A importância do brincar na Educação Infantil
Isabela Cassiano Marques Barros da Conceição
Secretária escolar na Prefeitura Municipal de Niterói, graduada em Pedagogia (UNIRIO)
Gustavo Gomes Siqueira da Rocha
Professor substituto do IFF - câmpus Itaperuna, mestre em Letras (UFJF)
Ao longo da história, as brincadeiras sempre desempenharam papel integral no mundo da infância, tanto de forma direta como indiretamente. O ato de brincar é inerente à natureza da criança, pois por meio desse processo uma ampla gama de oportunidades se abre para o desenvolvimento sócio afetivo do indivíduo, bem como para a aquisição de diversos conhecimentos que serão futuramente adquiridos. As crianças podem ser envolvidas em atividades recreativas em suas relações familiares, na convivência comunitária e, de modo particular, no ambiente escolar.
Desse modo, a motivação que incentivou este estudo se iniciou na escola, onde observamos durante a rotina de atividades lúdicas dirigidas nas aulas recreativas, as interações e as intenções pedagógicas para tornar o aprendizado especialmente significativo às crianças. É importante observar que cada criança apresenta as suas singularidades e transformam suas brincadeiras em um outro mundo, momentos que escapam tantas vezes à compreensão dos adultos.
A Educação Infantil é a primeira etapa da escolarização e deve ser ofertada a crianças de zero a seis anos. Nessa fase, o indivíduo desenvolve aspectos importantes para seu crescimento por meio da socialização e de atividades que exercitem suas habilidades motoras e cognitivas. Dessa forma, precisa ser planejada, baseada em referenciais e documentos norteadores, respeitando também a vivência das crianças para que desenvolvam o seu interesse, criando vínculos com o espaço escolar, os colegas e os profissionais. A iniciação para o processo de alfabetização pode ser feita de forma leve e lúdica, mas sempre contextualizada para que o resultado seja favorável. A brincadeira na Educação Infantil é fundamental para o pleno desenvolvimento da criança, pois é explorada por meio de diversas temáticas na prática docente.
Neste estudo, o objetivo geral é promover reflexões acerca do valor do ato de brincar e como isso impacta no processo de desenvolvimento desses alunos. Também traz um questionamento central à pesquisa: “Como esclarecer e demonstrar a importância do brincar na Educação Infantil, buscando validar a necessidade desse componente?”. Os objetivos específicos para a elaboração do artigo se sustentam na exemplificação de algumas atividades que podem ser desenvolvidas na etapa e na identificação dos benefícios do lúdico para a prática pedagógica.
O trabalho se justifica a partir de experiências da própria autora deste texto que atua como secretária escolar numa instituição escolar e observa práticas lúdicas em atividades recreativas dirigidas pelas professoras. O proposito consiste em analisar jogos e brincadeiras com intenções focadas no desenvolvimento integral das crianças. Diante disso, compreende-se que a brincadeira na Educação Infantil reforça o aprendizado e intensifica os novos conhecimentos das crianças na etapa, mostrando-se uma ferramenta fundamental para a formação lúdica, proporcionando experiências, vivências relevantes, proveitosas e significativas para a vida das crianças. Outra observação relevante diz respeito às brincadeiras frequentemente usadas pelos docentes durante as aulas. Essa ferramenta pode contribuir significativamente de forma lúdica em todos os contextos, ativando as habilidades e competências, conforme preconizam as diretrizes da BNCC, focando dessa forma no desenvolvimento social, emocional, físico e mental desses indivíduos.
Portanto, é vital que as instituições de ensino reconheçam a importância do brincar na Educação Infantil. Esse processo permite que a criança se desenvolva e construa seu conhecimento de forma lúdica, conectando o prazer da diversão com a construção do saber. Nessa perspectiva, este trabalho se propõe a destacar a relevância do ato de brincar na Educação Infantil, demonstrando como as brincadeiras e o componente lúdico, tanto dentro como fora do ambiente escolar, podem contribuir para o desenvolvimento da criança, especialmente em relação aos aspectos emocionais, intelectuais e sociais.
Considerações a respeito da Educação Infantil
Ao analisar o contexto histórico da Educação Infantil, nota-se que ao longo de séculos a responsabilidade pela educação das crianças recai inteiramente na família, especialmente sobre a mãe que desempenha papel de cuidadora cuja função primordial é a de gerar mais filhos, além de zelar por sua educação. Nesse período, os maridos estão ocupados com o trabalho nas lavouras e nos engenhos para sustentar a casa. A participação nas tradições e a convivência com os adultos são os principais meios pelos quais as crianças assimilam as normas e as regras da cultura. Vale ressaltar que a infância até os sete anos, à época, não era considerada como a infância que hoje conhecemos, mas como um momento em que a criança era vista como um adulto em miniatura, passando a desempenhar tarefas equivalentes às tarefas dos adultos.
Devido à elevada taxa de mortalidade infantil, ocasionada por desnutrição, falta de higiene, alimentação precária e diversas epidemias, juntamente ao considerável número de crianças abandonadas nas ruas, muitas delas eram vítimas de exploração sexual. Além disso, havia disparidades socioeconômicas das famílias, surgindo a roda dos expostos ou roda dos enjeitados, o primeiro programa de assistencialismo voltado às crianças em situação de pobreza.
Esse sistema se tornou uma resposta às necessidades emergenciais decorrentes das adversidades enfrentadas pelas crianças naquele contexto histórico, agindo como uma forma de mitigar os impactos da desigualdade social e de proporcionar assistência às mães solteiras que enfrentavam o estigma da sociedade. Assim, “no período precedente à Proclamação da República observam-se iniciativas isoladas de proteção à infância, muitas delas orientadas ao combate das altas taxas de mortalidade infantil da época” (Oliveira, 2002, p. 92).
Com o avanço do processo de industrialização e a entrada das mulheres no mercado de trabalho (Oliveira, 2020), houve a necessidade premente de estabelecer instituições para atender às crianças enquanto suas mães trabalhavam. Isso ocorreu devido ao fato dessas mães trabalhadoras se encontrarem em uma situação difícil, em que seus filhos não recebiam o devido cuidado, sendo expostos a situações estigmatizadas que resultavam até na morte das crianças.
Diante desse cenário, os proprietários das fábricas começaram a criar instituições como alternativas à prática da roda dos expostos. Essa mudança ocorreu em resposta às transformações sociais, particularmente no que se referia ao novo papel da mulher e, acima de tudo, à crescente necessidade de garantir o cuidado adequado às crianças. Essa evolução marcou o surgimento das primeiras instituições destinadas a atender às demandas geradas pelas transformações sociais e econômicas em curso na sociedade. Conforme ressalta o autor: “entendida como “mal necessário”, as creches eram planejadas como instituição de saúde, com rotinas de triagem, lactário, pessoal auxiliar de enfermagem, preocupação com higiene física” (Kuhlmann, 1998, p. 73). Oliveira (2002, p. 100) destaca:
O jardim de infância, criado por Froebel, seria a instituição educativa por excelência, enquanto a creche e as escolas maternais -ou qualquer nome dado a instituições com características semelhantes às Salles d´asile francesas- seriam assistenciais e não educativas.
Partindo dessa premissa, começaram a emergir os primeiros jardins de infância, frequentados pelos filhos dos socioeconomicamente privilegiados, nos quais a ênfase era totalmente voltada à educação. Paralelamente, surgiram também as creches, destinadas às crianças em situação socioeconômica desfavorável, com o objetivo primordial de prover assistencialismo, centrado em cuidados básicos como alimentação, higiene e sono, sem um foco educacional. É importante salientar que essas instituições não foram criadas para atender às necessidades das crianças, mas para suprir as demandas do mercado de trabalho, que necessitava da participação da mão de obra feminina.
No decorrer das décadas, a Educação Infantil ficou assegurada pela Constituição Federal de 1988, fazendo parte do sistema de ensino e das políticas públicas. Dessa forma, para Oliveira (2002, p. 115),
a elaboração de novos programas buscava romper com concepções meramente assistencialistas [...] propondo-lhes uma função pedagógica que enfatizasse o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças [...] na Constituição de 1988, do reconhecimento da educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do Estado a ser cumprido nos sistemas de ensino.
Nessa ótica, surgem instrumentos normativos importantes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI). Entretanto, persistem várias questões a serem superadas, tanto no âmbito da legislação quanto no campo pedagógico. É crucial enfrentar os desafios associados à abordagem assistencialista, ampliando a concepção acerca do indivíduo criança para além dos aspectos do cuidado básico. A criança deve ser considerada não apenas sob a perspectiva do cuidado, mas como sujeito de educação, integrando de maneira abrangente ambas as dimensões. No entanto, é necessário observar que esses avanços não foram em vão, pois “é preciso conhecer as representações da infância e considerar as crianças concretas, localizá-las nas relações sociais etc., reconhecê-las como produtoras da história” (Kuhlmann, 1998, p. 31).
Conforme afirma a LDB (Lei n° 9.394/96), em seu Art. 29:
A Educação Infantil é conceituada como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (Brasil, 1996, p. 10).
Assim, é imprescindível adotar uma perspectiva social que esteja sintonizada com a realidade da Educação Infantil, uma análise crítica capaz de promover mudanças significativas na atual situação. Essas transformações devem criar condições propícias para atender às necessidades das crianças, garantindo, por conseguinte, a sustentabilidade das instituições. Vale ressaltar a importância de investir na formação contínua dos educadores, uma vez que muitas vezes estão defasados diante do vasto universo tecnológico que permeia suas práticas. Esse universo tecnológico é crucial para as crianças que anseiam e necessitam desse contato para seu desenvolvimento.
A importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil
O ato de brincar representa a mais ampla e eficaz expressão da criança em relação à sua compreensão e percepção do mundo. Por meio das atividades lúdicas, a criança adquire aprendizados de grande relevância. O ato de brincar desempenha um papel fundamental na humanização da criança, na formação de suas relações interpessoais, em seu crescimento e na aquisição da habilidade para equilibrar sua identidade, estabelecendo conexões afetivas duradouras, além de constituir um meio pelo qual a criança se comunica e recria situações do seu dia a dia, possibilitando a aquisição de conhecimento, o estímulo ao pensamento reflexivo e o desenvolvimento de sua autonomia e criatividade. Assim,
brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata (Brasil, 1998, p. 23).
Durante a infância, as crianças adquirem conhecimento por meio da brincadeira, não seguindo um método didático, formal e controlado, mas de maneira livre. “Remete o conceito do brincar como uma atividade dotada de uma significação social precisa, que necessita de uma aprendizagem”. Nesse ambiente de liberdade, elas fazem descobertas, exploram novas formas de interação e de jogar – dependendo da natureza do jogo – e exploram possibilidades que enriquecem a sua aprendizagem de maneira substancial (Kishimoto, 2005, p. 20).
Kishimoto (2005, p. 17) ressalta a importância dos jogos e das brincadeiras:
Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este o aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. Se o arco e a flecha hoje aparecem como brinquedos, em certas culturas indígenas representavam instrumentos para a arte da caça e da pesca. Em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não séria. Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar a criança.
Portanto, pode-se observar a relevância do impacto dos jogos no processo de aprendizagem das crianças. Nos tempos atuais, os jogos e as brincadeiras são cuidadosamente concebidos com o propósito de educar as crianças e influenciar suas rotinas. Devido à capacidade das crianças de absorver e replicar aquilo que aprendem e experienciam, muitas vezes vemos a imitação desempenhar um papel significativo nas atividades lúdicas. É comum, por exemplo, ver meninas brincando de "mamãe e filha" e meninos brincando com "carrinhos". Essas atividades fazem parte do cotidiano das crianças e são prontamente imitadas, de acordo com a realidade que elas vivem. Com isso, Kishimoto (2005) afirma que o brinquedo representa algumas realidades da rotina da criança no ambiente em que ela está inserida.
Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los (Kishimoto, 2005, p. 20).
O ato de brincar é de suma importância, pois prepara a criança para a vida ao permitir que ela estabeleça conexões físicas e sociais, adquira conhecimento e compreenda o funcionamento do mundo que a cerca. À medida que a criança participa das brincadeiras, ela começa a remodelar sua própria realidade, atribuindo novos significados a situações e a objetos.
As brincadeiras e os jogos desempenham um papel fundamental nesse processo, incentivando a criança a cultivar o desejo de aprender e de explorar, como defende Vygotsky (1987, p. 37):
O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, na natureza e nas construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais para que possa manipulá-los. Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções de tudo o que há no cotidiano, na natureza e nas construções humanas.
É fundamental destacar que as atividades recreativas e os jogos criam um espaço de diversão que fomenta a inventividade e a capacidade de imaginação das crianças. Ao participar de brincadeiras que envolvem cenários fictícios e representações, as crianças têm a oportunidade de experimentar papeis diversos e explorar cenários variados, impulsionando, assim, o desenvolvimento de habilidades. “O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu” (Piaget, 1976, p. 160).
Esse autor ressalta que,
por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente a fim de que jogando elas cheguem a assimilar às realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a inteligência infantil (Piaget, 1976, p. 160).
Além disso, as atividades recreativas na Educação Infantil contribuem para o aprimoramento da linguagem oral e para a escrita das crianças. Durante suas interações com colegas e educadores, as crianças têm a oportunidade de praticar a comunicação, enriquecendo seu vocabulário e exercitando sua expressão verbal. Essa base linguística é de extrema importância para seu desempenho futuro na escola. No aspecto emocional, as brincadeiras também desempenham um papel crucial, pois por meio delas as crianças compreendem suas emoções de maneira mais profunda e aprendem a lidar com sentimento de frustração, a compartilhar, a cooperar e a desenvolver empatia, competências fundamentais para estabelecer relacionamentos interpessoais saudáveis.
Resultados e discussão
A pesquisa realizada trouxe muitas reflexões e análises do tema abordado, fazendo uma conexão de autores com a realidade observada nos estágios supervisionados e no ambiente de trabalho da autora.
Foi perceptível que as crianças que frequentam a Educação Infantil desenvolvem habilidades de compartilhamento não apenas no que diz respeito ao espaço, mas também em relação aos brinquedos e sentimentos. Nessa fase inicial, a educação foca na interação e na brincadeira, permitindo que a criança aprenda a se relacionar com seus pares, criando experiências próprias e desenvolvendo a sua individualidade a fim de ressignificar o ambiente onde vive e compartilha com seus familiares e amigos.
Durante a observação das atividades, foi imperativo contar com profissionais especializados, capazes de realizar os cuidados necessários como aliados de uma formação adequada, fazendo do dia a dia novas formas de aprender e de se desenvolver. Foi perceptível a disponibilização de materiais, brinquedos e livros em quantidade suficiente, variados e apropriados à faixa etária dos alunos. Essa observação fez ressonância com as pesquisas bibliográficas realizadas durante a elaboração deste artigo.
A partir das leituras e das observações concluímos que o ambiente escolar deve ser dinâmico, exploratório, de fácil acesso, limpo e seguro. Compreendemos que atividades como pintura, música, contação de histórias e oficinas de desenho, bem como aquelas que envolvem os cuidados com o corpo, são indicadas e apropriadas para essa etapa inicial da escolarização. Além disso, durante a observação, é essencial um espaço amplo e organizado que ofereça recursos pedagógicos diversificados. Também é importante que os professores sejam qualificados ao exercício pedagógico com crianças, atendendo a todas as áreas do conhecimento, de acordo com as exigências da BNCC (Brasil, 2018).
É importante ressaltar que a Educação Infantil é uma etapa significativa para o desenvolvimento da criança e deve se utilizar das brincadeiras, dos brinquedos e dos jogos como ferramentas para esse processo de ensino-aprendizagem, provocando reflexões, estimulando colaboração, cooperação e ativando o convívio social. Isso posto, os estabelecimentos de ensino precisam estimular a formação continuada e as reuniões pedagógicas a fim de promover um melhor aproveitamento das práticas pedagógicas dentro e fora da sala de aula.
Considerações finais
A partir de uma revisão bibliográfica acerca do tema, entendemos que a criança assume singularidade única, aprendendo a brincar, ação a partir da qual ela desenvolve o aprendizado e o pensamento, analisando a sua realidade, cultura e ambiente, construindo formas, conceitos e ideias, além de aprimorar suas percepções. A socialização ocorre por meio das interações. Brincando, a criança explora e compreende o mundo ao seu redor. Assim, o brincar transcende a mera diversão, constituindo-se uma maneira de educar, construir conhecimento e promover a socialização.
A presença de um professor é essencial para viabilizar o brincar. O docente desempenha um papel fundamental ao favorecer e ao estimular a interação, planejando e organizando ambientes propícios para a prática de brincadeiras e incentivando atitudes cooperativas.
Observa-se também a necessidade crucial de garantir o direito à educação, evitando qualquer forma de trabalho infantil, pois é imperativo assegurar espaços físicos e recursos adequados que possibilitem e fortaleçam a prática do brincar.
A abordagem lúdica, especialmente direcionada às crianças, desempenha papel facilitador tanto na aprendizagem quanto no desenvolvimento integral da criança, abrangendo seus aspectos físicos, sociais, culturais, afetivos e cognitivos. Em última análise, ela contribui para a formação abrangente do indivíduo como um aliado essencial no processo de ensino- aprendizagem infantil.
Referências
BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, p. 27.833, 23 dez. 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
DIAS Marina Célia Moraes. Metáfora e pensamento: considerações sobre a importância do jogo na aquisição do conhecimento e implicações para a educação pré-escolar. In: KISHIMOTO, Tizuko M. (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO, Tizuko M. (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
KISHIMOTO, Tizuko M. (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
KUHLMANN JR, Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.
OLIVEIRA, Zilma Ramos. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 11ª ed. São Paulo: Ícone, 2010.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Publicado em 14 de maio de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
CONCEIÇÃO, Isabela Cassiano Marques Barros da; ROCHA, Gustavo Gomes Siqueira da. A importância do brincar na Educação Infantil. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 17, 14 de maio de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/17/a-importancia-do-brincar-na-educacao-infantil
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