Cultura, comemorações e tecnologia: estratégias inovadoras para o ensino de Inglês em escolas municipais

Samuel Nazareth Souza

Graduado em Letras/Inglês (UFJF), especialista em Estudos Literários (UFJF), mestrando em Educação (Uneatlantico), professor de Língua Inglesa da Prefeitura de Juiz de Fora e do Colégio Tiradentes (PMMG)

Aspectos culturais, celebrações e datas comemorativas sempre se mostraram excelentes maneiras de trabalhar Língua Inglesa em escolas públicas, particulares ou em cursos livres. Algumas das datas sempre indicadas pelos calendários internacionais são relacionadas aos feriados de fim de ano, com especial destaque ao Natal, Réveillon e Ano Novo. No Brasil, o Ano Novo é celebrado como nos demais países ocidentais, ao contrário, por exemplo, da China, que não segue o calendário gregoriano, mas o calendário lunar, motivo pelo qual o ano novo chinês ocorre geralmente entre os dias 21 de janeiro e 20 de fevereiro (Caparroz, 2023). Embora essa diferença de data de celebração do Ano Novo já possa render uma interessante atividade interdisciplinar com os alunos, não tratamos dela neste trabalho.

O período de fim de ano no Brasil não é muito explorado em atividades educacionais por coincidir com as férias escolares. Esse momento, no entanto, apresenta uma característica interessante, uma vez que é um período no qual se dá o término de um ciclo e o início de outro, o que faz com que muitas pessoas façam planos para o ano subsequente na esperança de dias melhores. Em inglês, esse planejamento é chamado New Years’ resolutions e pode envolver as mais diversas áreas das vidas das pessoas, como a acadêmica ou a profissional, dentre tantas outras.

Ciente desse panorama e em função de o período de festas já ter terminado quando o ano letivo se inicia, o desejo de trabalhar resoluções de Ano Novo foi repensado, visto que um ano escolar ainda se encontra pela frente e certamente o que fazer dele e como aproveitá-lo da melhor maneira possível continua sendo algo a ser planejado.

A ideia, então, foi propor aos alunos que eles se expressassem, em inglês, sobre o que eles gostariam de fazer ao longo do ano, mesmo que com uma simples frase. Para tal, eles deveriam escolher uma imagem na internet que pudesse ilustrar o seu desejo e compartilhar em uma postagem no Padlet, o que eles gostariam de realizar até o término de 2024. O resultado foi muito interessante, pois, muito além de questões linguísticas, permitiu ao professor conhecer mais os seus alunos e melhorar a interação com eles. Além disso, com base nas respostas dadas, o professor percebeu que a tarefa poderia servir como meio de obter propostas de trabalhos de acordo com os gostos dos estudantes.

Linguagem, cultura, sociedade e filtro afetivo

O fato de buscar contextualização para o ensino de Língua Inglesa por meio de aspectos culturais e sociais se dá em função de a língua, como discurso, ser um fator social, no qual os alunos, como sujeitos, constroem as suas experiências em um espaço social e em um tempo histórico:

como somos sujeitos cujas experiências se constroem num espaço social e num tempo histórico, as nossas atividades de uso da língua e da linguagem, que assumem propósitos distintos e, consequentemente, diferentes configurações, são sempre marcadas pelo contexto social e histórico. [...] A língua é uma das formas de manifestações da linguagem, é um entre os sistemas semióticos construídos histórica e socialmente pelo homem (Brasil, 2006, p. 24-25).

Como seres sociais construindo suas experiências de maneira local e temporal, os alunos são sujeitos inseridos em uma cultura; embora haja professores que ainda tendem a separar língua de cultura, essa relação não pode ser dissociada, segundo bem salienta Kramsch:

Se, no entanto, a linguagem é vista como prática social, a cultura torna-se o cerne do ensino de línguas. A consciência cultural deve então ser vista tanto como o que possibilita a proficiência linguística quanto como sendo o resultado da reflexão sobre a proficiência na língua (Kramsch, 1993, p. 8).

Quando os alunos são estimulados a falar sobre os seus anseios, por vezes revelam desejos que passam por objetivos que só podem ser alcançados de forma coletiva, salientando traços de sua vida em sociedade.

Na postagem destacada na Figura 1, uma aluna expressa o desejo de aprender um esporte que não pode ser praticado sozinha ou dentro do seu quarto – exigindo, portanto, interação com outras pessoas. A dimensão social se evidencia tanto no objetivo escolhido (o desejo de aprender o esporte) quanto no ato de compartilhá-lo com os colegas por meio da atividade proposta.

Figura 1: Tarefa de uma aluna postada no Padlet

Ao responder à postagem com "I’m sure you will become an excellent volleyball player!" (Tenho certeza de que você se tornará uma excelente jogadora de vôlei), o professor demonstra que a mensagem da aluna foi compreendida e oferece um feedback positivo. Essa interação, mesmo que virtual, promove uma prática educacional mais humanizada e pessoal, alinhada ao pensamento de Freire (1996), para quem a educação não deve ser uma experiência fria.

Como prática estritamente humana, jamais pude entender a educação como experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual (Freire, 1996, p. 146).

Quando se fala em ensino de Língua Inglesa e aquisição de linguagem, há um conceito muito conhecido chamado “filtro afetivo”, que foi desenvolvido por Stephen Krashen. Essa teoria, segundo o autor, refere-se a um conjunto de fatores emocionais e afetivos que pode facilitar ou dificultar o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira. Segundo Krashen (1982), o filtro afetivo inclui elementos como motivação, ansiedade, autoconfiança e atitude em relação ao aprendizado da língua. Quando o filtro afetivo está baixo (ou seja, quando o aluno está motivado, confiante e relaxado), o aprendizado é mais eficaz, pois o aluno está mais aberto ao input linguístico e à aprendizagem. Por outro lado, um filtro afetivo alto (motivação baixa, ansiedade elevada) pode atuar como um bloqueio que impede o aluno de absorver e processar a nova língua de forma eficiente.

A partir do momento em que o estudante consegue transmitir um recado em língua inglesa, ele se motiva em função de perceber a possibilidade de se comunicar em outro idioma. Isso faz com que o filtro afetivo permaneça baixo e que o aluno se estimule para novos passos e novos desafios. Para Krashen, "the Affective Filter hypothesis implies that acquirers with high motivation, self-confidence, a good self-image, and a low level of anxiety are better equipped for success in second language acquisition" (Krashen, 1982, p. 31) (a hipótese do filtro afetivo implica que os aprendizes com alta motivação, autoconfiança, uma boa autoimagem e um baixo nível de ansiedade estão mais bem preparados para ter sucesso na aquisição de segunda língua – tradução minha).

Considerando esses pressupostos, é fundamental que a linguagem seja trabalhada de forma a reconhecer o aluno como sujeito ativo na construção do próprio conhecimento a partir de suas vivências. Além disso, é importante compreender seu papel social, inserido em uma comunidade e pertencente a uma cultura. Para que o processo de aprendizagem seja potencializado, o filtro afetivo deve permanecer baixo, favorecendo a motivação e o engajamento do estudante.

O Padlet como ferramenta pedagógica

Nos últimos anos, as novas tecnologias têm revolucionado o campo educacional, transformando não apenas como ensinamos e aprendemos, mas também as próprias dinâmicas e práticas educativas. Desde o surgimento da internet até a proliferação de dispositivos móveis e plataformas digitais, as tecnologias têm proporcionado novas oportunidades para personalizar o aprendizado e colaborar de maneira inovadora.

Ao contrário do que muitos pensam, no entanto, a tecnologia não é um fim, mas um meio, e o mais importante continua sendo o aluno, suas interações sociais e seu aprendizado. O professor, por sua vez, continua tendo papel muito importante no desenvolvimento dos alunos, mas passa a ocupar posição de auxiliador, não de detentor e transmissor absoluto de conhecimento.

O professor continua sendo figura importante na era digital. Porém, sua postura deixa de ser a de transmissor absoluto do conhecimento e passa a ser de facilitador de descobertas, tudo isso em um novo processo de ensino-aprendizagem. Os alunos, que agora não são mais uma plateia receptora, podem ser definidos como um grupo que participa ativamente da aula, buscando em seus notebooks (ou celulares, iPhones e outros aparelhos com acesso à internet) informações sobre o tema da aula, visitando virtualmente os lugares descritos pelo professor, vendo imagens, textos, vídeos ou trazendo de casa uma pesquisa feita na internet. É uma outra forma de ensinar e aprender (Parnaíba; Gobbi, 2010, p. 8).

Nesse novo contexto de papéis e uso da tecnologia, foi proposta uma atividade para que os 29 alunos do 9º ano de uma escola municipal de Juiz de Fora compartilhassem seus desejos e expectativas para 2024. Sem centralizar a aula em si, o professor delegou aos estudantes a responsabilidade pelo estudo.

A tarefa foi inicialmente sugerida para casa (homework), envolvendo o uso do Padlet – um aplicativo da internet criado por Nitesh Goel e Pranav Piyush em 2012. A atividade, no entanto, se desenvolveu ao longo de duas aulas realizadas em março, para que os alunos pudessem se adaptar ao aplicativo. A proposta resultou em 37 postagens, em função de alguns alunos terem postado mais de uma vez.

Os estudantes demonstraram motivação para compartilhar suas ideias, reconhecendo a familiaridade da plataforma com as redes sociais que já utilizam. Este link traz um recorte da tela (print) contendo parte das postagens, evidenciando a participação ativa dos alunos e a diversidade de seus desejos para o ano letivo.

A indicação do Padlet como instrumento pedagógico se faz viável por uma série de motivos, como a facilidade no manuseio, a possibilidade de uso em casa – onde um maior número de alunos tem acesso à internet –, e devido à interação promovida via comentários e “curtidas”.

Sobre a facilidade de uso, os jovens de hoje tendem a preferir tarefas de solução rápida ou objetiva, em razão da rapidez e da instantaneidade do mundo digital em que cresceram. A constante exposição a tecnologias que oferecem respostas imediatas, como redes sociais e aplicativos, moldou suas expectativas quanto à complexidade e ao tempo necessário para resolver problemas. Esse ambiente digital promove uma cultura de gratificação instantânea, o que favorece a preferência por atividades que ofereçam resultados rápidos e satisfatórios. Além disso, a sobrecarga de informações e a velocidade das transformações tecnológicas contribuem para a busca por simplicidade e eficiência, permitindo que os jovens se sintam mais no controle e menos sobrecarregados.

A possibilidade de realizar a tarefa em casa se torna um facilitador, por ser um local onde a maioria tem acesso à internet, ao contrário de outros lugares onde muitos necessitariam de uma rede wi-fi. Essa flexibilidade tecnológica permite que os usuários acessem informações, ferramentas e plataformas de aprendizado que os auxiliam em seus estudos. A conectividade constante elimina barreiras físicas e temporais, facilitando a gestão do tempo e a adaptação às necessidades individuais.

Quanto ao efeito das “curtidas e comentários”, embora seja motivo de preocupação entre pesquisadores devido aos riscos associados ao seu uso excessivo, ele pode ser explorado de forma produtiva no contexto educacional. A dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa, desempenha papel significativo na maneira como os alunos reagem às interações nas redes sociais. Cada vez que um usuário recebe uma notificação de curtida ou comentário em suas postagens, o cérebro libera dopamina, gerando uma sensação de prazer e satisfação. Esse mecanismo de recompensa incentiva o comportamento de buscar mais interações e validação online, criando um ciclo de reforço positivo.

Por outro lado, embora essa dinâmica possa contribuir para a dependência das redes sociais – o que é, de fato, um aspecto preocupante –, ao ser aplicada em uma tarefa escolar mediada por ferramentas como o Padlet ela pode favorecer o engajamento dos alunos. Isso se observa na quantidade de interações recebidas por cada estudante, conforme indicado na Tabela 1.

Tabela 1: Número de curtidas que cada aluno recebeu em sua postagem

Alunos

Número de curtidas

Aluno 1

2

Aluno 2

2

Aluno 3

2

Aluno 4

2

Aluno 5

2

Aluno 6

5

Aluno 7

7

Aluno 8

6

Aluno 9

6

Aluno 10

9

Aluno 11

7

Aluno 12

6

Aluno 13

6

Aluno 14

7

Aluno 15

12

Aluno 16

9

Aluno 17

8

Aluno 18

12

Aluno 19

8

Aluno 20

1

Aluno 21

3

Aluno 22

2

Aluno 23

2

Aluno 24

3

Aluno 25

8

Aluno 26

8

Aluno 27

8

Aluno 28

6

Aluno 29

6

Durante a atividade, observou-se que a quantidade de curtidas recebidas pelos alunos variou significativamente, dependendo de vários fatores. Alunos cujos comentários eram mais engraçados tendiam a receber mais curtidas, evidenciando a valorização da comicidade nas interações online. Além disso, a popularidade do aluno também influenciou o número de curtidas, com aqueles mais conhecidos ou influentes na turma atraindo maior engajamento, independentemente do conteúdo dos seus comentários. Por outro lado, comentários que proporcionavam contribuições relevantes ou eram especialmente bem elaborados também receberam quantidade substancial de curtidas, mostrando que a qualidade do conteúdo pode, em alguns casos, superar a popularidade e o humor.

A dinâmica de curtidas revela como diferentes tipos de contribuições e a reputação dos indivíduos afetam o reconhecimento e a valorização nas plataformas digitais. Essas diferenças são perfeitamente explicáveis em função da natureza das pessoas.

Os seres humanos são naturalmente predispostos a formar grupos e desenvolver preferências sociais, o que é essencial para a coesão e a sobrevivência em sociedade. Essas preferências começam a se manifestar desde cedo e são influenciadas por fatores como proximidade, similaridade e reciprocidade (Baumeister; Leary, 1995, p. 499).

Além da questão de ordem social entre os alunos, outro fator interessante saltou aos olhos: a oportunidade de as respostas servirem como links para outras tarefas e planos de aula. A elaboração de planos de aula com base nas respostas de tarefas realizadas por alunos em atividades escolares oferece uma abordagem personalizada e centrada nas necessidades dos estudantes.

Ao analisar as respostas dos alunos, o professor pode identificar padrões de compreensão e áreas que necessitam reforço. Essa prática permite que o planejamento das aulas seja ajustado para abordar diretamente as dificuldades encontradas, promovendo um aprendizado mais eficaz e focado. Além disso, ao reconhecer os pontos fortes dos alunos, o educador pode criar atividades que os desafiem de forma apropriada, incentivando o desenvolvimento contínuo e a motivação.

Essa abordagem também fortalece o vínculo entre o professor e os alunos, uma vez que demonstra atenção individualizada e esforço para atender às necessidades específicas de cada estudante.

A partir das respostas das tarefas, é possível identificar preferências de aprendizado, ajustar métodos pedagógicos e incorporar materiais que ressoem melhor com a turma. Esse feedback contínuo permite uma educação mais dinâmica e responsiva, em que as tarefas são moldadas não apenas pelos objetivos educacionais gerais, mas também por experiências e progressos dos próprios alunos. Dessa forma, o ensino se torna mais adaptativo e eficaz, promovendo um ambiente de aprendizado mais engajado e significativo.

Adaptar as aulas aos interesses e preferências dos alunos pode aumentar significativamente o engajamento e a motivação deles, resultando em uma experiência de aprendizado mais eficaz e prazerosa. Quando os conteúdos são relacionados aos gostos dos estudantes, eles se sentem mais envolvidos e propensos a participar ativamente das atividades propostas (Tomlinson, 2001, p. 45).

Embora seja importantíssima essa ligação entre gostos pessoais e atividades propostas, uma crítica há de ser feita: é a preparação de aulas que atendam aos gostos e interesses dos alunos esbarrar em alguns problemas, principalmente a falta de tempo.

Os educadores frequentemente têm que lidar com um grande volume de tarefas que incluem planejamento de aulas, correção de provas, participação em reuniões e atendimento individual aos alunos, o que invariavelmente é potencializado porque a grande maioria dos professores trabalha em pelo menos duas instituições de ensino. A dedicação exclusiva, muito importante aos professores e conferida à maioria dos professores universitários, é um sonho muito distante para a maioria dos professores da Educação Básica.

Os professores do Ensino Básico enfrentam uma carga de trabalho significativa, que inclui planejamento de aulas, correção de tarefas, administração de salas de aula, reuniões com pais e colegas, além de suas próprias obrigações de desenvolvimento profissional. Esse acúmulo de responsabilidades pode limitar sua capacidade de inovar e adaptar o ensino às necessidades individuais dos alunos (Hargreaves, 1994, p. 117).

Nesse contexto, a tarefa de investigar e integrar os interesses específicos de cada estudante em suas aulas pode se tornar uma atividade onerosa e difícil de ser executada dentro das limitações temporais impostas pela rotina escolar.

Além disso, a diversidade de interesses entre os alunos de uma mesma turma pode complicar ainda mais o trabalho do professor. Identificar e equilibrar diferentes preferências exige um investimento considerável de tempo e esforço em pesquisa e adaptação de materiais didáticos. O desafio é ainda maior quando se busca manter a qualidade e a coesão do conteúdo curricular.

As diferenças de gostos entre os alunos são evidentes e podem influenciar significativamente a maneira como eles se envolvem com o material didático. Reconhecer essas diferenças e tentar incorporar uma variedade de interesses no planejamento das aulas pode ajudar a criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo e motivador para todos os estudantes (Tomlinson, 2001, p. 89).

Essa situação muitas vezes leva os professores a recorrer a métodos de ensino mais tradicionais e generalistas, que, embora menos personalizados, são mais viáveis de serem implementados dentro do tempo disponível.

Além dessas dificuldades, há também problemas de ordem estrutural nas escolas que devem ser sanados. A conexão à internet tornou-se um elemento fundamental na educação moderna. Em um mundo cada vez mais digital, a internet não apenas facilita o acesso a uma vasta gama de informações e recursos educativos, mas também possibilita formas inovadoras de ensino e aprendizado.

Tornar o uso de tecnologia uma constante nas tarefas escolares – e não apenas práticas esporádicas – pode beneficiar enormemente os estudantes. Integrar a internet de maneira consistente nas atividades escolares também prepara os alunos para o futuro, em que habilidades digitais são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Essa integração, no entanto, exige políticas educacionais que garantam acesso igualitário para todos os estudantes.

Embora haja muitos desafios a serem superados, o uso de tecnologia pode ajudar tanto os alunos quanto os professores. Pode auxiliar o professor a definir com mais clareza algumas de suas propostas, poupar-lhe tempo e ajudá-lo a desenvolver trabalhos mais envolventes. Os alunos podem se beneficiar, por se tratar de algo que lhes é comum e que pode, além de auxiliá-los em seus estudos, tornar as atividades escolares mais atraentes, proporcionando maior engajamento e autonomia ou, conforme noticiado no site de notícias da Prefeitura de Juiz de Fora, uma maneira de os alunos atuarem como protagonistas de suas produções.

Conclusão

Integrar elementos culturais e sociais ao ensino de Inglês tem se mostrado uma estratégia eficaz para potencializar a aprendizagem em ambientes escolares. Nesse processo, é essencial que o estudante assuma uma posição ativa, construindo seu saber com base em suas vivências e referências pessoais. O educador, por sua vez, deixa de ocupar um papel centralizador e passa a mediar o percurso formativo, promovendo atividades que favoreçam o desenvolvimento da autonomia e do pensamento crítico.

A incorporação de tecnologias digitais à prática pedagógica amplia as possibilidades metodológicas e estimula diferentes formas de participação. Contudo, é importante ressaltar que esses recursos não devem ser tratados como soluções universais para os desafios da educação, mas sim como instrumentos que contribuem para alcançar um objetivo maior: o avanço da aprendizagem. Quando bem utilizados, os meios tecnológicos podem não apenas fortalecer o uso do idioma como também criar novas formas de diálogo entre professores e alunos, revelando seus interesses e tornando o processo de ensino mais personalizado e significativo.

Para que esse tipo de iniciativa se torne parte do cotidiano escolar, é indispensável garantir investimentos contínuos tanto em infraestrutura quanto na qualificação profissional dos docentes. As ferramentas digitais precisam ser acessíveis e inseridas de maneira planejada nas práticas educativas, respeitando as condições das instituições públicas e o contexto em que estão inseridas.

Diante disso, é possível afirmar que a articulação entre tecnologia, cultura e vivência social enriquece o cenário educacional, tornando-o mais dinâmico, atrativo e alinhado às transformações do mundo atual. Ao valorizar as experiências dos estudantes e estimular sua participação ativa, o processo de aprendizagem se torna mais colaborativo, contínuo e transformador — colocando o aluno como agente central na construção de seu próprio conhecimento e ampliando suas competências linguísticas, críticas e sociais.

Referências

BAUMEISTER, R. F.; LEARY, M. R. The need to belong: Desire for interpersonal attachments as a fundamental human motivation. Psychological Bulletin, v. 117(3), p. 497-529, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o Ensino Médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006. Disponível em: https://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf. Acesso em: 2 jul. 2025.

CAPARROZ, L. O que é o Ano Novo Lunar. Revista Super Interessante, 2023. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/o-que-e-o-ano-novo-lunar. Acesso em: 2 jul. 2025.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

HARGREAVES, A. Changing teachers, changing times: Teachers' work and culture in the postmodern age. London: Cassell, 1994.

KRAMSCH, C. Context and culture in language teaching. Oxford: Oxford University Press, 1993.

KRASHEN, S. D. Principles and practice in second language acquisition. Oxford: Pergamon Press, 1982.

PARNAÍBA, C.; GOBBI, M. Os jovens e as tecnologias da informação e da comunicação: aprendizado na prática. Anagrama, São Paulo, v. 3, nº 4, p. 1-14, 2010. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-1689.anagrama.2010.35450. Acesso em: 2 jul. 2025.

TOMLINSON, C. A. How to differentiate instruction in mixed-ability classrooms. Alexandria: Association for Supervision and Curriculum Development, 2001.

Publicado em 13 de agosto de 2025

Como citar este artigo (ABNT)

SOUZA, Samuel Nazareth. Cultura, comemorações e tecnologia: estratégias inovadoras para o ensino de Inglês em escolas municipais. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 30, 13 de agosto de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/30/cultura-comemoracoes-e-tecnologia-estrategias-inovadoras-para-o-ensino-de-ingles-em-escolas-municipais

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