A pesquisa-ação na escola: ações e interações
Maria Rosenilda Pires Ferreira
Doutoranda e mestra em Educação Escolar (PPGEEProf/UNIR), professora do AEE na Secretaria Municipal de Educação de Ji-Paraná, integrante do Grupo de Estudos Interdisciplinares em educação, História e Memória - Mnemos
Jussara Santos Pimenta
Doutora e pós-doutora em Educação (ProPEd/UERJ), professora adjunta do curso de Pedagogia do Departamento de Ciências da Educação (DED/UNIR - Campus Porto Velho)
A pesquisa em educação no Brasil é marcada por diferentes acontecimentos e, nos dias atuais, contempla uma diversidade de temas que merecem ser investigados e estudados, com a finalidade de promover avanços significativos no ensino e na pesquisa, possibilitando a construção de novos conhecimentos.
É no ambiente escolar que a aprendizagem, o ensino e as pesquisas acontecem por meio das interações entre os pares, contribuindo para a transformação social. Conforme o Art. 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, nº 9.394/96), “A educação, dever da família e do Estado, inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Brasil, 1996).
Compreender que a educação é uma forma de intervenção é reconhecer que educar não pode ser algo isolado, pronto e acabado. Educar requer uma série de fatores, como afetividade, alegria, conhecimento prático e diferentes saberes que propiciam a mudança. A educação é transformadora, como afirma Freire (1974, p. 79):
Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe àquele dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser de experiência feita para ser de experiência narrada ou transmitida [...]. A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo encha de conteúdos; não pode basear-se numa consciência especializada, mecanicamente compartimentada, mas nos homens como corpos conscientes e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo.
A educação contribui para a transformação da sociedade, visando modificar os homens para que sejam sujeitos pensantes e capazes de mudar a realidade em que vivem. O conhecimento é algo que nunca acaba, pois também aprendemos na convivência e nas relações que estabelecemos entre os sujeitos. São as pessoas que transformam o mundo por meio de suas ações, atitudes e das pesquisas que realizam no ambiente escolar, as quais contribuem para problematizar e construir uma educação de qualidade, que traz em suas práticas possibilidades de transformação. É desafiador e bastante complexo para a escola dar conta de tantas adversidades que existem em seu meio e que, na maioria das vezes, não encontram maneiras de ser solucionadas.
Como educadores, compreendemos que são nas relações que os saberes se estabelecem, se fortalecem e são capazes de produzir mudanças significativas. Entendemos que, numa pesquisa qualitativa ou em pesquisa-ação, os “tipos diversos de investigação-ação tendem a utilizar processos diferentes em cada etapa e obter resultados diferentes que provavelmente serão relatados de modos diferentes para públicos diferentes” (Tripp, 2005, p. 446).
Neste artigo, buscaremos apresentar, de forma sucinta, o caminho metodológico da pesquisa em educação. O artigo é composto por duas partes: na primeira, aborda-se a pesquisa qualitativa em educação, destacando sua importância para a área e um pouco da história da pesquisa em educação no Brasil. Dialogaremos com Franco (2005), André (2001) e Gatti (2002).
No segundo momento, o debate se atém à pesquisa-ação e suas contribuições para as pesquisas em educação. Trazemos as contribuições de Thiollent (1997), Tripp (2005), Nóvoa (2015) e Franco (2005). Suas abordagens teórico-metodológicas contribuirão para a escrita do artigo e para as pesquisas que serão realizadas no ambiente escolar.
A pesquisa qualitativa em Educação
A pesquisa na área de Educação no Brasil, de acordo com Gatti (2002), teve início no ano de 1930. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) contribuiu significativamente para os debates sobre a pesquisa em educação da época, seja com a implementação de programas de pós-graduação, cursos de mestrado e doutorado, seja com discussões que ampliaram a importância da pesquisa em Ciências Humanas.
Nos últimos anos, ao mesmo tempo em que se observa um crescimento muito grande no número de pesquisa da área de educação no Brasil, oriundo principalmente da expansão da pós-graduação, observam-se também muitas mudanças, seja nas temáticas e problemas, seja nos referenciais teóricos, seja nas abordagens metodológicas e nos contextos de produção dos trabalhos científicos. (André, 2001, p. 53).
Embora o Inep tenha importância na ampliação dos debates sobre a pesquisa em educação, percebemos que a produção científica passou por momentos difíceis no Brasil, especialmente durante o período de censura, quando pesquisar não era algo comum devido aos posicionamentos dos governos militares.
Mas foi somente com a implementação de programas sistemáticos de pós-graduação, mestrados e doutorados, no final da década de 60, e com base na intensificação de programas de formação no exterior e a reabsorção do pessoal aí formado, que se acelerou o desenvolvimento da área de pesquisa no país, transferindo-se o foco de produção e de formação de quadros para as universidades. (Gatti, 2001, p. 66).
Com a implementação dos programas de pós-graduação e seus respectivos cursos de mestrado e doutorado, foi possível verificar que a pesquisa alcançou um número significativo; no entanto, ainda há muito a ser investigado, e o número de pessoas atendidas por esses programas é pequeno. “A universidade está repleta de trabalhos ‘relevantes’, que não tiveram nenhuma utilidade, e de muitos outros, ‘irrelevantes’, que abriram novas maneiras de educar” (Nóvoa, 2015, p. 32). É sob esse viés que buscamos trazer, em nossa pesquisa, uma abordagem qualitativa que agregue conhecimentos e contribuições para a educação.
Ganham força os estudos chamados de “qualitativos”, que englobam um conjunto heterogêneo de perspectivas, de métodos, de técnicas e de análises, compreendendo desde estudos do tipo etnográficos, pesquisa participante, estudos de caso, pesquisa ação até análise de discurso e de narrativas, estudos de memórias, história de vida e história oral. (André, 2001, p. 54)
Por essa razão, buscamos realizar uma pesquisa que proporcione qualidade e análises precisas dos dados. Optou-se por seguir procedimentos metodológicos voltados para uma abordagem qualitativa, por ser uma abordagem que possibilita ao pesquisador uma compreensão detalhada dos significados apresentados pelos sujeitos entrevistados, além de abrir espaço para a interpretação dos dados coletados.
De acordo com Lakatos e Marconi (2009, p. 269), a pesquisa qualitativa “preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano”. O pesquisador, por meio da investigação qualitativa, poderá alcançar uma compreensão mais aprofundada do objeto estudado, sem a necessidade de quantificá-lo. “Em investigação qualitativa, uma das estratégias utilizadas baseia-se no pressuposto de que muito pouco se sabe acerca das pessoas e ambientes que irão constituir o objeto de estudo” (Bogdan; Biklen, 1994, p. 82).
A pesquisa qualitativa se volta para uma realidade que não pode ser quantificada. André (1997) confirma que a pesquisa qualitativa apresenta uma fonte de dados por meio natural, na qual o investigador se preocupa apenas com o contexto, compreendendo que as ações são mais bem entendidas quando observadas em seu ambiente.
Mínayo (1994) complementa, afirmando que a pesquisa qualitativa responde a questões particulares e não tem preocupação com a quantificação. Essa abordagem busca explicar o comportamento e o porquê das coisas, valorizando a qualidade dos dados.
Minayo (2001, p. 14) conceitua a pesquisa qualitativa como aquela que “trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
Dessa maneira, a pesquisa qualitativa tem como foco a qualidade da investigação, e não sua quantificação. Para a pesquisa em educação, essa qualidade é fundamental. Por isso, nossa proposta busca, juntamente com os envolvidos, realizar uma pesquisa ética, capaz de responder a questões vivenciadas no cotidiano e que seja eficaz, ou seja, que produza mudanças significativas e traga novas perspectivas para a educação.
A pesquisa-ação e os procedimentos metodológicos
É no espaço educacional que ocorrem as pesquisas comprometidas com a educação e que partem das vivências estabelecidas nesse mesmo espaço. A pesquisa-ação “é pouco provável que algum dia venhamos a saber quando ou onde teve origem esse método, simplesmente porque as pessoas sempre investigaram a própria prática com a finalidade de melhorá-la” (Tripp, 2005, p. 445). Por isso, a pesquisa-ação se mostra relevante, pois contribui para a reflexão sobre nossa prática como pesquisadores, bem como sobre a prática dos envolvidos na pesquisa, de maneira positiva.
A pesquisa-ação poderá ser uma alternativa metodológica, e mesmo uma prática pedagógica, para construir conhecimentos sobre a prática docente de forma mais fidedigna, permitindo um esclarecimento das teorias implícitas na prática, ao mesmo tempo em que possibilita aos sujeitos da prática uma melhor apropriação crítica de algumas teorias educacionais, o que poderia produzir a transformação de suas concepções sobre o fazer pedagógico e, em decorrência, produzir transformações em suas práticas. (Franco, 2012, p. 105)
A pesquisa-ação proporciona aos sujeitos envolvidos uma maior apropriação das teorias educacionais, pois apresenta flexibilidade nas tomadas de decisão e contribui para a transformação das práticas.
Quanto ao seu planejamento, a pesquisa-ação é bastante flexível, o que a diferencia de outros tipos de pesquisa, pois não há uma sequência rígida ou uma forma fixa de conduzi-la. De acordo com o contexto organizacional, ela é estruturada em conjunto entre os colaboradores e o pesquisador, apresentando cinco fases clássicas em sua organização (Thiollent, 1997):
- Diagnóstico para identificar um problema na organização;
- Planejamento da ação, considerando as ações alternativas para resolver o problema;
- Execução das ações, com seleção de um roteiro de ação;
- Avaliação das consequências da ação;
- Aprendizagem específica e identificação dos ensinamentos da experiência com retorno ao ponto de partida para evidenciar a generalizável adquirido sobre o problema.
Conforme Thiollent (1997), a pesquisa deverá ser conduzida com base empírica, estruturada em: planejamento, ação e reflexão, levando em consideração a ética profissional e o compromisso com a verdade e com as ações compartilhadas entre os atores que participam da situação investigada:
A pesquisa-ação tem sido utilizada, nas últimas décadas, de diferentes maneiras, a partir de diversas intencionalidades, passando a compor um vasto mosaico de abordagens teórico-metodológicas, o que nos instiga a refletir sobre sua essencialidade epistemológica, bem como sobre suas possibilidades como práxis investigativas. (Franco, 2005, p. 485)
A pesquisa-ação tem sido utilizada de maneiras diversas, com suas abordagens investigativas, visando à transformação das práticas pedagógicas e dos sujeitos envolvidos, pois todos participam do processo de forma a serem contagiados pelos resultados das ações que serão desenvolvidas. Dessa maneira, utilizamos distintas fontes para análise, entre elas os registros de observações, entrevistas, rodas de conversa, fotografias e anotações em caderno de campo.
O caderno ou diário de campo configura-se como “relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiencia, pensa no decurso da escolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo” (Bogdan; Biklen, 1994, p. 150).
A roda de conversa é vista nas pesquisas como instrumento usado para produzir dados, isto é, “é um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano.” (Creswell, 2010, p. 26). As rodas de conversa são muito utilizadas na pesquisa por constituírem uma forma de produção de dados: o pesquisador participa da conversa e contribui com a discussão. Mesmo porque, na pesquisa-ação, pesquisador e pesquisado estão inseridos na investigação como participantes na produção dos dados. Essa perspectiva possibilita aos sujeitos envolvidos uma interação que visa responder aos problemas vivenciados na prática, buscando refletir e transformar a prática pedagógica.
Seja como for, podemos considerar que, no desenvolvimento da pesquisa-ação, os pesquisadores recorrem a métodos e técnicas de grupos para lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação e também técnicas de registro, de processamento e de exposição de resultados. E em certos casos os convencionais questionários e as técnicas de entrevista individual são utilizados como meio de informação complementar. Também a documentação disponível é levantada. Em certos momentos da investigação recorre-se igualmente a outros tipos de técnicas: diagnósticos de situação, resolução de problemas, mapeamento de representações etc. (Thiollent, 2011, p. 26).
É possível utilizar diferentes técnicas e intencionalidades durante a pesquisa-ação. Podemos, também, usar a documentação do ambiente pesquisado, que visa contribuir e alterar, de maneira positiva, as informações coletadas. Por isso, diz-se que a pesquisa-ação se diferencia de outras pesquisas, pois permite a alteração do que está sendo pesquisado, com o objetivo de promover uma transformação significativa. Uma das finalidades da pesquisa-ação é possibilitar aos sujeitos da pesquisa meios para responderem, de forma eficiente, aos problemas que vivenciam, por meio de uma ação ou de uma interação que busque essa resposta na prática, promovendo a reflexão e almejando a transformação da própria prática.
A pesquisa-ação, além de participação, supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, técnico ou outro [...]; consideramos que pesquisa-ação e pesquisa participativa procedem de uma mesma busca de alternativas ao padrão de pesquisa convencional (Thiollent, 1986, p. 7).
Quando se planeja uma ação, estamos pensando no coletivo, onde todos participam de maneira a agregar conhecimentos e promover a transformação do ambiente. Como estamos falando de educação, é importante que haja uma transformação do ambiente escolar, voltada para o benefício de toda a coletividade.
Em concordância, Gil (2005) considera que, por meio desse processo de pesquisa e intervenção, as pessoas envolvidas em determinada problemática e que participam da busca de soluções se beneficiam não apenas com os resultados da pesquisa, mas também durante seu desenvolvimento, o que é próprio da metodologia da pesquisa-ação.
Como destaca Barbier (2002), essa metodologia requer uma reflexão constante sobre a ação em todas as etapas do processo. Por isso, é fundamental pensar e dialogar com autores que defendem uma ação voltada para a transformação, levando em consideração a reflexão ao longo de todo o processo de pesquisa.
A pesquisa-ação “funciona melhor com cooperação e colaboração porque os efeitos da prática de um indivíduo isolado sobre uma organização jamais se limitam àquele indivíduo” (Tripp, 2005, p. 454). É importante que haja interação entre pesquisador e pesquisado. Essa interação se faz necessária, tendo em vista que a pesquisa-ação ocorre com os indivíduos de um determinado local, e espera-se que a transformação aconteça com os sujeitos envolvidos, contribuindo para o bom desenvolvimento da pesquisa e para o ambiente pesquisado, seja a escola ou a comunidade.
A pesquisa-ação não é fácil de ser definida “por duas razões interligadas: primeiro, é um processo tão natural que se apresenta, sob muitos aspectos, diferentes; e segundo, ela se desenvolveu de maneira diferente para diferentes aplicações” (Tripp, 2005, p. 445). Já o precursor da pesquisa-ação no Brasil a define como
um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com a ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (Thiollent, 2011, p. 20).
A pesquisa-ação, por ser uma pesquisa participante, busca a interação entre os participantes e o pesquisador; ambos procuram soluções para um problema e estão envolvidos em um mesmo objetivo.
Na educação, a pesquisa-ação apresenta aspectos significativos, pois contribui para o aprimoramento dos professores na capacidade de investigação da prática pedagógica, na produção de conhecimentos, no desenvolvimento profissional e na transformação da prática docente.
De acordo com Tripp (2005), “a pesquisa-ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores, de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos”. Esse tipo de pesquisa contribui com o desenvolvimento dos educandos, permitindo que os professores reflitam sobre suas ações e busquem transformar sua prática pedagógica.
Todos os envolvidos na pesquisa aprendem por meio do envolvimento com a pesquisa-ação, pois se beneficiam das situações e problemas vivenciados. “A aprendizagem dos participantes é facilitada pelas contribuições dos pesquisadores e, eventualmente, pela colaboração temporária de especialistas em assuntos técnicos cujo conhecimento for útil ao grupo” (Thiollent, 2011, p. 76).
A pesquisa-ação pode, sempre que necessário, contar com especialistas. Para isso, é fundamental um olhar atento do pesquisador e dos pesquisados, pois essas contribuições possibilitam à pesquisa um aprofundamento maior do conhecimento.
A pesquisa precisa estar atenta às necessidades da educação, contribuindo para a solução de situações que exigem o olhar e a escuta do outro, a fim de colaborar na superação de problemas existentes na Educação Básica, de modo que todos os envolvidos possam se beneficiar e que a transformação efetivamente aconteça.
Considerações finais
Buscamos, nesta reflexão, trazer um breve relato da pesquisa no Brasil, apresentando ponderações que nos possibilitam uma análise sobre a pesquisa qualitativa na educação e a pesquisa-ação, com um olhar para as práticas pedagógicas desenvolvidas na escola. É preciso dizer que as pesquisas em educação no Brasil não tinham a visibilidade que têm atualmente; pouco se conhecia sobre pesquisa e, na maioria das investigações realizadas, não havia envolvimento do pesquisador com os participantes. Os resultados não eram devolvidos ao ambiente pesquisado, ou seja, à escola.
Sabe-se que a pesquisa qualitativa busca responder questões particulares e não se preocupa com a quantificação numérica; seus resultados são elaborados e apresentados por meio de relatórios e com a participação dos envolvidos. Já a pesquisa-ação, por ser um método, uma estratégia metodológica, possibilita aos sujeitos envolvidos a transformação da prática pedagógica. Todos os envolvidos aprendem com a ação, com os problemas que vivenciam; ambos estão engajados de forma cooperativa e participativa, pensando numa transformação conjunta que poderá impactar também a sociedade como um todo, mediante interações e ações realizadas.
Portanto, a pesquisa qualitativa e a pesquisa-ação estão presentes neste artigo como caminhos metodológicos necessários em nossa investigação na Educação Infantil, tendo em vista a dialogicidade entre elas, por possibilitarem maior interação entre os envolvidos e contribuírem para a transformação do ambiente escolar. A pesquisa-ação transforma os sujeitos envolvidos e poderá transformar o ambiente onde se desenrolam as ações, por meio das interações e intervenções realizadas na escola.
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Publicado em 30 de julho de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
FERREIRA, Maria Rosenilda Pires; PIMENTA, Jussara Santos. A pesquisa-ação na escola: ações e interações. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 28, 30 de julho de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/28/a-pesquisa-acao-na-escola-acoes-e-interacoes
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