Visita a uma área devastada como ferramenta de Educação Ambiental: um relato de experiência
Silvestre Santos Carvalho
Licenciado em Ciências Biológicas (IFTO)
Desde a década de 1990, temáticas voltadas para o ensino do meio ambiente no Ensino Fundamental vêm sendo trabalhadas e discutidas. Callai (1997) menciona que na proposta de temas que integram o conjunto das proposições dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) há o meio ambiente que dá tratamento escolar a questões voltadas aos problemas atuais da vida social.
Essa temática deve ser tratada para além de um conteúdo escolar, pois a mesma pode ser considerada como um dos dilemas atuais da humanidade (Callai, 1997) a ser combatido a fim de que se diminua os impactos negativos na fauna e na flora dos biomas, como a extinção de espécies nativas e o aumento de desastres naturais, como enchentes e deslizamentos.
Garrido (2014) aponta que a grande crise ambiental atual tem suas raízes na desequilibrada relação do ser humano com a natureza e do ser humano com outros seres humanos. Essa crise gera grandes preocupações em todo o mundo, embora haja um esforço para camuflar as verdadeiras causas dessa crise. É sabido que ações humanas são as principais responsáveis.
É nesse contexto que a educação ambiental crítica pode surgir para o resgate de valores essenciais na construção de uma nova cidadania, assumindo uma visão holística das relações entre os seres humanos e a natureza (Guimarães, 2004). Assim, haverá a conscientização acerca dos grandes impactos gerados a partir de uma abordagem predatória dos seres humanos sob os recursos naturais.
Além disso, de acordo com Cardoso (2014), atividades práticas são formas educativas para estimular a criatividade, a crítica e a reflexão no processo de ensino-aprendizagem, proporcionando um aprendizado mais significativo aos discentes.
Cavalcanti menciona que, no ano de 2014, os recursos naturais pareciam ilimitados. Em razão dessa abundância, as consequências da ação antrópica eram despercebidas localmente. Todavia, com o passar do tempo, as atividades humanas de interesse econômico ou não, causaram inúmeros problemas socioambientais com repercussões globais. Essas ações antrópicas devem ser enfatizadas e trabalhadas, a priori, para que a situação não alastre impactos negativos.
Uma das principais preocupações que reverbera dentro e fora de uma sala de aula é a formação do conhecimento a partir de algo que prenda a atenção do aluno. Borsekowsky (2021) menciona que um dos seus principais resultados realizados a partir de sua prática no ensino de Ciências é o envolvimento dos estudantes e a predisposição deles para uma aprendizagem ligada às metodologias ativas.
A escola, portanto, tem papel fundamental na sensibilização dos alunos aos princípios de uma convivência harmônica, tanto em relação ao meio ambiente, como em relação às diversas espécies que compartilham o planeta conosco. Além disso, a educação ambiental auxilia na avaliação crítica dos princípios que têm levado à destruição irresponsável dos recursos naturais, proporcionando aos estudantes uma formação completa como cidadãos conscientes. Essa preocupação não é recente, pois a educação ambiental é uma temática discutida há muito tempo devido às ações humanas e aos impactos por ela causados à natureza, desde que chegamos ao planeta Terra.
A utilização inadequada dos recursos naturais pode ter repercussões negativas, como a extinção de espécies tanto da fauna quanto da flora. No bioma cerrado é comum a ocorrência de queimadas que podem ser provocadas pelo homem ou ocorrer de forma natural. No entanto, ambas as formas surgem da interação do homem com a natureza, por meio da queimada para "limpeza" de uma área específica ou do descarte inadequado de resíduos. Sob a influência dos raios solares, essas ações podem desencadear focos de incêndio, como no caso do vidro. Além disso, as características do bioma cerrado, com clima mais seco e longos períodos de estiagem, contribuem para o surgimento de focos de queimadas em todo o Estado do Tocantins, causando impactos negativos em todo o ecossistema.
Além dos impactos diretos na fauna e na flora, as queimadas também têm outras consequências prejudiciais ao meio ambiente e às comunidades locais. Elas podem afetar a qualidade do ar, liberando poluentes que podem causar problemas respiratórios em seres humanos e animais. Além disso, as cinzas resultantes das queimadas podem contaminar solos e recursos hídricos, prejudicando a agricultura e a vida aquática, mesmo que a prática seja utilizada dentro da agricultura para realizar limpezas (Santos et al., 2014).
As queimadas também contribuem para o aumento do efeito estufa, liberando grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. Isso intensifica as mudanças climáticas e o aquecimento global, afetando o clima e os padrões de precipitação em nível regional e global. Portanto, é crucial educar os alunos a respeito desses impactos adicionais das queimadas, destacando a importância de práticas ambientais responsáveis e sustentáveis para a preservação do nosso planeta e do bem-estar de todas as formas de vida.
Diante desse cenário, em nosso trabalho surge a preocupação em promover uma conscientização integral, por meio de uma visitação a uma área devastada nas proximidades da cidade de Augustinópolis, no estado do Tocantins. Tendo em vista que o estado sofre com um crescente número de focos de queimadas (INPE, 2023), a ação visou fornecer uma percepção dos impactos que poderiam ser gerados ao meio ambiente aos alunos do 8º e 9º anos.
Metodologia
Dentro do contexto do Tocantins estavam em curso diversas iniciativas de mobilização contra as queimadas, especialmente durante o período de estiagem que abrange os meses de maio a outubro, conforme documentado por Carvalho et al. em 2017. Diante desse cenário, surgiu a proposta de proporcionar aos alunos uma experiência prática e direta, envolvendo a visita a uma área que sofreu devastação devido à ação antrópica do fogo. Logo, acordou-se que a vivência real e palpável permitiria aos estudantes uma compreensão mais profunda dos impactos das queimadas e um contato direto com os efeitos desse fenômeno no ambiente natural.
Visando proporcionar uma experiência educativa completa, foi necessário realizar uma análise cuidadosa dos locais nos arredores da cidade de Augustinópolis/TO que estivessem passando pelo processo de recuperação pós-queimada. Durante essa busca, observou-se, ao longo da rodovia que conecta as cidades vizinhas de Praia Norte e Sampaio, uma área considerável em um terreno aparentemente desocupado. Esse local se mostrou propício para a realização da prática educativa com os alunos, oferecendo um ambiente adequado para a exploração dos impactos das queimadas e a análise de como a natureza se recupera diante desse desafio ambiental.
Após a definição do projeto, procedeu-se à organização prática da visita. Para garantir a segurança e o sucesso da atividade, estabelecemos os detalhes com os professores e o diretor da instituição de ensino. O diretor, por sua vez, encarregou-se de solicitar à prefeitura um ônibus apropriado para transportar os alunos até o local, de forma segura. Importante ressaltar que o tema dos impactos ambientais causados pelas queimadas já vinha sendo discutido em sala de aula previamente à realização da prática epistêmica, o que proporcionou aos estudantes um embasamento teórico sólido para complementar a experiência prática. Esse contexto prévio enriqueceu a compreensão dos alunos acerca dos desafios e das consequências das queimadas, ampliando o valor educativo da visita.
Com o suporte adicional de três professores e uma coordenadora, os alunos foram conduzidos até a área devastada durante o período da manhã. Lá, os estudantes tiveram oportunidade de realizar uma série de investigações a respeito dos impactos ambientais gerados pelas queimadas. Com orientação e suporte dos educadores, os alunos puderam observar de perto os efeitos visíveis do fogo no ecossistema local, bem como discutir ativamente as consequências ambientais do fenômeno. Essa abordagem prática e interativa reforçou o aprendizado teórico já adquirido em sala de aula, proporcionando aos alunos uma experiência enriquecedora e de aprendizado significativo.
Resultados e discussão
A aula em campo foi um grande sucesso. Logo, foi possível notar um elevado nível de entusiasmo por parte dos alunos (conforme ilustrado na Figura 1). Essa experiência prática não apenas estimulou uma participação mais ativa, como fomentou um interesse genuíno pelas temáticas abordadas durante a visita. Ao longo da visitação, os professores promoveram uma série de reflexões, desafiando os estudantes a perceberem os possíveis desdobramentos dos impactos resultantes da ação humana.
Figura 1: Área devastada
Fonte: Acervo do autor.
Os professores destacaram que tais ações antrópicas motivadas pela busca por limpeza são observadas tanto em ambientes rurais quanto urbanos, conforme salientado por Santos et al. (2014). Essa abordagem provocativa incentivou os alunos a analisar criticamente não apenas as consequências imediatas das queimadas, como a compreender os motivos subjacentes a essas práticas, fomentando um entendimento mais profundo da complexa relação entre a ação humana e os impactos ambientais.
O ambiente externo proporcionou um contexto enriquecedor para o aprendizado, permitindo aos alunos a observação direta dos efeitos das queimadas. A interação com o cenário real ampliou a compreensão dos estudantes acerca da dinâmica ambiental, reforçando a importância de práticas sustentáveis para a preservação do meio ambiente. Além disso, a troca de experiências e diálogos entre alunos e professores, durante a visita, evidenciou o potencial das atividades práticas em campo para promover a construção coletiva do conhecimento, destacando a participação ativa dos alunos no processo educacional.
Essa ideia de limpeza a partir do fogo é um conceito primitivo que se perpetua até os dias atuais (Ponte, 2021). O viés vem sendo utilizado para a expansão do agronegócio, com a utilização do fogo dentro da agropecuária remetendo-se à eliminação de pragas, à renovação do pasto e à limpeza do solo para posterior plantio. Foi notado pelos alunos que o local devastado se encontra próximo a propriedades de agricultores familiares, denotando que a prática, mesmo que antiga, continua sendo utilizada nesse viés de limpeza até os nossos dias.
A partir desse conceito alguns alunos notaram a prática em propriedades da própria família, contudo não sabiam mensurar o impacto da ação antrópica para todo o ecossistema. Mesmo que a aplicação tivesse boa intenção, esses impactos só puderam ser notados a partir de elucidações futuras na área devastada. Logo, por mais que eles já tivessem tido contato com outras áreas devastadas pelo fogo, somente pelas elucidações realizadas durante a visita eles conseguiram identificar os impactos gerados a partir daquela prática.
Por meio da troca de ideias entre alunos e professores foi possível identificar algumas respostas quase unânimes acerca dos impactos que as queimadas podem gerar, como poluição do ar e diminuição da flora e da fauna. Alguns alunos levaram questões acerca de problemas de saúde, como problemas respiratórios. Diante dessas questões foi possível aguçar as percepções dos alunos para os demais impactos que as queimadas podem provocar, como a extinção de algumas espécies.
O acesso à área devastada e as informações apresentadas e discutidas no local, produziram nos alunos um efeito positivo acerca da conscientização das queimadas. Logo, declararam que possivelmente denunciariam ou alertariam pessoas presentes em suas vidas acerca dos impactos que a população pode sofrer com a prática antiga justificada em práticas agrícolas e em queimas de lixos e outros resíduos (Santos et al., 2014).
Durante a visita, foram observados alguns pontos acerca da vegetação. Grande parte das árvores tiveram seus troncos prejudicados, algumas não sobreviveram ao atentado e toda a vegetação rasteira daquela localidade foi dizimada, com certeza a de insetos e a de outros artrópodes associados ao ambiente. Diante disso, foi mencionado que toda aquela flora e fauna, iriam levar anos e anos para se recompor e que algumas espécies possivelmente não voltariam a se estabelecer naquela localidade.
A provável extinção de espécies como um dos impactos das queimadas chamou muito a atenção dos alunos, já que consideravam que talvez isso não seria possível. Todavia, a evidência desse ponto se tornou fundamental para as discussões. Devido a sua relevância e ao seu impacto negativo em todo o ecossistema, durante a discussão do tópico, foi evidenciado que a extinção de uma espécie pode agir como um efeito dominó no ecossistema, pois a ausência de uma determinada espécie promove um desequilíbrio no meio ambiente.
Uma parcela dos alunos mencionou já ter presenciado alguma queimada provocada pelo homem, tanto na área urbana quanto rural, mas o grupo desconhecia questões relacionadas aos impactos que poderiam ser gerados. Assim, a aula trouxe um panorama maior acerca de como uma área pode ficar totalmente devastada pelo fogo e de como essa ação provoca inúmeros efeitos imediatistas, como ardência na garganta e dificuldade para respirar. A extinção de espécies e o aumento e a emissão de gases nocivos ao ser humano na atmosfera, como o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), também são resultados de queimadas.
Os alunos do Ensino Fundamental demonstram crescente conscientização a respeito da emissão de gases prejudiciais à saúde humana na atmosfera. Eles compreenderam que gases em excesso podem contribuir para o aquecimento global e para as mudanças climáticas, afetando diretamente as condições de vida em nosso planeta. Além disso, os estudantes demonstram interesse em aprender mais acerca de como reduzir a emissão desses gases nocivos, evidenciando uma preocupação genuína com o bem-estar do meio ambiente e, por consequência, da própria sociedade.
Essa consciência crescente relacionada à emissão de gases poluentes é um indicativo promissor de que a Educação Ambiental, por meio de práticas epistêmicas, cumpre seu papel de formar cidadãos mais informados e engajados. Os alunos claramente se conectaram aos pontos entre a ação humana e os impactos no meio ambiente. Eles sugerem um potencial significativo para a adoção de práticas mais sustentáveis e a promoção de um futuro mais equilibrado e saudável para todos.
A observação direta da turma durante a visita revelou um fato notável: o contato direto e prático com o ambiente, em contrapartida aos conceitos muitas vezes abstratos apresentados em livros didáticos, proporciona uma compreensão mais sólida e concreta dos reais impactos das práticas humanas. Essa abordagem tangível e palpável não apenas aprofunda o entendimento do tema, mas desperta um interesse genuíno nos alunos, incentivando-os a se envolver de forma mais ativa no processo do aprendizado. A interação direta com o ambiente devastado pelas queimadas permitiu aos estudantes uma experiência única, na qual puderam observar e analisar os efeitos dessas ações de forma direta, transformando conceitos teóricos em conhecimento vivenciado.
Além disso, a prática em campo demonstrou ser uma estratégia pedagógica altamente eficaz para manter a atenção e o envolvimento dos alunos. Ao serem expostos a situações reais e tangíveis, os estudantes se sentem mais conectados e motivados a absorver o conhecimento apresentado. A aula em campo proporcionou uma experiência imersiva que estimulou a curiosidade e a participação ativa dos alunos, criando um ambiente propício para a construção coletiva do conhecimento. Essa abordagem pedagógica, baseada na experiência prática, não apenas enriqueceu a compreensão dos alunos acerca dos impactos das queimadas como ressaltou a importância de se incorporar métodos dinâmicos e interativos ao processo de ensino-aprendizagem.
Durante a aula em campo, foi possível notar que a troca de ideias entre os alunos (Figura 2) foi maior. Nesse sentido, coisas que chamaram a atenção dos alunos virou tema de suas conversas e essa troca de ideia entre alunos pode ser algo eficaz, tendo em vista que em determinados casos os discentes se sentem abertos para construir ou trocar ideias com seus pares, o que muitas vezes contrasta em termos de interação com seus professores. Por vezes, professores não conseguem ter a atenção de seus alunos.
Figura 2: Interação dos alunos
Fonte: Acervo do autor.
Alguns conceitos previamente estabelecidos em sala de aula não ficaram tão claros durante a transmissão do conteúdo a respeito de quais os impactos das queimadas na fauna e na flora. Todavia, a notoriedade do impacto do fogo naquela área produziu, de maneira significativa, uma percepção mais aprofundada desses impactos. Essa prerrogativa é tratada por Bartzik (2017) que menciona que o ensino deve ser construído a partir de atividades empíricas, uma necessidade para a melhor assimilação de conteúdos teóricos.
Durante a visita, percebeu-se que os alunos já possuíam um entendimento prévio significativo dos impactos das queimadas. A abordagem desses conceitos partiu desse conhecimento espontâneo, com o intuito não apenas de identificá-los, mas também de utilizá-los como uma base para a construção do conhecimento científico. Esse processo incentivou os estudantes a relacionarem suas concepções iniciais com a explicação científica, enriquecendo assim a compreensão do fenômeno das queimadas.
Notou-se, por exemplo, que houve a desmistificação de alguns conceitos, como a ideia de que a área afetada permanece inativa para sempre. A interação entre os conhecimentos prévios e a informação científica permitiu uma visão mais completa e precisa do ciclo de recuperação pós-queimada, permitindo que os alunos compreendessem melhor a resiliência da natureza diante desse desafio.
Além disso, essa abordagem também promoveu uma maior contextualização dos conceitos científicos. Os alunos puderam relacionar diretamente suas experiências práticas no terreno com os princípios teóricos, fortalecendo a conexão entre teoria e prática. Isso não apenas solidificou o aprendizado, como demonstrou aos estudantes a relevância e aplicabilidade dos conhecimentos científicos no mundo real. Foi uma oportunidade valiosa para os alunos perceberem que a Ciência está presente em seu cotidiano e que eles têm o poder de compreendê-la, contribuindo para a preservação ambiental de forma ativa e informada.
Os resultados obtidos revelam que os alunos, de modo geral, demonstram um alto grau de apreço por esse tipo de abordagem e se mostram notavelmente engajados e motivados quando têm a oportunidade de participar de atividades práticas. Isso ressalta a importância do desenvolvimento de aulas com enfoque prático no ensino de Ciências. Dessa forma, promove-se um aprendizado mais efetivo e significativo, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados com as questões ambientais.
Em última análise, a prática em campo se revelou como ferramenta valiosa no processo educacional, promovendo uma compreensão mais significativa e duradoura dos temas abordados. Ao fugir do tradicionalismo dos conceitos epistêmicos, os alunos foram desafiados a explorar e a questionar de forma mais autêntica. Essa abordagem cultivou um interesse genuíno pela preservação e pelav conservação do nosso ecossistema, formando cidadãos mais conscientes e engajados nas questões ambientais.
Considerações finais
Considerando o contexto alarmante de altas taxas de foco de calor no Tocantins, particularmente durante o período seco, é evidente a urgência de implementar estratégias educacionais voltadas para a conscientização ambiental. A abordagem direcionada aos alunos residentes dessa localidade, marcada pela predominância do bioma cerrado, emerge como um pilar fundamental na formação de cidadãos críticos e engajados. Os dados impressionantes do INPE, que registrou mais de 290 mil focos de calor entre 1998 e 2022, sublinham a necessidade de disseminar o entendimento acerca das ações antrópicas e de seus impactos no ambiente. Nesse contexto, a educação ambiental surge como um instrumento catalisador, proporcionando aos alunos a oportunidade de explorar e analisar ativamente a realidade que os circunda.
Além disso, a incorporação de práticas educacionais voltadas à compreensão e à mitigação dos incêndios florestais no Tocantins, se alinha com um compromisso mais amplo com a sustentabilidade e a preservação ambiental. Ao envolver os alunos em atividades que estimulam a reflexão crítica e a análise da interação entre o homem e o meio ambiente, promovemos não apenas o desenvolvimento do pensamento crítico, mas também a formação de cidadãos conscientes de seu papel na proteção do ecossistema local. A educação ambiental, quando integrada de forma holística e contextualizada, contribui para a construção de uma consciência coletiva da importância da preservação dos recursos naturais e da biodiversidade que caracterizam o bioma Cerrado.
Portanto, investir em estratégias de Educação Ambiental que abordam os desafios específicos enfrentados pelo Tocantins em relação aos incêndios florestais é uma medida crucial para promover a resiliência ambiental e a formação de cidadãos comprometidos com a proteção do patrimônio natural do estado. Ao proporcionar aos alunos as ferramentas e o conhecimento necessário para compreenderem e enfrentarem esse problema, estamos não apenas investindo em sua formação educacional, como em um futuro sustentável e equilibrado para a região e o país como um todo.
Essa abordagem fortalece o aprendizado e fomenta uma nova geração de cidadãos conscientes, preparados para lidar com os desafios ambientais que permeiam suas vidas cotidianas. Portanto, investir em práticas educacionais que abordam questões ambientais é uma ação fundamental na construção de um futuro sustentável e equilibrado às comunidades do Tocantins e seus ecossistemas.
Referências
BARTZIK, F.; ZANDER, L. D. A importância das aulas práticas de ciências no Ensino Fundamental. Arquivo Brasileiro de Educação, v. 4, n° 8, p. 31-38, 26 mar. 2017.
BORSEKOWSKY, A. R.; KESKE, C.; PIRES, F. L. B.; KETZER, F.; NONENMACHER, S. E. B. Aprendizagem significativa: transformando a sala de aula em laboratório para o ensino de Ciências. Revista Insignare Scientia, v. 4, n° 2, p. 13-22, 2021.
CALLAI, H. C. O meio ambiente no Ensino Fundamental. Terra Livre, n° 13, p. 09-19, 1997.
CARDOSO, F. de S. O uso de atividades práticas no ensino de Ciências: na busca de melhores resultados no processo ensino-aprendizagem. 2014. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/380. Acesso em: 10 set. 2023.
CARVALHO, E. V.; BATISTA, A. C.; COELHO, M. C. B.; NEVES, C. O. M.; SANTOS, G. R.; GIONGO, M. Caracterização de áreas queimadas no Estado do Tocantins no ano de 2014. Floresta, v. 47, n° 3, 2017.
CAVALCANTI, D. B.; COSTA, M. A. F. da; CHRISPINO, Á. Educação Ambiental e Movimento CTS, caminhos para a contextualização do ensino de Biologia. Revista Práxis, v. 6, n° 12, 2014.
GARRIDO, L. dos S.; MEIRELLES, R. M. S. de. Percepção sobre meio ambiente por alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental: considerações à luz de Marx e de Paulo Freire. Ciência & Educação, Bauru, v. 20, n° 3, p. 671–685, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/Nb3WJXtFFdqBFGDNNsV3FDj/#. Acesso em: 10 set. 2022.
GUIMARÃES, M. Educação Ambiental crítica. Identidades da Educação Ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 25-34.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Portal Programa Queimadas. 2023. Disponível em: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/queimadas/situacao-atual/estatisticas/estatisticas_estados/. Acesso em: 10 set. 2023.
PONTE, L. H.; NOGAROTO, L. S.; FILHO, M. P. As queimadas dos biomas brasileiros frente as divergências políticas e agropecuárias. Revista Juris UniToledo, v. 6, n° 2, 2021.
SANTOS, D. R. O.; CARNEIRO, T. R. Educação Ambiental: consciência ambiental em relação às práticas de queimadas urbanas. SaBios - Revista de Saúde e Biologia, v. 9, n° 1, p. 61-72, 2014. Disponível em: http://68.183.29.147/revista/index.php/sabios/article/view/1467. Acesso em: 10 set. 2023.
Publicado em 26 de março de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
CARVALHO, Silvestre Santos. Visita a uma área devastada como ferramenta de Educação Ambiental: um relato de experiência. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 11, 26 de março de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/11/visita-a-uma-area-devastada-como-ferramenta-de-educacao-ambiental-um-relato-de-experiencia
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário
Deixe seu comentárioEste artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.