Juntos pela diversidade: a escola como espaço antirracista
Andreia Moro Chiapinoto
Doutoranda em Educação (UFSM), coordenadora pedagógica na EMEF Chácara das Flores
Fernanda Beatriz Strickler Gunsch
Mestranda em Políticas Públicas e Gestão Educacional (UFSM), professora na EMEF Chácara das Flores
Juliana Cezimbra
Mestra em Educação (UFSM), gestora na EMEF Chácara das Flores
O presente trabalho tem como objetivo socializar experiências desenvolvidas durante a realização de um projeto permanente sobre educação antirracista em uma escola pública municipal localizada no estado do Rio Grande do Sul.
Este estado, assim como o Brasil de forma geral, apresenta profundas desigualdades sociais e raciais que se refletem diretamente na educação. Apesar de o estado possuir uma forte identidade cultural marcada por tradições regionais, as populações negra e indígena ainda enfrentam invisibilidade e discriminação nos espaços escolares e sociais. Dados do IBGE (2022) apontam que, no Brasil, a população negra continua a sofrer maiores índices de pobreza, evasão escolar e menor acesso a oportunidades educacionais, revelando a persistência do racismo estrutural. Esse cenário evidencia a importância de projetos pedagógicos que valorizem a diversidade cultural e promovam uma educação antirracista, contribuindo para a redução das desigualdades e para a formação de cidadãos críticos e comprometidos com a justiça social. Nesse contexto, a experiência da EMEF Chácara das Flores, em Santa Maria/RS, adquire especial relevância, pois busca integrar alunos, professores e comunidade em práticas educativas que questionam preconceitos e fortalecem a identidade cultural de todos os sujeitos envolvidos.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Chácara das Flores, conveniada à Rede PEA/Unesco desde 2018, pauta-se em uma educação de qualidade, alinhada aos pilares dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Tais objetivos têm como meta a valorização e o respeito às diferentes culturas, além de fomentar projetos e ações que cuidam do patrimônio cultural e natural, apoiando empregos criativos e ecológicos que garantem a preservação da cultura e do conhecimento dos povos.
Desse modo, todos os anos diversos projetos são colocados em prática na referida instituição de ensino, alinhando a educação teórica à prática e colocando o aluno como centro do processo de ensino e aprendizagem.
No ano de 2023, diversas ações aconteceram na escola, dentre elas as relacionadas com o projeto intitulado Diversidade Cultural: Socializando as Diferenças e Aprendendo Junto. A proposta versa sobre aprendizagem intercultural, valorização da diversidade e preservação dos patrimônios culturais. Por se tratar de um tema amplo, apresentou grande relevância para discussão em diferentes faixas etárias, possibilitando agregar subtemas que ampliaram as discussões e enriqueceram as propostas. Entre os temas tratados, foi possível explorar, entre outros, a importância da diversidade dos diferentes povos e etnias, bem como o respeito e a valorização das diferenças.
A ênfase na educação intercultural e no desenvolvimento de projetos que integram teoria e prática é consistente com as metas estabelecidas pela Unesco, visando preparar os alunos para serem cidadãos globais conscientes e respeitosos das diferenças culturais.
A EMEF Chácara das Flores, em 2023, contava com cerca de 320 alunos matriculados, distribuídos entre Educação Infantil – Pré-Escola A e B (alunos de 4 e 5 anos) – e Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano. O projeto foi desenvolvido em ambos os níveis de ensino, envolvendo todos os alunos e a comunidade escolar, conforme será relatado a seguir.
Referencial teórico
O projeto Diversidade Cultural: Socializando as Diferenças e Aprendendo Junto ocorreu durante todo o ano letivo de 2023, com diversas ações simultâneas na escola. Conforme o nível de compreensão de cada ano escolar, temas como respeito às diversidades, história e tradições culturais, artes e expressões culturais, identidade e inclusão, educação e conscientização, desafios e oportunidades foram explorados com os alunos. Da mesma forma, a escola buscou estratégias para oferecer formação continuada aos docentes sobre o mesmo tema.
Na sequência, serão abordadas de forma resumida as principais ações realizadas na escola por nível educativo.
A proposta pedagógica da Educação Infantil da EMEF Chácara das Flores busca promover momentos de expressão em diferentes linguagens, favorecendo a construção de saberes por meio da troca com os pares, das experiências, vivências e conhecimentos que transformam os sujeitos e, ao mesmo tempo, são por eles transformados.
Nessa etapa da Educação Básica, a escola segue as orientações dos documentos oficiais, com foco nos campos de experiências definidos pela BNCC (Brasil, 2018): “conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se”. Esses campos foram trabalhados em propostas práticas, como rodas de conversa e contação de histórias, que, de forma lúdica, possibilitaram às crianças o contato com a aprendizagem intercultural, a valorização da diversidade e o reconhecimento dos patrimônios culturais.
A infância, além de ser uma fase única na vida de todas as pessoas, é fundamental para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à socialização, comunicação e criatividade. Essas aptidões acompanharão os indivíduos ao longo de sua trajetória de vida e, por isso, merecem ser estimuladas da forma mais prazerosa possível.
Na Educação Infantil, o projeto teve como objetivo geral abordar, em grupo, as diversas culturas e suas especificidades, provocando interesse em construir novas relações, respeitar a diversidade e solidarizar-se com os outros. Como objetivos específicos, buscou-se: conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro; recriar brinquedos e brincadeiras antigos para experienciá-los; respeitar e expressar sentimentos e emoções; agir com empatia, por meio do diálogo, da argumentação e do respeito mútuo, valorizando a diversidade e eliminando qualquer espécie de preconceito.
Dessa forma, o projeto foi desenvolvido a partir de brincadeiras e brinquedos culturais, visando construir com as crianças uma postura compreensiva e respeitosa em relação à diversidade cultural, compreendendo a complexidade do ser humano e de suas manifestações e modos de vida.
A importância do brincar para a infância já está claramente reconhecida na sociedade atual. Conforme pondera Borba (2009, p. 48),
no brincar, as crianças vão também se constituindo como agentes de sua experiência social, organizando com autonomia suas ações e interações, elaborando planos e formas de ações conjuntas, criando regras de convivência social e de participação nas brincadeiras. Nesse processo, instituem coletivamente uma ordem social que rege as relações entre pares e se afirmam como autoras de suas práticas sociais e culturais.
Dentre as atividades desenvolvidas com crianças de quatro e cinco anos, pertencentes à Educação Infantil, destacam-se: hora do conto sobre diversas culturas, cantigas de roda, espaços de conversa, brincadeiras culturais, trabalhos artísticos e dramatizações. Nesse contexto, a contação de histórias torna-se um valioso recurso para abordar temáticas relacionadas às manifestações culturais e à diversidade, corroborando Coelho (2000), que ressalta o papel das narrativas orais e literárias na formação da sensibilidade, da imaginação e dos valores sociais, contribuindo para a construção da identidade e do respeito às diferenças.
Incluir discussões sobre o respeito à diversidade desde as etapas iniciais da Educação Básica é fundamental para naturalizar tais temas e transmitir valores, ensinamentos e emoções de maneira envolvente. Elas permitem que os indivíduos se conectem com experiências alheias, desenvolvam empatia e compreendam melhor o mundo ao seu redor. Nesse sentido, a contação de histórias não é apenas uma forma de arte, mas também uma ferramenta essencial para a educação, a cultura e a transformação social.
Algumas dessas atividades de culminância de projetos estão ilustradas nas Figuras 1 e 2.

Figuras 1 e 2: Registro de atividade desenvolvida na Educação Infantil
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, dentro do mesmo projeto, foram abordados temas como Educação Antirracista, cultura da paz e respeito às diferenças. Com os alunos, foram exploradas a consciência negra e sua contribuição na vida de todos.
Oliveira e Candau (2010) relembram que, apesar do avanço das discussões e debates públicos sobre a questão racial negra no Brasil, ainda existe um padrão branco de identidade que precisa ser combatido. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, ao trazerem a obrigatoriedade do ensino da cultura africana nas escolas ao longo do ano letivo, representam um marco importante. Entretanto, isoladamente, não são suficientes para combater o racismo. É fundamental problematizar o tema, dando voz a todos os alunos e tornando-os protagonistas nesse processo educativo.
Numa leitura atenta das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e do parecer 03 do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação, de 10 de março de 2004, identificamos que, entre os objetivos, estão a garantia do igual direito às histórias e culturas que compõem a nação brasileira e a afirmação de que os conteúdos propostos devem conduzir à reeducação das relações étnico-raciais por meio da valorização da história e da cultura dos afro-brasileiros e dos africanos (Oliveira; Candau, 2010, p. 32).
A discussão sobre Educação Antirracista no Brasil tem se intensificado nos últimos anos, especialmente diante da urgência de enfrentar o racismo estrutural que atravessa todas as instituições sociais, incluindo a escola. O racismo deve ser compreendido como elemento estruturante das relações sociais, o que reforça a necessidade de práticas pedagógicas capazes de desconstruir desigualdades históricas. Nesse sentido, Cavalleiro e Jesus (2021) enfatizam que a Educação Antirracista não pode ser vista apenas como cumprimento da legislação, mas como prática cotidiana que promova reconhecimento, pertencimento e valorização das identidades negras. Ao propor ações pedagógicas que rompem com padrões eurocêntricos, os projetos escolares assumem papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e plural. Complementarmente, Munanga (2020) destaca que a inserção da temática étnico-racial nos currículos é condição indispensável para a superação de estereótipos e preconceitos, garantindo que a escola seja espaço de promoção da igualdade racial.
Após a exploração do tema Educação e Antirracismo com as turmas do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, foi realizada uma mostra de trabalhos durante a chamada Semana Internacional da Unesco, na qual professores e alunos apresentaram à comunidade escolar as produções desenvolvidas no período.

Figuras 3 e 4: Exposição na mostra de trabalhos realizadas na Semana Internacional da Unesco
Para finalizar essa etapa de trabalhos e discussões sobre o tema Educação Antirracista, foi ressaltada, por meio do diálogo com os alunos, a importância da paz. A atividade culminou com a confecção do manto da paz, conforme ilustram as Figuras 5 e 6.

Figuras 5 e 6: Confecção do manto da paz
A valorização da cultura local e de outras culturas é essencial para a construção de uma sociedade mais inclusiva e enriquecedora. Promover e preservar as regionalizações permite que as tradições, a história e a identidade de uma comunidade sejam mantidas vivas, fortalecendo o senso de pertencimento e orgulho entre seus membros. Simultaneamente, a apreciação e o respeito pelas culturas de outras regiões e países ampliam os horizontes, incentivando a troca de conhecimentos e experiências. Esse intercâmbio cultural contribui para a diversidade, promovendo a tolerância e a empatia. Reconhecer o valor intrínseco de todas as culturas é fundamental para um mundo mais harmonioso, onde as diferenças são celebradas e a humanidade é unida pelo entendimento mútuo e pelo respeito compartilhado.
A valorização da cultura gaúcha em atividades escolares é crucial para preservar e transmitir as tradições e valores do Rio Grande do Sul às novas gerações. Integrando elementos como a música nativista, a dança do fandango, a culinária típica e as histórias do folclore gaúcho no currículo, as escolas promovem um aprendizado mais enriquecedor e significativo. Essas atividades despertam o interesse dos alunos pela própria herança cultural e fortalecem o senso de identidade e pertencimento regional. Além disso, a valorização da cultura regional nas escolas contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e orgulhosos de suas raízes, ao mesmo tempo que fomenta o respeito pela diversidade cultural dentro do Brasil. Nas imagens abaixo, as turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental participaram de momentos culturais elaborados dentro da temática da cultura e do folclore gaúcho.

Figuras 7 e 8: Momento cultural e roda de chimarrão
Conhecer e respeitar outras culturas é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e harmoniosa. Ao explorar diferentes tradições, costumes e perspectivas, ampliam-se horizontes e fomenta-se nos alunos um entendimento de mundo mais respeitoso e heterogêneo. Esse processo de aprendizagem promove a empatia, permitindo o reconhecimento e a valorização da diversidade humana.
Nesse sentido, a escola se propôs a combater preconceitos e estereótipos, incentivando a abertura para conhecer novas culturas. Em um mundo cada vez mais globalizado, a apreciação das diferenças culturais não apenas fortalece os laços entre grupos, mas também enriquece a própria identidade, formando cidadãos mais completos e conscientes. A imagem abaixo reflete essas ações, com um grupo de dança e música folclórica nordestina.

Figura 9: Momento cultural com Banda Forró Caruaru
Os alunos dos Anos Finais da EMEF Chácara das Flores, engajados em diversas ações dentro e fora da escola, tiveram a oportunidade de participar de uma manhã ao lado do ativista conhecido nacional e internacionalmente, MV Bill. Os estudantes puderam ouvir suas experiências e também fazer questionamentos em um momento de diálogo.

Figura 10: Conferência com ativista negro MV Bill na UFSM
Encaminhando-nos para o final deste relato, não poderíamos deixar de destacar o trabalho realizado pela escola durante o ano de 2023 no que se refere à formação docente continuada e em contexto escolar. Em encontros mensais, diversos assuntos foram abordados, entre eles a educação antirracista. Nesses encontros, os professores puderam ouvir a explanação de um ativista do movimento negro, registrar suas considerações sobre o tema e relatar fatos vivenciados.
Cachapuz (2003) aponta que o traço essencial da mudança necessária na formação dos professores está centrado no complemento de saberes proporcionados pela formação inicial, voltados para uma lógica de aprendizagem ao longo da vida, de modo que sejam articulados de forma harmônica saberes acadêmicos e epistemologias das práticas docentes, implicando necessariamente uma visão sistêmica de formação.
Procedimentos metodológicos
A aprendizagem baseada em projetos é uma abordagem pedagógica que envolve os alunos na investigação de problemas reais e complexos. Essa abordagem foi utilizada para explorar os temas da Unesco de forma aprofundada e prática. A partir da temática inicial Diversidade Cultural, foram incorporados outros temas até se chegar à nomenclatura final do projeto: Diversidade Cultural: Socializando as Diferenças e Aprendendo Junto. A partir desse momento, cada professor, de acordo com seu nível de turma e centro de interesse dos alunos, ampliou a temática. O projeto contou com a participação efetiva de 13 pedagogos e 9 professores dos anos finais, que integraram suas práticas às ações propostas, ampliando a discussão em diferentes áreas do conhecimento.
Como metodologia, foram realizados debates, aulas expositivas, projeção de vídeos e filmes educativos, além da exploração de brincadeiras, livros, cantigas e histórias africanas, gaúchas e nordestinas, criando um ambiente de aprendizagem dinâmico e envolvente. As aulas expositivas proporcionaram uma base teórica sólida, enquanto os debates incentivaram o pensamento crítico e a troca de ideias entre os alunos. A projeção de vídeos e filmes educativos trouxe uma dimensão visual e auditiva, facilitando a compreensão dos conteúdos. A exploração de brincadeiras, livros, cantigas e histórias africanas não apenas enriqueceu o conhecimento cultural dos estudantes, mas também promoveu a empatia e o respeito pela diversidade. Essa abordagem integrada garantiu uma experiência educativa rica, abrangente e significativa, conectando os alunos de maneira profunda aos temas estudados.
A avaliação do projeto ocorreu de forma processual e participativa, por meio de diferentes instrumentos qualitativos. Durante o desenvolvimento das atividades, os professores realizaram observações em sala de aula, registrando avanços na postura dos alunos em relação ao respeito às diferenças e à valorização da diversidade cultural. Além disso, foram promovidas rodas de conversa com as turmas, nas quais os estudantes puderam expressar suas percepções e aprendizados. Ao final do ano letivo, uma mostra pedagógica aberta à comunidade escolar serviu como culminância e oportunidade de avaliação coletiva, permitindo que alunos, professores e famílias compartilhassem reflexões sobre os impactos do projeto. Esse processo avaliativo privilegiou o diálogo e a participação, em consonância com a proposta de uma educação antirracista e democrática.
Para compartilhar saberes e experiências acerca dos temas propostos, a equipe gestora da escola participou do Seminário Regional Cidadania Global e a Educação para o Desenvolvimento Sustentável: Políticas Públicas Educacionais, Metas e Estratégias para a Efetividade da Agenda 2030, realizado no La Salle (na cidade de Canoas) em 2023.

Figura 11: Seminário Regional Cidadania Global e a Educação para o Desenvolvimento Sustentável: Políticas Públicas Educacionais
A meta principal da Unesco Educação 2030 é garantir uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa, além de promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Isso está diretamente relacionado ao ODS 4 – Educação de Qualidade –, que visa assegurar que todos os indivíduos tenham acesso a uma educação capaz de proporcionar os conhecimentos e habilidades necessários para participar plenamente da sociedade e do mercado de trabalho.
Considerações finais
Ao longo do ano, constatamos que o aprofundamento prático e metodológico das temáticas vinculadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Unesco, com alunos de 4 a 15 anos, da Educação Infantil ao Ensino Fundamental – anos finais da EMEF Chácara das Flores –, mostrou-se eficaz na construção de ações voltadas ao desenvolvimento da criticidade e do respeito às diferenças.
Entre os objetivos trabalhados, destacaram-se especialmente o ODS 4 (Educação de Qualidade), o ODS 10 (Redução das Desigualdades) e o ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes). A escola reconhece, entretanto, a natureza interdisciplinar desses temas e sua ampla abrangência, articulando-os de forma integrada aos conteúdos e práticas pedagógicas de cada turma, sempre respeitando o nível de compreensão dos estudantes em suas diferentes etapas de escolarização.
A Educação 2030 representa um movimento global que redefine a educação como catalisador essencial para o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, essa iniciativa evidencia a urgência de enfrentar desafios globais como a pobreza e a desigualdade, ressaltando a interdisciplinaridade como caminho indispensável para atingir tais metas. Integrar temas como sustentabilidade ambiental, direitos humanos e desenvolvimento econômico às práticas escolares enriquece a aprendizagem e prepara os estudantes para atuarem como agentes de transformação em suas comunidades e além delas.
Ao adotar uma abordagem interdisciplinar dos temas da Unesco e da Educação 2030, ampliamos o conhecimento dos alunos e os capacitamos a compreender e enfrentar questões complexas de forma contextualizada, crítica e criativa. Essa integração entre áreas do saber, como ciências sociais, ciências naturais e humanidades, permite que os estudantes percebam a interconexão dos desafios globais e desenvolvam habilidades analíticas e colaborativas para resolvê-los. Assim, a educação assume um papel transformador, tornando-se não apenas um meio de transmissão de conteúdos, mas também uma ferramenta poderosa para a construção de um futuro mais justo, equitativo e sustentável para as próximas gerações.
Referências
BORBA, Angela Meyer. A brincadeira como experiência de cultura. Educação infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
CACHAPUZ, Antônio F. Do que temos, do que podemos ter e temos direito a ter na formação de professores: em defesa de uma formação em contexto. In: Formação de educadores: desafios e perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 2003. p. 451-464.
CAVALLEIRO, Eliane; JESUS, Jônatas Conceição de (org.). Educação das relações étnico-raciais: desafios e práticas pedagógicas. São Paulo: Jandaíra, 2021.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2022.
MUNANGA, Kabengele. Por uma educação antirracista. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; CANDAU, Vera Maria Ferrão. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, v. 26, nº 1, p. 15-40, 2010.
Publicado em 10 de setembro de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
CHIAPINOTO, Andreia Moro; GUNSCH, Fernanda Beatriz Strickler. Juntos pela diversidade: a escola como espaço antirracista. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 34, 10 de setembro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/34/juntos-pela-diversidade-a-escola-como-espaco-antirracista
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário
Deixe seu comentárioEste artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.