJA, a perspectiva do letramento encontra obstáculos provenientes da estrutura e dinâmica do trabalho escolar, da incipiente formação dos professores, das condições reais dos estudantes, em seus contextos socioculturais de linguagem e de comunicação.

Espera-se, enfim, que a presente pesquisa contribua para a reflexão e a proposição de práticas pedagógicas na construção do conhecimento dos jovens, adultos e idosos que tanto acreditaram na EJA como oportunidade única. Além disso, que permita aos profissionais atuantes na EJA perceberem as especificidades do segmento e a necessidade de uma constante atualização em suas práticas pedagógicas.

Referências

BEISIEGEL, C. R. Política e educação popular: a teoria e a prática de Paulo Freire no Brasil. São Paulo: Ática, 1989.

BRASIL. Constituição (1824). Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: Senado do Império, 1824.

BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Decreto nº 53.886, de 14 de abril de 1964. Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura. Coleção de Leis do Brasil. Brasília, 1964.

BRASIL. Lei nº 5.379, de 15 de dezembro de 1967. Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada de Adolescentes e Adultos. Diário Oficial da União, seção1, Brasília, 1967.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 1996.

BRASIL. Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Brasília: Senado Federal, 2007.

BRASIL. Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Brasília: Senado Federal, 2020.

CONTA DE LUZ terá reajuste médio de 6,75%. Folha do Aço, Volta Redonda, 9 mar. 2021. Disponível em: https://folhadoaco.com.br/2021/03/09/conta-de-luz-tera-reajuste-medio-de-675/. Acesso em: 1 nov. 2022.

DECCA, M. A. G. Indústria, trabalho e cotidiano. Brasil – 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991.

FERRO, J. I.; MOURA, T. M. M. Formação inicial e (des)continuada dos professores do 2º Segmento da Educação de Jovens e Adultos. In: MELO, Adriana Almeida Sales de; FONSECA, E. Interações: com olhos de ler. São Paulo: Blucher, 2013.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRIEDRICH, M. et al. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: avaliação das políticas públicas educacionais. Rio de Janeiro, 2010.

KLEIMAN, A. B. Os significados do letramento - uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado das Letras, 1995.

LÂMPADAS DE ILUMINAÇÃO pública de Leopoldina serão substituídas por led. G1 Zona da Mata, Leopoldina, 7 set. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2022/09/07/lampadas-de-iluminacao-publica-de-leopoldina-serao-substituidas-por-led.ghtml. Acesso em: 5 nov. 2022.

MARCUSCHI, L. A. A oralidade e o letramento. Da fala para a escrita: atividade de retextualização. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MORTATTI, M. do R. L. Educação e letramento. São Paulo: Ed. Unesp, 2004.

OLIVEIRA, I. B. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA. Educar, Curitiba, nº 29, 2007.

OVKA, M. Lampião e vela (muito importantes durante blecaute). O mundo de Mark Ovka, 7 out., 2010. Disponível em: http://omundodemarkovka.blogspot.com/2010/10/lampiao-e-vela-muito-importantes.html. Acesso em: 5 nov. 2022.

PAIVA, V. História da Educação Popular no Brasil: Educação Popular e Educação de Adultos. 6ª ed. São Paulo: Loyola, 2015.

RIBEIRO, V. M. M. Educação de Jovens e Adultos. Novos leitores. Novas leituras. São Paulo: Ação Educativa, 2001.

ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.

SALGADO, E. N.; BARBOSA, P. C. Educação de Jovens e Adultos. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2008.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

TIPOS DE LÂMPADAS – 6 modelos que você precisa conhecer. Kalunga, 5 jul. 2022. Disponível em: https://blog.kalunga.com.br/tipos-de-lampadas-6-modelos-que-voce-precisa-conhecer/. Acesso em: 1 nov. 2022.

VEIGA, I. P. A. Projeto político-pedagógico da escola. Campinas: Papirus, 2006.

VIEIRA, M. C. Fundamentos históricos, políticos e sociais da Educação de Jovens e Adultos. v. I: aspectos históricos da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Brasília: Ed. UnB, 2004.

Publicado em 30 de janeiro de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

ALMEIDA, Consuelo; SANTIAGO, Gilberto da Silva; FERREIRA, Geraldo Generoso. Práticas de letramento na Educação de Jovens e Adultos: a importância da mediação docente. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 3, 30 de janeiro de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/3/praticas-de-letramento-na-educacao-de-jovens-e-adultos-a-importancia-da-mediacao-docente

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.