Aquisição da linguagem escrita: uma análise dos saberes do alfabetizador sobre os conceitos práticos da Linguística Textual
Ana Christina de Sousa Damasceno
Doutoranda (Unicap)
Rossana Regina Guimarães Ramos Henz
Docente na Unicap e na UPE
Nas últimas décadas do século XX, a forma de pensar a leitura e a escrita começou a se transformar. Ela passou a dar foco nas práticas sociais, ou seja, no processo de alfabetização por meio do letramento, atribuindo os índices e os fracassos do sistema educacional (no que diz respeito à língua e ao seu uso social e escolar) às práticas docentes.
Entendemos que a linguagem é a base fortificadora do processo de ensino-aprendizagem, crucial ao processo quando desenvolvida plenamente desde a mais tenra infância. Por meio dela, se solidificam saberes e se constroem conhecimentos. Desse modo, a linguagem precisa ser priorizada e plenamente trabalhada nas instituições responsáveis pela educação e pelo desenvolvimento social, cognitivo e afetivo dos alunos. Não obstante, ela deve ser reconhecida como elemento importante não só no âmbito escolar, mas indispensável à realidade vivenciada.
Atribuímos o fracasso do leitor às experiências cotidianas frustrantes, quando o não saber ler e o não interpretar interferem no seu conhecimento de mundo, pois sem leitura e interpretação não há como desenvolver uma prática de escrita crítica e emancipadora. Além disso, como se sabe, a falta da capacidade argumentativa demonstra o não exercício da formulação de ideias, conceitos e opiniões próprias. Assim, podemos afirmar que a linguagem e seus usos precisam estar incorporados à vida a fim de transformarem o próprio conhecimento e desenvolvê-lo de forma aprimorada, para além dos conhecimentos e dos saberes.
Para tanto, o processo de alfabetização e letramento deve ser iniciado ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A questão que nos move é: Quais os saberes do professor alfabetizador sobre Linguística Textual para atuar no processo de aquisição da linguagem? Esse questionamento norteará nossa pesquisa.
Diante dessa reflexão, a presente pesquisa tem como objetivo investigar os saberes desse professor a respeito da Linguística Textual, bem como:
- identificar as práticas do professor por meio da Linguística Textual para a aquisição da linguagem escrita;
- descrever a aquisição e o desenvolvimento da língua escrita dentro do ciclo alfabetizador;
- analisar as práticas docentes como meio de desenvolvimento do processo de aquisição da linguagem.
Pensamos que o saber linguístico de um professor alfabetizador é imprescindível, cabendo a ele compreender a língua em suas mais diferentes concepções. A língua que a escola ensina já é colocada para funcionar por meio de seus falares, cuja gramática já se encontra internalizada, ou seja, os alunos chegam à escola com uma gramática em funcionamento.
A análise que propomos, de abordagem qualitativa, é um exercício inicial para compreender o lugar dos estudos linguísticos na formação de um professor alfabetizador. Para tanto, analisaremos obras (artigos, monografias e livros) que apresentam saberes necessários. Em seguida, observaremos como elas conduzem a uma prática eficiente e eficaz no processo de aquisição da linguagem, especialmente no processo da escrita.
Fundamentação teórica
Parece-nos essencial entender a importância da Linguística Textual como campo do saber no agrupamento dos conhecimentos necessários ao alfabetizador. Diante do seu papel de conduzir a criança ao mundo da linguagem e ao domínio de suas formas - bem como no processo de compreensão e entendimento do seu funcionamento -, o professor garante ao processo de aprendizagem e de aquisição linguística, ações pertinentes e contextualizadas essenciais à alfabetização.
Tradicionalmente, a escola designa ao professor dos anos iniciais a tarefa de alfabetizar, tendo o papel de inserir a criança no mundo do sistema da escrita alfabética. Isso se dá, inicialmente, com a língua que ela já utiliza. Dessa maneira, concordamos com Faraco, quando afirma que “o professor alfabetizador precisa ter um bom conhecimento da organização do nosso sistema gráfico para melhor [...] entender as dificuldades ortográficas de seus alunos para auxiliá-los a superá-las” (Faraco, 2020, p. 9).
Destarte, o conhecimento linguístico de um professor alfabetizador é essencial, cabendo à sua prática a compreensão do objeto ‘língua’ nas suas várias concepções e variações, pois o professor precisa entender que diante do uso da língua, existe a necessidade de identificar quem a utiliza, pois, como reitera Guimarães (2002, p. 18), “só há línguas porque há falantes”.
Direcionamos nossa reflexão à ideia de que na língua em uso o usuário se manifesta a partir da enunciação, conduzindo essa língua em um contexto e em um tempo. Dessa forma, como dissemos, a língua que utilizamos já possui uma gramática sendo utilizada pelo falante.
O ensino, no processo de alfabetização, tem por objetivo habilitar o usuário ao conhecimento e ao aprimoramento linguístico dessa sistematização para um conhecimento gramatical. Assim, deverá gerenciar a leitura e, posteriormente, a escrita. A gramática gerencia os saberes linguísticos, mas eles não devem se limitar aos saberes da Gramática ou das variedades linguísticas e seus significados. A compreensão textual, a produção de texto oral e escrito, os signos e seus sons, deverão ser gerenciados pelos saberes linguísticos do professor que conduzirá o aluno a uma prática contextualizada às suas vivências diárias.
A importância da Linguística nos processos da linguagem é percebida com Saussure. Para o teórico e fundador da Linguística, “a Ciência que se constitui em torno dos fatos da língua passou por três fases sucessivas antes de reconhecer qual é o seu verdadeiro e único objeto” (Saussure, 2012, p. 31). Tais fases são a Gramática, a Filologia e Gramática Comparada. Elas evoluem de acordo com as vivências e as ações históricas dos povos usuários da língua, em constante evolução. Saussure (2012 apud Dias e Sturza) afirma também:
Que todas as formas de expressão humana é o que forma a Linguística. Compreendemos, deste modo, que é tudo o que se refere ao homem, inclusive a língua. É desta forma, então, que a Linguística faz interface com distintas ciências, como Biologia, Sociologia, Antropologia, Psicologia etc.
Diante dessa reflexão, podemos afirmar que a Linguística é um campo do saber da linguagem. Ela possui a produção textual como objeto de estudo, refletindo a respeito das relações entre língua e pensamento e relacionando-as às suas capacidades motoras, visuais e perceptivas, assim como à construção da significação dessas conexões.
Koch (2017) afirma que a preocupação inicial da Linguística Textual é o texto. Ele envolve todas as práticas linguísticas, sociais e cognitivas em seu funcionamento, organização, produção e compreensão no meio social. É o texto o principal objeto de ensino do professor alfabetizador, pois por meio dele há o entendimento e a organização de sua prática alfabetizadora, partindo da presença do texto na sociedade.
Dentro das reflexões acerca dos saberes linguísticos, apontamos a ideia de Fávero e Koch (1985, p. 34): “A Linguística Textual deve ser vista como o estudo das operações linguísticas, cognitivas e argumentativas reguladoras e controladoras da produção, construção, funcionamento e recepção de textos escritos ou orais”. Esses elementos refletem a ideia e a condição da textualidade, assim como os aspectos relacionados à coesão e à coerência, diante da argumentação presente no texto produzido, de forma a conduzir nosso pensamento a um processo de aprimoramento de saberes e de metodologias docentes. Para Auroux (1992, p. 16),
o saber linguístico é múltiplo e principia naturalmente na consciência do homem falante. Ele é epilinguístico, não colocado por si na representação antes de ser metalinguístico, isto é, representado, construído e manipulado enquanto tal com a ajuda de uma metalinguagem.
O saber epilinguístico é aquele que todo falante tem de sua experiência cotidiana. O metalinguístico refere-se à apropriação da linguagem para explicá-la. Para o autor, o saber linguístico se refere à compreensão da Linguística como uma forma de entendimento da prática teórica. Ela, por si só, é uma forma de estruturação do saber. Dessa maneira, ressaltamos a necessidade de o professor dominar esses saberes para a sua atuação.
Entendemos que o ensino da Língua Portuguesa nas escolas se designa à conduzir o aluno para o uso da língua nas suas mais variadas situações e manifestações, pois ela é a base para o entendimento e o conhecimento das demais áreas do saber. Na escola, o saber docente pode ser entendido “como um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais” (Tardif, 2002, p. 36). Diante da alfabetização, o professor precisa ser conduzido a um processo formativo permanente, voltado às reflexões e aos conhecimentos linguísticos.
Para Shulman (1987, p. 8), o professor tem a necessidade de conhecer o objeto do conhecimento que ensinará e as teorias relacionadas ao conteúdo. Ainda precisa saber de onde vêm os seus aprendentes, ou seja, precisa aprender a respeito de seus contextos sociais e demais características, inclusive seus saberes linguísticos. Ainda para o autor (1987, p. 11), “uma das tarefas mais importantes é trabalhar com profissionais na prática para desenvolver representações codificadas/sistematizadas da sabedoria didática de professores competentes”.
Desse modo, nesta pesquisa, focamos os saberes linguísticos que o professor alfabetizador precisa dominar no processo da aquisição da linguagem, elucidando os inúmeros saberes necessários para essa atuação.
Para Orlandi (2002, p. 16), “a questão do saber adquire o sentido de uma prática que deixa resultados na história do homem”. Quando esse saber elucida discursos e posições que transformam não só a vida do próprio indivíduo, mas a de um grupo orientado por ele, temos aqui saberes linguísticos que conduzem estudantes à aquisição da língua escrita, mas que representam mais do que disso. Representam a inserção na cultura escrita e suas possibilidades de aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento. Consequentemente, representam a transformação social da vida daquele indivíduo e de sua comunidade.
Para Magda Soares (2004, p. 47), a alfabetização é a “ação de ensinar/aprender a ler e a escrever”. Ou seja, é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever, conduzindo-o ao processo de aquisição da linguagem escrita por meio de práticas e intervenções gerenciadas pelos saberes da Linguística Textual, saberes adquiridos ao longo da prática diária da ação de alfabetizar. Diante dessa reflexão, constatamos que alfabetizar é conhecer a língua que ensina, bem como a sua estrutura e o seu funcionamento, garantindo entendimento e prática diante da linguagem. Quando a alfabetização vem alinhada ao processo de letramento, vemos que a teoria dos saberes linguísticos está sendo aplicada.
Diante do exposto, apropriando-nos do sistema de escrita, pensamos no processo de letramento e em sua interferência. O letramento é conceituado por Soares como forma para tornar usual a função da escrita em sociedade.
Letramento é palavra e conceito recentes, introduzidos na linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização (Soares, 2004, p. 96).
Assim, as práticas realizadas para a aquisição da linguagem escrita englobam situações e formas de trabalho alfabetizador. Esse trabalho otimiza o desenvolvimento da linguagem. Ao utilizarmos a escrita, os alunos compreendem melhor o que estão aprendendo na escola e passam a ver o mundo com um novo horizonte. O letramento conduz os alunos para um efetivo uso da linguagem. Essas práticas trabalham na perspectiva da ampliação linguística social, contribuindo para a inserção da criança no meio do qual faz parte.
Percebemos que a relevância do saber do professor em relação à Linguística Textual o conduzirá a uma prática eficaz no processo de aquisição da linguagem. No entanto, as principais reflexões são: o professor não passa por formação continuada a respeito do assunto e também não busca aprimorar os seus saberes adquiridos na graduação.
Atualmente, está em processo de implantação a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ela orientará a prática docente ao longo da Educação Básica como documento organizador dos currículos. No caso da Língua Portuguesa, o documento divide as práticas de linguagem em quatro categorias: leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística/semiótica.
Metodologia
Para alcançar o objetivo do estudo, utilizamos o método de revisão bibliográfica que viabiliza a síntese dos resultados de diversos estudos e possibilita conclusões gerais a respeito do tema.
Biazin e Scalco (2008, p. 76) explicam que a pesquisa bibliográfica é “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Esse tipo de pesquisa coloca o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito a respeito de um determinado assunto.
Para realizar este trabalho científico pesquisamos artigos nas bases de dados virtuais que reúnem trabalhos nacionais em publicações de 2014 até os dias atuais. A coleta de dados foi realizada da seguinte forma: no primeiro momento, buscamos nas plataformas digitais de ensino em teses, revistas, artigos e livros repertório a respeito da temática e, em seguida, realizamos a seleção dos documentos, de acordo com a proposta.
Análises de dados
Os dados apresentados resultaram em uma pesquisa prévia de sites acadêmicos. Utilizamos as palavras-chave: linguística textual, saberes docentes e aquisição da linguagem.
Encontramos nove trabalhos com elementos da pesquisa: sete artigos, uma dissertação e uma monografia. No entanto, apenas três se encaixam nas propostas da discussão.
Quadro 1: Classificação dos escritos de acordo com o título do artigo, nome do periódico, autor, ano de publicação, objetivos do estudo e resultados
Título do artigo/Palavras-chave/Nome do periódico/Ano de publicação |
Autores |
Objetivos do Estudo |
Resultados |
O saber linguístico: um olhar sobre a formação docente no curso de pedagogia da UFSM Estudos Linguísticos; Curso de Pedagogia da UFSM; disciplinas; língua e linguagem. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 20, n° 2, p. 149-169, jul./dez. 2017 |
Adriele Delgado Dias e Eliana Rosa Sturza |
Apresentar uma análise sobre a presença da Linguística no rol de disciplinas que compõem o currículo do curso de Pedagogia da UFSM. |
Os resultados mostram que há uma preocupante ausência da Linguística e também uma imprecisão no conceito de língua. Isso norteia a formação do Pedagogo, tendo em vista que ele necessita desses conhecimentos linguísticos para trabalhar com a aquisição da língua e da linguagem no processo de alfabetização. |
Caracterização da prática docente de professores de Língua Portuguesa em escolas públicas de Educação Básica da cidade de Santa Maria/RS Prática Docente. Professores de Língua Portuguesa. Escolas de Educação Básica. Educere. 2017 |
Kauana Martins Bonfada; Sônia Suzana Farias Weber; e Eduardo Adolfo Terrazzan |
Caracterizar a prática docente de professores de Língua Portuguesa de escolas públicas de Educação Básica da cidade de Santa Maria/RS. |
A partir de todo o processo da pesquisa, percebemos que a prática docente do professor de Língua Portuguesa está baseada na transposição didática, ou seja, na abordagem de conceitos e conteúdos, nas concepções que deveriam servir como um aporte teórico para o trabalho com o ensino da língua materna. Logo, compreendemos, por meio de questionamentos, que existe um saber teórico que influencia a prática docente do professor de Língua Portuguesa. |
A importância da linguística na formação do professor alfabetizador Alfabetização; formação docente; embasamento teórico-linguístico; “o certo”; “o errado”; valorização da oralidade. Uniesp. 2017 |
Marta Virgínia Machado Klein |
Refletir sobre a importância da linguística na formação do professor alfabetizador |
Observou-se a importância do preparo do professor alfabetizador, pois ele, quando munido da Linguística, consegue sobrepor-se ao alfabetizador tradicional, pois incentiva a oralidade de seus alunos, criando neles o respeito pelos diferentes dialetos existentes em uma língua além de produzir um ensino mais adequado à sua realidade, promovendo uma melhor aprendizagem. |
Fonte: Damasceno, 2023.
O primeiro artigo apresentado no quadro teórico analisa a presença dos Estudos Linguísticos no conjunto de disciplinas do curso de pedagogia da faculdade, apresentando uma discussão referente às reflexões dos saberes necessários às práticas linguísticas em salas de alfabetização, justamente o que pensamos acerca da necessária formação docente.
A abordagem teórica do artigo apresenta um breve histórico do início da Linguística como campo do saber, cujo objeto é o estudo da língua, do seu lugar central nas Ciências da Linguagem e da sua necessidade na aquisição da linguagem. Para tanto, o artigo analisa as ementas das disciplinas que tratam da língua e da linguagem no curso, lançando um olhar sobre os programas ofertados e suas bibliografias.
Desse modo, compreendemos os conteúdos referentes aos estudos linguísticos e textuais como elementos que devem estar presentes no curso como suportes a uma efetiva prática alfabetizadora. Os resultados da pesquisa apontam que existe uma ‘apreensiva inexistência’ da Linguística Textual, bem como uma imprecisão diante do conceito de língua que norteia a formação do alfabetizador.
No segundo artigo, é consolidada uma discussão de como o ensino da Língua Portuguesa tem sofrido com as profundas transformações dos últimos anos. Desde os anos 1980, o ensino do Português tem estado no centro de discussões acerca da necessidade de qualificar a leitura e a escrita dos estudantes do país. Dessa forma, a pesquisa reflete criticamente a respeito dos saberes docentes que têm conduzido o desenvolvimento e a sistematização dos saberes linguísticos, pautados em fundamentos científicos e conceituais.
A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Grupo de Estudos, Pesquisas e Intervenções Inovação Educacional, Práticas Educativas e Formação de Professores (Inovaeduc), pertencente ao Núcleo de Estudos em Educação Ciência e Cultura (NEC), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ele apresenta um recorte que caracteriza a prática docente de professores de Língua Portuguesa (PLP) na rede pública municipal de Santa Maria/RS da Educação Básica, especificamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Com a pesquisa, concluimos que a metodologia do professor de Língua Portuguesa se baseia em uma abordagem de conceitos e conteúdos, com várias concepções da Linguística e da Literatura, que servem como aporte teórico para a ação docente no ensino da língua materna. A pesquisa compreende que, por meio de questionamentos, o saber teórico influencia diretamente na ação docente do professor dos anos iniciais do Fundamental, cujo foco é a aquisição da linguagem escrita.
Por fim, no terceiro e último artigo há a reflexão a respeito da importância da Linguística na formação do professor alfabetizador, pois o profissional que faz a mediação e a orientação de crianças precisa dominar os mecanismos e as técnicas do processo de aquisição da linguagem para poder ministrar com propriedade nos anos iniciais.
Considerações finais
Para a pesquisa, é de suma importância que o alfabetizador tenha embasamento teórico-linguístico a fim de ser capaz de atuar diante das difíceis questões que afetam diretamente o trabalho do alfabetizador: conceitos de ‘certo e errado’, valorização do código oral como mediação, entre outros.
Por tanto, elucidamos a importância do preparo do professor alfabetizador. Diante do incentivo às práticas orais, à compreensão e à adequação da linguagem, o educador produz em seus estudantes o respeito aos variados dialetos existentes, gerando um ensino contextualizado, próximo à realidade de seus alfabetizandos e promovendo uma aprendizagem linguística significativa.
Diante das discussões apresentadas, entendemos que ainda há muito a se elucidar a respeito do tema, visto serem saberes essenciais ao fazer pedagógico, tantas vezes negligenciados nas graduações.
Os professores alfabetizadores necessitam desses pré-requisitos para conduzirem o processo de aquisição da linguagem escrita de forma efetiva junto às turmas do Fundamental, nos anos iniciais, visto que são os pedagogos que acompanham todo o processo inicial (do 1º ao 5º ano) dos estudantes. Os conhecimentos de linguagem são aspectos essenciais à escrita, aprimorados ao longo da modalidade de ensino.
Diante dos artigos analisados, percebemos a relevância dessas discussões, diante dos índices educacionais da Educação Básica em Língua Portuguesa. Conclui-se que o ensino da língua precisa ser amplamente planejado e reorganizado para que possamos atingir melhores níveis no que se refere a um desenvolvimento linguístico eficiente dentro de uma educação de qualidade. No entanto, o professor é o principal responsável por esse trabalho linguístico, necessitando de uma formação continuada de qualidade com entendimento da Linguística Textual.
Referências
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Publicado em 29 de outubro de 2024
Como citar este artigo (ABNT)
DAMASCENO, Ana Christina de Sousa; HENZ, Rossana Regina Guimarães Ramos. Aquisição da linguagem escrita: uma análise dos saberes do alfabetizador sobre os conceitos práticos da Linguística Textual. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 40, 29 de outubro de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/40/aquisicao-da-linguagem-escrita-uma-analise-dos-saberes-do-alfabetizador-sobre-os-conceitos-praticos-da-linguistica-textual
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