Racismo Ambiental no ensino de Química: produção de recursos didáticos acessíveis para alunos com deficiência visual
Aires da Conceição Silva
Doutor em Ciências em Química (UFRJ), professor de Química do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Benjamin Constant
Camila de Faria Nascimento
Licencianda em Química (IFRJ)
Vanessa de Souza Nogueira
Doutora em Química (PUC-Rio), professora de Química do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFRJ
Ana Paula Sodré da Silva Estevão
Doutora em Ensino em Biociências e Saúde (Fiocruz), professora de Química do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFRJ
Com a ascensão das políticas públicas voltadas para a educação inclusiva, é fundamental resgatar o histórico de lutas, conquistas e saberes que contribuíram para o crescimento educacional. Durante a década de 1990, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e as mobilizações sociais em defesa dos direitos das pessoas com deficiência (PcD) uniram-se para discutir essa temática, resultando na publicação de importantes documentos.
Em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha, ocorreu uma reunião considerada um marco para a Educação Especial. Essa modalidade de ensino permeia todos os níveis, etapas e modalidades, oferecendo atendimento educacional especializado, disponibilizando recursos e serviços, e orientando seu uso no processo de ensino-aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
Na assembleia de Salamanca, evidenciou-se a urgência de uma Educação para todos, reconhecendo a importância de atender às individualidades educacionais de pessoas com necessidades específicas no sistema escolar. Na ocasião, a Unesco, em conjunto com o governo espanhol, adotou a Estrutura de Ação em Educação Especial, que visa informar políticas e guias governamentais, de organizações internacionais ou agências nacionais de auxílio, de organizações não governamentais e de outras instituições na implementação da Declaração de Salamanca sobre princípios, política e prática em Educação Especial (Unesco, 1994).
O princípio norteador dessa estrutura é que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas. Tais condições representam uma diversidade de desafios para as instituições escolares. Nesse contexto, o termo necessidades educacionais especiais (NEE) ganha destaque, referindo-se aos alunos que, devido às suas deficiências ou dificuldades de aprendizagem, possuem necessidades educacionais específicas (Unesco, 1994).
As instituições de ensino são ambientes multiculturais e diversos, atendendo a um público com objetivos, ideologias e necessidades distintas (Neto et al., 2018). Assim, as escolas devem buscar novas metodologias para incluir alunos com NEE. O conceito de escola inclusiva, por sua vez, envolve a compreensão de que é possível promover a aprendizagem desses alunos em salas de aula regulares, desassociando-se da ideia excludente de que eles não são capazes de estudar, conviver e aprender junto com alunos sem deficiência. Entre os alunos com deficiência, os com deficiência visual (DV) são os mais prevalentes na população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).
Diante disso, as pessoas com deficiência visual precisam ter acesso a todas as informações que circulam na sociedade, tanto no âmbito social quanto no ambiental. A inclusão e o uso de temas sociais são recomendados, pois destacam a correlação entre ciência, tecnologia e sociedade, sendo defendidos por pesquisadores da área de ensino de Química como uma forma de promover uma educação problematizadora, voltada para o desenvolvimento da cidadania (Santos, 1992; Estevão, 2017).
Os temas sociais são fundamentais no ensino de Química, pois permitem a inserção de problemas universais para serem objetos de reflexão dos alunos, beneficiando o desenvolvimento da capacidade de tomada de decisões. Essa abordagem é realizada por meio da introdução de problemas cujas soluções são propostas em sala de aula, após a discussão de diversas alternativas surgidas a partir do estudo do conteúdo científico, de suas aplicações tecnológicas e consequências sociais (Santos; Mortimer, 2000). Os temas sociais facilitam a contextualização do conteúdo. Por essa razão, neste trabalho, destaca-se o Racismo Ambiental, uma questão atual e que necessita de debate na sociedade.
O termo Racismo Ambiental surgiu nos estudos e nos debates sobre justiça ambiental, iniciado pelo movimento negro estadunidense. O conceito refere-se às injustiças sociais e ambientais que recaem desproporcionalmente sobre etnias vulnerabilizadas. O Racismo Ambiental não se manifesta apenas em práticas intencionalmente racistas, mas também em ações que geram impactos raciais (Herculano; Pacheco, 2006). Trata-se de um mecanismo pelo qual sociedades desiguais alocam a maior carga de danos ambientais do desenvolvimento às populações de baixa renda, grupos sociais discriminados, povos étnicos tradicionais, bairros operários, populações marginalizadas e vulneráveis. Embora esses grupos sejam majoritários na sociedade, por estarem em posição de vulnerabilidade social, não têm seus direitos respeitados, como o acesso a água potável, coleta adequada de lixo e tratamento de esgoto. Além disso, grandes empresas lucram com a imposição de riscos ambientais e sanitários (Herculano; Pacheco, 2006; Moura, 2009).
Considerando essas informações sobre a utilização de temas sociais para auxiliar a aprendizagem de Química para alunos com deficiência visual, o grupo de pesquisas Ciência ao Alcance das Mãos, por meio do projeto Formando Professores para o Trabalho com Pessoas com Deficiência Visual: Desenvolvimento de Recursos Didáticos Especializados de Química e Socialização do Conhecimento, desenvolveu um material tátil adaptado à temática do Racismo Ambiental.
Abordar o Racismo Ambiental é relevante para a realidade dos alunos, uma vez que a desigualdade social e racial é comum na sociedade. Dessa forma, familiariza-se o aluno com deficiência visual com assuntos presentes em seu cotidiano, contribuindo para uma aprendizagem mais significativa. Este trabalho visa proporcionar ao aluno a compreensão do conceito de Racismo Ambiental e dos danos ambientais severos que ele provoca, como o descarte inadequado de substâncias tóxicas ou metais pesados. Com base nisso, o objetivo geral deste trabalho é desenvolver recursos didáticos acessíveis sobre a temática do Racismo Ambiental para alunos com deficiência visual.
Desenho metodológico: a pesquisa
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa com pesquisa de campo, utilizando como instrumentos de coleta de dados a observação não participante e a entrevista semiestruturada, que envolve um processo de interação social verbal e não verbal entre entrevistador e entrevistado, com o objetivo de coletar informações que possibilitem o estudo do fenômeno abordado (Manzini, 2004). Segundo Mól (2017), a pesquisa qualitativa entende a ciência como uma área do conhecimento que é desenvolvida pelas interações sociais no contexto sociocultural.
As entrevistas foram realizadas presencialmente logo após a análise do material pelos sujeitos envolvidos na pesquisa; tiveram duração média de 45 minutos. A pesquisa de campo foi realizada no Instituto Benjamin Constant (IBC) ao longo do ano de 2023. Todos os participantes eram maiores de idade e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para participar do processo de avaliação do material acessível produzido pelo grupo de pesquisadores. O projeto desta pesquisa foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética Pública.
O Quadro 1 apresenta as ações realizadas na pesquisa de campo, os instrumentos de coleta de dados utilizados e o número de participantes envolvidos.
Quadro 1: Ações na pesquisa de campo, instrumentos de coleta de dados e número de participantes envolvidos
Ação |
Instrumentos de coleta de dados |
Participantes |
Avaliação dos recursos didáticos produzidos |
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Dois revisores cegos do Departamento Técnico- Especializado do IBC |
Avaliação dos recursos didáticos produzidos |
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Um aluno cego da Educação Básica do IBC |
O conteúdo textual decorrente das entrevistas foi submetido à análise textual lexicográfica, com o auxílio do software Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (Iramuteq). Esse software gratuito, desenvolvido sob a lógica open source, categoriza os dados textuais a partir da avaliação da semelhança de seus vocabulários, subsidiando a compreensão do ambiente de sentido das palavras e, portanto, indicando elementos das representações referentes ao objeto estudado. Foi utilizada a Classificação Hierárquica Descendente (CHD) como método de tratamento dos dados. Após o tratamento, os dados foram devidamente categorizados segundo a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011).
A gravação em áudio do material também foi realizada. Após a conclusão da parte textual do recurso didático e suas devidas correções, este foi enviado para a Coordenação do Livro Falado do Departamento Técnico-Especializado do IBC, onde foi gravado por uma radialista do setor. Esse setor possui três estúdios com isolamento acústico e equipamentos profissionais para garantir gravação e edição de qualidade. Após a edição, o material gravado em áudio foi inserido no acervo do IBC para ampla distribuição nacional nesse formato.
Em consonância com as informações apresentadas na introdução e na fundamentação teórica, que defendem o uso do Racismo Ambiental como tema social para auxiliar o ensino de Química a alunos com deficiência visual (ADV), foi produzido um caderno pedagógico adaptado em parceria com o IBC.
Percurso metodológico
Para atingir os objetivos propostos neste trabalho, foi necessário seguir sete etapas para elaborar um material didático adaptado, a saber: escolha do tema, escrita, adaptação, revisão textual, transcrição, impressão e avaliação.
A relevância da produção de recursos didáticos que abordem questões sociais e ambientais justifica a escolha do tema Racismo Ambiental como a primeira etapa. O tema foi selecionado devido à sua pouca visibilidade, tornando-se, assim, um assunto desconhecido por muitas pessoas, apesar de ser tão presente na sociedade.
Uma vez definido o tema, iniciou-se o processo de busca por referências bibliográficas sobre Racismo Ambiental e os danos causados ao meio ambiente e à saúde dos grupos vulnerabilizados. Foram utilizadas plataformas como Google Acadêmico e Periódicos da Capes para buscar artigos, monografias, dissertações e teses que abordassem o assunto.
Após essa pesquisa, deu-se início à segunda etapa do processo de elaboração do caderno, em que as informações foram sendo escritas e, em sequência, corrigidas pelos orientadores conforme eram produzidas. O material passou por diversos ajustes, o que exigiu a pesquisa de novos artigos científicos, jornais e periódicos de revistas para aprofundar o texto. Essas novas referências trouxeram conhecimentos importantes sobre a temática e acrescentaram informações detalhadas que auxiliaram no desenvolvimento do recurso didático. Nesta etapa, foram definidos os tópicos que compuseram o conteúdo do material: O que É o Racismo Ambiental?, Injustiça Ambiental, Os Três Maiores Lixões do Mundo, Lixo Eletrônico, O que Fazer com o Lixo Eletrônico? e Considerações Finais.
É importante ressaltar que desde a fase de escrita houve preocupação com a adaptação, principalmente com as moléculas que foram utilizadas no material. Após a conclusão desta etapa, uma revisora textual avaliou a parte escrita, realizando a correção gramatical e ortográfica, garantindo a clareza e a adequação do conteúdo ao nosso público-alvo.
Para a transcrição do texto para o Braille, foi utilizado o software Braille Fácil 5.0 e a Grafia Química Braille (Brasil, 2017), assegurando que os ADV tivessem acesso ao conteúdo.
A adaptação textual da parte em tinta foi realizada pelos autores deste trabalho. O texto foi formatado com a fonte especializada APHont no tamanho 24. Todo o texto em tinta começa e termina na mesma página com a mesma palavra escrita em Braille. Dessa forma, alunos com baixa visão, visão monocular e cegos poderiam fazer uma leitura conjunta em sala de aula, uma vez que todos estariam na mesma página. Os materiais foram impressos nos formatos ampliado e grafotátil no próprio IBC e posteriormente avaliados pelos sujeitos descritos no Quadro 1.
Aplicação e avaliação
Após a finalização da transcrição, o revisor cego que trabalha no IBC e a autora deste trabalho realizaram a leitura de confronto para identificar possíveis erros no texto em Braille e verificar se o texto em tinta correspondia ao Braille. O objetivo dessa etapa era identificar possíveis equívocos no texto. Caso o revisor encontrasse erros no material, as correções indicadas seriam feitas e, em seguida, o revisor verificaria se o ajuste foi realizado corretamente. Esse processo de revisão é essencial, pois pode haver discrepâncias entre o texto em Braille e o texto em tinta. Se identificadas, as falhas são corrigidas.
O caderno pedagógico sobre Racismo Ambiental foi aplicado e avaliado por dois revisores cegos que trabalham no IBC e por um aluno do curso profissional técnico de nível médio de Revisão de Textos no sistema Braille do IBC. A turma foi composta por apenas um aluno. A faixa etária dos sujeitos envolvidos na pesquisa variou de 25 a 60 anos.
Foi utilizada uma entrevista semiestruturada para coletar dados junto aos revisores e ao aluno (Manzini, 1990/1991). Foi elaborado um roteiro com perguntas principais para guiar o entrevistador, mas, ao longo da entrevista, outras questões foram adicionadas. O uso da entrevista semiestruturada permite a coleta de informações de forma espontânea e sem seguir padrões rígidos.
O roteiro das entrevistas teve como objetivo coletar informações sobre a eficácia do material e verificar se os entrevistados compreenderam o conceito de Racismo Ambiental. As entrevistas foram realizadas presencialmente no IBC. É importante destacar que, para a coleta de dados, foi utilizado o TCLE, com o objetivo de proporcionar aos entrevistados o máximo esclarecimento sobre a utilização dos dados fornecidos durante a entrevista.
Resultados e discussão
Para promover a aprendizagem de Química entre os ADV, foi desenvolvido um recurso didático intitulado Racismo Ambiental: a Violência através do Lixo. A seguir, apresentamos a elaboração, a adaptação e a avaliação do material produzido.
Elaboração do material adaptado
Para a elaboração do material foram utilizados os critérios de tamanho, significação tátil e revisão do material por usuários cegos (Cerqueira; Ferreira, 1996) e impressões ampliadas em fonte especializada (Silva, 2017). Para a etapa de adaptação, os pesquisadores organizaram os textos na fonte específica APHont no tamanho 24. Essas alterações são fundamentais para permitir a inclusão das pessoas com baixa visão e visão monocular, que não sabem ler o Braille ou preferem o texto ampliado.
A transcrição foi realizada pelo programa Braille Fácil 5.0, com o suporte da Grafia Química Braille. Todas as reações, moléculas, setas e símbolos foram representados de acordo com essa grafia. As moléculas descritas nas Figuras 1 e 2 foram transcritas pelos autores utilizando o software Braille Fácil.
Uma legenda foi inserida para que o leitor, que não esteja familiarizado com a Grafia Química Braille, possa compreender a representação do anel aromático, representado pelo símbolo "õo", e ser informado de que, quando há átomos de cloro ligados aos compostos, estes se tornam dibenzodioxina policlorada e dibenzofurano policlorado.
(A)
(B)
(A)
(B)
Figura 2: Estrutura do dibenzofurano em tinta (A) e transcrita em Braille (B)
Após a finalização da transcrição, foi realizada uma leitura de confronto com um profissional cego capacitado do IBC (Figura 3), que verificou o alinhamento entre o Braille e a tinta. Para isso, realizamos a leitura do texto com a participação de uma pessoa vidente e de uma pessoa cega, lado a lado, para garantir a correspondência entre o texto em tinta e o sistema Braille. O revisor identificou alguns erros no texto e indicou em qual página, parágrafo e linha eles estavam presentes. Os videntes que auxiliaram nessa etapa anotaram todos os equívocos em um diário e repassaram as correções para os responsáveis pela transcrição dos materiais didáticos adaptados.
Figura 3: Leitura de confronto com revisor cego
Adaptação de tabelas/quadros para o Braille
A adaptação de tabelas ou quadros ao sistema Braille requer atenção especial. Com a ampliação do material para alunos com baixa visão e visão monocular, o quadro referente aos metais tóxicos presentes nos lixões eletrônicos, que consta no trabalho, ocupa três páginas em tinta e apresenta, em três colunas distintas, os efeitos tóxicos e as localizações dos metais no lixo eletrônico.
Diante disso, informações indispensáveis foram incorporadas ao texto, e, ao ser transcrito para o sistema Braille, tornou-se inviável manter um quadro com divisões em linhas horizontais e verticais. Portanto, durante a adaptação, utilizou-se como referência o Manual de Adaptação de Textos para o Sistema Braille (Gepa, 2019), que, em sua página 29, orienta a adaptação da seguinte forma: Quadro 1: "Metais tóxicos presentes nos lixões eletrônicos", adaptado em três colunas. 1ª) Metais; 2ª) Onde se localiza; 3ª) Efeitos tóxicos. Chumbo (Pb) -- Televisores, computadores e soldas -- Danos neurológicos, renais e sanguíneos…
Assim, optou-se pelo uso de texto contínuo na adaptação do quadro em questão, o que facilitou a transcrição e o entendimento por parte dos participantes desta pesquisa. Além de garantir a compreensão do conceito científico, eles entenderam perfeitamente que as informações estavam dispostas em tinta na forma de um quadro/tabela com divisões em linhas e colunas.
Avaliação do material
Esta etapa é crucial para garantir a credibilidade do trabalho, pois é fundamental que as pessoas com deficiência participem ativamente de todo o processo de construção do material e, ao final, avaliem o recurso. Como ressalta Sassaki (2007): "nada sobre nós, sem nós". É preciso incluí-las, torná-las protagonistas e dar visibilidade a esse público, uma vez que não há como conhecer as reais necessidades, anseios e angústias das pessoas com deficiência sem ouvi-las. Sendo assim, a avaliação do material grafotátil produzido deve ser realizada por pessoas com deficiência visual, para que ele possa ser aprovado e distribuído.
Reconhecendo a importância da participação das pessoas com deficiência visual na elaboração de um material grafotátil, a avaliação foi realizada com três pessoas cegas: dois revisores e um aluno da Educação Básica do IBC. Para manter a privacidade dos participantes nesta pesquisa, eles serão referidos como Revisor 1, Revisor 2 e Aluno.
Os avaliadores foram questionados sobre suas respectivas trajetórias no Ensino Médio e sobre como foi a relação deles com a disciplina de Química no período escolar. As respostas obtidas foram:
Não tinha, porque os professores diziam que não podiam me ensinar, mas tinha só a parte teórica, porém não tive contato com nenhuma fórmula e nada. Como o ensino era mais voltado para o magistério, então tínhamos mais matérias pedagógicas. O pouco de Química que tinha, o professor fazia isso comigo (Revisor 1, informação verbal).
Ele fazia de tudo para eu compreender, porque era eu e mais três cegos. Eu fiz na escola regular de ensino, não estudei nas escolas especializadas, quem dera se eu estudasse aqui no instituto. O professor fez o que pode! Eu levava e criava coisas para reação de calor com frio, usava uma bola dentro do anel de ferro. [...] Ele escrevia as reações e fórmulas… (Revisor 2, informação global).
Eu tive acesso a Química no Ensino Médio, porém não conhecia a grafia química em Braille, eu escrevia as reações por extenso. Eu só sabia do H2O, pois no Braille eu sabia que sobre o 2 era rebaixado, porque você aprende em outro momento. A minha maior dificuldade no Ensino Médio foi a Química Orgânica, pois é muito grande e não consigo acompanhar até hoje (Aluno, Informação verbal).
A fala do Revisor 1 está em concordância com Paula, Guimarães e Silva (2017), que ressaltam a importância de os professores de Química compreenderem as características da deficiência visual, visto que, muitas vezes, os conteúdos da disciplina dependem de estímulos visuais, dificultando a participação e o acesso ao conhecimento por parte dos alunos cegos.
O relato do Revisor 2 mostra que o professor se esforçava para incluir os alunos cegos, porém revela certo despreparo por parte do docente e da instituição de ensino. Portanto, é de suma importância preparar os profissionais e educadores para atender às necessidades educativas dos alunos com deficiência visual.
Nos três relatos, observa-se a falta de adaptação de materiais e como a grafia química em Braille era desconhecida por eles. A adaptação e elaboração de materiais didáticos assumem, portanto, um papel essencial na vida dos alunos com deficiência visual, pois, dessa maneira, eles têm acesso ao conteúdo.
A fala dos avaliadores também revela uma fragilidade na contextualização do ensino de Química. Em nenhum momento, os professores utilizaram temas sociais para conectar a Química a questões sociais e ambientais, como o caderno pedagógico sobre Racismo Ambiental faz. Para promover um ensino capaz de formar cidadãos, é necessário apresentar informações aos estudantes para a construção de conhecimentos que os orientem nas tomadas de decisões, e para uma leitura crítica, não ingênua, do mundo, sem deixar de considerar a importância de promover discussões e reflexões por aqueles que ensinam (Estevão, 2017).
Os avaliadores gostaram muito de aprender sobre Racismo Ambiental e toda a questão química relacionada aos lixões, concordando com Santos e Mortimer (2000), pois acreditam que a inclusão de conteúdos com ênfase na perspectiva CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) fomenta o interesse pela Química. Eles também elogiaram a organização dos tópicos do caderno e destacaram que o texto era de fácil entendimento e fluido. Todos os três participantes aprovaram a distribuição do material e concordaram que a temática é importante e deve ser amplamente conhecida.
Achei que ficou bem escrito. Dá para entender bem. [...] é claro que pode ser colocado para distribuição. [...] Esse assunto é muito interessante e as pessoas precisam conhecer (Revisor 1, informação verbal).
Claro, com toda certeza! Aprovaria não, aprovo! Eu acho que você deve tentar, não sei se você tá com grupos ou se está sozinha, acho que você deve tentar fazer uma disseminação de uma forma abrangente, porque é um trabalho bonito, ele tá um trabalho bastante elucidativo. É um trabalho bastante esclarecedor, que dá um trabalho que dá gosto de ler, porque está bem distribuído e organizado. Com certeza a outra revisora falou a mesma coisa que eu. Os tópicos do trabalho foram muito bem escolhidos e os conteúdos são muito bons. O que é Racismo Ambiental, os três maiores lixões do mundo, essas informações são muito boas. Eu gostei muito, posso ficar para mim? (Revisor 2, informação verbal).
Está muito bem explicado, faz todo sentido essa questão do Racismo Ambiental. Eu gostei muito de saber sobre o tema [...] vou gravar um vídeo no meu canal do YouTube sobre o tema. O caderno está aprovado para a distribuição (Aluno, informação verbal).
Conclui-se que o uso de um tema social para a elaboração de materiais adaptados para alunos com deficiência visual é uma maneira eficaz de integrar esse grupo a discussões presentes na sociedade, buscando a problematização e a promoção da conscientização sobre questões socioambientais.
Análise das entrevistas semiestruturadas
As análises foram realizadas em maio de 2023, por meio de observação não participante. O caderno foi entregue aos sujeitos da pesquisa com duas horas de antecedência, permitindo que eles lessem o material sem a presença dos autores deste trabalho. Após a leitura, iniciou-se a entrevista semiestruturada com cada avaliador.
A análise do corpus textual, proveniente da transcrição das três entrevistas semiestruturadas, revelou 1.960 ocorrências de palavras, distribuídas em 690 formas distintas. Por meio da Classificação Hierárquica Descendente, foram analisados 54 segmentos de texto, com uma retenção de 75,93% do corpus para a construção das seis classes resultantes das partições de conteúdo (Figura 4). Foi utilizada apenas uma variável na análise.
Figura 4: Dendrograma resultante da Classificação Hierárquica Descendente do corpus textual mostrando a porcentagem de cada classe no discurso
O dendrograma revela duas divisões iniciais nos discursos analisados. As classes de 1 a 4 agrupam as percepções dos entrevistados sobre a vulnerabilidade social relacionada ao Racismo Ambiental em suas cidades e as consequências do descarte inadequado de lixo eletrônico em lixões, bem como as possíveis ações para mitigar esses problemas. As classes 5 e 6, por sua vez, refletem a introdução do tema Racismo Ambiental aos entrevistados e o nível de compreensão e entendimento alcançado por eles.
O Quadro 2 apresenta a síntese da análise realizada pelos pesquisadores após o processo de categorização.
Quadro 2: Categorização dos dados obtidos na Classificação Hierárquica Descendente
Categoria |
Subcategoria |
Análise Lexicográfica |
|
Palavra |
χ² |
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Consciência temática (36,6%) |
1. Contato com o Conceito de Racismo Ambiental (19,51%) 2. Lucidez e clareza da temática (17,07%) |
Racismo Ambiental Temática Escutar |
34,82 16,33 4,58 13,35 |
Conhecer Caderno Trabalhar Cidade |
28,09 10,5 10,5 5,62 |
||
Vulnerabilidade social e descarte eletrônico (63,4%) |
3. Racismo Ambiental no Rio de Janeiro (19,51%) 4. Lixões (14,63%) 5. Ações positivas relacionadas ao descarte de lixo eletrônico (14,63%) 6. Consequências do descarte incorreto (14,63%) |
Achar Ficar Jogar Pensar |
24,93 8,69 4,58 4,58 |
Lixo Negro Falar Entender |
4,5 7,01 15,46 7,01 |
||
Casa Descartar Educar Manuseio |
33,22 7,04 4,44 4,44 |
||
Descarte Problema Causar Eletrônico |
21,8 9,38 7,01 12,21 |
A primeira categorização realizada foi denominada Consciência Temática, a qual se divide em duas subcategorias: Contato com o conceito de Racismo Ambiental e Lucidez e clareza da temática, que correspondem respectivamente a 19,51% e 17,07% do corpus textual analisado. Destacam-se as palavras: racismo, ambiental, temática, conhecer, caderno e escutar, todas com valor de qui-quadrado maior ou igual a 3,84. Tais palavras foram identificadas nos discursos que refletem o desconhecimento inicial do termo Racismo Ambiental e o entendimento adquirido após a leitura do recurso didático acessível. A seguir, são apresentados alguns trechos dos discursos relacionados a essa categorização:
Não tinha tido contato com a temática do Racismo Ambiental, foi uma novidade [...] foi isso que entendi. Foi a primeira vez que escutei sobre o termo Racismo Ambiental, realmente se você for comparar um pouco da história você consegue compreender que isso existe mesmo, geralmente são países mais pobres que têm culturas diferentes (Revisor 1, informação verbal).
Não tinha ouvido falar da temática do Racismo Ambiental diretamente, mas eu já ouvi alguma coisa porque a gente escuta sobre e também reflete sobre a questão do lixo do que é feito com o lixo [...] essa nomenclatura eu não conhecia, eu não tinha pensado nisso é bem a coisa da acepção do racismo mesmo quem está ali como lida e como reverbera no todo da pessoa [...] no caderno tinha informações que não conhecia, por exemplo, a Índia tem montanha de lixo que pode chegar a 60 metros de altura! Eu esqueci o nome da cidade em Singapura, por exemplo, eu não tinha este conhecimento (Revisor 2, informação verbal).
Eu nunca escutei sobre o termo Racismo Ambiental, depois que li o caderno consegui compreender o caderno está muito bem explicado. Gente, faz sentido até pelas outras coisas que eu já tinha lido antes sobre outros temas, mas, por exemplo, é muito comum em bairros negros (Aluno, informação verbal).
A segunda categorização realizada foi denominada Vulnerabilidade Social e Descarte do Lixo Eletrônico, a qual se divide em quatro subcategorias. As subcategorias Racismo Ambiental no Rio de Janeiro e Lixões apresentam uma inter-relação significativa e correspondem respectivamente a 19,51% e 14,63% do corpus textual analisado. Destacam-se as palavras: lixo, negro, falar, entender, achar, ficar, pensar e jogar. Tais palavras foram identificadas nos discursos que abordam o Racismo Ambiental na cidade onde os entrevistados residem, especificamente no Rio de Janeiro, e a vulnerabilidade social associada aos lixões. A seguir, são apresentados alguns trechos dos discursos relacionados a essa categorização.
As comunidades, com certeza. Eu moro na Zona Norte, mas eu tenho dois contatos com a Zona Norte, vou explicar: o primeiro é mais voltado ali para Del Castilho, Engenho da Rainha onde eu morava antes de me casar [...] ali percebo que o ambiente já é diferente da Tijuca onde eu moro hoje é um lugar diferente Del Castilho. Era um lugar mais abandonado parece que as pessoas se aproveitam disso e utilizam aquele local para jogar seus lixos e afins [...] a coleta de lixo era ruim, a coleta de lixo quando tinha greve, era péssima, Engenho da Rainha já é subúrbio do subúrbio. Tijuca é um bairro mais elitizado isso também tem a ver com o Racismo Ambiental (Revisor 1, informação verbal).
Se esse conceito não se aplica aos moradores do Rio de Janeiro deveria se aplicar, pois é uma realidade latente e que acontece é lamentável. Antigamente não podia doar os resíduos de restaurantes, hoje já pode desde que esteja em quentinhas [...] não morei sempre na Urca, antes eu morava em Campos do Goytacazes e depois em Macaé via diferença nas coletas seletivas nesses locais [...] elas não têm noção e não têm conscientização ou um trabalho de ensinar os coletores de lixões ou até mesmo viabilizar a possibilidade do uso de luvas, pois eles mexem em lixo contaminado e estão colocando a mão em lixos contaminados (Revisor 2, informação verbal).
O conceito do Racismo Ambiental se aplica aqui aos moradores do Rio. Mesmo morando somente dois anos na cidade, porque assim nos bairros não nobres, de classe média baixa, é muito comum você ver lixo na rua, o povo queimando lixo [...] conheço e me deparei com essas situações eu já esbarrei em latas de lixo em garrafa pet e copo no chão, até com sofá uma vez o povo deixa móveis velhos no canto da rua [...] caí por causa disso porque a bengala vai bater, vai desviar. O cheiro do lixo também é muito desagradável sobre os lixões. A Índia, eu sabia não sabia que ele era maior (Aluno, informação verbal).
As subcategorias denominadas Ações Positivas Relacionadas ao Descarte de Lixo Eletrônico e Consequências do Descarte Incorreto apresentam estreita relação entre si e, por isso, foram agrupadas, correspondendo juntas a 14,63% do corpus textual analisado. Destacam-se as palavras: descarte, problema, eletrônico, casa, manuseio e educar. Essas palavras aparecem nos discursos que abordam as consequências do descarte inadequado dos eletrônicos e sugerem possíveis ações educativas para evitar esses problemas.
Eu sempre fico pensando onde eu posso jogar esse celular, porque não posso jogar no lixo, eu tenho essa noção. Eu acho que os lixões são prejudiciais principalmente para pessoas que não tem infelizmente acesso decente a emprego, moradia e que utilizam desse meio para sobreviver [...] e ao meio ambiente também acho que em relação a saúde das pessoas que estão nestes locais causa problemas respiratórios ou alguma bactéria porque as pessoas pisam no lixo ou bebem aquela água (Revisor 1, informação verbal).
Ali tem chorume, tanta coisa eu fiquei apavorado com os lixos de Singapura! Eu fiquei reflexivo pesquisei na internet sobre o texto que a colega fez eu gostei muito e vou ficar para mim [...] um cara pega, por exemplo, uma bateria de lítio que ele encontrou em um telefone velho ou descartado de modo incorreto os meus telefones quando estão ficando velhos eu entrego na vivo agora o que a vivo faz com aquilo eu não sei [...] a sociedade como um todo, o governo deve preparar as pessoas para que elas possam manusear o lixo de forma responsável e aliado a isso uma conscientização da sociedade no manuseio e descarte do lixo [...] no projeto que participei tinha os teatrinhos tinha os três erres: reutilizar, reciclar e o outro esqueci; a minha irmã é uma catadora ela pega tábuas de madeiras ou baldinhos e transforma em arte [...] a responsabilidade do lixo é nossa minha, sua, da sua mãe, do seu pai, sobretudo das pessoas que trabalham com materiais pesados (Revisor 2, informação verbal).
Em relação ao descarte dos eletrônicos já tinha estudado alguma coisa sobre isso, mas não tinha noção de todos esses elementos que cada um fazia quais consequências cada um causa, eu gostei de saber [...] agora vou ficar bem mais atenta, eu já sou, mas vou me ater aos descartes de eletrônicos. No capítulo sobre o que fazer com o descarte dos eletrônicos, vi reportagens falando sobre isso de como descartar adequadamente [...] mas acho que as pessoas não fazem isso porque pensam que vão jogar fora de qualquer jeito e não vai acontecer nada eu descartei celular computador, mas eu fui na loja, tinha uma loja aqui (Aluno, informação verbal).
Esses relatos corroboram Moura (2009), uma vez que as injustiças ambientais afetam a maioria da população brasileira, exposta a grandes riscos ambientais provenientes de substâncias nocivas à saúde, da falta de saneamento básico e de moradias localizadas em encostas ou próximas a depósitos de lixo.
Os entrevistados relataram questões relacionadas ao lixo e seu descarte. Segundo Estevão (2017), a reciclagem e o descarte adequado do lixo eletrônico devem ser tratados nas escolas, pois os lixos eletrônicos contêm substâncias tóxicas que poluem o meio ambiente, e sua produção em excesso contribui para a exclusão social. Por isso, é fundamental alertar, conscientizar e esclarecer a população sobre os perigos da falta de descarte apropriado, já que muitas pessoas desconhecem os pontos de coleta de eletrônicos e acabam descartando-os junto com o lixo doméstico.
Considerações finais
A discussão sobre Educação Inclusiva é imprescindível, dado que muitas pessoas com deficiência estão matriculadas em classes regulares nas escolas. Embora a legislação brasileira assegure o direito à educação para todos, a integração desses indivíduos ainda representa um desafio para a comunidade escolar.
Para que a inclusão das pessoas com deficiência visual seja efetiva nas instituições de ensino, é fundamental investir na produção de materiais adaptados para ADV, pois a funcionalidade desses materiais possibilita uma aprendizagem significativa. Nesse sentido, é essencial que as pessoas com deficiência visual tenham acesso a todos os conhecimentos que permeiam a sociedade, tanto no campo social quanto no ambiental.
Com o objetivo de utilizar o Racismo Ambiental como um tema social para apoiar o ensino de Química aos ADV, foi elaborado um caderno pedagógico acessível sobre a temática. O recurso didático grafotátil foi avaliado e aprovado por dois revisores e um aluno da Educação Básica do IBC, todos cegos, que recomendaram a distribuição do material. Desse modo, assim que possível, o material será incluído na listagem de distribuição nacional de materiais adaptados do IBC, uma vez que sua matriz se encontra na instituição.
Além disso, o recurso didático foi produzido no formato ampliado (APHont 24) e gravado em áudio, sendo que este formato já está em fase de distribuição. Os critérios de produção foram seguidos rigorosamente nas adaptações necessárias para tornar o material acessível no formato Braille-tinta-áudio.
Espera-se que o recurso pedagógico produzido contribua para o ensino de Química a alunos com deficiência visual, uma vez que foi elaborado com o intuito de fomentar a discussão sobre o Racismo Ambiental por meio da abordagem CTS.
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Publicado em 05 de novembro de 2024
Como citar este artigo (ABNT)
SILVA, Aires da Conceição; NASCIMENTO, Camila de Faria; NOGUEIRA, Vanessa de Souza; ESTEVÃO, Ana Paula Sodré da Silva. Racismo Ambiental no ensino de Química: produção de recursos didáticos acessíveis para alunos com deficiência visual. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 41, 5 de novembro de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/36/racismo-ambiental-no-ensino-de-quimica-producao-de-recursos-didaticos-acessiveis-para-alunos-com-deficiencia-visual
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